HISTÓRIA DO POVO NA REVOLUÇÃO PORTUGUESA

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1 HISTÓRIA DO POVO NA REVOLUÇÃO PORTUGUESA

2 RAQUEL VARELA HISTÓRIA DO POVO NA REVOLUÇÃO PORTUGUESA

3 Dedico este livro ao historiador Valério Arcary, com quem aprendi a centralidade da teoria na história das revoluções. Aprendi também com ele a não ter medo de voltar atrás quando as evidências empíricas nos obrigam a começar de novo. A sua coragem intelectual é para mim um exemplo.

4 AGRADECIMENTOS Este livro não teria sido possível, em primeiro lugar, sem a ajuda do Alejandro Lora, meu aluno de Erasmus, que durante meses fez uma pesquisa exaustiva dos conflitos sociais na Revolução Portuguesa. A sistematização desta recolha foi feita pela investigadora Joana Alcântara, num trabalho pormenorizado que elencou as greves, manifestações, movimentos operários e sociais durante aqueles 19 meses. Quero agradecer também a todos os colegas que me ampararam por vezes com artigos, referências, dados, outras vezes com críticas essenciais, em particular, e sem qualquer ordem especial, a Miguel Pérez, Jorge Fontes, Marcelo Badaró Mattos, Alberto Carrillo-Linares, Encarnación Lemus, Ángeles González, Marcel van der Linden, Felipe Abranches Demier, Renato Guedes, Ana Rajado, Carlos Pratas, Sara Granemann, Cleusa Santos, António Louçã, Rivânia Moura, José Babiano, Rui Bebiano, Natércia Coimbra, Giulia Strippoli. E também as preciosas ajudas dos entrevistados, cujos nomes menciono ao longo do livro. Agradeço a disponibilidade da Hemeroteca Municipal de Lisboa, do Arquivo da RTP, do Arquivo Histórico das CCOO (Fundação 1. o de Mayo, Madrid), do arquivo do Centro de Documentação 25 de Abril, do arquivo do Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amílcar Cabral, e do Arquivo Internacional de História Social (Amesterdão). As despesas de deslocação aos arquivos foram suportadas pelo projeto La Transición Ibérica. Portugal y España. El Interés Internacional por la Liberalización Peninsular ( ) (HAR ) e pelo projeto História das Relações Laborais em Portugal e no Mundo Lusófono (PTDC/ /EPH-HIS/3701/2012). Um agradecimento destacado aos meus editores, Eduardo Boavida e João Santos, bem como a toda a equipa da Bertrand. Finalmente, obrigada ao Instituto de História Contemporânea da FCSH da UNL e ao Instituto Internacional de História Social, onde tenho desenvolvido todas as minhas pesquisas. 9

5 * Quero agradecer ainda à minha família e à Guida Jorge, que têm ajudado a cuidar do Manuel e do David com um amor franco e cheio, permitindo que uma mãe às vezes ausente signifique para eles ganhar ainda mais afetos e educação; aos meus amigos, que são muitos são eles que tornam tudo mais alegre, mais solidário. A minha gratidão ao António Simões do Paço, pela revisão científica do livro. Tenho a sorte de ele ser meu marido, um encontro de imenso amor, que é todos os dias um desafio intelectual, sem o qual não teria feito este livro. A sua audácia, os seus princípios inabaláveis, a ímpar dignidade moral são a razão de ser daquilo que de mais consistente fiz na vida. Espero que os nossos filhos compreendam a imensa sorte que é ter um pai assim. Porque eu, como sua mulher, nunca duvidei. 10

6 PREFÁCIO Militávamos na luta contra a ditadura militar brasileira quando, em 25 de abril de 1974, a Revolução dos Cravos nos achou de surpresa. Amantes das revoluções que se perdiam pelo mundo, vivíamos mergulhados na era demente das contrarrevoluções. Mas a tenebrosa ditadura brasileira não poderia impedir completamente as notícias que chegavam de Portugal: os militares haviam deposto a ditadura salazarista. A espetacular notícia revigorava-nos: se ruiu a ditadura em Portugal, isso injetava ânimo na nossa luta para derrubar a ditadura brasileira, combinando ações legais, semilegais e clandestinas, da mesma forma que também atuavam as oposições em Portugal. A classe trabalhadora, os distintos partidos e agrupamentos de esquerda, os sindicatos de oposição e de classe, a juventude, a luta anticolonial e os movimentos de libertação na África Negra, etc., todos acabaram por provocar a derrocada cabal da ditadura salazarista. Mas tínhamos também muitas dúvidas sobre o que se passava em Portugal. Primeiro, porque pelas bandas do Brasil tudo o que se noticiava era profundamente censurado e adulterado. Segundo, e mais inquietante, como seria possível crer numa revolução a partir dos quartéis, quando no Brasil estes se haviam convertido em espaços do terror, geradores de um poder autocrático (um verdadeiro poder semibonapartista armado) praticante dos binómios ditadura/acumulação, repressão/internacionalização, tortura/monopolização, cujo objetivo basilar era destruir os movimentos de classe anticapitalistas para preservar e expandir o destrutivo sistema do capital? Mas tínhamos também outras motivações e sentimentos auspiciosos: será que a Revolução dos Cravos seria o sinal de um novo ciclo revolucionário na Europa, derrotada desde os levantamentos de 1968 pelo controle social da produção? 11

7 São respostas que a leitura deste belo livro da historiadora social marxista Raquel Varela nos ajuda a responder, 40 anos depois. E, com isso, recordar um dos momentos mais expressivos da luta anticapitalista na antevéspera do flagelo neoliberal. Raquel Varela é, desde logo, uma das mais brilhantes críticas sociais de Portugal dos nossos dias. Historiadora jovem, não viveu diretamente a Revolução dos Cravos, o que torna sua reconstituição e revisão historiográfica especial, pois a leitura de seu livro frequentemente se apresenta como uma cronologia própria daqueles que escrevem sobre algo que vivenciaram. Historiadora filha da Revolução de Abril, ela já é responsável por uma vastíssima (e sempre muito qualificada) produção em Portugal e no exterior e é também do tipo de historiadora que mergulha no objeto de corpo e alma, para depois reconstituí-lo com rigor e acuidade. Não faz esse movimento, entretanto, como uma investigadora neutra. Pelo contrário, combina seu olhar atento e crítico com um cuidado objetivo típico da melhor historiografia marxista. Que seu livro gerará polémicas, discordâncias, contraposições, críticas duras éo que se espera de um trabalho onde a classe trabalhadora, em sentido amplo, está no centro da investigação. *** Raquel Varela demonstra que a Revolução dos Cravos só se torna compreensível se articularmos densamente os seguintes movimentos: 1) As lutas no continente africano pela independência (e dentro deles o papel dos trabalhadores, especialmente rurais) e a consequente corrosão na hierarquia militar em Portugal, decorrente da barbárie da guerra pelo domínio neocolonial e pelo decisivo levantamento dos jovens capitães (MFA) que empunharam os principais sentimentos populares da nação espoliadora para fora e também para dentro; 2) O papel central da classe trabalhadora em Portugal, depois de décadas de vigência de uma ditadura atroz e brutal. Destaca a autora o protagonismo desta classe e em particular do 12

8 operariado industrial nas greves, ocupações, autogestão, caminhando para a constituição de facto de um dualismo de poder e, um elemento analítico chave neste livro, a existência de controlo operário que determinou a impossibilidade da governação frente-populista que agremiava PS, PCP, PPD e MFA. Assim, o livro de Raquel Varela oferece um belo desenho desse período tão emblemático. Nas suas palavras: «Há poucos períodos na história (...) com a riqueza histórica da dimensão a que chegou este controlo no biénio em Portugal. Encontram-se casos semelhantes no biénio rosso em Itália em ou nas revoluções russas de 1905 e 1917 e, por exemplo, mais recentemente, nos cordões industriais chilenos de » A riqueza de informações há sempre uma detalhada cronologia dos acontecimentos operários e uma utilização ampliada de fontes, depoimentos, relatos, documentos demonstra que o frequentemente menos visível no real da Revolução de Abril está presente no dualismo de poderes instaurado nas ações concretas da classe trabalhadora: «A revolução portuguesa foi assim marcada pelo protagonismo político de um poderoso movimento operário e social parte essencial da definição do próprio conceito de revolução que atingiu todos os sectores da sociedade portuguesa, em particular o movimento operário, mas não só. Para além dos trabalhadores diretamente ligados à produção de valor, e particularmente os operários industriais e assalariados agrícolas, a revolução portuguesa caracterizou-se por conflitos sociais muito radicalizados entre os estudantes, o moderno sector laboral dos serviços, o sector informal, uma ampla participação das mulheres e os sectores intermédios e de base das forças armadas. A conflitualidade social em Portugal em teve uma amplitude nacional.» Greves, manifestações, ações coletivas, que, como quase sempre, ocorrem nestes períodos onde tudo está em suspensão e pode perecer, que frequentemente avançavam em relação aos organismos tradicionais de representação das forças sociais do trabalho, como sindicatos e partidos, que acabavam não poucas vezes a reboque, quando não contrários às ações consideradas pela ordem como «selvagens». 13

9 Saindo de um período de trevas, foi essa fase de lutas sociais agudas que permitiu a montagem de um Estado com conquistas sociais que perduraram até recentemente e que a génese e atual vigência do neoliberalismo na Europa e em Portugal procuram raivosamente destruir. Combinando (naqueles momentos excecionais da história) ações fundamentais, a revolução só pode ser compreendida pela eclosão da luta anticolonial, conjuntamente com as ações de resistência em Portugal e nas colónias, abrindo o ciclo de resistência e revolução. Mais do que um movimento de capitães, ela se insere também nas divisões existentes dentro das classes dominantes, no desgaste da guerra colonial num período de crise económica profunda, a chamada crise do petróleo de 1973, além da crise política e militar. Sua síntese é clara: «Compreendê-la, do ponto de vista historiográfico, implica recentrá-la na sua dimensão real, ou seja, recuperar, investigar, conhecer, catalogar os conflitos sociais. E relevar como protagonistas os sujeitos sociais (classes e suas frações), em alternativa a uma abordagem que olha a história pelo prisma dos sujeitos representativos (elites), procurando dessa forma eliminar do desenvolvimento social a noção de conflito coletivo.» Quarenta anos depois da Revolução de Abril, que mundo temos? Na Europa (para não falar aqui de outros continentes), além de Portugal, os exemplos da Espanha, Grécia, Itália, Inglaterra, etc., todos esses países vivem a tragédia da desertificação neoliberal. Mas todos eles e tantos outros já se adentraram numa nova era de rebeliões à escala global. Os levantamentos sociais não param de aflorar e quando se reduzem em países ou regiões, renascem em tantas outras partes. Transformar a era das rebeliões numa era das revoluções tornou-se um imperativo vital do século XXI. E relembrar a história da Revolução de Abril, nas suas complexidades, como faz Raquel Varela, é parte dessa batalha neste nosso atormentado século XXI. Ricardo Antunes 1, dezembro de Ricardo Antunes é sociólogo, autor de Os Sentidos do Trabalho, Coimbra, Almedina,

10 INTRODUÇÃO: PORQUÊ UMA HISTÓRIA DO POVO? A revolução mudou profundamente o País. Alguns dos seus resultados continuam presentes na educação, na saúde, na segurança social, no lazer e espaços coletivos de quem cresceu no Portugal depois de Abril. Mas a revolução não mudou de forma duradoura as relações de produção. O Estado recompôs-se, o regime equilibrou-se, e os governos sucederam-se à margem do envolvimento das pessoas, que caracterizou aquele biénio Porém, essas pessoas mudaram. Quem fez a revolução, porque já cá estava, porque veio de longe trazendo na bagagem o romantismo das revoluções, porque se recusou a combater na guerra, porque exigiu definir onde ficava a creche, como estavam as contas das empresas, porque geriu o conselho diretivo, porque aprendeu o significado da democracia direta, uma democracia homem a homem, face a face, de um voto de mão erguida, nas comissões de moradores, comités de luta, terras ocupadas, comissões de trabalhadores, assembleias de soldados, reuniões gerais de trabalhadores ou estudantes. Estas pessoas não mudaram tudo. Mas terem feito a revolução mudou-as para sempre. A história da Revolução Portuguesa, como a história de qualquer revolução, é a história do Estado e da construção de um poder paralelo a esse Estado, dos que já não conseguem governar como governavam e dos que já não aceitam ser governados da mesma forma. Este livro trata de uma parte da construção desse poder paralelo, dos que já não «querem ser governados» como eram. Nunca na história de Portugal os trabalhadores tiveram tanta consciência de o ser e tanto orgulho em sê-lo: «Só há liberdade a sério quando houver a paz, o pão, a habitação» 1, cantava-se. Meses 1 Canção de Sérgio Godinho. 15

11 depois do fim da revolução que nem todos tinham percebido que tinha acabado ainda havia jornalistas portugueses e estrangeiros a ir às fábricas do País «à procura do socialismo», desse país da Europa Ocidental que tinha inscrito na Constituição a construção de uma «sociedade sem classes». Apesar da propalada divisão entre «o povo e os trabalhadores», agarrada por um lado a um obreirismo pueril e por outro à construção de agrupamentos socioprofissionais supostamente divididos entre aquilo que seriam trabalhadores e a pequena burguesia (o que foi instrumental na construção dos partidos e dos sindicatos), a revolução portuguesa tem como protagonistas centrais a gente-que-vive- -do-trabalho 1, dos seus filhos, das suas famílias. Trabalho intelectual e manual, feminino e masculino, formado ou não. Ao fazermos a cronologia da revolução, pela primeira vez centrada exclusivamente nas greves, manifestações e ocupações, de fábricas, empresas e casas, chegamos a uma periodização da Revolução de Abril distinta daquela que era até agora apresentada, e que tinha como ponto de partida as datas dos golpes e as mudanças de governos provisórios. O ângulo da análise sai, neste livro, das instituições para o campo social. Questionamos a ideia de que haveria uma simbiose entre Revolução e Estado depois do 11 de Março de Colocamos como hipótese que o 11 de Março de 1975 é fruto da extensão neste livro detalhada do controlo operário, que é muito diferente dos processos de autogestão. E que a queda do V Governo não é o fim da revolução, mas justamente o início da crise revolucionária, ou seja, o momento em que os de cima (MFA, PPD, PCP, PS, coligados ou não) deixaram de «conseguir governar», sendo que os de baixo já, desde abril de 1974, tinham mostrado «não querer ser governados». Estado e Revolução nunca estiveram juntos em A Revolução construiu-se contra o Estado. Na última década surgiram com ampla divulgação as people s histories, depois de Howard Zinn ter tido um súbito e inesperado êxito com a sua obra A People s History of the United States 2. Tratar-se-ia de 1 Sobre o conceito de quem-vive-do-trabalho ver Antunes, Ricardo, Os Sentidos do Trabalho, Coimbra, Almedina, Zinn, Howard, A People s History of the United States, Nova Iorque, Perennial (Harper Collins),

12 algo diferente da clássica história social, seria algo mais como uma história dos «de baixo», como lhe chamou Hobsbawm. Howard Zinn disse que as histórias do povo seriam como «a voz do povo», a voz dos que não tiveram voz. Chris Harman, autor de A People s History of the World 1, chamou-lhe o «arcaboiço da sociedade». Porém, dúvida que se ergue de imediato: não é o povo todo o povo de um país? Não, as people s histories são a história, se quiserem, do povo revolucionário, rebelde, resistente, dos que desafiam a ordem estabelecida, que em geral é uma desordem de desemprego, subnutrição, analfabetismo e ignorância, repressão aos trabalhadores, conscrição para a guerra... Os leitores encontram nesta História do Povo na Revolução Portuguesa uma história dos resistentes, dos «sem voz», daqueles que habitualmente não ficam na história, soterrados por decretos, declarações diplomáticas, jogos de bastidores e lutas políticas. Não encontrarão aqui uma história da guerra colonial, mas a história da resistência ao trabalho forçado ou a história da resistência à guerra. Não descobrirão aqui a história da queda dos governos provisórios, mas a história do controlo operário que levou à queda da coligação que tentou governar aquele estranho povo da Ibéria que não se deixava governar, mas que estava a aprender, pela primeira vez, a governar-se a si próprio; não lerão aqui a indispensável história dos partidos políticos, mas sim a dos trabalhadores, em sentido amplo; não poderá aqui o leitor encontrar a história das relações diplomáticas tão intensa à época, mas estarão aqui as referências aos movimentos de solidariedade entre países feitos pelos «de baixo». Os autores que até hoje consagraram a sua investigação às histórias do povo distinguem-se porém claramente daqueles que veem no povo uma multidão espontânea e desorganizada. Este livro inspira-se num conceito amplo de classe trabalhadora que é radicalmente distinto do conceito de multidão, na medida em que se privilegia a história das organizações de base dos trabalhadores, as quais estão intimamente ligadas ao papel dos dirigentes e dos partidos políticos, 1 Harman, Chris, A People s History of the World, London-Sidney, Bookmarks,

13 cuja análise, não sendo aqui feita de forma exaustiva, é por nós identificada como fundamental para explicar a dinâmica do processo revolucionário. Uma história total, ambicionada por todos, não é só a história dos resistentes. Mas não pode ser feita sem a história dos resistentes. Dos que não aceitaram as ordens sem primeiro as contestar, discutir e votar. E assim elas deixaram de ser ordens e passaram a ser aquilo que foram em grande medida no biénio de : decisões coletivas sobre a forma como uma sociedade quer viver. Raquel Varela, dezembro de

14 Sei que estás em festa, pá Fico contente E enquanto estou ausente Guarda um cravo para mim Eu queria estar na festa, pá Com a tua gente E colher pessoalmente Uma flor no teu jardim Sei que há léguas a nos separar Tanto mar, tanto mar Sei, também, quanto é preciso, pá Navegar, navegar Lá faz primavera, pá Cá estou doente Manda urgentemente Algum cheirinho de alecrim «Tanto Mar», Chico Buarque, Letra original proibida pela censura no Brasil, publicada apenas em Portugal.

15 «O POVO JÁ NÃO TEM MEDO» «O Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas constata que a população civil não está a respeitar o apelo já efetuado várias vezes para que se mantenha em casa.» 1 Comunicado do MFA, 25 de abril de 1974 «Isto é o povo, isto é o povo, isto é o povo!» Praça de São Bento, 13 de novembro de É aqui que estão sequestrados a Assembleia Constituinte e o Governo, cercados por uma massa de quase cem mil pessoas, na sua maioria operários da construção civil. O cenário é quase irreal: estamos na Europa, na solarenga Lisboa, capital desproporcionalmente grande de Portugal, último império colonial da história. Ao Palácio de São Bento e ao primeiro-ministro não chega nem alimentação, nem cobertores, a não ser por helicóptero. Cá fora, uma gigantesca manifestação de trabalhadores, que se acotovelam e se erguem, literalmente, uns por cima dos outros nas escadarias do palácio, com bandeiras vermelhas e faixas, gritando palavras de ordem. De repente vê-se um camião de cimento a entrar e descer a praça. A betoneira atravessa a massa de manifestantes que cercam a Assembleia que, com sorrisos e punhos erguidos, se afastam para deixá-la passar. Em cima, dois homens. Um deles, de calças de ganga, camisa aberta, cigarro na boca, sorri triunfante para a multidão. Com uma mão agarrada à betoneira e outra erguida, grita junto com os manifestantes: «Isto é o povo! Isto é o povo! Isto é o povo!» 2 Quando decide suspender o Governo de funções, uma semana depois do cerco à Assembleia Constituinte, a 20 de novembro de 1975, o almirante Pinheiro de Azevedo, primeiro-ministro do 1 Os Comunicados do 25 de Abril. CD25A. In wakka=mfa1, consultado a 7 de março de Filme Cenas da Luta de Classes, de Robert Kramer,

16 VI Governo Provisório (ao fim de 16 meses de revolução já tinham caído cinco governos!), no seu estilo frontal e indiscreto, bonacheirão, confessa a desautorização do Estado, respondendo, visivelmente irritado, a uma jornalista que o questionara sobre a situação militar: «A situação, tanto quanto eu sei, continua na mesma: primeiro fazem-se plenários e depois é que se cumprem as ordens!» 1 Estávamos no meio de uma situação clássica de duplo poder os de cima «já não podiam» e os de baixo «já não queriam», refletida na desautorização do poder estatal, política e mesmo fisicamente cercado. Foi provavelmente o momento da revolução portuguesa mais próximo da insurreição, ou seja, aquele momento das revoluções em que o deslocamento do Estado, a tomada de poder sob a direção dos trabalhadores é possível 2. Pidjiguiti, Guiné-Bissau, colónia portuguesa na costa ocidental africana, 16 anos antes. Bissau era servida pelo porto de Bissau para a marinha mercante e, logo ao lado deste, pelo porto de Pidjiguiti, para os barcos de pesca e cabotagem, isto é, a navegação dentro da Guiné. A 3 de agosto de 1959 começa uma greve nas Oficinas Gerais que se espalha por todo o cais de Pidjiguiti. Entre outros, participam na greve os marinheiros do serviço de cabotagem, como os da Casa Gouveia, ligados ao poderoso Grupo CUF (Companhia União Fabril), o maior conglomerado industrial português. À greve respondem as autoridades portuguesas com uma repressão brutal, como relatou o padre franciscano Pinto Rema: Os insubordinados dispõem de remos, paus, barras de ferro, pedras e arpões. As duas partes em confronto não cedem, não dialogam. No primeiro recontro, os dois chefes da polícia, Assunção e Dimas, são selvaticamente agredidos, depois de terem disparado para o ar. Da refrega saem 17 guardas feridos. A polícia perde o autodomínio e começa a atirar a matar em força, sem quaisquer considerações. No fim há uns 13 a 15 mortos espalhados no Cais de Pidjiguiti. Mais 1 Arquivo da RTP. Consultado a 19 de janeiro de Arcary, Valério. As Esquinas Perigosas da História. Situações Revolucionárias em Perspetiva Marxista, São Paulo, Xamã,

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