Proposta de definição do âmbito
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- Rodrigo Ramires Vieira
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1 Curso de Engenharia do Ambiente, FCT-UNL Avaliação de Impactes Ambientais, 2005/6 Novo Aeroporto de Lisboa Proposta de definição do âmbito AMBIMPACTUS, S.A.: Ana Teresa Barbosa < > Carlos Netto < > Pedro Baptista < > Junho / 2006
2 Parte I Proposta organizativa e financeira 1. Metodologia de trabalho O desenvolvimento do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) proposto na parte II é estimado que demore cerca de um ano e um mês. O faseamento do trabalho é representado no seguinte cronograma: Figura 1. Cronograma representativo do faseamento do trabalho proposto. Pretende-se que ao longo do processo haja um acompanhamento tanto da parte da Comissão de Avaliação como do proponente ALTOSVÔOS. Para tal, deverão ser agendadas duas reuniões: uma primeira reunião antes do início dos trabalhos de campo; e outra antes da submissão da Proposta de Definição do Âmbito (PDA) ao Instituto do Ambiente. Contudo, deverão ser marcadas reuniões sempre tal seja necessário. 2. Documentação a fornecer pelo cliente Requisita-se à ALTOSVÔOS os estudos realizados sobre as características técnicas das três opções em estudo. 3. Orçamento e proposta de pagamento A elaboração deste estudo terá um custo total de euros (valor sem IVA). O pagamento do EIA é faseado da seguinte forma: - 30% após a avaliação da metodologia pela comissão de avaliação; - 30% após a entrega dos estudos dos descritores: Geomorfologia e Geologia, Sistemas ecológicos, Paisagem, Património e Planeamento e Uso do solo; - 40% na entrega do EIA.
3 Parte II Proposta de definição do âmbito (PDA) 1. Identificação e descrição sumária do projecto A saturação do aeroporto da Portela prevê-se por volta de 2015, por intermédio de beneficiações realizadas através do Plano de Investimentos da ANA (PARSONS FCG, 2004). Em resposta à empresa pública ALTOSVÔOS, encarregue do desenvolvimento do projecto do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) surge esta proposta de definição de âmbito que pretende estudar três opções de localização de forma a permitir a escolha final da melhor alternativa. O PROTAML considera que a criação de uma Plataforma Logística Inter modal associada ao NAL impulsionará a linha estratégica global de constituir Portugal como uma grande Plataforma Atlântica de ligação à Europa enunciada no PNDES (NAER, 1999). Outros projectos poderão estar associados: acessibilidade (projecto do TGV); energética (desenvolvimento na zona da Rede Eléctrica Nacional) e saneamento (rede abastecimento, tratamento de águas e gestão de resíduos). Nas duas opções de localização não existem áreas sensíveis (pela definição do art. 2.º do D.L. n.º 69/2000). Ota. Concelho de Alenquer e Azambuja a localização é ocupada parcialmente pela Base Aérea n.º 2, desactivada desde 1992 mas mantendo um centro de instrução, e espaços agrícolas com algumas quintas isoladas. Com a afectação directa prevê-se o realojamento de cerca de 75 famílias (EPIA, 1999). O local está bem servido relativamente à rede de auto-estradas. Portela. Concelho de Loures numa abordagem, a área de implantação corresponde à do actual aeroporto, de cerca de 495 ha (PARSONS FCG, 2002). Por outro lado, se se equacionar uma ampliação, esta irá incidir sensivelmente para Nordeste do AT1 (NAER, 1999). 2. Alternativas do projecto As três alternativas diferem essencialmente ao nível da localização e dimensão: - Opção zero manutenção do aeroporto na Portela, permanecendo nos limites actuais e seguindo a recomendação do consultor ADP; - Opção um transferência do aeroporto para a Ota, tendo por pressuposto os resultados dos estudos complementares realizados em 2005 pela PARSONS FCG; - Opção dois ampliação do aeroporto na Portela, nas condições propostas pelo consultor ADP. 1
4 Tabela 1. Características essenciais das três opções segundo a NAER (1999) e a PARSONS FCG (2005). Capacidade de passageiros (mppa) Capacidade (mov/h) Posições de estacionamento de passageiros Observações Opção 0 Portela sem ampliação Opção 1 Ota Opção 2 Ampliação da Portela 12, (Capacidade máxima) 40 - Extensão da aerogare para Norte através de um pier com 8 pontes de embarque - Relocalização do actual terminal de carga 79 (Capacidade ponderada) 42 portas de acesso directo + 18 posições remotas - Encerramento do Aeroporto da Portela - 2 pistas paralelas com orientação 01/19 - Um complexo terminal (terminal centralizado, respectivos piers e um satélite remoto) Aumento da capacidade da pista principal 03/21 - Possível supressão da pista 17/35 - Processamento de passageiros e bagagens em instalações dedicadas - Relocalização do actual terminal de carga 3. Questões significativas A tomada de decisão irá estar dependente de algumas questões-chave. O EIA a desenvolver deverá, na medida do possível, fornecer a informação necessária que permita responder capazmente a cada uma das questões identificadas: - Existem impactes significativos? Existem impactes significativos em descritores de grande relevância como o Ruído, Qualidade do Ar, etc.? Prevê-se, em algum descritor, uma situação de incumprimento legal? - Qual das três opções estudadas tem, na globalidade, um menor impacte ambiental? - Qual das três opções estudadas tem um menor impacte social? Qual o impacte ao nível da qualidade de vida das populações? - Qual das três opções estudadas envolve menos custos (financeiros)? - Qual a real necessidade para a economia portuguesa da ampliação do aeroporto da Portela ou da construção de um novo aeroporto na Ota? Que prejuízo se incorre ao manter o funcionamento regular da Portela? - Alguma das opções tem impactes significativos, sendo contudo razoável avançar com essa opção pelos benefícios económicos ou sociais que possa originar? 2
5 4. Metodologia de caracterização do ambiente e previsão de impactes Após a análise dos documentos disponíveis no site da NAER ( identificaram-se os principais impactes e estudos em falta de cada descritor (ver figura 2 e 3). No seguinte esquema são também referidas as metodologias gerais destes estudos. De referir ainda que, para cada descritor será estudado extensivamente a aplicação de medidas minimizadoras, incluindo o respectivo custo-eficácia. 3
6 Figura 2. Resumo dos principais impactes, estudos a realizar e respectivas metodologias para cada descritor ambiental. 4
7 (Cont.) Ruído Sistemas ecológicos Flora e comunidades vegetais Fauna terrestre PRINCIPAIS IMPACTES Perda de qualidade de vida das populações Impacte na espécie Leuzea longifolia Destruição de habitats ESTUDOS A REALIZAR Extensão do âmbito deste descritor para o ruído rodoviário e actividades associadas ao aeroporto Actualização do estudo relativo à Ota e elaboração do da Portela METODOLOGIA Levantamento das fontes emissoras e das populações afectadas Previsão do ruído de tráfego aéreo através do programa TAER Análise da acústica ambiente através do SOUNDPLAN Biologia aquática Comunidades e fragmentação de habitats Destruição de montado de sobro Descrição do território paisagístico potencialmente afectado Etapa de valoração Risco de colisão de aeronaves com aves Paisagem Património histórico-cultural e paleontológico Planeamento e uso do solo Risco de acidente Perda de valor estético e de características naturais Degradação de recursos patrimoniais de interesse Crescimento desordenado e expansão urbana desregrada Actualização do estudo relativo à Ota e elaboração do da Portela Levantamento do património da área de ampliação da Portela (opção 2) Descrição e evolução da ocupação do solo e utilização de infraestruturas Caracterização do afastamento Avaliação da afectação do valor Avaliação da reversibilidade Caracterizar os locais na envolvente que podem ser afectados quanto aos instrumentos de OT que vigoram, as acessibilidades e ocupação do solo Fazer um exercício de previsão da evolução para as três opções Saturação das infraestruturas de transporte Sócio-economia Realojamento de pessoas Ganho/Perda de qualidade de vida Crescimento económico Aumento da oferta de emprego Quantificação dos custos sociais Caracterização das expectativas das populações passíveis de serem mais afectadas Estudo de crescimento económico e oferta de emprego Estudos demográficos Questionário Legenda Relativo à Portela (opção 0 e 2) Relativo à Ota Relativo à Portela e à Ota Figura 3. Resumo dos principais impactes, estudos a realizar e respectivas metodologias para cada descritor ambiental (continuação). 5
8 5. Metodologia de avaliação de impactes Para uma eficiente comparação das alternativas propomos: - Recorrer a uma matriz de Leopold para cada opção, sendo esta dividida por áreas de intervenção (ex.: ambiente, operações aéreas ), as quais terão discriminadas todas as acções a realizar. Para cada acção será aplicada uma escala de 1 (impacte não significativo) a 10 (impacte muito significativo) conjugada com um + (impacte positivo) ou (impacte negativo). Na avaliação de cada impacte será considerado: extensão/território afectado, escala temporal, valores afectados, clareza, objectividade e coerência de critérios. - Obter por ponderação um valor geral de impacte para de cada uma das seguintes componentes, de forma a obter-se um único valor de impacte global para cada alternativa (NAER, 1999): Operações aéreas (trajectórias de chegada e partida, aproximações, descolagens, espaço aéreo, obstáculos, ventos e visibilidade) 300 pontos; Acessibilidades terrestres (tempos médios de acesso) 120 pontos; Ambiente 250 pontos; Ocupação dos solos 80 pontos; Potencial de desenvolvimento 40 pontos; Custos de investimento 100 pontos; Riscos da realização 50 pontos; Custos de exploração 60 pontos. - A nível decisório podem então tirar-se as conclusões necessárias. 6. Plano de monitorização Há cinco componentes com necessidade de monitorização qualidade do ar, qualidade da água superficial e subterrânea, meteorologia e ruído. Ao nível dos estudos propostos apenas vão ser equacionados o ar, a água e o ruído. Aquando da exploração, vai-se também monitorizar periodicamente a qualidade da água superficial e subterrânea, e o ruído. Os períodos de amostragem, bem como os parâmetros, serão objecto de estudo do EIA. Caso venha a ser tomada a opção pela Ota, será necessária a implantação de uma estação de qualidade do ar e outra meteorológica. 7. Recursos para o EIA A equipa que irá desenvolver o EIA reúne um grupo interdisciplinar, sendo que existe um responsável por descritor. O projecto será dirigido e coordenado pelo Dr. Ambrósio Antunes, formado em Engenharia do Ambiente e Doutorado em Avaliação de Impactes Ambientais. Para o apoio à coordenação do estudo, a equipa conta a presença do Dr. 6
9 João Ratão e do Mestre André Figueiras. A tabela seguinte indica o responsável e respectiva formação para cada descritor. Tabela 2. Ficha técnica proposta para o EIA. Responsável Formação Descritor Responsável Formação Descritor Dr. Josefino Sarrazedo Geologia Geomorfologia e geologia Dr.ª Cátia Paulina Biologia Ecologia Mestre Carlota Joaquina Geologia Casualidade sísmica Arq. Joaquim Paixão Arquitectura Paisagem Eng. José Manuel Arado Agronomia Solos Dr. Herberto Fóssil Arqueologia Património Dr. Avelar Piriquito Ambiente Recursos hídricos subterrâneos Eng.ª Maria da Horta Ordenamento do território Planeamento e uso do solo Dr.ª Manuela dos Rios Ambiente Hidrologia e qualidade da água Dr. Lucínio Cifrão Economia Sócioeconomia Dr.ª Ana Mouco Ambiente Ruído Dr. Antunes Gavião Ecologia Risco de colisão com aves O laboratório a utilizar para efectuar as análises necessárias (água, solo, ar, etc.) será o Laboratório de Investigação Ambiental, certificado pelo IPQ como laboratório de referência. Referências bibliográficas PARSONS FCG, 2004, Estratégia de Desenvolvimento da Capacidade do Aeroporto da Portela (Parte 1) NAER, 1999, Processo de Decisão da Localização do Novo Aeroporto Opções para o Desenvolvimento do Aeroporto na Ota Relatório de Progresso EPIA (1999) Estudo Preliminar de Impacte Ambiental PARSONS FCG, 2002, Análise do Encerramento do Aeroporto da Portela e Plano de Relocalização e Gestão Preliminar do Aeroporto PARSONS FCG, 2005, Estudos Complementares Sumário Executivo 7
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