Julho Estudo de Impacte Ambiental do Prolongamento da Linha Vermelha entre São Sebastião e Campolide. Resumo Não Técnico
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- Wilson Espírito Santo Vidal
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1 Julho 2008 Resumo Não Técnico
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4 Índice Apresentação Entidades responsáveis pelo projecto e pela sua autorização Justificação do projecto Localização do projecto Principais estruturas a construir Realização da obra Exploração do novo troço Descrição ambiental da área de implantação do projecto Efeitos do projecto no ambiente Minimização e monitorização dos efeitos do projecto Considerações finais
5 Apresentação O presente documento constitui o Resumo Não Técnico do Estudo de Impacte Ambiental do Projecto do Prolongamento da Linha Vermelha do Metropolitano de Lisboa entre São Sebastião e Campolide. O Estudo de Impacte Ambiental foi elaborado de forma a permitir a realização do procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental do projecto. É legalmente exigido que um projecto com estas características seja sujeito a um procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental, conduzido por uma entidade do Ministério do Ambiente, neste caso a Agência Portuguesa do Ambiente, e que culminará com uma declaração (a designada Declaração de Impacte Ambiental) que será obrigatoriamente considerada na autorização do projecto. Os trabalhos inerentes à realização do Estudo de Impacte Ambiental tiveram lugar entre Abril de 2006 e Fevereiro de 2008, levando mais tempo do que o que estava inicialmente previsto. A justificação deste facto decorre de o Metropolitano de Lisboa ter procedido a alguns acertos no projecto, de forma a adaptá-lo melhor às condições locais, o que levou a que o Estudo de Impacte Ambiental não pudesse ser concluído mais cedo. 4
6 O Resumo Não Técnico sintetiza os aspectos mais relevantes do Estudo de Impacte Ambiental e encontra-se redigido numa linguagem que se pretende acessível à generalidade dos potenciais interessados, de modo a que estes possam participar na designada Consulta Pública do Estudo de Impacte Ambiental. Para a obtenção de informações mais detalhadas, o Estudo de Impacte Ambiental completo pode ser consultado na Câmara Municipal de Lisboa, na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo e na Agência Portuguesa do Ambiente. 5
7 Entidades responsáveis pelo projecto e pela sua autorização O projecto em apreciação é da responsabilidade do Metropolitano de Lisboa que assume, assim, nos termos da lei, a qualidade de proponente. A Secretaria de Estado dos Transportes é a entidade competente para a autorização do projecto. Não obstante esse facto, e aquando da realização de obras e da ocorrência de interferências à superfície ou com as infraestruturas camarárias, o Metropolitano de Lisboa obterá todas as autorizações necessárias junto da Câmara Municipal de Lisboa. 6
8 Ml tml Ml Ml Ml tsmlw tml tml tml Ml Ml t Ml Ml t Ml Ml st s Ml ts ts Ml t Ml tmzlqw Ml Ml Ml sml xs xmzl Figura 1 - Mapa de Lisboa Justificação do projecto O prolongamento em estudo, desde São Sebastião até à Estação Campolide, enquadra-se na primeira fase de extensão da Linha Vermelha entre a Estação Alameda e a futura Estação Campo de Ourique. Na figura 1 apresenta-se a inserção do projecto no conjunto da rede do Metropolitano de Lisboa. Este projecto apresenta-se como fundamental para um funcionamento da rede eficiente e articulado. São dois os seus principais benefícios: O reforço da conectividade da rede, permitindo a conexão de todas as linhas entre si numa zona central da rede, reforçando a efectiva utilização da rede de metropolitano; A extensão da rede a mais dois importantes bairros da cidade de Lisboa, Campolide e Campo de Ourique, permitindo servir melhor a população da cidade em termos de mobilidade. 7
9 Estação Campolide m Cais m m Posto de Ventilação 3 N Figura 2 - Localização Localização do projecto O prolongamento agora em estudo desenvolver-se-á integralmente no concelho de Lisboa, em áreas situadas nas freguesias de São Sebastião da Pedreira e Campolide. Conforme se pode observar na figura 2, o traçado iniciar-se-á na zona do cruzamento da Rua Marquês da Fronteira com a Rua Castilho, junto ao Estabelecimento Prisional de Lisboa. A extensão total da obra será de cerca de 625 metros, terminando na Rua de Campolide. O traçado desenvolver-se-á na maior parte da sua extensão sempre a mais de 20 metros abaixo da superfície. A zona em que a profundidade será menor será perto do final, na Rua de Campolide, onde a linha se situará a cerca de 18 metros abaixo da superfície. 8
10 Principais estruturas a construir A figura anterior permite identificar as principais estruturas a construir no âmbito do projecto: o túnel entre a Estação Campolide e o final do prolongamento; a Estação Campolide; o túnel de término; o Posto de Ventilação 3. O Prolongamento da Linha Vermelha entre São Sebastião e Campolide inicia-se no local onde termina o Prolongamento entre a Alameda e São Sebastião, já em execução, situado junto ao Estabelecimento Prisional de Lisboa. Assim, o primeiro troço de túnel a construir no âmbito do prolongamento agora em estudo desenvolver-se-á ao longo de cerca de 218 metros, sob a Rua Marquês da Fronteira, entre aquele ponto e a Estação Campolide. Segue-se a Estação Campolide, que se situará sob a Rua Marquês da Fronteira, junto ao cruzamento com a Rua Artilharia 1 e a Avenida Miguel Torga, em zona adjacente aos terrenos da EPAL. Os acessos à estação serão os seguintes: 2 acessos junto ao cruzamento da Avenida Marquês da Fronteira com a Rua Artilharia 1, um deles na zona do antigo Hospital Militar de Campolide; 1 acesso junto às instalações da EPAL, no cruzamento da Avenida Marquês da Fronteira com a Avenida Miguel Torga; 1 acesso na zona do antigo Hospital Militar de Campolide, próximo da actual paragem de autocarro. 9
11 Também à superfície, na zona da Estação Campolide, serão implantadas 4 grelhas de ventilação em chaminé para admissão de ar novo à estação e para a exaustão de fumos, em caso de emergência. Devido às várias condicionantes do local, como a proximidade dos reservatórios da EPAL e principalmente a existência de um troço subterrâneo do Aqueduto das Águas Livres, o cais da estação estará a cerca de 27 metros abaixo da superfície. Após a Estação Campolide localizar-se-á um troço, designado por Término, com cerca 302 metros de extensão, destinado a permitir a inversão das composições. Após a galeria do Metropolitano de Lisboa passar sob o parque de estacionamento de Campolide, numa área de passeio na Rua de Campolide, a cerca de 50 metros antes do final do troço, localizar-se-á um Posto de Ventilação (que no projecto se designa por Posto de Ventilação 3), que contemplará também uma Saída de Emergência, efectuada através de uma saída lateral do túnel e um conjunto de lanços de escada até ao exterior. Note-se que a solução que o Metropolitano de Lisboa encontrou para o Prolongamento da Linha Vermelha entre São Sebastião e Campolide reflecte a necessidade de lidar com um importante conjunto de condicionantes: A necessidade de servir a zona Poente da cidade, nomeadamente Amoreiras e Campo de Ourique, e a continuação do Prolongamento da Linha Vermelha a partir do final do túnel já construído, junto do Estabelecimento Prisional de Lisboa; A necessidade de garantir um afastamento mínimo ao troço do Aqueduto das Águas Livres subterrâneo, que faz ligação aos reservatórios da EPAL situados na zona do cruzamento da Rua Marquês da Fronteira com a Avenida Miguel Torga; A necessidade de viabilização de um futuro túnel rodoviário, que fará a ligação entre a Avenida Miguel Torga e a Rua da Artilharia 1, atravessando a Rua Marquês da Fronteira na zona da Estação Campolide; A necessidade de passar sob o parque de estacionamento subterrâneo existente em Campolide; A necessidade de assegurar um afastamento adequado relativamente aos edifícios da Rua de Campolide. A conjugação de todas estas condicionantes leva a que não estejam a ser equacionadas alternativas à solução anteriormente descrita para a concretização do prolongamento em estudo. 10
12 Realização da obra Imagens exemplificativas de escavação de túnel pelo método NATM noutras obras do Metropolitano de Lisboa A obra será realizada através de dois tipos diferentes de métodos construtivos: Escavação a céu aberto metódo com que se construirão os acessos, o átrio superior e poço da estação Campolide e o Posto de Ventilação; Escavação em NATM metódo com que se executarão os acessos internos e parte da nave da Estação Campolide, bem como os troços do túnel. O método NATM (New Austrian Tunneling Method) é um método de escavação de túneis com recurso a máquinas para escavação localizada e outros equipamentos necessários à realização da contenção dos terrenos a escavar. Trata-se de um método muito utilizado, nomeadamente em grande parte das obras do Metropolitano de Lisboa, e versátil. Este tipo de escavação é controlado através da observação permanente e adequada, por forma a limitar as deformações dos terrenos (ver fotos acima). 11
13 Imagens exemplificativas de escavação a céu aberto noutras obras do Metropolitano de Lisboa A construção a céu aberto envolve a realização de escavações a partir da superfície até à profundidade a que se pretendem implantar determinadas estruturas, que posteriormente são aterradas. Neste tipo de construção ocorre a ocupação da superfície onde a obra é implantada, bem como da respectiva envolvente com área de estaleiro, equipamentos e materiais diversos (ver fotos acima). No âmbito do Protocolo de Cooperação entre o Metropolitano de Lisboa e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil datado de 1999, este empreendimento, assim como todos os do Metropolitano de Lisboa, é objecto de acompanhamento desde as fases iniciais do desenvolvimento do projecto, até à fase de exploração. Em resultado deste acompanhamento, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil já se pronunciou sobre os processos construtivos que estão previstos, considerando que estão de acordo com a melhor prática de Engenharia de Túneis. O projecto localizar-se-á numa zona fortemente urbanizada e de grande centralidade no contexto da cidade de Lisboa, o que implica a existência de um conjunto importante de infra-estruturas no subsolo. Estas infra-estruturas correspondem a redes de abastecimento de água, saneamento, electricidade, gás e telecomunicações, tendo o Metropolitano de Lisboa desencadeado as necessárias diligências para determinar as interferências que terão que ser acauteladas nas fases subsequentes de desenvolvimento do projecto. De salientar a situação relativa ao Reservatório Pombal, da EPAL, e o ramal de ligação desse reservatório até à Galeria do Campo de Sant Ana. O reservatório referido encontra-se em serviço e naquele ramal encontra-se inserida uma conduta igualmente em serviço. Para a execução da obra estão previstas dois estaleiros principais, a saber: um na zona da Estação Campolide e o outro na parte final do troço, na zona do Posto de Ventilação. Nas zonas destes estaleiros terão lugar os trabalhos de construção à superfície, sendo que na restante parte da extensão do prolongamento os trabalhos a realizar serão exclusivamente subterrâneos. Os trabalhos à superfície implicarão a ocupação de espaços públicos e a realização de desvios da circulação pedonal e automóvel. O trabalho será executado de forma faseada, levando a que as implicações à superfície sejam alteradas ao longo da obra. Os trabalhos de construção, cujo início está previsto para o 1º semestre de 2009, deverão decorrer por um prazo de aproximadamente 36 meses, prevendo-se a sua conclusão no 2º trimestre de
14 Exploração do novo troço Estima-se que a futura Estação Campolide seja utilizada anualmente por cerca de 4 milhões de passageiros. O horário de funcionamento será o mesmo de toda a restante rede do Metropolitano de Lisboa: abertura às 06h30m e encerramento às 01h00m, abrindo ao público todos os dias. Estima-se que o intervalo entre a passagem das composições do metropolitano, em cada sentido, varie entre cerca de 4 minutos nas horas de ponta e de 10 minutos à noite. 13
15 Descrição ambiental da área de implantação do projecto O projecto desenvolver-se-á numa zona urbana, de elevada centralidade no contexto da cidade de Lisboa, pouco declivosa e com poucos acidentes orográficos. A maior parte da área de estudo encontra-se ocupada com edificações, com uso residencial e equipamentos como, por exemplo, o Estabelecimento Prisional de Lisboa e o Reservatório da EPAL, comércio e serviços. Os espaços não edificados são constituídos pelos espaços verdes, pelas zonas de circulação/parques de estacionamento e pelas áreas expectantes. A zona do Antigo Hospital Militar foi considerada como área expectante, encontrando-se abrangida pelo Plano de Urbanização da Artilharia 1, que será responsável pela transformação de todo esse espaço e por alterações relevantes a nível do tráfego e acessibilidades. Nesta zona da cidade de Lisboa observa-se uma importância crescente da localização de actividades económicas (nomeadamente do sector terciário) e um decréscimo da função residencial, chegando-se mesmo a verificar um número elevado de fogos habitacionais devolutos. Verifica-se a co-existência de um edificado envelhecido com algumas novas construções modernas. Regista-se também uma mistura de uma população envelhecida e de estratos sociais mais baixos, residente na zona há muito tempo, com uma população mais recente, dinâmica e activa. 14
16 Do ponto de vista da acessibilidade e condições de circulação, a área de estudo apresenta grande densidade de vias, registando-se, contudo, alguns conflitos ou constrangimentos a nível da circulação viária e pedonal, que deverão ser tomados em devida consideração nas fases subsequentes de desenvolvimento do projecto e na fase de construção. Em termos de infra-estruturas e outros elementos que possam vir a ser, de alguma forma, afectadas pelo presente projecto, referem-se, pela sua proximidade ao projecto, os reservatórios da EPAL, o edifício da PT e eventuais infra-estruturas anexas, o Parque de Estacionamento de Campolide e, no global, os cabos e condutas enterrados existentes nesta zona tão central da Cidade de Lisboa. O prolongamento passa sobre o Túnel do Rossio, o qual se encontra a uma profundidade que previne qualquer interferência. Os terrenos na área de intervenção têm a constituição típica desta zona da cidade e não oferecerão dificuldades especiais à realização do projecto. Não há a assinalar a existência de qualquer linha de água natural ou a existência de aquíferos com potencial de utilização a não ser a profundidades muito maiores do que aquelas em que se poderão fazer sentir quaisquer efeitos do projecto. As zonas verdes ocorrentes na área de estudo são artificiais, correspondentes a separadores centrais ao longo de alguns dos arruamentos, à área ajardinada em frente da Junta de Freguesia de Campolide (no final do projecto em estudo, na Rua de Campolide) e ao espaço ajardinado no recinto da EPAL, na zona do cruzamento da Rua Marquês da Fronteira com a Travessa de Estêvão Pinto. Esta última zona verde acaba por ser aquela que, na envolvente imediata da área de estudo, tem maior valor ecológico, ambiental e paisagístico. Já mais afastados, o Parque Eduardo VII e o Parque Florestal de Monsanto são peças importantes da estrutura ecológica da cidade de Lisboa. O tráfego automóvel que se regista é a principal fonte de degradação do ar nesta zona da Cidade de Lisboa, levando a que, por vezes, não sejam cumpridos os valores limite fixados legalmente para alguns poluentes. Durante a elaboração do Estudo de Impacte Ambiental realizaram-se medições de ruído ao longo da área de estudo. Essas medições foram realizadas em diversos horários, de modo cobrir as diferentes situações que, tipicamente, ocorrem ao longo de um dia. Também no caso do ruído se constatou a influência da intensidade do tráfego, que é responsável pelos relativamente elevados níveis de ruído registados. 15
17 Procedeu-se também à realização de medições de vibrações junto a diversas edificações existentes na área de estudo. Os níveis de vibrações medidos na generalidade dos pontos encontravam-se abaixo dos valores humanamente perceptíveis. Contudo, nalguns pontos as vibrações registadas, devidas ao tráfego automóvel e passagem de aviões, eram perceptíveis e, no caso da Igreja das Almas, podiam ser incomodativas. Em nenhum caso as vibrações medidas foram susceptíveis de causar danos às edificações. Da análise do património cultural existente na área de estudo realça-se, pela sua importância, classificação como Monumento Nacional e potencial afectação pelo projecto, a presença do Aqueduto das Águas Livres Galeria do Campo de Santana e Galeria da Ligação ao Reservatório Pombal e respectiva zona de protecção. A presença destes valores classificados constituiu-se com uma das principais condicionantes à execução do projecto em estudo. Na área de estudo existem ainda outros valores patrimoniais classificados e incluídos no Inventário Municipal do Património de Lisboa, embora de menor relevância. 16
18 Efeitos do projecto no ambiente O Prolongamento da Linha Vermelha entre São Sebastião e Campolide permitirá melhorar a distribuição do tráfego no interior da cidade de Lisboa e a mobilidade urbana, devido ao forte incremento na qualidade do serviço de transporte público prestado. O reforço da rede deste sistema de transporte público de elevada qualidade contribuirá para a diminuição do tráfego rodoviário, público e individual, trazendo benefícios na dinamização das actividades económicas, na valorização urbanística e na melhoria da qualidade ambiental e urbana. Para se alcançarem estes benefícios haverá, contudo, que proceder aos trabalhos de construção que, pela natureza urbana dos locais onde terão lugar, irão causar incómodos vários e perturbação na vivência das áreas envolventes e nas actividades que aí se desenvolvem. Estes efeitos serão, contudo, temporários, cessando com a conclusão das obras. Os locais que serão mais significativamente perturbados serão aqueles onde se realizarão obras à superfície, nomeadamente na zona da Estação Campolide (zona do cruzamento da Rua Marquês da Fronteira com a Rua Artilharia 1 e com a Avenida Miguel Torga) e na zona do Posto de Ventilação e Saída de Emergência (na Rua de Campolide, próximo da Junta de Freguesia de Campolide). 17
19 A realização das obras causará um aumento dos níveis de ruído, devido à realização de trabalhos à superfície, envolvendo operações e equipamentos ruidosos. De igual forma, é previsível que nos edifícios mais próximos da Estação Campolide e do Posto de Ventilação se possam fazer sentir vibrações perceptíveis pelos seus ocupantes. Contudo, só no caso de edifícios em pior estado de conservação é que será mais provável a ocorrência de danos em resultado das vibrações causadas pelas obras. Por outro lado, a proximidade das obras a realizar na zona da Estação Campolide, face ao Reservatório Pombal e às estruturas do Aqueduto das Águas Livres, leva a que seja necessária a adopção de medidas específicas para minimizar o risco de ocorrência de danos nestes elementos patrimoniais. Uma vez terminadas as obras não se prevê que a circulação das composições do metropolitano cause níveis de ruído que possam ser incomodativos. O funcionamento do equipamento de ventilação (que se localizará junto à Estação Campolide e ao Posto de Ventilação na Rua de Campolide) causará ruído que, contudo, não se prevê que possa revelar-se incomodativo para os residentes mais próximos. A profundidade a que a linha do metropolitano se desenvolverá será de molde a que as vibrações causadas pela passagem das circulações não sejam perceptíveis nos edifícios situados ao longo do traçado e, muito menos, possam causar danos nas estruturas. Durante a realização das obras é de esperar uma degradação da qualidade do ar (sobretudo pelo aumento de poeiras), em resultado das movimentações de terras e da circulação de maquinaria. Mas terminadas as obras, os efeitos sobre a qualidade do ar serão positivos e tanto mais importantes quanto mais o Prolongamento da Linha Vermelha entre São Sebastião e Campolide contribuir para reduzir a circulação automóvel. Este é um dos principais benefícios ambientais do projecto e contribui para justificar a sua concretização. Assinale-se, a este propósito, que o Plano Nacional para as Alterações Climáticas contempla, no sector dos Transportes, o prolongamento agora em análise como uma das medidas a adoptar no sentido de permitir a redução da emissão em território nacional de gases com efeito de estufa. Tendo em conta o carácter artificializado desta área e o facto de não existirem valores naturais importantes, os efeitos do projecto em termos de conservação da natureza terão uma expressão muito reduzida. Haverá, contudo, que contar com a afectação das reduzidas zonas verdes existentes nesta área, com destaque para o recinto da EPAL e para a zona ajardinada junto à Junta de Freguesia de Campolide. 18
20 A paisagem urbana será naturalmente afectada durante a realização das obras, pela presença das áreas de estaleiro e toda a perturbação associada a este tipo de infraestruturas. A reduzida expressão das estruturas definitivas à superfície levará a que, uma vez terminada a construção, os efeitos negativos sobre a paisagem sejam pouco significativos. Porém, há que ter em atenção que a realização das obras poderá constituir uma oportunidade para intervenções de requalificação do espaço público. De igual forma, a proximidade das obras da Estação Campolide face aos reservatórios da EPAL poderá proporcionar o risco de ocorrência de danos, o que justifica a adopção de cuidados particulares. A realização das obras poderá também causar perturbações temporárias na circulação pedonal e automóvel, em resultado da ocupação de espaços públicos e dos desvios de tráfego que será necessário realizar. Nalguns casos poderão também ocorrer perturbações nos acessos a garagens, que terão, contudo, que ser garantidos mediante a adopção de medidas a definir em função do planeamento detalhado dos trabalhos. Em termos de elementos patrimoniais, importa salientar o caso específico das possíveis interferências com o ramal do Aqueduto das Águas Livres. Por se tratar de monumento classificado e se localizar, nalguns pontos, a muito curta distância de estruturas da futura Estação Campolide, qualquer deslocamento que possa causar danos naquela estrutura deverá ser considerado como muito significativo. O projecto contempla medidas específicas para minimizar o risco de ocorrência de danos. 19
21 Minimização e monitorização dos efeitos do projecto Atendendo a que o projecto poderá implicar um conjunto de efeitos negativos, o Metropolitano de Lisboa irá adoptar um conjunto de medidas para prevenir esses efeitos ou, pelo menos, reduzir o seu significado, bem como para acompanhar a evolução da situação. Estas medidas serão aplicadas em diversas fases, mas principalmente na fase de construção. Efectivamente, está prevista a implementação de um conjunto de medidas, prévias à obra e durante a mesma. O cumprimento e a implementação de todas estas medidas serão assegurados através do Acompanhamento Ambiental da fase de construção, a exigir nos Cadernos de Encargos das empreitadas de construção deste projecto, para cumprimento pelos futuros empreiteiros ao longo da execução da obra. Na fase de construção serão monitorizados os factores ambientais julgados mais relevantes face aos efeitos esperados, designadamente: geotecnia, qualidade das águas residuais, qualidade do ar, ruído, vibrações e património. Os resultados obtidos nas campanhas de monitorização a realizar serão interpretados e avaliados, sendo posteriormente apresentados em Relatórios de Monitorização, a integrar nos Relatórios mensais de Acompanhamento Ambiental. 20
22 Apresentam-se seguidamente uma síntese das medidas que se julgam mais relevantes: Na fase de construção Realização de uma vistoria prévia a todos os edifícios localizados ao longo do traçado e a instalação de instrumentos de medida e observação para detectar e quantificar possíveis danos nas estruturas e deformações da superfície; Medidas relativas à localização e exploração dos estaleiros, nomeadamente no que respeita ao transporte de materiais de/para o estaleiro; Medidas destinadas a prevenir descargas poluentes para os solos e águas, nomeadamente as que dizem respeito ao armazenamento de resíduos perigosos; Medidas relacionadas com a ocupação do solo, destinadas a minimizar as áreas afectadas e o tempo de afectação, medidas essas que passam pela escolha criteriosa dos locais para proceder ao depósito das terras; Medidas destinadas a salvaguardar a qualidade do ar, com particular destaque para a libertação de poeiras e para a interdição da queima de resíduos; Medidas de prevenção dos incómodos associados ao ruído e vibrações produzidos pelos trabalhos de construção; Medidas tendentes a que a afectação de árvores e espaços de fruição se limite ao estritamente necessário; Medidas destinadas a promover o melhor enquadramento paisagístico da intervenção prevista; Medidas relacionadas com a integridade e funcionamento das redes de infraestuturas de serviços públicos atravessadas pelo traçado, garantindo, por exemplo, que a descarga de efluentes domésticos para a rede municipal é efectuada de acordo com as exigências dos serviços da Câmara Municipal de Lisboa; Medidas relacionadas com a minimização das perturbações para a circulação rodoviária e pedonal e para a disponibilidade de estacionamento durante as obras; Medidas visando a salvaguarda dos elementos patrimoniais, incluindo a criação de registos, a realização de prospecção arqueológica anterior à realização das obras e a prevenção de interferências físicas com o Aqueduto das Águas Livres; Medidas destinadas ao relacionamento com as populações afectadas e com a minimização dos inconvenientes e perturbações para essas populações e para as actividades económicas; Medidas relativas à desactivação dos estaleiros. 21
23 Na fase de exploração Realização de medições sonoras durante a exploração do troço; Aplicação de medidas anti-vibráticas, à semelhança do que o Metropolitano de Lisboa tem vindo a efectuar desde os últimos 20 anos nos diversos prolongamentos da sua rede. Quer a construção, quer o funcionamento do prolongamento, serão enquadrados nos procedimentos de gestão ambiental do Metropolitano de Lisboa e beneficiarão com a experiência que tem vindo a ser adquirida na realização das obras e na exploração da rede existente. Acresce, porém, referir que o projecto do Prolongamento, está a ser avaliado em fase de Estudo Prévio, uma fase de projecto em que as medidas de minimização e monitorização dos efeitos do projecto ainda não estão completamente consolidadas, o que só ocorre em fase de Projecto de Execução. 22
24 Considerações finais O Prolongamento da Linha Vermelha do Metropolitano de Lisboa entre São Sebastião e Campolide é essencial para a melhoria qualitativa das acessibilidades e da utilização do transporte público, esperando-se, assim, que traga importantes benefícios a este nível para a cidade de Lisboa. Contudo, a concretização do projecto implicará impactes negativos na fase de construção. Estes impactes serão temporários e terão maior incidência nas zonas onde haverá trabalhos à superfície, tendo o Metropolitano de Lisboa desenvolvido o seu projecto no sentido de os minimizar. 23
25 Autoria Atkins Portugal Coordenação Metropolitano de Lisboa Ana Cerdeira Projecto gráfico Metropolitano de Lisboa Rita Carneiro de Almeida Julho.2008
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