TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL PODER JUDICIÁRIO RECIBO DO PROTOCOLO PETICIONAMENTO INICIAL - PRIMEIRO GRAU

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1 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL PODER JUDICIÁRIO RECIBO DO PROTOCOLO PETICIONAMENTO INICIAL - PRIMEIRO GRAU Dados Básicos Foro: Maracaju Processo: Classe do Processo: Execução de Título Extrajudicial Assunto principal: Contratos Bancários Data/Hora: 02/12/ :36:42 Partes Exequente: Executado: Executado: Executado: Banco Bradesco S/A Empório do Pão Caseiro Ltda -ME. ANDRÉ LUIZ DA SILVA HADLICH SANDRA MARIA MAGNAN Documentos Petição*: Petição*: Procuração: Contrato Social: Contrato Social: Contrato Principal (objeto da ação): Contrato Principal (objeto da ação): Planilha de cálculo: Guia de Recolhimento Judicial - GRJ: 1. PETIÇÃO INICIAL_parte_1.pdf 1. PETIÇÃO INICIAL_parte_2.pdf 2. PROCURAÇÃO E SUBSTABELECIMENTO.pdf 3. ESTATUTO SOCIAL_parte_1.pdf 3. ESTATUTO SOCIAL_parte_2.pdf 4. CONTRATO_parte_1.pdf 4. CONTRATO_parte_2.pdf 5. PLANILHA DE DÉBITO.pdf 6. CUSTAS.pdf

2 EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE MARACAJU - MS BANCO BRADESCO S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n / , com sede na Cidade de Deus, S/N, Vila Yara, CEP , na cidade de Osasco-SP, com endereço eletrônico intimacao.braadv@ernestoborges.com.br, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por meio dos advogados infra -assinados, que recebem as intimações em seu escritório profissional no endereço constante do rodapé desta, com fulcro nos artigos 26 e seguintes da Lei nº /04, propor EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL Em face de EMPÓRIO DO PÃO CASEIRO LTDA ME, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n / , com sede situada na Rua Barão do Rio Branco, n. 881, Cent ro, CEP , na cidade de Maracaju - MS e seus intervenientes garantidores ANDRÉ LUIZ DA SILVA HADLICH, brasileiro, casado, empresário, inscrito no CPF sob o n , residente e domiciliado na Rua Maurílio da Rosa, n. 80, Jornada 610, CEP: , e SANDRA MARIA MAGNAN, brasileira, casada, autônoma, inscrita no CPF sob o n , residente e domiciliada na Rua Antonio de S. Marcondes, n (4130-D.E.F), Centro, CEP , ambos na cidade de Maracaju - MS, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:

3 I - FATOS Em 11/05/2015, as partes executadas firmaram perante a Exequente à Cédula de Crédito Bancário Empréstimo Capital de Giro n , no valor financiado de R$ ,29 (cinquenta e seis mil, novecentos e sessenta e seis reais e vinte e nove centavos), para pagamento em 36 (trinta e seis) parcelas mensais, cada qual com o valor de R$ 2.302,66 (dois mil, trezentos e dois reais e sessenta e seis centavos), com o primeiro vencimento em 11/06/2015 e o último vencimento em 11/05/2018. Ocorre que as partes executadas, encontram-se inadimplentes desde a 13ª prestação vencida em 11/06/2016, constituindo-se em mora perante o Exequente, ocasionando o vencimento antecipado do pacto, restando, por decorrência lógica, indubitável a configuração da correlata inadimplência, uma vez que, não honraram com o pagamento da dívida. Ao não saldarem os valores que lhe foram creditados, as partes executadas contraíram perante a instituição financeira, uma dívida detalhada conforme o quadro abaixo e demonstrativo de evolução da dívida anexo: Contrato Produto Data da Liberação Data Base Valor Cédula de Crédito Bancário 11/05/ /12/2016 R$ ,08 TOTAL R$ ,08 (quarenta e sete mil, trezentos e dezenove reais e oito centavos).

4 Torna-se necessário clarificar que os encargos utilizados para o esboço da importância devida estão em plena conformidade com o que restou pactuado no contrato, que fora devidamente assinado pelas partes, que inquestionavelmente tiveram ciência prévia de suas obrigações, restando assim, injustificado o correlato inadimplemento. Apesar do intuito e das tentativas da Instituição exequente em receber a importância que lhe é devida, o êxito almejado não fora ating ido ante a inércia das partes executadas, razão pela qual, a busca pelo pronunciamento do Poder Judiciário com o ajuizamento deste procedimento executório se qualificou como medida imperativa. Desta forma, a soma do débito perfaz a quantia de R$ ,08 (quarenta e sete mil, trezentos e dezenove reais e oito centavos), o que enseja a propositura da presente ação de execução. II - DIREITO. O direito do Banco exequente está amparado em Cédula de Crédito Bancário disciplinada pelos artigos 26 e seguintes da Lei n /04, bem como, na planilha de evolução do débito. Não se pode olvidar o fato de que a Cédula de Crédito Bancário é título de crédito emitido, por pessoa física ou jurídica, em favor de Instituição Financeira ou de entidade a esta equiparad a, representando promessa de pagamento

5 em dinheiro, decorrente de operação de crédito, de qualquer modalidade ( artigo 26 da Lei /2004). O artigo 28 da aludida lei é imperativo ao prever a qualificação da Cédula de Crédito Bancário como título executi vo extrajudicial: A Cédula de Crédito Bancário é título executivo extrajudicial e representa dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível, seja pela soma nela indicada, seja pelo saldo devedor demonstrado em planilha de cálculo, ou nos extratos da conta corrente, elaborados conforme previsto no 2º. De tal forma, o mero exame do conjunto probatório evidenciado torna evidente que a obrigação se caracteriza como certa, líquida e exigível, com parcelas pré-fixadas e encargos elencados no título exequendo. A doutrina pátria firmou o entendimento de que a Cédula de Crédito Bancário se configura como título executivo extrajudicial. Luiz Rodrigues Wambier e Eduardo Talamini (Curso Avançado de Processo Civil Execução (p.90)) evidenciam que a Lei /2004 teve por finalidade a criação de um título de crédito que também se qualifica como título executivo, constituído previamente à efetiva utilização do crédito: Reflexo da prevalência jurisprudencial da negação de eficácia executiva ao contrato de abertura de crédito foi a criação da cédula de crédito bancário (inicialmente, através da Medida Provisória 1.925, de ; depois pela Medida Provisória , de ,

6 e agora disciplinada na Lei /2004). Buscou-se, assim, a criação de um título de crédito (Lei , art.26), que é também título executivo, constituído previamente à efetiva utilização do crédito, que representaria, nos termos do diploma que o criou, dívida em dinheiro, certa, líquida e exigível, seja pela soma nela indicada, seja pelo saldo devedor demonstrado em planilha de cálculo, ou nos extratos de conta -corrente (Lei , art.28). É um título cuja definição do valor pode dar -se posteriormente à adesão do devedor (que o assina antes dos extratos ou planilhas existire m) e sem chancela estatal (que é obrigatória, por exemplo, na duplicata não aceita). Mas agora é objeto de expressa previsão normativa. Cassio Scarpinella Bueno (Curso Sistematizado de Direito Processual Civil Tutela Jurisdicional Executiva (p.126)) seguindo a transladada linha de raciocínio, expõe: São títulos executivos extrajudiciais dispersos pelo sistema jurídico, dentre outros, os seguintes (...) (i) a cédula de crédito bancário (art.28 da Lei nº /2004), que se sobrepõe à Súmula 233 do Superior Tribunal de Justiça, a qual entendia não haver força executiva no contrato de abertura de crédito em conta corrente mesmo quando acompanhado dos extratos bancários comprobatórios do débito, questão que, no âmbito do extinto Primeiro Tribunal de Alçada do Estado de São Paulo, estava sumulada em sentido oposto, admitindo a execução naqueles casos (Súmula 11). O Tribunal de Justiça daquele mesmo Estado, editou a Súmula 14 que consagra a referida cédula como título executivo extrajudicial: A cédula de crédito bancário regida pela Lei n /2004 é título executivo extrajudicial. A presença dos pressupostos legais, constitutivos do título

7 executivo, todavia, podem (e devem) ser constatados caso a caso (STJ, 2ª Seção, REsp /MS, rel. Min. Luis Felipe Salomão, j. un , Dje ) (...). José Miguel Garcia Medina (Processo de Execução e Cumprimento de Sentença (p.93)) acerca da Cédula em análise aclara: A jurisprudência pacificou-se no sentido de que o contrato de abertura de crédito em conta corrente não é título executivo. Nesse sentido, dispõe a Súmula 233 do STJ (...) Tal orientação tem por fundamento a unilateralidade da formação dos extratos bancários que servem para demonstrar o débito. A cédula de crédito bancário, por sua vez, é título executivo ex vi legis (cf. arts.26 ss. da Lei /2004), não se aplicando, a Súmula 233 do STJ. O Superior Tribunal de Justiça tem reiteradamente exteriorizado o juízo de que a Cédula de Crédito Bancári o se qualifica como título executivo extrajudicial: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PREQUESTIONAMENTO. ACÓRDÃO RECORRIDO. TEMA CENTRAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. NÃO CABIMENTO. EXECUÇÃO. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. LEI /2004 (...) A cédula de crédito bancário, mesmo quando o valor nela expresso seja oriundo de saldo devedor em contrato de abertura de crédito em conta corrente, tem natureza de título executivo, exprimindo obrigação líqu ida e certa, por força do disposto na Lei /2004. Precedentes da 4ª Turma do STJ. 5. Agravo regimental a que se nega provimento

8 (AgRg no AREsp /SP, do qual foi Relatora a Ministra Maria Isabel Gallotti). (...) AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO. CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL. REQUISITOS. LEI /2004. MATÉRIA FÁTICA. REEXAME. SÚMULA N. 7/STJ. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO (AgRg no REsp /AP, do qual foi Relator o Ministro Paulo de Tarso Sanseverino). (...) A Lei n /2004 estabelece que a Cédula de Crédito Bancário é título executivo extrajudicial, representativo de operações de crédito de qualquer natureza, circunstância que autoriza sua emissão para documentar a abertura de crédito em conta corrente, nas modalidades de crédito rotativo ou cheque especial (AgRg no AREsp /SP, do qual foi Relator o Ministro Luis Felipe Salomão). (...) A cédula de crédito bancário tem natureza de título executivo, exprimindo obrigação líquida e cert a, por força do disposto na Lei nº /2004 (AgRg no Ag /SP, do qual foi Relator o Ministro Marco Buzzi). Por conseguinte, tendo sido o a Cédula de Crédito Bancário emitida em estrita subserviência aos requisitos estipulados pelo ordenamento jurídico vigente, a exequibilidade do título resta indubitável.

9 considerações. Ante as razões delineadas, despiciendas tornam -se maiores III - PEDIDO Excelência: Em face do exposto, a Instituição Exequente requer a Vossa a) a citação dos Executados, para que efetivem o pagamento do valor de R$ ,08 (quarenta e sete mil, trezentos e dezenove reais e oito centavos), que deverá ser atualizado até a data do efetivo p agamento, no prazo de 03 (três) dias, a teor do preceituado no artigo 829 do Código de Processo Civil, acrescido das custas processuais e dos honorários advocatícios, com as prerrogativas do artigo 212, 2º do mesmo Diploma Legal; b) seja oficiado ao BACEN, via correio eletrônico para bloquear/penhorar os valores existentes na (s) conta(s)-corrente(s) e/ou aplicações financeiras dos executados (artigo 854, do Código de Processo Civil ); c) caso as partes Executadas não sejam encontradas no endereço declinado acima, ou não paguem o valor constante na inicial, requer desde já o arresto e a penhora de bens imóveis e móveis a serem indicados em seu nome para garantia da dívida exequenda, intimando -as, para querendo, opor embargos;

10 d) seja deferida a expedição de certidão de distribuição do feito para fins de registro nos cartórios de registros de bens, na forma do Art. 828, do Código de Processo Civil; e) outrossim, considerando terem sido esgotados todos os meios de tentativas de solução amigável do débito, bem como em atendimento ao disposto no artigo 319, inciso VII do Novo Código de Processo Civil e ao próprio princípio da efetividade da jurisdição que norteia o processo de execução, o Exequente manifesta não ter interesse na realização de audiência de conciliação ou de mediação; f) tendo em vista que o exequente não dispõe de t odas as informações indicadas no artigo 319, II do NPC, requer ao juiz diligências necessárias para a sua obtenção, conforme dispõe o artigo 319, 1º do Código de Processo Civil. Ressaltando, que a petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, do mesmo diploma legal, for possível a citação dos réus. Por fim, requer que todas as intimações e publicações sejam realizadas, exclusivamente, em nome dos advogados RENATO CHAGAS CORREA DA SILVA OAB/MS e CRISTIANA VASCONCELOS BORGES MARTINS OAB/MS , sob pena dos efeitos de nulidade. Atribui à causa o valor de R$ ,08 (quarenta e sete mil, trezentos e dezenove reais e oito centavos). Termos em que,

11 Pede deferimento. desde 1951 Maracaju - MS, 2 de dezembro de 2016.