TESE: Regulamentação de Aeromodelos e Drones. TEMA: Aduana brasileira: normas e metas. Autor: JOÃO EUDES DA SILVA DS: Curitiba/PR.
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1 TESE: Regulamentação de Aeromodelos e Drones TEMA: Aduana brasileira: normas e metas. Autor: JOÃO EUDES DA SILVA DS: Curitiba/PR. SUMÁRIO Trata a presente tese de reivindicar normas eficazes para a importação de Aeromodelos e DRONES no país. Pretende despertar os seminaristas para a apresentação de propostas que possam dirimir dúvidas geradas na verificação de bagagem acompanhada realizadas pelo Auditor-Fiscal ao se deparar com mercadorias identificadas como aeromodelos que por sua capacidade e autonomia deixam de ter sua função restrita ao uso recreativo, exigindo uma habilidade própria para sua aplicação. Ocorre que é cada vez mais frequente o transporte de aeromodelos como bagagem acompanhada A Instrução Suplementar da ANAC, que trata da emissão de certificado de autorização de vôo experimental para veículo não tripulado, deixa margem para dúvida na distinção segura entre o aeromodelo e o drone. Por isso, com essa tese se pretende chamar a atenção dos participantes do Seminário para a necessidade de restringir o conceito de aeromodelos e por consequência garantir maior segurança à Aduana na liberação destes equipamentos como bagagem acompanhada. 1. INTRODUÇÃO As instruções suplementares emitidas pela ANAC, com referência à definição de aeromodelos, não os enquadrando como aeronaves, certamente não acompanharam a evolução e sofisticação decorrente dos avanços tecnológicos. Hoje, não podemos definir uma aeronave somente por sua autonomia de vôo, seu peso ou sua capacidade de transportar pessoas ou coisas. O conceito deve ser mais abrangente. Além disso, aumenta constantemente o número de passageiros que trazem em sua bagagem aeromodelos com as mais variadas características e finalidades. Daí que, caso providências não sejam tomadas urgentemente, certamente estaremos caminhando para o surgimento do caos aéreo com muito maior gravidade do que a que enfrentamos no trânsito terrestre. Isto porque as consequências daquele terão proporções bem mais
2 trágicas do que as geradas por este. Acrescente-se o fato de que as ofertas de passagens aéreas ao exterior, assim como a facilidade para adquirir tais mercadorias, crescem proporcionalmente ao número de pessoas que, cada vez mais, se dedicam à prática do aeromodelismo. Os aeromodelos, por sua vez, se tornam cada vez mais sofisticados. Ora, as Instruções Normativas não acompanharam essa evolução e também não foram atualizadas de acordo com a diversificação dos veículos presentes no mercado internacional. Daí a importância de que a COANA esteja em constante contato com a ANAC para que esta apresente a classificação dos aeromodelos que não são considerados aeronaves, a fim de evitar futuros conflitos entre a atividade fiscal e a elaboração de normas referentes às autorizações para o uso de aeronaves no país. 2. PROBLEMA DE CONCEITOS A Instrução Suplementar n Aprovada pela Portaria 2.031/SAR, de 4 de outubro de 2012, com o objetivo de orientar a emissão de certificado de autorização de vôo experimental para veículos aéreos não tripulados, traz as definições referentes ao Sistema de Veículos Aéreos não Tripulados. Assim, traz os seguintes conceitos: Veículo Aéreo Não Tripulado VANT: Aeronave projetada para operar sem piloto a bordo e que não seja utilizada para fins meramente recreativos. Nesta definição, incluem-se todos os aviões, helicópteros e dirigíveis controláveis nos três eixos, excluindo se portanto, os balões tradicionais e os aeromodelos. Aeronave Remotamente Pilotada (Remotely-PilotedAircraft RPA): Aeronave em que o piloto não está a bordo. É uma subcategoria de Veículos Aéreos Não Tripulados. (Retificado no Diário Oficial da União de 23 de outubro de 2012, Seção 1, página 1). Assim, após alguns questionamentos endereçados à COANA a respeito do correto enquadramento dado à bagagem acompanhada envolvendo aeromodelos e drones, as orientações foram repassadas no sentido de que se dedicasse atenção na devida distinção entre um produto e outro. Para isso, fundamentou-se no artigo 106, da
3 Lei 7.565, de 19 de dezembro de 1986, o qual define aeronave com o seguinte conceito: "Art Considera-se aeronave todo aparelho manobrável em vôo, que possa sustentar-se e circular no espaço aéreo, mediante reações aerodinâmicas, apto a transportar pessoas ou coisas. Daí que, por analogia, enquadra-se como aeronave o veículo aéreo não tripulado (VANT) também conhecido como Drone. Em consequência surge a orientação da COANA de que: Os VANTS (ou Drones) estão sujeitos a registro na ANAC por requisitos de aeronavegabilidade, e são projetadas para transportar uma carga ou equipamento de filmagem/fotografia para uso diverso de recreativo, equipamento esse, não essencial ao voo, logo, enquadrando-se na definição legal de de AERONAVE. No entanto, Os aeromodelos diferem dos vant ou drones pela sua utilização meramente recreativa face uma utilização comercial ou experimental. Já os AEROMODELOS tem uso exclusivamente recreativo, tendo diversas limitações operacionais e não estando sujeito à registro ou autorização da ANAC para seu uso no Brasil, logo, não se enquadrando no conceito de aeronave e a sua operação (aeronaves não tripuladas operadas com a finalidade de esporte e lazer a uma altitude de até 400 pés), é regida pela Portaria DAC n 207/STE, de 7 de abril de Tal definição trouxe margem para discussão sobre o verdadeiro significado de aeromodelos. Alguns querem incluir aí os vários modelos não tripulados como Quadricopteros, Hexacopteros e Octacopteros ou simplesmente Multirotores, confirmando que os DRONE são maiores, pesam bem mais tem grande autonomia e carregam equipamento de filmagem e armamento. Ocorre que na verificação fiscal por ocasião da liberação de bagagens não é de todo simples a distinção entre um aeromodelo e um drone. O fato de o passageiro ser sócio de um aeroclube e afirmar que o objeto será usado somente para diversão não pode constituir o elemento principal para o enquadramento no conceito de bagagem acompanhada. Ademais, alguns aeromodelos os quais podem de alguma maneira ser
4 usados tanto para recreação como para registros fotográficos também podem ser caracterizados como drones. No entanto, ao efetuar a retenção com o objetivo de aguardar anuência da ANAC, é importante que o Auditor-Fiscal tenha elementos suficientes que garantam ao passageiro o atendimento e a orientação precisa sobre a documentação necessária para a obtenção da autorização. Caso não sejam adotadas estas providências, certamente serão eminentes tanto o prejuízo tributário como a desastrosa falta de segurança no espaço aéreo brasileiro. 3. CONCLUSÃO Ora, o objetivo deste trabalho não é somente exigir providências dos órgãos envolvidos tanto na direção como na administração dos serviços prestados envolvendo a competência da Receita Federal do Brasil e as responsabilidades referentes a Agencia Nacional de Aviação Civil. Este exemplo de caso prático já ocorrido durante o serviço aduaneiro, pretende despertar a atenção para a necessidade de colaboração mútua entre os dois órgãos em favor da segurança do espaço aéreo brasileiro. É preciso chamar a atenção a respeito do perigo que pode gerar a proliferação de drones e aeromodelos pelo espaço aéreo sem a devida regulamentação. Este perigo tem causa na falta de uma distinção precisa de conceito entre o que é uma aeronave e o que é um aeromodelo. Portanto, a proposta é que a COANA emita uma instrução normativa para que a fiscalização seja mais rigorosa na liberação de aeromodelos no Brasil. Para isso, é importante que haja uma constante interpelação a ANAC para defina os aeromodelos que não são considerados drones. Teríamos mais segurança na fiscalização e consequentemente receberemos maior proteção ao nosso espaço aero. Assim, constatamos que na prática, não é de todo simples identificar um aeromodelo e afirmar que este não exerce a função atribuída aos drones. Neste sentido, torna-se imprescindível a realização de treinamentos para que o Auditor-Fiscal possa identificar adequadamente o equipamento e proceder ao correto tratamento tributário e administrativo. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
5 1. Decreto n , de 5 de fevereiro de Portaria DAC n 207/STE, de 7 de abril de IN RFB 1.059, de ulado, acesso em 15/08/2014.
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