BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DAS PITAS-MT: DINÂMICA FLUVIAL E O PROCESSO DE OCUPAÇÃO, COMO PROPOSTA DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS

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1 1 BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DAS PITAS-MT: DINÂMICA FLUVIAL E O PROCESSO DE OCUPAÇÃO, COMO PROPOSTA DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS LEILA NALIS PAIVA DA SILVA Dissertação apresentada à Universidade do Estado de Mato Grosso, como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais para obtenção do título de Mestre. CÁCERES MATO GROSSO, BRASIL 2009

2 2 LEILA NALIS PAIVA DA SILVA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DAS PITAS-MT: DINÂMICA FLUVIAL E O PROCESSO DE OCUPAÇÃO, COMO PROPOSTA DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS Dissertação apresentada à Universidade do Estado de Mato Grosso, como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais para obtenção do título de Mestre. Orientador: Prof. Dr(a) Célia Alves de Souza CÁCERES MATO GROSSO, BRASIL 2009

3 3 LEILA NALIS PAIVA DA SILVA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DAS PITAS-MT: DINÂMICA FLUVIAL E O PROCESSO DE OCUPAÇÃO, COMO PROPOSTA DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS Essa dissertação foi julgada e aprovada como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Ciências Ambientais. Cáceres, 03 de março de Banca examinadora Prof. Drª Carla Galbiati Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT Prof. Drª Marcela Bianchessi da Cunha Santino Universidade Federal de São Carlos - UFSCar Prof. Drª Célia Alves de Souza Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT Orientadora CÁCERES MATO GROSSO, BRASIL

4 4 DEDICATÓRIA Primeiramente a Deus, por concretizar este sonho. Aos meus pais Rafael Pereira da Silva e Dalva Candido Paiva pela educação, orientação e apoio. Ensinamentos que me deram força para vencer mais esta etapa da minha vida. Muito Obrigada! Amo vocês! Aos meus irmãos Sandra, Jorge, Elizabete e Keila por compartilhar esta alegria comigo. Aos meus sobrinhos Nádia, Naiara, Lucas, Mateus, Jorge, Rafael, Jorge e Gabriel, pelas alegrias durante está caminhada. Ao meu namorado Fábio Júnior pelo amor e carinho. Ao meu amigo José Carlos de Oliveira Soares pela amizade e carinho. A minha orientadora Drª Célia Alves de Souza, a qual não tenho nem palavras para agradecer pelo carinho, amizade e atenção. Professora Célia uma mulher mãe, esposa, excelente professora e orientadora, amiga. Os seus pupilos jamais a esquecerão e que sempre estará no meu coração. Muito Obrigada!

5 5 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus primeiramente pela graça de acordar a cada dia, lutar pelos meus sonhos, e o mais importante, concretizar parte dele e por me proporcionar momentos de alegrias. A Universidade do Estado de Mato Grosso por ser a mediadora na realização desse sonho. Ao Programa de Pós-Graduação Stricto Senso o Mestrado em Ciências Ambientais por permitir que terminasse esta etapa importante da minha vida. A CAPES pela concessão da bolsa de estudo que muito tem contribuído para efetivação deste trabalho dando-me apoio necessário para realização do mesmo. Aos meus professores do mestrado por compartilhar e seus conhecimentos e experiências, contribuindo para minha formação. Em especial a Drª Carla Galbiati pela paciência e pelo auxilio que me prestou na orientação sobre estatística. Obrigada pela atenção e não ter desistido nas horas das minhas dificuldades. Ao professor Drº Aumeri Bampi que auxiliou-me nas discussões de Educação Ambiental. Aos professores doutores Marcela Bianchessi da Cunha Santino e Irineu Bianchini Júnior por aceitarem que eu fizesse parte da disciplina Fundamentos em Liminologia na cidade de São Carlos. Obrigada pelos ensinamentos e pelo carinho que me receberam. Aos professores do Departamento de Geografia. Em especial Joaquim, Ana Rosa, Josefa, Maria Aparecida, Evaldo e José Carlos. Aos meus pais, Rafael Pereira da Silva e Dalva Cândido Paiva que me ajudaram em todos os momentos não medindo esforço, sempre presentes ao meu lado, apoiando em minhas decisões. A essas duas pessoas dedico o meu trabalho, pois são a razão do meu viver (Amo-os muito). Aos meus irmãos Sandra Cândida Bindandi, Jorge Cândido Paiva, Elizabete da Silva e Keila Paiva da Silva. Em especial a Sandra e Keila que estão sempre ao meu lado, (os quais amo muito). Aos meus sobrinhos Lucas, Mateus, Isac e Jorge. Em especial a Nádia, Naiara, Rafael e ao mais novo integrante da família Gabriel, que estão presente em todos os momentos da minha vida.

6 6 Ao meu namorado Fábio Júnior do Espírito Santo Andrade, que foi um bálsamo para minha alma e coração nos momentos mais difíceis da conclusão desse trabalho. Obrigado por fazer parte da minha vida, pela amizade e companheirismo. A minha orientadora Drª Célia Alves de Souza, pela amizade, carinho, dedicação, apoio e conselhos. Essa parceria jamais esquecerei. Agradeço-a por todos os ensinamentos. Aos meus amiguinhos Victor e Gabriela que fizeram parte desta jornada, com muita alegria e por permitirem que sua mamãe pudesse me orientar. Aos meus tios e tias. Em especial Aumelina, Eunice, Levina, Tim, Nei por sempre estar ao meu lado. Aos meus avós José Bernadino, Maria Pereira, Isac Paiva in memorium e a minha avó Maria Rodrigues Mendonça que saudades sinto da senhora. Aos meus primos e primas que mesmo distante estão no meu pensamento. Aos amigos do mestrado, que a amizade continue por muitos anos e que cada um consiga realizar seus sonhos. Aos meus amigos Lúcia e Custódio por todas as vezes que me acolheram em sua casa, na realização das aulas de campo. Eles foram fundamentais na concretização deste trabalho. Obrigada por tudo. Ao meu amigo José Aparecido Neiman e sua esposa Leila que muito contribuíram para realização dessa pesquisa, jamais irei esquecer o carinho, atenção, a amizade (Zé muito obrigada). Ao meu eterno professor e amigo José Carlos de Oliveira Soares que sempre me apoiou e incentivou. Muitas vezes adiou seus compromissos para me ajudar, nunca esquecerei esses momentos. Obrigada meu amigo. Ao professor e amigo Evaldo Ferreira, pela amizade, carinho, atenção, pelos momentos de descontração e ensinamentos que recebi durante o mestrado. Obrigada pelos momentos que se dispôs do seu tempo para ensinar-me quantificação. Aos meus amigos Izabel, Ademir e Alynne que muito me ajudaram nesta etapa da minha vida com conselhos. Amizade que levo para sempre. As minhas amigas Hellen Simone, Rosenil Maria de Araújo, Zilda Gonçalves, Ione Sodré que fizeram parte deste sonho. Muitas vezes uma amparando a outra emocionalmente e financeiramente. Nossos momentos que

7 7 jamais esquecerei. Uma lição de amor e amizade. Muitas saudades! Hoje cada uma seguiu caminho diferente, mas a verdadeira amizade ficará guardada eternamente em meu coração. As minhas amigas Adriane, Karísia, Paula, Fabiane e França obrigada pela amizade sincera. A dona Valéria que me recebeu em sua família com muito carinho. Aos meus amigos Anderson Ritela e Anderson Pereto, pela amizade. Ao seu Fernando Bertoni pela amizade e o exemplo de vida que passa para as pessoas. Aos bolsistas do projeto Jauru que se tornaram uma família durante esta caminhada. A todos que contribuíram de alguma forma no desenvolvimento deste trabalho. Muito Obrigada!

8 8 ÍNDÍCE páginas LISTA DE QUADROS 12 LISTA DE FIGURAS 14 RESUMO 18 ABSTRACT 20 INTRODUÇÃO GERAL 22 1º CAPÍTULO DINÂMICA FLUVIAL DA SUB-BACIA HIDROGRAFICA DO CÓRREGO DAS PITAS 25 Resumo 25 Abstract INTRODUÇÃO MATERIAL E MÉTODOS ÁREA DE ESTUDO Condições naturais da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas Geologia Geomorfologia Ocorrência de solos Cobertura vegetal PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Delimitação da sub-bacia hidrográfica Localização geográfica dos segmentos monitorados ao longo do perfil longitudinal do córrego das Pitas 37

9 Coleta de material (sedimentos de fundo e suspensão) Instrumentação das margens do Córrego das Pitas Pinos de erosão Estacas Trabalho de Gabinete Quantificação da erosão marginal do córrego das Pitas Parâmetros Morfométricos Densidade de drenagem Densidade de rios Cálculo de Vazão Elaboração do perfil longitudinal Análise de Laboratório Análise Estatística RESULTADOS E DISCUSSÕES Sub-bacia hidrografia do córrego das Pitas Hierarquia Fluvial Segmentos monitorados ao longo do perfil longitudinal Comparação das variáveis hidrodinâmicas dos segmentos ao longo do perfil longitudinal do córrego das Pitas Dinâmica Fluvial Transporte de sedimentos no fundo do canal e em suspensão Comparação da quantidade de sedimentos do fundo em função do curso Composição granulométrica das margens Erosão Marginal Análise estatística da erosão marginal 69

10 Magnitude de erosão CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 73 2º CAPÍTULO TRANSFORMAÇÕES ESPAÇO-TEMPORAL DO USO DO SOLO DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DAS PITAS 76 Resumo 76 Abstract INTRODUÇÃO METODOLOGIA Elaboração da base Cartográfica RESULTADOS E DISCUSSÃO Ocupação Espacial Processo de ocupação e população estimada na sub-bacia hidrografia do córrego das Pitas Problemas ambientais devidos o uso/ocupação do solo na subbacia hidrográfica do córrego das Pitas Produção agrícola da sub-bacia hidrográfica Criação de animais Análise das Mudanças temporo-espacial na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas CONSIDERAÇÕES FINAIS 103

11 11 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 105 3º CAPÍTULO DIFERENTES OLHARES DA POPULAÇÃO ARAPUTANGUESE SOBRE A SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DAS PITAS 108 Resumo 108 Abstract INTRODUÇÃO METODOLOGIA Aplicação dos Questionários Observação Participante Tratamento das Respostas RESULTADOS E DISCUSSÕES Educação Ambiental Sustentabilidade e Práticas Educativas Os olhares da população do município de Araputanga sobre a subbacia hidrográfica do córrego das Pitas Distribuição social dos entrevistados na cidade de Araputanga Percepção dos moradores ribeirinhos sobre o córrego das Pitas CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 137 CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES FINAIS 139 ANEXOS 141

12 12 LISTA DE QUADROS páginas 1 Afluentes da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas 47 2 Variação da área (m 2 ) da seção molhada e vazão (m³/s) do córrego das Pitas 2007/ Composição granulométrica sedimentos transportados no fundo do canal e suspenso, nas seções transversais ( ) 62 4 Composição granulométrica do material das margens da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas - MT, (2007 e 2008) 65 5 Dados de erosão nas margens, obtidos por meio de estacas e pinos na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas - MT, (2007 e 2008) 68 6 Índice populacional do ano de 1986, 2000, 2003 e 2007 dos municípios contidos na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas 86 7 Produtos agrícolas do Município de Araputanga, Indiavaí e Mirassol D Oeste nos anos de 1989, 2000, 2003 e Produtos agrícolas do Município de Porto Esperidião, São José dos Quatro Marcos e Glória D Oeste nos anos de 1989, 2000, 2003 e Criação de bovinos e suínos, nos anos 1986, 2000, 2003 e 2006 municípios de Araputanga, Indiavaí, Mirassol D Oeste, Porto Esperidião e São José dos Quatro Marcos Dados referentes ao uso do solo nas áreas correspondente a subbacia hidrográfica do córrego das Pitas Dados da População da cidade de Araputanga-MT Como alguns moradores Araputanguense definem mata de galeria 125

13 13 13 Qual a opinião dos moradores Araputanguese para recuperar o córrego das Pitas 132

14 14 LISTA DE FIGURAS 01 Localização da sub-bacia hidrográfica do Córrego das Pitas no sudoeste do Estado de Mato Grosso (carta do SEPLAN, 1986) páginas A formação Geológica ao longo do perfil longitudinal da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas A Geomorfologia ao longo do perfil longitudinal da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas Ocorrência de Solos ao longo do perfil longitudinal da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas Perfil da Cobertura Vegetal ao longo do perfil longitudinal da subbacia hidrográfica do córrego das Pitas Sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas com monitoramento das setes seções longo do perfil longitudinal (carta DSG 1972) Técnicas de pinos para monitorar a erosão marginal na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas Técnicas de fixação da estaca para monitorar a erosão marginal na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas Perfil longitudinal da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas com os segmentos monitorados no alto, médio e baixo curso (2007/2008) Perfil transversal do córrego das Pitas em área de nascente no período de cheia Principal nascente da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas localizada no distrito de Mortelândia A segunda nascente com ocorrência do pisoteio do gado ocasionando degradação A terceira nascente e processo erosivo no entorno 49

15 15 14 O uso da margem do córrego das Pitas com atividade pecuária Perfil transversal da seção II do córrego das Pitas no período de cheia e estiagem Perfil transversal do córrego das Pitas na seção III no período de estiagem (2007/2008) Afloramentos rochosos na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas no município de Araputanga Perfil transversal do córrego das Pitas na seção IV no período de cheia e estiagem (2007/2008) Perfil transversal do córrego das Pitas na seção V no período de cheia e estiagem (2007/2008) Perfil transversal do córrego das Pitas na seção VI no período de cheia e estiagem (2007/2008) Córrego das Pitas no médio curso, com mata ciliar preservada Perfil transversal do córrego das Pitas na seção VII no período de cheia e estiagem (2007/2008) Baixo curso do córrego das Pitas, com vegetação ciliar preservada Profundidade das seções da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas no período de estiagem, sendo as seções s123 e s4 correspondentes ao alto curso, seções s5 e s6 médio curso e s7 baixo curso Largura das seções do córrego das Pitas em função do local da seção do alto, médio e baixo curso da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas Quantidade de sedimentos de fundo com a granulometria do silte 63

16 16 no alto, médio e baixo curso da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas 27 Desmoronamento da margem da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas por cisalhamento Relação entre a magnitude da erosão (cm) e a quantidade de argila ao longo das seções da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas - MT (2007 e 2008) (P<0,05) 29 Relação entre a magnitude da erosão (cm) e a quantidade de silte ao longo das seções da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas - MT (2007 e 2008) (P<0,05) 30 Localização da sub-bacia hidrográfica do Córrego das Pitas no sudoeste do Estado de Mato Grosso (A) - córrego do Imbé afluente da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas - (B) - Desmatamento na margem direita do córrego das Pitas, área destinada para plantação de milho Criação de gado no alto curso da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas no distrito de Mortelândia (A) Mapa de uso do solo em 1986; (B) Mapa de uso do solo em Área da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas no ano de Área da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas no ano de Análise comparativa da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas no ano de 1986 a Fonte de Informação para sugerir como recuperar o córrego das Pitas no município de Araputanga Distribuição dos entrevistados em gênero feminino e masculino na cidade de Araputanga 118

17 17 39 Distribuição dos entrevistados pelo grau de escolaridade na cidade de Araputanga Distribuição dos entrevistados pelo tempo de residência na cidade de Araputanga Distribuição dos entrevistados para saber se conhecem o que é Bacia Hidrográfica 42 Localização da água de abastecimento da cidade de Araputanga Opinião dos moradores da cidade de Araputanga sobre as áreas de Mananciais A opinião da população da cidade de Araputanga para melhorar a áreas de mananciais Opinião dos moradores da cidade de Araputanga sobre a qualidade da mata de galeria no entorno do córrego das Pitas Lixo no entorno do córrego das Pitas na cidade de Araputanga Índice de sugestões da população Araputanguense para os problemas relacionados a qualidade da água do córrego das Pitas Atividades da população Araputanguense que prejudica o córrego das Pitas 131

18 18 SILVA, Leila Nalis Paiva da. Dinâmica Fluvial na Sub-Bacia Hidrográfica do Córrego das Pitas - MT, como Proposta de Gestão dos Recursos Hídricos. Cáceres: UNEMAT (Dissertação Mestrado em Ciências Ambientais) 1 A sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas tem aproximadamente 475 km², possui suas nascentes na chapada dos Parecis. Na margem direita encontram-se os afluentes: córrego Figueira, Grande e Água Clara; na margem esquerda os córregos: Porto e Barreirão. Os municípios que se encontram na sub-bacia são: São José dos Quatro Marcos, Indiavaí, Glória D Oeste, Porto Esperidião, Mirassol D Oeste e Araputanga no estado de Mato Grosso. O presente estudo teve como objetivo avaliar a dinâmica fluvial, quantificar a magnitude da erosão marginal, verificar a capacidade de transporte de sedimentos (fundo e suspensão) na bacia hidrográfica do córrego das Pitas, apresentar o uso/ocupação da terra em escala espaço/temporal e mostrar a visão dos moradores sobre a bacia. O primeiro capítulo refere-se a dinâmica fluvial (erosão acumulada nas margens, capacidade de transporte de sedimentos, índice de vazão e deposição de sedimentos) da subbacia. Os procedimentos metodológicos foram: monitoramento das variáveis hidrodinâmicas, coleta de sedimentos e instrumentação das margens (técnicas dos pinos e estacas); análise de laboratório de sedimentos transportados em suspensão (método de filtragem e pesagem dos filtros) e no fundo (método da pipetagem e peneiramento) do canal e análises estatísticas dos dados testados e realizados no software R. Os sedimentos de fundo analisados mostram tendência natural de diminuição da carga de sedimentos grosseiros transportado em direção à jusante. A carga transportada em suspensão apresentou maior concentração de sedimentos na segunda seção localizada no alto curso com 571 mg/l. Na análise estatística a magnitude da erosão variou de acordo com argila na margem (P< 0,05). O silte foi o sedimento que acelerou a magnitude da erosão marginal (P< 0,02). O segundo capítulo discute as transformações espaço-temporal do uso do solo da sub-bacia enfocando o seu processo de ocupação e organização espacial, Para caracterizar o uso/ocupação da terra espaço/temporal foi feito o levantamento dos dados no site da Secretaria de Planejamento do Estado de Mato Grosso (SEPLAN), e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); mapeamento temporal do uso do solo utilizando mapas temáticos da SEPLAN na escala de 1: no período de 1986 a Os resultados mostraram que a área desmatada em 1986 de 308,75 km² aumentou para 447,85 km² em 1998, principalmente relacionada as matas ciliates que ocupou apenas 1,68% da área em O terceiro capítulo apresenta os diferentes olhares, os sentimentos e a percepção da população Araputanguense sobre a sub-bacia hidrográfica. Adotou-se a aplicação de questionários com perguntas abertas e fechadas aos moradores do município de Araputanga. A análise das entrevistas foi realizada pelo método da observação participante. A população apresentou alguns problemas que prejudica o funcionamento do córrego como lançamento de esgotos (doméstico e industrial) e lixo diretamente no canal e o desmatamento da mata ciliar, dentre outros. Os moradores sugerem algumas medidas de recuperação como: coleta de lixo, revegetação das margens, fiscalização do poder público, campanhas educativas e dentre outras. O processo de desmatamento no entorno da sub-bacia para práticas agropecuárias, a crescente 1 Orientadora Professora Pós-Doutora Célia Alves de Souza UNEMAT

19 19 urbanização está comprometendo o funcionamento e a dinâmica natural do córrego das Pitas, criando a necessidade de gestão da bacia hidrográfica. Palavras-Chave: Sub-Bacia Hidrográfica; Córrego das Pitas; Dinâmica Fluvial; Uso/Ocupação do Solo; Gestão e Educação Ambiental.

20 20 ABSTRACT SILVA, Leila Nalis Paiva da. Fluvial dynamics in the Hydrographic Sub- Basin of the Pitas Creek-MT as Proposal for the Management of the Water Resources. Cáceres: UNEMAT (Dissertation Mastership in Environmental Sciences) The hydrographic sub-basin of the Pitas creek has 475 km² approximately, and its waterhead occurs in the Parecis tableland. Its tributaries at the right margin are the Figueira creek, Grande creek and Água Clara creek., whereas at the left margin are the creeks Porto and Barreirão The following counties are at the sub-basin: São José dos Quatro Marcos, Indiavaí, Glória D' Oeste, Porto Esperidião, Mirassol D' Oeste and Araputanga. This study was carried out to evaluate the fluvial dynamics, by quantifying the magnitude of the marginal erosion, as verifying the capacity for transportation of the sediments (bed and suspension) in the hydrographic basin of the Pitas creek, as well as presenting the use/occupation of the land at space/temporal scale, as showing the residents viewpoint on the basin. The first chapter refers to the fluvial dynamics (erosion accumulated in margins, sediment transport capacity, flow rate and sediment depositions) in the hydrographic subbasin. The following methodological procedures were used: the monitoring of hydrodynamic variables, sediment collection and margin instrumentation (techniques of pins and stakes); laboratorial analysis of either suspended sediments transported (method of filtration and weighting of the filters) and sediments in bottom (method of the pipetting and seiving) of the channel and the statistical analyses of the tested data, that were accomplished in the software R. The bottom sediments under analysis show natural tendency for decreasing the load of the coarse sediments transported towards downstream. The suspension-transported load showed higher concentration of the sediments (571 mg/l) in the second section located at the high course. The statistical analysis showed the magnitude of erosion to vary according to clay in the margin, with P = <0.05. As an aggregative agent for accelerating the marginal erosion, the silt portion corresponds to 0.02 probability, therefore showing the hypothesis that silt is one of the sediments affecting the magnitude of the erosion. The space-temporary transformations from the use of the soil of the sub-basin are discussed in the second chapter, by focusing its occupation and space organization process. To characterize the temporal/spatial use-occupation of the land, the survey of the data were accomplished in the site of either Secretaria de Planejamento do Estado de Mato Grosso (SEPLAN) and the Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), as well as the temporal mapping of the soil use by SEPLAN thematic maps at 1: scale relative to the period from 1986 to The results showed the increase in the area deforested in 1986 to be around 308,75 km² of the basin area and reached 447, 85 km² in The third chapter presents the different viewpoints, the feelings, the Araputanguense population perception on the hydrographic basin. The questionnaires with open and closed questions were applied to the residents in Araputanga. The interview analysis was accomplished, by applying the participant s observation method. Some problems prejudice the creek, such as the direct launching of both sewage (domestic and industrial) and refuse on the channel, the deforestation of the riparian forest and others. Some remediation measures were suggested, such as the garbage collection, revegetation of the margins, public power inspection, educational campaigns and others. The deforestation process in adjacencies of the sub-basin for agriculture and livestock practices and the

21 21 increasing urbanization are endangering the operation and the natural dynamics of the Pitas creek, therefore generating the need for. the management of the hydrographic basin. Keywords: Hydrographic Sub-Basin; Pitas Creek; Fluvial dynamics; Use/Occupation of the Soil; Management and Environmental Education.

22 22 INTRODUÇÃO GERAL As transformações no espaço/tempo na sub-bacia hidrográfica podem ser influenciadas pela dinâmica natural ou pelas atividades humanas desenvolvidas. A ocupação da terra pode alterar as condições naturais da bacia hidrográfica, esse processo acontece inicialmente pela retirada da vegetação, deixando o solo exposto, em seguida pela introdução de atividades agropecuária e a urbanização. Também pode ser influenciada pelo uso direto dos canais fluviais, instalações de barragens, retificação/canalização, dragagem e navegação. O monitoramento de bacias hidrográficas contribui para verificar os problemas ocasionados pela erosão marginal. O acúmulo de sedimentos acelera o assoreamento dos rios, provoca enchentes, diminui a quantidade e altera a qualidade da água. Assim, identificar e discutir sobre as mudanças que ocorrem devido usos dos recursos naturais subsidia propostas e medidas de recuperação e conservação do meio natural. A ocupação da sub-bacia do córrego das Pitas está vinculada às políticas voltadas para a ocupação do Sudoeste de Mato Grosso nas últimas décadas, o que gerou diversas alterações no ambiente. Neste contexto os recursos hídricos tem sido os mais afetados, haja vista, serem os rios os componentes mais sensíveis da paisagem, tendo respostas rápidas às perturbações na bacia hidrográfica e no próprio canal. O desmatamento das nascentes e das matas ciliares provocou o desaparecimento de algumas nascentes, bem como os diferentes tipos de uso do solo na sub-bacia alterou a dinâmica fluvial, provocando o assoreamento nos canais fluviais. O estudo foi realizado na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas, afluente da margem esquerda do rio Jauru, com aproximadamente 475 km², possui suas nascentes na Depressão Jauru com 480 m de altitude, com diferentes compartimentos litológicos, geomorfológicos e topográficos. Na margem direita encontram-se os afluentes Figueira, Grande e Água Clara; na margem esquerda os córregos: Porto e Barreirão. Localizada no sudoeste do estado de Mato Grosso a sub-bacia abrange os municípios: São José dos Quatro Marcos. Indiavaí, Glória D Oeste, Porto Esperidião, Mirassol D Oeste e Araputanga.

23 23 As atividades antrópicas (agropecuárias) realizadas na sub-bacia hidrográfica podem alterar a dinâmica fluvial, tais como: diminuição de vazão e da profundidade, aumento da largura da calha; acelerar a erosão fluvial; formação de barras de sedimentos. Além da perda da qualidade da água. O estudo desenvolvido teve por objetivos: Avaliar a dinâmica fluvial, quantificando a magnitude da erosão marginal, verificando a capacidade de transporte de sedimentos (fundo e suspensão), ao longo do perfil longitudinal do córrego das Pitas; Verificar o uso/ocupação da terra espaço temporal em escala temporal para possíveis medidas de planejamento; Averiguar a visão que os moradores da sub-bacia hidrográfica sobre o córrego das Pitas. A realização deste estudo foi de fundamental importância para entender e sugerir práticas de gerenciamento e gestão de bacias hidrográficas que são utilizados inadequadamente, o que pode provocar mudanças no regime hidrológico, como assoreamentos dos rios, enchentes, diminuindo a quantidade e alterando a qualidade da água, comprometendo o funcionamento fluvial do córrego das Pitas. A gestão de sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas deve incorporar uma visão de desenvolvimento sustentável visando compatibilizar e otimizar os múltiplos usos da sub-bacia, respeitando a capacidade e suporte de seus recursos naturais dentro da abordagem sistêmica. O estudo realizado na sub-bacia hidrográfica do córrego da Pitas resultou na elaboração de 3 (três) capítulos. O primeiro capítulo refere-se a dinâmica fluvial (erosão acumulada nas margens, capacidade de transporte de sedimentos, índice de vazão e deposição de sedimentos) da sub-bacia hidrográfica, verificando os tipos de uso no entorno dos canais e grau de conservação. O segundo capítulo discute as transformações espaço-temporal do uso do solo da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas enfocando o processo de ocupação organização espacial, a população estimada, a produção agrícola e a criação de animais dos municípios contidos na sub-bacia: Araputanga, Mirassol D Oeste, São José dos Quatro Marcos, Glória D Oeste e Porto Esperidião.

24 24 O Terceiro capítulo visa discutir os diferentes olhares da população araputanguese sobre a sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas, indicando o grau topofilia e topofobia das pessoas em relação ao córrego.

25 25 Capítulo 1 DINÂMICA FLUVIAL DA SUB-BACIA HIDROGRAFICA DO CÓRREGO DAS PITAS RESUMO: A sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas possui área aproximada de 475 km², localiza-se entre as coordenadas geográficas de e latitude sul e e longitude oeste, no Sudoeste do Estado de Mato Grosso. A pesquisa objetivou avaliar a dinâmica fluvial, com vista a subsidiar o planejamento e gestão da sub-bacia do córrego da Pitas. Para monitorar a dinâmica fluvial foram escolhidas sete seções ao longo do perfil longitudinal no alto, médio e baixo curso da sub-bacia. Os procedimentos usados foram: trabalho de campo para quantificar erosão marginal por meio da instrumentação das margens pela técnica de pinos e estacas e a verificação da erosão acumulada; monitorar as variáveis hidrodinâmicas pela batimetria; coleta de sedimentos (fundo, suspensão e margem); trabalho de gabinete; analisar os parâmetros morfométricos, a composição granulométrica dos sedimentos pelo método de peneiramento e pepitagem; aplicação do teste de análise estatística para comprovar a significância de cada seção. Na técnica dos pinos a maior erosão acumulada e magnitude da erosão ocorreram no quinto segmento com 14 cm da margem erodida. No sétimo segmento, os dados mostram que o pino instrumentalizado na margem esquerda, próximo da lamina d água, o pino inferior erodiu cerca de 2 cm, a magnitude da erosão correspondeu em -0,88 cm. No entanto, o segundo pino na parte superior mostrou que não houve erosão, mas sim a sedimentação de 2 cm. A técnica de estaca foi aplicada na margem direita, verificou-se que houve concentração elevada cerca de 1,21 m de erosão marginal. As análises dos sedimentos (fundo, suspensão e margem) contribuíram para quantificar a erosão marginal em todos os segmentos monitorados. Os dados mostraram a tendência das margens do córrego das Pitas a erodir conforme sua composição granulométrica e as atividades agropecuárias. Desta maneira, o levantamento ambiental realizado nesta sub-bacia hidrográfica, mostra a importância do gerenciamento dos recursos hídricos para discutir práticas conservacionista desta unidade natural, onde tem que concentrar esforços no gerenciamento dessa sub-bacia (alto, médio e baixo curso) para conter a erosão marginal para que possa assim atender a população de maneira sustentável e garantir o uso para gerações futuras. Palavras-Chave: Dinâmica Fluvial, Erosão Marginal, Composição Granulométrica.

26 26 FLUVIAL DYNAMICS OF THE HYDROGRAPHIC SUB-BASIN OF THE PITAS CREEK SUMMARY: The hydrographic sub-basin of the Pitas creek has an area of ca 475 km². It is located between the geographical coordinates of 15 17'30" and 15 49'50" South latitude and 58 14'30" and 58 33'26" West longitude on Southwestern Mato Grosso. This research was conducted to evaluate the fluvial dynamics, in order to subsidize the planning and management of the Pitas creek sub-basin. For this purpose, seven sections along the longitudinal profile in the high, medium and low course of the sub-basin were chosen. The following procedures were adopted: field work to quantify the marginal erosion, as adopting the margin instrumentation by the technique of pins and stakes and the verification of the accumulated erosion; monitoring of the hydrodynamic variables by bathymetry; sediment collection (bottom, suspension and margin); office work; analysis of the morphometric parameters; the granulometric composition of the sediments were analyzed by the sieving and pipetting method; and application of the statistical analysis test to corroborate the significance of each section. In the technique of pins, the highest accumulated erosion and erosion magnitude occurred in the fifth section with 14 cm eroded margin. In the seventh section, the data show that the left-margin instrumentalized pin close to the water depth eroded about 2 cm, as the magnitude of the erosion corresponded to cm, whereas the second pin shows no erosion occurred, but 2 cm sedimentation. The stake technique was applied at the right margin; a high index around 1.21 m marginal erosion was verified. The analyses of the sediments (bottom, suspension and margin) contributed to quantifying the marginal erosion in all monitored segments. The data showed the tendency of the Pita creek margins to erode according to their granulometric composition and the agricultural activities. Thus, the environmental survey accomplished in this hydrographic sub-basin highlights the management of the water resources, when discussing the conservative practices in this sub-basin, therefore aiming to attend the population wishes, besides assuring the use of the natural resources to future generations. Keywords: Fluvial Dynamics, Marginal Erosion, Granulometric Composition.

27 27 1. INTRODUÇÃO A gestão ambiental visa à formulação de princípios, diretrizes, estruturação de sistemas gerenciais e tomadas de decisões, tendo como proposta promover de forma coordenada e direcionada o uso, proteção, conservação e monitoramento dos recursos naturais e a dinâmica sócio-econômica em um determinado espaço geográfico, para subsidiar o desenvolvimento sustentável (LANNA, 1995). Os rios são essencialmente agentes de erosão, transporte e deposição, eles removem águas e sedimentos da superfície para os oceanos. O fluxo de água é uma das forças mais potentes que opera na superfície da Terra, tanto em termos de energia cinética como no total de fragmentos transportados (CHRISTOFOLETTI, 1981). Entretanto, a ação do homem acelera a erosão natural, as agressões às calhas dos rios, aumentam a quantidade de depósitos e a instabilidade dos leitos fluviais. As práticas que mais afetam o ciclo de hidrossedimentológico são: o desmatamento, a agricultura, a urbanização, a mineração, a construção de estradas, a retificação e o barramento dos cursos d água, o que altera a dinâmica e regime fluvial das águas (BORDAS e SEMMELMANN, 2004). Carvalho (1994) mostrou a importância do conhecimento da dinâmica dos canais fluviais, tanto no que concerne aos recursos hídricos como do ponto de vista da hidráulica e do controle da erosão, assim como também do ponto de vista sedimentológico, geomorfológico e do planejamento regional. As principais mudanças ocasionadas no ambiente, tanto pelos fatores naturais ou pelas ações humanas, provocam grandes problemas no meio físico, um desses problemas é a alteração do curso do rio, o que influencia na qualidade e quantidade da água. Estas mudanças aumentam os casos de assoreamento e enchentes com a rede de drenagem urbana e contribui para o excesso de sedimentos na calha do rio. A distribuição de sedimentos através de uma seção transversal é variável de um lado para o outro, sendo mais expressa em termos de concentração. Esta é variável em função da velocidade da corrente, da disponibilidade de sedimentos e de

28 28 sua granulometria (CARVALHO, 1994). A ocupação espaço/temporal nessa sub-bacia teve início na década de 60, intensificado no meado da década de 80; o que provocou mudanças na dinâmica fluvial da sub-bacia hidrográfica devido o abastecimento dos municípios acima referidos, no sudoeste do estado de Mato Grosso; com o uso inadequado deste recurso natural houve um alto grau de degradação (desmatamento de mata ciliares e nascentes, assoreamento de canais e contaminação da água) do rio principal e seus afluentes, assim há a necessidade de monitorar esta sub-bacia para sugerir o gerenciamento dos recursos hídricos. O conhecimento da tendência espacial e temporal da dinâmica fluvial da subbacia hidrográfica do córrego da Pitas em termos de armazenagem, estágio de evolução, deposição de sedimentos e a magnitude da instabilidade do canal é importante para sugerir algumas medidas de uso, preservação e recuperação. O presente estudo objetivou verificar a dinâmica fluvial da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas e as variáveis hidrodinâmicas do canal (batimetria); analisar a composição granulométrica sedimentos dos transportados e das margens e monitorar o grau de erosão marginal. O monitoramento e levantamento ambiental desta sub-bacia torna-se ferramenta importante para propor o gerenciamento desta unidade natural, e sugerir medidas que possa minimizar os impactos ocasionados principalmente das atividades humanas realizadas no entorno do córrego das Pitas. 2. MATERIAL E MÉTODOS 2.3 ÁREA DE ESTUDO A sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas é um canal de 4ª ordem segundo a classificação de Strahler (1952), com área de 475 km², possui suas nascentes na Depressão Jauru entorno de 480 m de altitude, localiza-se entre as coordenadas geográficas e latitude sul e e de longitude oeste. A sub-bacia encontra-se nos seguintes municípios de Araputanga, Indiavaí, Mirassol D Oeste, São José dos Quatro Marcos, Glória D Oeste e Porto Esperidião (Figura 1).

29 29 Figura 1 - Localização da sub-bacia hidrográfica do Córrego das Pitas no sudoeste do Estado de Mato Grosso (carta do SEPLAN, 1986). Org: Leila Nalis Paiva da Silva (2006)

30 Condições naturais da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas Geologia De acordo com o projeto RADAMBRASIL (1982), a bacia hidrográfica do córrego das Pitas apresenta as seguintes formações geológicas: o Complexo do Xingu, Formação Pantanal, Suíte Intrusiva do Rio Alegre e Aluviões Atuais (Figura 2). O complexo do Xingu faz parte da unidade basal do Catron Amazônico, são as rochas mais antigas, que ocorre no alto curso do córrego das Pitas. Litologicamente identificou micaxistos, onfibolitos e granitos mais ou menos laminados, constituindo na unidade geomorfológica que denominou Planície Cristalina do Jauru de acordo com Almeida (1964). A Suíte Intrusiva do Rio Alegre encontra-se no médio e baixo curso da subbacia hidrográfica do córrego das Pitas, conforme definido através de estudos petrográficos, representado por uma associação basico-ultrabasico, de caráter plutônico, que está intrusiva nos polimetarficos do complexo do Xingu, notadamente nos gnaisses (RADAMBRASIL, 1982). Encontra-se no alto, médio e baixo curso da sub-bacia hidrográfica de acordo Figueiredo (1974) há três níveis para a Formação Pantanal. O primeiro topograficamente mais elevado seria constituído por areias inconsolidadas e de granulação média a fina, com grãos bem arredondados e polidos, com intercalações subordinadas de níveis decimétricos silte-argilosos. O nível formado por terraços aluviais sub-recentes é constituído por silte, argila e bolsões de areia muito fina. O último nível constituinte da planície mais rebaixada teve como formadores depósitos irregulares siltes-argilosos e grosseiros, depositados recentemente pelos rios da bacia hidrográfica do Paraguai (RADAMBRASIL, 1982). A formação geológica que se encontra na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas contribui no armazenamento e toda disponibilidade da água contida nesta sub-bacia.

31 31 Figura 2 A Formação Geológica ao longo do perfil longitudinal da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas Geomorfologia Na sub-bacia hidrográfica do Córrego das Pitas registram-se dois tipos de relevo: Planalto dos Parecis e Alto Paraguai. As nascentes principais instalam-se nas bordas do Planalto dos Parecis e percorre a Depressão do Alto Rio Paraguai (Figura 3). O Planalto dos Parecis compreende um extenso conjunto de relevo dissecado, caracterizado por duas feições distintas esculpidas nas rochas do grupo Parecis (formação Salto das Nuvens e Utiariti) (RADAMBRASIL, 1982). A Depressão do Rio Paraguai compreende uma extensa área drenada pelo rio Paraguai e seus afluentes. A sub-bacia do córrego das Pitas corresponde à superfície do relevo pouco dissecado, a qual apresenta formas tabulares e convexas com pequeno caimento topográfico de norte para sul e oeste. Sua altimetria oscila entre 120 e 300 m. A dissecação ocorreu predominantemente sobre litologias précambrianas do Complexo Basal. A forma de acumulação mais recente é representada por planícies e terraços fluviais, com pequenas faixas de aluviões encontradas no baixo curso da bacia. (RADAMBRASIL, 1982). A Chapada dos Parecis compõe a subunidade mais elevada (acima de 550 m). O sudeste e sul apresentam esparsos anfiteatros erosivos. Ao oeste a junção

32 32 destes anfiteatros erosivos originou um sistema continuo de escarpas erosivas com frentes voltadas para sudoeste, que interrompem bruscamente a superfície aplainada e residual do topo plano. Ao norte o contato se realiza com subunidade denominada Planalto Dissecado dos Parecis, através de espigões delimitados por escarpas, que avançam para o norte, separando corredores rebaixados. Como emerge da superfície central do planalto, seus limites se fazem com superfície ligeiramente mais rebaixada que a envolve. Constitui-se litologicamente de arenitos do grupo Parecis (RADAMBRASIL, 1982). Figura 3 - A Geomorfologia ao longo do perfil longitudinal da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas O relevo no alto curso da sub-bacia há a maior presença de corredeiras e transporte de sedimentos. A degradação nas cabeceiras dos rios no alto curso faz com que haja maiores sedimentos de fundo e suspensão, o que contribui na erosão marginal Ocorrência de solos Na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas destaca-se os seguintes tipo de solo: Neossolos litólico, Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico. No baixo curso da sub-bacia registra a ocorrência dos solos: Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico,

33 33 Gleissolo Háplico Eutrófico e Planossolos Háplico Distróficos (Figura 4). Os Neossolos litólicos são encontrados no alto curso da sub-bacia, suas características físicas são muito diversificadas, ocorrendo solos com textura desde arenosa a muito argilosa, com ou sem cascalhos, concrecionários e sem concreções. Quanto às possibilidades de uso, esta classe apresenta uma série de limitações naturais, como posicionamento topográfico desfavorável para mecanização, por serem solos rasos e em muitos casos, com presença excessiva de cascalho e/ou concreções, que funcionam como impedimento ao desenvolvimento de raízes. Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico predomina na sub-bacia hidrográfica. O Argissolo possui boa reserva de elementos nutrientes, com médios e altos valores de soma e saturação de bases. O alumínio trocável é inferior à unidade de saturação com o alumínio praticamente zero, dando-lhes um aspecto de fertilidade, condições favoráveis à implantação de qualquer empreendimento agropecuário devido às condições climáticas com umidade e temperaturas favoráveis a intemperização intensiva, com aparecimento de todo tipo (RADAMBRASIL, 1982). O Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico, é uma pequena mancha encontrada no baixo curso da sub-bacia, são solos de baixa fertilidade natural, apresentando valores em soma de base e saturação. O alumínio trocável e saturação são altos nos solos álicos, atinge níveis nocivos ao desenvolvimento das plantas, enquanto nos distróficos são baixos, com teores de alumínio trocável quase sempre inferior à taxa de 0,5 ma/100 grama de solo. A atividade de argila é sempre baixa, demonstrando a dominância de argila do tipo 1:1 na fração coloidal. Ocorrem em relevo desde o plano ao ondulado, desenvolvidos a partir de litológias desde quaternárias a pré-cambrianas (SEPLAN, 2000). O Gleissolo Háplico Eutrófico são solos profundos, mal drenados, de baixa permeabilidade e suas características físicas e químicas são muito diversificadas, devido à natureza do material originário e a dinâmica hídrica que ocorrem nestas áreas (JACOMINE et al,1995). Os Planossolos Háplico Distróficos, registra pequena ocorrência no baixo curso da sub-bacia, na margem esquerda do córrego Pitas, são solos característicos de locais aplanados, com cotas baixas, onde é comum a presença do lençol freático próximo à superfície durante parte do ano. Ocorrem associados à clareta hidromórfica e glei pouco húmico mais freqüentemente. Apresentam argila dispersa

34 34 muito elevado nos horizontes subsuperficiais evidenciados pelo baixo grau de floculação (RADAMBRASIL, 1982). Figura 4 Ocorrência de Solos ao longo do perfil longitudinal da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas Cobertura vegetal Registra-se ocorrência de manchas de vegetação remanescentes na subbacia hidrográfica do córrego das Pitas como: floresta submontana dossel emergente, aluvial e estacional (Figura 5). A formação vegetal do alto e médio curso da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas, compõe-se de floresta submontana que se caracteriza pela estrutura aberta, que revela grande espaçamento entre as árvores, nas depressões onde a lixiviação é maior a fisionomia florestal é composta pelas maiores árvores. No médio curso da sub-bacia hidrográfica encontra-se floresta estacional semidecidual, caracterizada pelas variações climáticas das duas estações (cheia e estiagem), com variações térmicas e estacionalidade foliar de elementos arbóreos dominantes, as quais têm adaptações e deficiência hídrica devido a diminuição da temperatura nos meses mais frios (RADAMBRASIL, 1982).

35 35 No médio curso encontra-se área com vegetação de Savana Arbórea Aberta, formação vegetal de fisionomia campestre, com arbustos conhecidas como campo cerrado, sendo caracterizada por um tapete gramíneo-lenhoso entremeado com árvores gregárias, às palmeiras anãs. A floresta aluvial encontra-se no médio e baixo curso da sub-bacia com formação arbórea ribeirinha que ocupa as planícies recentes do quaternário. Em sua estrutura, apresenta espécies de rápido crescimento, com casca lisa e de grande porte (RADAMBRASIL, 1982). A vegetação que se encontra no médio e baixo curso contribui na conservação das margens do córrego das Pitas, o que dificulta o removimento do solo e escorra diretamente no leito do rio. Figura 5 Perfil da Cobertura Vegetal ao longo do perfil longitudinal da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas 2.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Delimitação da sub-bacia hidrográfica Na delimitação da área utilizaram-se cartas topográficas folhas: SD.21Y-C-III, SD.21 Y-C-VI, SD.21Y-D-I e SD.21 Y-D-IV na escala de 1: de 1972 da Divisão de Serviços Gerais do Exército (DSG), destacando o canal principal e seus

36 36 afluentes. Para o monitoramento, escolheram-se sete seções transversais ao longo do perfil longitudinal no alto, médio e baixo curso da sub-bacia hidrográfica (Figura 6). Segmentos Nascentes Figura 6 - Sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas com monitoramento das sete seções ao longo do perfil longitudinal carta do DSG (1972), Org: Leila Nalis Paiva da Silva (2006)

37 Localização geográfica dos segmentos monitorados ao longo do perfil longitudinal do córrego das Pitas I segmento: latitude sul e longitude oeste (alto curso); II segmento: latitude sul e ,3 longitude oeste (alto curso); III segmento: latitude sul e ,3 longitude oeste (alto curso); IV segmento: latitude sul e longitude oeste (alto curso); V segmento: ,1 latitude sul e 58º 21 11,3 longitude oeste (médio curso); VI segmento: ,2 latitude sul e ,3 longitude oeste (médio curso); VII segmento: ,0 latitude sul e ,00 longitude oeste (baixo curso) Trabalho de Campo A pesquisa de campo foi realizada em duas etapas: A primeira etapa foi realizada nos dias 03 e 04 de novembro de 2007, com o reconhecimento geral da área, definição dos segmentos, quantificação das variáveis hidrodinâmicas, coleta de sedimentos e instrumentação das margens para monitoramento da erosão marginal. A segunda etapa ocorreu nos dias 23 e 24 de agosto de 2008, na qual se quantificou a erosão marginal e as variáveis hidrodinâmicas Monitoramento das variáveis hidrodinâmicas (Morfometria física do canal) Na aplicação das variáveis hidrodinâmicas batimetria, utilizou-se como material de pesquisa trena de 10 m, para medir a largura e profundidade na seção transversal, com auxílio da corda e cronômetro para verificar a velocidade do fluxo da água em m/s (CUNHA, 1996) Coleta de material (sedimentos de fundo e suspensão) A coleta de sedimentos foi no período de estiagem, sendo que em cada segmento foi coletada uma amostra, exceto o quinto segmento não coletou-se sedimentos de fundo. A carga suspensa foi coletada com um amostrador pontual denominado garrafa de Van Dorn, que consiste num tubo de PVC com duas extremidades

38 38 abertas e com as tampas presas a um gatilho, o qual é ativado com o lançamento de um peso (mensageiro). A carga suspensa foi armazenada em garrafas plásticas de 1 litro. O processo consiste em primeiro lugar esterilizar o recipiente com a própria água do rio duas vezes e armazená-las em temperatura ambiente. Após a coleta dos sedimentos as garrafas foram devidamente etiquetadas, constando dados referentes sobre o local utilizando o Sistema de Posicionamento Global (GPS) para marcar os segmentos. Na coleta dos sedimentos de fundo foi utilizado o aparelho do tipo Van Veen (amostrador de mandíbulas). As amostras foram armazenadas em sacolas plásticas e etiquetadas com dados sobre a localização para posterior análise da granulometria dos sedimentos para quantificar a composição granulométrica com a erosão marginal Instrumentação das margens do Córrego das Pitas Para a quantificação da erosão marginal ao longo do perfil longitudinal do córrego das Pitas foram utilizados os métodos de pino e estacas: Pinos de erosão A técnica com pinos foi discutida e amplamente revisada por Lawler (1978) e empregada por Twidale (1964), Hill (1973), Knighton (1973), Hooke (1980) e entre outros. Esse método consiste na inserção perpendicular de pinos de aço na face do barranco para medir o valor da erosão por meio da superfície de exposição dos pinos. Os principais critérios utilizados para a escolha das seções monitoradas foram construções humanas como: ponte de madeira, cercas e proximidades de sede de fazendas, o que facilitou a posterior localização. Para inserção dos pinos a posição utilizada foi a horizontal, posicionados acima do nível da água. Fixou-se pinos de vergalhão ¾ com comprimento de 0,50 cm e 0,30 cm de diâmetro, do qual 10 cm ficaram expostos para quantificação da erosão marginal (Figura 7). A verificação do recuo da margem foi realizada após o período chuvoso, com auxílio de trena para medir a erosão de cada margem do córrego das Pitas.

39 39 Figura 7 - Técnicas de pinos para monitorar a erosão marginal na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas. Fonte: Silva, (2007) Estacas A técnica das estacas é utilizada principalmente para garantir o controle de erosão caso ocorra desbarrancamentos que provoque a perda dos pinos. Essa técnica constitui na instalação de estacas de madeira com 10 cm exposto na parte superior das margens, posicionadas de forma que não sejam afetadas por prováveis desmoronamentos e retiradas pela ação dos habitantes locais (HUGUES, 1977) (Figura 8). Figura 8 - Técnicas de fixação da estaca para monitorar a erosão marginal na subbacia hidrográfica do córrego das Pitas. Fonte: Leila Nalis Paiva da Silva, (2007) As estacas foram colocadas em seis pontos ao longo do perfil longitudinal do córrego das Pitas, tendo o mesmo cuidado com sua inserção para melhor identificação. As fixações das estacas foram na posição vertical com 2 m de

40 40 distância da margem. As estacas podem ser fixadas pelas marcas de desabamentos localizados em talude e na grande flutuação do nível d água durante os maiores eventos de chuva, processo que favorece a ocorrência de colapso no solo e surgimento de desabamentos de maior porte. 2.4 Trabalho de Gabinete Quantificação da erosão marginal do córrego das Pitas Para verificar a magnitude da erosão foi utilizada a seguinte fórmula de Hooke (1980), adaptada por Fernandez (1995): Em= (Lı Lо) /t Onde: Em = Magnitude da erosão (cm/dia ou cm/mês) Ll = Comprimento do pino exposto pela erosão L0 = Comprimento exposto inicialmente, padronizada em 10 cm t = Tempo transcorrido (dias ou meses) entre cada campanha (coleta) Após cada coleta de dados na mensuração da erosão, os pinos foram inseridos novamente deixando-os expostos 0,10 cm do seu comprimento para facilitar sua localização. A erosão média para cada seção monitorada após noves meses de medição é a somatória dos recuos registrados dividido pelo número total de pinos instalados, enquanto que a erosão média anual foi a média aritmética da erosão média obtida ao longo de um ano de monitoramento (HOOKE, 1980) Parâmetros Morfométricos A avaliação desses parâmetros limitou-se na identificação da densidade de drenagem dos rios. Esse procedimento metodológico contribuiu na definição do comprimento e o número de canais da sub-bacia em cada compartimento hidrográfico.

41 Densidade de drenagem Para calcular a densidade de drenagem utilizou-se a fórmula de Horton (1945). Dd= Lt A Onde: Dd = Densidade de drenagem Lt = Comprimento total dos canais A = Área da bacia Densidade de rios Para identificar a relação entre os números de cursos d água e a área da bacia hidrográfica, utilizou-se da fórmula definida por Horton (1945). Dr= N A Onde: Dr = Densidade de rios N = Número total de canais A = Área da bacia considerada Cálculo de Vazão Para calcular a área na seção transversal no nível de margens plenas e área da seção molhada foi adotada a fórmula: A=LxP (CUNHA, 1996) Onde: A = Área da seção L = Largura do canal P = Profundidade média Para obter o cálculo da vazão utilizou-se a seguinte fórmula: Q= VxA (CUNHA, 1996). Onde: Q = Vazão

42 42 V = Velocidade das águas A = Área Elaboração do perfil longitudinal O perfil longitudinal de rio é a relação entre seu comprimento e sua altimetria, que significa o gradiente. Na elaboração do perfil longitudinal utilizou carta topográfica com escala 1: , DSG ano de 1972, traçando o perfil a partir das curvas de nível. Ao longo desse perfil vários pontos foram analisados, procurou-se distribuí-los pelos principais afluentes da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas (CHRISTOFOLETTI, 1981). 2.5 Análise de Laboratório Para determinar o tamanho dos sedimentos e as partículas do material de fundo foi empregado o método do peneiramento. Inicialmente secou o material coletado em temperatura ambiente. Após a secagem, foi peneirado em uma série de peneiras padronizadas, agitadas mecanicamente durante cinco minutos. Concluído o peneiramento, as amostras foram pesadas separadamente de acordo com o seu diâmetro das partículas de solo. Para a classificação da porção silte/argila, utilizou-se o método da pipetagem e do peneiramento, para análise da areia (SUGUIO, 1973). As amostras foram analisadas no laboratório da Analítica (Análises Químicas e Controle de Qualidade) na cidade de Cuiabá no estado de Mato Grosso. No método de peneiramento utilizou várias peneiras de malha quadrada da série Tyler com aberturas em 76 a < 0.15 mm, para classificação dos materiais retidos em kg/m³ quanto a composição da margem e o sedimento do fundo. As peneiras foram agitadas mecanicamente, assim em 100 g do material seco, adicionam 5 cm³ de agente defloculante, sendo um processo repetitivo por cinco minutos. Em seguida coloca o material em um prato de evaporação, levando a estufa para secagem a temperatura de 105 C. Após a secagem, procede ao peneiramento mecânico, o material retido em cada peneira foi pesado e subtraído os 100 g do material seco para averiguar a quantidade final do sedimento (CARVALHO, 1994). A análise da carga em suspensão em g/l em cada ponto foi realizada com o auxilio do método de filtragem e pesagem dos filtros. Para quantificar esse material,

43 43 são separadas 1L de amostra total que foram filtradas em cadinhos de 250 ml munidos de filtros de fibra de vidro de 47 cm de diâmetro e 0,5 mm de abertura do poro (Microfiltro de fibra de vidro de 0,2µm GF 52-C Ø 47mm). Essa operação foi acelerada com o uso de uma bomba de vácuo, adaptada ao recipiente coletor do material filtrado. O resíduo da filtragem, detido no cadinho pelos filtros pré-pesados, foi secado em estufa temperatura de 110 C, por 24 horas, até ficar totalmente seco e depois colocado em um dissecador para esfriar por 20 minutos. Em seguida, foi pesado em balança analítica. Com o peso da membrana mais o sedimento, subtraído do peso da membrana, identificou-se o material em suspensão de cada amostra, por unidade de litro (g/l) (MELO, 1975). 2.6 Análise Estatística As variáveis respostas usadas para analisar a erosão foram: a erosão acumula, a magnitude da erosão e a exposição da estaca. Para analisar o efeito dos parâmetros da hidrodinâmicas e das características da erosão foi usado o modelo linear simples tendo a erosão acumulada como variável resposta (y), e como variáveis explicativas (x) os sedimentos transportados (fundo, margem e suspensão) suas composições granulométricas (areia, silte e argila), bem como os parâmetros das hidrodinâmicas: vazão, área e velocidade do córrego para verificar a influência destas variáveis sobre a erosão. Entretanto cada modelo testou apenas uma variável (x) devido ao limite estabelecido pelos graus de liberdade. A vazão do córrego das Pitas foi outra variável resposta (y) avaliada em função das variáveis explicativas (x) correspondentes ao período do ano (cheia e estiagem), e aos números de seções influenciadas na vazão, sendo cada variável testada em modelos separados por causa do limite dos graus de liberdade. O local da seção foi uma variável explicativa (x) usada para comparar o comportamento da erosão ao longo da sub-bacia, para isto foram usado teste de contraste entre a erosão em cada seção, por meio da análise de variância, com teste F em nível de 5% de significância. A largura entre as seções ao longo do perfil longitudinal do córrego das Pitas foi outra variável resposta (y) analisada testada em função das variáveis explicativas (x) seção do córrego e período do ano (cheia e estiagem).

44 44 A variável resposta profundidade (y) foi testada em função do local da seção do córrego (x) e do período (x), usando uma variável explicativa de cada vez no modelo. Outro modelo testado teve como variável resposta (y), a velocidade da seção do córrego em função do sedimento de fundo, tendo como variáveis independentes (x) a composição granulométrica areia (grossa, média, fina), silte e argila, bem como, os sedimentos em suspensão. Cada variável independente foi testada separadamente. A quantidade de sedimentos de fundo foi comparada quanto ao local da seção do curso do córrego das Pitas (alto, médio e baixo), usado o modelo que teve a variável resposta (y) a quantidade de sedimentos de fundo em função do curso (variável explicativa x). Foi testado um modelo para a quantidade de cada composição granulométrica dos sedimentos de fundo sendo eles: areia (grossa, média, fina), silte e argila. Todos os modelos testados foram comparados ao modelo nulo pela análise de variância, com teste F ao nível de 5% de significância. A distribuição de erros Normal foi usada na análise de todos os modelos, bem como o ajuste de normalidade. As análises dos dados foram testadas no software livre R versão RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Sub-bacia hidrografia do córrego das Pitas O córrego das Pitas é um dos principais afluentes do rio Jauru. Sendo o rio Jauru afluente do rio Paraguai. A bacia hidrográfica do rio Jauru com aproximadamente ,40 km², está localizada a sudoeste de Mato Grosso. Essa bacia é formada pelo rio Jauru e seus afluentes, que nascem na Chapada dos Parecis (norte) e Serra Santa Bárbara (oeste) e percorrem áreas de diferentes compartimentos litológicos e topográficos. As altitudes do relevo variam entre 116 e 700 metros, e o rio principal deságua na margem direita do rio Paraguai no Pantanal mato grossense (SOUZA, 2004). Entre os afluentes do rio Jauru encontram-se pela margem direita, os rios Brigadeiro, Bagres e Aguapeí e pela margem esquerda, os rios das Pitas e Caeté.

45 45 No baixo curso da bacia, o rio Jauru atinge os terrenos inundáveis do Pantanal; alguns pequenos cursos d água drenam as áreas sujeita a inundação, desaguando em baias e lagoas, ou espraiando na planície, contribuindo na formação da área do Pantanal. A sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas tem aproximadamente 475 km², possui suas nascentes na Depressão Jauru com 480 m de altitude, com diferentes compartimentos litológicos, geomorfológicos e topográficos (Figura 9). Nascentes Segmentos Figura 9 - Perfil longitudinal da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas com os segmentos monitorados no alto, médio e baixo curso (2007/2008) 3.2 Hierarquia Fluvial De acordo com Christofoletti (1980) o estudo sobre hierarquia fluvial consiste no processo de estabelecer a classificação de determinado curso de água de acordo com o conjunto total de rios da bacia hidrográfica na qual se localiza. Em relação à densidade de rios consiste na relação entre o número de rios e a área da bacia considerada. Como o principal objetivo é comparar a freqüência ou a quantidade de cursos de águas existentes em uma área de tamanho padrão, este cálculo é importante porque auxilia na definição do comportamento hidrográfico de determinada área, podendo definir a capacidade de gerar novos cursos de água (CHRISTOFOLETTI, 1980).

46 46 A densidade de drenagem correlaciona o comprimento total dos canais de escoamento com área da bacia hidrográfica. Esta análise é importante porque apresenta a relação inversa com o comprimento dos rios. À medida que aumenta o valor numérico da densidade há diminuição quase proporcional do tamanho dos componentes fluviais das bacias de drenagem (CHRISTOFOLETTI, 1980). O córrego das Pitas possui 155 afluentes, densidade de rios de 0,32, a densidade de drenagem 0,20, com padrão irregular em alguns trechos retos e outros meândrantes, apresenta o grau de sinuosidade de 1,32 no alto curso, de 1,21 no médio e de 0,24 no baixo curso. Essas informações contrariam a tendência natural de aumentar na sinuosidade em direção a foz, possivelmente pode estar associado a litologia local e a própria dinâmica fluvial. Na relação do tamanho dos componentes fluviais há certo equilíbrio, o que possibilita a capacidade de gerar novos cursos d água. Ao longo do perfil longitudinal a sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas recebe vários tributários que contribuem para o aumento do fluxo. Tendo cinco afluentes principais: Barreirão, Grande, Água Clara, Porto e Figueira (Quadro 01). O córrego Figueira canal de (2ª ordem), afluente da margem direita do córrego das Pitas, possui 5 km de extensão, com área aproximada de 7,5 km². As nascentes encontram-se na altitude de 200 m. Classificado como canal irregular, com trechos meândricos e outros retos, percorre o município de Porto Esperidião (Quadro 01). O córrego Barreirão canal de (3ª ordem), deságua na margem esquerda do córrego das Pitas, no médio curso e na margem esquerda do córrego das Pitas. Possui 33 km de extensão e com cerca de 56,25 km². Sua nascente principal nasce na cota altimétrica de 258 m. Ao longo do perfil longitudinal recebe 29 afluentes, percorre os municípios de Araputanga e São José dos Quatro Marcos. O córrego Grande canal de (3ª ordem) possui 24,5 km de extensão, com área de aproximadamente 80 km² suas nascentes estão localizadas no município de Mirassol D Oeste, em altitude de 200 m, recebe ao longo do perfil longitudinal 21 afluentes. Possui certo meandramento em torno de 1,44. O córrego Água Clara canal de (3ª ordem) com área de 110 km² e de 38,5 km extensão, possui 40 afluentes, percorre os municípios de Araputanga, São José dos Quatro Marcos e Mirassol D Oeste, deságua na margem direita do córrego das Pitas. As nascentes encontram-se cerca de 254 m altitude.

47 47 O córrego do Porto canal de (2ª ordem) possui 10 km de extensão e abrange área de 11,25 km², com suas nascentes entorno de 240 m de altitude, com 03 afluentes. Deságua na margem esquerda do córrego das Pitas no município de Porto Esperidião. Quadro 01 Afluentes da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas Sub-Bacias Números de Canais Comprimento dos Canais (Km) Área (km²) Densidade de Drenagem (Dd) Densidade de Rio (Dr) Ordem Córrego Figueira ,5 0,66 0,40 02 Córrego ,25 0,58 0,51 03 Barreirão Córrego Grande 21 24,5 80 0,30 0,26 03 Córrego Água 40 38, ,35 0,36 03 Clara Córrego do Porto ,25 0,88 0, Segmentos monitorados ao longo do perfil longitudinal Áreas de nascentes O trecho corresponde à área onde se encontram as nascentes principais do córrego das Pitas. Localiza-se aproximadamente 30 km da cidade de Araputanga no distrito de Mortelândia, na fazenda Canaã. As nascentes são difusas, apresentando bifurcação, com ocorrência de fluxo de água em três áreas nascentes. De acordo com CALHEIROS (2004) nascente é o afloramento do lençol freático, originando uma fonte de água de acúmulo (represa), ou curso d água. Elas se localizam em encostas ou depressões do terreno ou ainda no nível de base representado pelo curso d água local, distribuídas em perenes, temporárias e efêmeras. A primeira nascente localiza-se nas coordenadas geográficas de latitude sul e longitude oeste. Apresenta maior volume de fluxo, com profundidade média de 0,12 cm em área considerada de 0,30 m² (Figura 10).

48 48 Figura 10 - Perfil transversal do córrego das Pitas em área de nascente no período de cheia (2007/2008) A área de nascente não possui mata ciliar, e, é utilizada como bebedouro para o gado, que pisoteia a área da nascente, não obedecendo a distância permitida para criação desses animais de acordo com a Resolução nº 303 do CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente) que determina o raio de 50 m de preservação, tanto nas áreas urbanas quanto nas áreas rurais (Figura 11). Figura 11 - Principal nascente da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas localizada no distrito de Mortelândia. Fonte: Leila Nalis Paiva da Silva, (2007) A segunda nascente está localizada nas coordenadas geográficas de latitude sul e ,3 de longitude oeste, possui menor umidade, registra a ocorrência de taboa (Typha sp). A área encontra-se desmatada, o entorno da nascente não possui mata ciliar, a atividade realizada é a criação de gado, o pisoteio do gado em direção a nascente contribui para compactação do solo formando trilhas, iniciando processos erosivos (Figura 12).

49 49 Figura 12 - A segunda nascente com ocorrência do pisoteio do gado ocasionando degradação. Fonte: Leila Nalis Paiva da Silva (2007) A terceira nascente localiza-se nas coordenadas geográficas latitude sul ,4 longitude oeste. A vegetação foi retirada, o entorno da nascente possui declive de aproximadamente 100 m, registram-se processos erosivos nas trilhas formadas pelo pisoteio de gado, o que contribui para aumentar a carga de sedimentos que chegam à nascente (Figura 13). Figura 13 - A terceira nascente e processo erosivo no entorno. Fonte: Leila Nalis Paiva da Silva (2007) Seção II A segunda seção está localizado no alto curso da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas nas coordenadas geográficas de ,11 latitude sul e longitude oeste, na zona rural do município de Araputanga (Figura 14).

50 50 Figura 14 - O uso da margem do córrego das Pitas com atividade pecuária. Fonte: Leila Nalis Paiva da Silva (2007) Na seção transversal do córrego apresentou a profundidade de 0,12 cm, a área a seção molhada é de 0,21 m², com a vazão de 0,008 m³/s (Quadro 02). Analisando o uso no entorno deste segmento, pode-se visualizar que a vegetação nativa foi retirada e está sendo utilizadas para criação do gado (Figura 15). Figura 15 - Perfil transversal da seção II do córrego das Pitas no período de cheia e estiagem

51 51 Quadro 02 - Variação da área (m 2 ) da seção molhada e vazão (m³/s) do córrego das Pitas 2007/2008 Período chuvoso Período estiagem Local Seção Área da seção molhada em m 2 Vazão m³/s Área da seção molhada em m 2 Vazão m³/s Alto Curso I 0,30 0, Alto Curso II 0,21 0,008 0,83 0,008 Alto Curso III - - 1,12 0,04 Alto Curso IV 4,08 0,08 4,60 0,04 Médio Curso V 3,31 0,06 4,81 0,09 Médio Curso VI 3,78 0,03 3,08 0,06 Baixo Curso VII 23,52 0,70 21,61 1,08 Seção III A terceira seção encontra-se no alto curso do córrego das Pitas nas coordenadas geográficas latitude sul e ,3 longitude oeste. Neste segmento a calha do córrego é estreita e recebe poucos afluentes. No leito do rio possui afloramentos rochosos e o fluxo apresenta corredeira. Registra um trecho mais profundo na calha, resultante de barramento para bebedouro do gado. Neste segmento a mata ciliar encontra-se parcialmente preservada. A profundidade média no nível da água é de 0,28 cm, a velocidade média é de 0,04 m/s, com vazão de 0,04 m³/s, a área da seção molha é de 1,12 m² (Figura 16).

52 52 Figura 16 - Perfil transversal do córrego das Pitas na seção III no período de estiagem (2007/2008) Seção IV O quarto segmento localiza-se a 6 km de distância da cidade de Araputanga, nas coordenadas geográficas latitude sul longitude oeste. Visualiza-se afloramentos rochosos no leito, dando origem a corredeiras e pequenas cachoeiras (Figura 17). Figura 17 - Afloramentos rochosos na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas no município de Araputanga. Fonte: Leila Nalis Paiva da Silva (2007) Na seção transversal a largura do canal é de 9,5 m, a profundidade é de 0,43 cm e a área da seção molhada é de 4,08 m². A velocidade média é de 0,02 m/s, a vazão mensurada é de 0,08 m³/s. Observa-se a preservação parcial da mata ciliar e a introdução de vegetação como eucalipto (Figura 18).

53 53 Figura 18 - Perfil transversal do córrego das Pitas na seção IV no período de cheia e estiagem (2007/2008) Seção V A quinta seção transversal encontra-se nas coordenadas geográficas ,1 latitude sul e 58º 21 11,3 longitude oeste, no Assentamento Floresta Fernandes localizado a 14 km do perímetro urbano de Araputanga. No trecho monitorado deságua no córrego Imbé na margem direita do córrego das Pitas, ao longo do canal apresenta estreita faixa da mata ciliar. O córrego da Pitas possui nesta seção transversal, um canal com largura de 10,35 m e profundidade de 0,32 cm, a área da seção molhada é de 3,31 m². A velocidade média é de 0,02 m/s, obtendo a vazão de 0,06 m³/s. Registra a presença de bancos de sedimentos centrais presentes nos períodos de cheia e estiagem (Figura 19).

54 54 Figura 19 - Perfil transversal do córrego das Pitas na seção V no período de cheia e estiagem (2007/2008) Seção VI Esta seção, se encontra no médio curso da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas nas coordenadas geográficas ,2 latitude sul e ,3 longitude oeste, localizado no perímetro rural do município de São José dos Quatro Marcos. O acesso é pela estrada não pavimentada a 19 km da rodovia MT 248, com presença predominante da plantação de teca (Tectona Grandis). A calha nesta seção transversal apresentou a largura de 8,40 m, profundidade média de 0,45 cm e a área da seção molhada é de 3,78 m² (Figura 20). A velocidade média é de 0,01m/s e a vazão é de 0,03 m³/s. Nesta seção a mata ciliar encontra-se preservada (Figura 21).

55 55 Figura 20 - Perfil transversal do córrego das Pitas na seção VI no período de cheia e estiagem (2007/2008) Figura 21 - Córrego das Pitas no médio curso, com mata ciliar preservada. Fonte: Leila Nalis Paiva da Silva, (2007) Seção VII A sexta seção transversal córrego das Pitas, localiza-se nas coordenadas geográficas ,0 latitude sul e ,00 longitude oeste, a 16 km do perímetro urbano de Porto Esperidião no baixo curso. O córrego possui 21 m de largura e 1,12 m de profundidade e a área da seção molhada é de 23,52 m². A

56 56 velocidade de 0,02 m/s e a vazão é 0,47 m³/s (Figura 22). A vegetação nativa mantém conservada; o entorno está sendo utilizado pelas práticas voltadas para agropecuária, em pequenas e médias propriedades (Figura 23). Figura 22 - Perfil transversal do córrego das Pitas na seção VII no período de cheia e estiagem (2007/2008)

57 57 Figura 23 - Baixo curso do córrego das Pitas, com vegetação ciliar preservada. Fonte: Leila Nalis Paiva da Silva, (2007) 4.1 Comparação das variáveis hidrodinâmicas dos segmentos ao longo do perfil longitudinal do córrego das Pitas Profundidade A profundidade variou em função do local da seção do córrego das Pitas (P< 0,003, N=6), sendo a maior profundidade na sétima seção (alto curso), (Figura 24). Seguido pelas seções 4, 5 e 6, que tiveram profundidades semelhantes ao nível de 5% de significância, e com menor profundidade as seções 1, 2 e 3, que também não diferiram entre si. Figura 24 - Profundidade das seções da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas no período de estiagem, sendo as seções s123 e s4 correspondentes ao alto curso, seções s5 e s6 médio curso e s7 baixo curso (2007/2008)

58 58 A profundidade das seções do córrego não mudou em função do período (P> 0, 05, N=6), sendo a profundidade na seca semelhante a das chuvas. A amplitude média no período da cheia variou entre 0,12 a 0,45 cm e na época de estiagem variou entre 0,28 a 1,01 cm. Largura A largura das seções do córrego variou de acordo com o local da seção (P< 0,0001, N= 6) (Figura 25), comprovando a hipótese que a largura difere entre as seções. A largura das seções 1 a 3, foram agrupadas (P>0,05, Figura 25 (s123)), assim como as das seções 4 e 6 (s46), devido suas semelhanças. A sétima seção apresentou a maior largura. As larguras diferem entre si de acordo com as condições naturais como: a geologia, a pedologia, a topografia, precipitações e ações humanas na sua forma de ocupação da terra. As mudanças de ordem natural (transporte e deposição) e antrópica (agropecuária, desmatamento e outros), que atuam no fornecimento de energia, causam um reajuste nas formas e processos, conforme sua intensidade de atuação (CARVALHO, 1994). Figura 25 - Largura das seções do córrego das Pitas em função do local da seção do alto, médio e baixo curso da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas

59 59 A largura não variou significativamente em função do período (P= > 0,05, N=6), aceitando a hipótese nula. 4.3 Dinâmica Fluvial A erosão fluvial é realizada por meio dos processos de corrosão, corrasão e cavitação. A corrosão engloba todo e qualquer processo químico que se realiza como reação entre a água e as rochas superficiais, com a qual mantém contato. A corrasão é o desgaste pelo atrito mecânico, geralmente pelo impacto das partículas carregadas pela água. O terceiro processo erosivo é a cavitação, ocorre somente sob condições de velocidades elevada da água, quando as variações de pressão sobre as paredes do canal facilitam a fragmentação das rochas (CHRISTOFOLETTI, 1980). Na verificação da dinâmica fluvial ao longo do perfil longitudinal, escolheramse sete segmentos no alto, médio e baixo curso. Os resultados mostraram a variação da quantidade de sedimentos transportados em suspensão e no fundo do canal, bem como, a composição granulométrica do barranco e a quantificação da erosão marginal em cada seção transversal, o qual comprova a relação depende destes fatores para discutir o funcionamento natural de bacias hidrográficas Transporte de sedimentos no fundo do canal e em suspensão O sedimento refere-se a partícula depositada ao longo do leito do rio. A partícula deriva da rocha, ou de materiais biológicos, que pode ser transportada por fluido, por meio da fragmentação das rochas, por processo físico, químico ou de dissolução. A partícula derivada da rocha passa pelos processos de erosão, deslocamento, transporte do sedimento, deposição e compactação (CARVALHO, 1994). O deslocamento e o transporte do sedimento dependem principalmente da forma, tamanho, peso da partícula e das forças exercidas pela ação do escoamento. Quando essas forças se reduzem até a condição de não poderem continuar a deslocar a partícula, ocorre o processo de deposição (CUNHA, 1998). As forças que atuarão sobre a partícula, podem mantê-la em suspensão ou no fundo do rio, saltando do leito para o escoamento, deslizando ou rolando ao longo do leito (CHRISTOFOLETTI, 1981).

60 60 Os sedimentos de fundo variam rapidamente e de maneira irregular com o tempo, com a velocidade e direção da corrente, a profundidade, a quantidade da descarga sólida, a granulometria do material do leito e a distância transversal das margens (CARVALHO, 1994). Seção I A primeira seção localiza-se no alto curso da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas. A composição granulométrica predomina a areia média 643 g/kg, porém registra a ocorrência de material fino 290 g/kg de silte e 67 g/kg de argila. A carga de sedimentos grosseiros encontrada em maior quantidade no leito pode ser justificada pela própria característica do canal (declividade, rugosidade, velocidade da água) e pelo o uso do solo (pecuária) próximo da calha (Quadro 03). Os sedimentos transportados em suspensão são equivalente a 120 mg/l. A baixa concentração é esperada no alto curso, geralmente os sedimentos grosseiros são transportados no fundo do canal. A área da nascente do córrego das Pitas encontra-se desmatada, as margens não possuem mata ciliar. O gado alcança o leito com pisoteio desintegrado onde remobiliza sedimentos, além construir trilhas, que contribuem para compactação do solo e inicio de processos erosivos. No período chuvoso os materiais são transportados pelo escoamento superficial, chegando ao canal. Seção II A segunda seção está localizado no alto curso da sub-bacia hidrográfica, a análise granulométrica dos sedimentos de fundo mostraram que areia grossa é de 400 g/kg, o silte representa a maior quantidade 580 g/kg e a argila 20 g/kg. Houve a diminuição de material transportado no fundo por rolamento. Entretanto os materiais de granulometria fina aumentaram principalmente o silte (Quadro 03). Nessa seção verificou-se a concentração de sedimentos em suspensão ao longo do perfil longitudinal cerca de 517 mg/l, possivelmente a alta concentração do material em suspensão podem estar relacionados ao pisoteio do gado no leito, associado a composição granulométrica do solo do entorno.

61 61 Seção III O resultado da análise granulométrica dos sedimentos de fundo na terceira seção mostrou a presença de 380 g/kg de areia média, 500 g/kg silte e 120 g/kg de argila, com predomínio de material granulométrico fina, destacando o silte. O aumento na quantidade de sedimentos finos de fundo transportados mostra que o córrego perdeu sua capacidade de transporte, o que pode ser relacionado à diminuição da declividade do terreno e a velocidade do fluxo de 0,04 m/s (Quadro 03). Nessa seção a quantidade de sedimentos transportado em suspensão é equivalente a 311 mg/l, representa volume expressivo por tratar-se de alto curso, porém no fundo do canal registra maior contração de materiais finos, esse fato pode estar relacionado a composição do solo e litologia local. Seção I V A análise granulométrica realizada na amostra coletada na quarta seção (alto curso) registrou maior ocorrência de sedimentos de granulometria fina, destacando o silte 600 g/kg e a argila em menor quantidade entorno de 30 g/kg. A areia grossa é equivalente a 370 g/kg. Esses dados mostram a tendência da perda de capacidade de transporte em direção à jusante (Quadro 03). A concentração dos sedimentos transportados em suspensão equivalem a 188 mg/l. Seção V Nesta seção não foi realizado análise de sedimentos de fundo. A concentração dos sedimentos em suspensão equivalem a 296 mg/l. O aumento da quantidade de sedimentos transportado, em relação à seção anterior pode estar relacionada a carga de sedimentos de afluentes que deságua no córrego principal. Seção VI Na quinta seção encontra-se o médio curso da bacia hidrográfica. A análise granulométrica mostra à predominância de sedimentos finos, argila 800 g/kg e silte 50 g/kg, em menor quantidade a areia fina 150 g/kg. A diminuição do tamanho das

62 62 partículas, está relacionada a redução da declividade do terreno e da velocidade da água. Observa-se a presença de barras submersas e barra lateral na margem direita. O material transportado em suspensão é 340 mg/l, com tendência natural de aumentar em direção a jusante (Quadro 03). Seção VII A sétima seção encontra-se no baixo curso, de acordo com tendência natural registra predominância de material fina, destacando a argila 792 g/kg, o silte 108 g/kg e areia fina 100 g/kg (Quadro 03). A concentração dos sedimentos suspensos é equivalente a 298 mg/l, diminuindo quantidade de sedimentos em relação à seção anterior, podendo estar relacionado à preservação da mata ciliar que contribuí para o barramento de sedimentos transportado por escoamento superficial, diminuindo assim o volume de material que chega à calha. Quadro 03 - Composição granulométrica dos sedimentos transportados no fundo do canal e suspenso, nas seções transversais ( ) Vazão Concentração Sedimentos de fundo (m 3 /s) em suspensão Local Seção Areia Areia Areia (mg/l) Silte Argila Grossa média fina Alto Curso I 0, Alto Curso II 0, Alto Curso III 0, Alto Curso IV 0, Médio Curso V 0, Médio Curso VI 0, Baixo Curso VII 0,

63 Comparação da quantidade de sedimentos do fundo em função do curso O silte foi o único componente granulométrico que variou em função ao longo do perfil longitudinal (P= 0,002), do córrego da Pitas sendo observado maior concentração no alto curso, seguido pelo médio e baixo (Figura 26). Os outros sedimentos de fundo como as composições de areia (grossa, média e fina), e argila não variou com a seção do córrego (P> 0,05, N=6). Figura 26 - Quantidade de sedimentos de fundo com a granulometria do silte no alto, médio e baixo curso da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas 4.3 Composição granulométrica das margens Os materiais granulométricos no canal de drenagem do córrego das Pitas possuem vários tamanhos, devido às partículas dos minerais existentes no solo. Para analisar a composição granulométrica dos sedimentos é necessário determinar a distribuição e classe textural de cada componente (TOMÉ, 1997). Ao considerar uma mesma condição hidrodinâmica, a erosão da margem depende, sobretudo, da estrutura do barranco e das propriedades de seus constituintes, que sejam coesivos, não coesivos ou compostos (LEEDER, 1982).

64 64 As propriedades mecânicas de um barranco estão ligadas à composição granulométrica e é responsável pelo grau de coesividade dos materiais constituintes, gerando maior ou menor resistência a erosão. No estudo das características hidrodinâmicas deve-se incluir a variação do nível da água, turbulência, ação das ondas e as variações da velocidade. A contínua variação do nível do rio é considerada como um dos fatores mais importantes na erosão marginal, pois controla a atuação das forças de origem fluvial sobre os materiais das margens que são representadas pelas ondas e correntes (FERNANDEZ, 1990). As análises granulométricas permitem caracterizar e classificar os sedimentos das margens, bem como, correlacionar os processos erosivos atuantes por meio da quantificação estatística, fornecendo informações sobre o transporte e deposição de sedimentos (SUGUIO, 1973). De acordo com Resende et al. (1992), nos ambientes fluviais as areias finas e o silte favorecem a erosão, os quais facilitam o encrostamento que podem ser facilmente transportados. Entretanto, as partículas grosseiras como: os cascalhos, a areia grossa e a argila, estreitam o processo erosivo. De acordo com Cerqueira et al. (1992) os materiais arenosos mais finos apresentam um nível reduzido de seleção e de forma, que aperfeiçoem o contato com cada partícula, aumenta a quantidade de água retirada, o que contribui, para diminuir a atuação dos processos erosivos no período chuvoso e formação de fendas no solo no período da estiagem. A composição granulométrica das margens na seção I (área de nascente), apresenta em maior quantidade de grãos finos 730 g/kg argila, 120 g/kg de silte e 150 g/kg de areia fina. As margens composta de sedimentos finos (coesos) dificulta a erosão marginal (Quadro 04). Na seção II a margem é composta 65% (650 g/kg) de areia média 20% (200 g/kg) silte e 15% (150 g/kg) argila. Os dados mostram o que predomínio de areia e silte, tornam a margem vulnerável a erosão, principalmente no período chuvoso que impacto da água e das partículas transportada é maior. A instabilidade da margem associada a ausência de vegetação ciliar e ao uso do solo, contribuem para a formação de barra laterais e centrais a jusante. Na seção III a análise granulométrica contribuí para identificação da composição que apresentou-se 680 g/kg de areia média, argila de 173g/kg e o silte

65 65 com 147 g/kg. Considerando o percentual de areia media (68%) pode-se afirmar que margem é propicia a erosão, argila que agrega as partículas, dando estabilidade encontra-se em menor quantidade cerca de 17% (Quadro 04). Os sedimentos da margem na seção IV registram-se a concentração de material fino 610 g/kg argila, silte 90 g/kg e 300 g/kg areia fina. A argila e o silte tornam a margem coesa, tornando assim as margens resistentes à erosão fluvial (Quadro 04). Na seção V a análise granulométrica mostra a predominância de areia média, cerca de 600 g/kg. O silte apresentou 300 g/kg e a argila 100 g/kg. Analisando os dados da composição granulométrica ao associar com impacto das partículas e da água na margem verificamos que há possibilidade do material da margem estar contribuindo para ocorrência de erosão marginal (Quadro 04). Os sedimentos analisados da seção VI estão representados com 790 g/kg de areia grossa, correspondendo 79% dos componentes granulométricos. O silte compõe 140 g/kg com 14% e a argila 70 g/kg equivalente a 7% dos materiais (Quadro 04). Na seção VII, encontra-se no baixo curso da bacia hidrográfica as características do terreno (baixa declividade) e do solo (alto grau de hidromorfismo), justifica a alta concentração de argila na margem, cerca de 670 g/kg, a areia fina corresponde 300 g/kg e o silte 30 g/kg (Quadro 04). Quadro 04 - Composição granulométrica do material das margens da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas - MT, (2007 e 2008) Local Seção Areia Grossa Areia média Areia fina Silte Argila Alto Curso Alto Curso Alto Curso Alto Curso Médio Curso Médio Curso Baixo Curso

66 Erosão Marginal Vários fatores contribuem para erosão marginal tais como: à granulometria dos sedimentos, a geometria, a estrutura do barranco, as propriedades mecânicas do material, as características hidrodinâmicas do fluxo nas proximidades das margens e as condições climáticas (THORNE e TOVEY, 1981). Para quantificar os fenômenos de alargamento do canal fluvial é necessário monitorar a erosão marginal. Os processos de erosão das margens estão entre os elementos dinâmicos do ambiente natural, entender como esses mecanismos interagem, auxilia na compreensão da evolução desta dinâmica fluvial. A erosão marginal influencia negativamente na economia com a perda de terrenos cultiváveis em áreas agrícolas, na proteção de obras civis construídas próximas ao canal de drenagem ou na complementação de estudos relacionados ao assoreamento de rios e reservatórios (FERNANDEZ, 1990). O monitoramento da erosão acumulada foi realizado em seis seções transversais ao longo do perfil longitudinal, sendo possível verificar a instabilidade das margens com aplicação das técnicas: pinos de erosão e estacas. Seção I A primeira seção não foi monitorada em relação a erosão marginal por tratarse de uma área de nascente, as margens não estava bem definidas, o que dificultou a aplicação da técnica dos pinos. Seção II Na segunda seção os pinos não foram encontrados, no período da cheia o fluxo da água removeu os sedimentos e provocou a perda dos pinos pelo processo de desmoronamento por cisalhamento, onde a parte inferior do barranco começou a erodir e com o excesso de peso a parte superior da margem solapou (Figura 27). Quanto à técnica de estaca, foi possível verificar o recuo de aproximadamente de 0,96 cm da erosão marginal. Essa perda considerável do solo está associada principalmente a composição granulométrica do solo e a velocidade da água no período chuvoso (Quadro 05).

67 67 Figura 27 - Desmoronamento da margem da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas por cisalhamento. Fonte: Leila Nalis Paiva da Silva, (2007) Seção III Na margem côncava no local que foi inserido o pino a erosão acumulada foi de 3 cm, e a magnitude da erosão é de -0,77 cm, este resultado é considerado baixo. Com aplicação da técnica de estaca a erosão fluvial foi de aproximadamente 0,47 cm (Quadro 05). Seção IV Nesta seção pode-se verificar com a utilização da técnica de pinos que a erosão acumulada ficou entre 4 a 6 cm e magnitude entre 0,44 cm a 0,66 cm. No entanto, na técnica das estacas a erosão fluvial mensurada foi de 0,45 cm, mostra que a margem erodiu mais na parte superior (Quadro 05). Seção V O monitoramento na margem com aplicação da técnica de pinos de erosão mostrou que a erosão acumulada foi de 1 cm a magnitude da erosão foi de 0,44 cm. Na parte superior do barranco a erosão foi de 0,26 cm, resultado da utilização da técnica de estacas. O aumento da erosão marginal pode estar sendo influenciado pela velocidade do fluxo e composição granulométrica da margem (Quadro 05).

68 68 Seção VI Não foi possível verificar a erosão acumulada com aplicação da técnica de pinos erosão, os pinos caíram e foram transportados pelo fluxo. Observa-se erosão na base do barranco. No monitoramento da técnica de estaca pode-se mensurar a erosão marginal de 0,10 cm, na parte superior da margem (Quadro 05). Seção VII Como nesta margem a calha estava mais definida, usou-se a técnica do pino na margem esquerda, sendo colocados dois pinos. Os dados mostram que o pino próximo da lamina d agua erodiu cerca de 2cm, magnitude da erosão correspondeu em -0,88 cm e o segundo pino mostrou que não houve erosão, mas sim sedimentação de 2 cm. A técnica de estaca foi aplicada na margem direita, verificouse que houve alto valor de erosão, cerca de 1,21 m de erosão marginal (Quadro 05). Quadro 05 - Dados de erosão nas margens, obtidos por meio de estacas e pinos na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas - MT, (2007 e 2008) Segmento Nº de Pinos Tempo Transcorrido (meses) Pinos Exposto inicial (cm) Pino de Erosão (cm) Erosão acumula da (cm) Magnitude da erosão (cm/mês) Erosão por Estacas (cm) Estacas II ,96 III ,77 0,47 IV ,66-0,44 0,45 V ,44 0,26 VI ,10 VII * 2 * -0,88 1,21 *

69 Análise estatística da erosão marginal Magnitude de erosão A análise da magnitude da erosão foi realizada em virtude dos sedimentos transportados, sendo eles: fundo, margem e suspensão, com a composição granulométrica (areia, silte e argila), os mesmos, foram analisadas separadamente e de acordo com a granulometria, onde se verificou a magnitude da erosão em função da margem. Ao testar as variáveis hidrodinâmicas (área, vazão, velocidade e seção) com a magnitude da erosão pode-se constatar estatisticamente que essas variáveis explicativas não influenciam na erosão marginal da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas (P>0,05). Este resultado pode estar associado à quantidade pluviométrica da região. A vazão pode variar no decorrer do ano depende da seção e das condições climáticas (MOTA, 2001). A magnitude da erosão não varia de acordo com areia grossa, média e fina (P>0,05, N 6), o que rejeita a hipótese que a areia e suas composições granulométricas influenciou na erosão marginal do córrego das Pitas. Entretanto, a magnitude da erosão variou de acordo com quantidade de argila na margem (P< 0,05, N 6), sendo observado a relação negativa entre a erosão e a quantidade de argila (Figura 28). Uns dos fatores que devem ter proporcionado para esse resultado foi variância é que estes sedimentos servem como agente agregador. A concentração de argila faz com que os solos sejam muito plásticos e pegajosos quando estão úmidos, ao passo que, quando secos são extremamente duros, propiciando a formação de fendas, que os tornam vulneráveis à erosão, provocando o desmoronamento em blocos (SOUZA, 2004).

70 70 Figura 28 Relação entre a magnitude da erosão (cm) e a quantidade de argila ao longo das seções da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas - MT (2007 e 2008) (P<0,05) A proporção do silte influencia na magnitude da erosão (P=0,02, N=6), porém foi observado uma relação positiva entre a erosão e a quantidade de silte na margem (Figura 29), indicando que este sedimento não agiu como agente agregador para reter a erosão marginal, corresponde a hipótese esperada.

71 71 Figura 29 - Relação entre a magnitude da erosão (cm) e a quantidade de silte ao longo das seções da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas - MT (2007 e 2008) (P<0,05) A magnitude de erosão não foi significativa diferente em função dos sedimentos de fundo das composições granulométricas (areia, silte e argila) e a suspensão (P> 0,05, N=6). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Os sedimentos de fundo analisados mostram tendência natural de diminuição da carga de sedimentos grosseiros transportado em direção à jusante, da sub-bacia hidrográfica. A presença de areia grossa e média foi diagnosticada somente no alto curso. Porém registra maior concentração de argila no segmento VI (médio curso) e no segmento VII (baixo curso). A carga transportada em suspensão apresentou maior concentração na segunda seção localizada no alto curso com 571 mg/l, este fator pode estar relacionado ao pisoteio do gado nas margens e no próprio canal. O médio curso registra quantidade expressiva de sedimentos suspensos cerca de 340 mg/l, o que também pode estar relacionada ao uso do solo no entorno. A composição granulométrica dos sedimentos da margem variou entre areia (grossa, média e fina), silte e argila. Os dados mostraram que a composição granulométrica das margens influenciou na erosão marginal, sendo comprovado

72 72 estatisticamente que as margens com proporção de argila, possuem maior instabilidade, onde a erosão acumulada é menor. Porém os dados mostram que o maior índice de erosão acumulada ocorreu nas margens com maior concentração de silte. A erosão marginal monitorado em nove meses no período de cheia e estiagem variou de acordo com cada seção. Essa variância está relacionada principalmente a composição granulométrica, a velocidade do fluxo e tipo de margem e o grau de preservação das margens. Na análise estatística a magnitude da erosão variou de acordo com argila na margem, com P< 0,05. A porção de silte como agente agregador para acelerar a erosão marginal corresponde a probabilidade de 0,02, isso comprova a hipótese que o silte é uns dos sedimentos que aumenta na magnitude da erosão. Ao analisar a vazão em função dos sedimentos de fundo areia (grossa, média e fina), silte e argila, comprovou-se que somente a areia média variou de acordo com a velocidade, onde P= 0,03. As práticas agropecuárias aceleram a erosão marginal no córrego das Pitas, aumenta a concentração de sedimentos de fundo, suspensão transportada ao longo da sub-bacia o que pode acarretar problemas ligados a biodiversidade local. A erosão nas cabeceiras provoca a destruição das nascentes, os desmoronamentos modificam a calha e provocam depósitos no leito do rio. Os sedimentos transportados aumentam o custo de tratamento da água e contribuem para o assoreamento dos rios. A escassez de árvores o desmatamento contribui na erosão marginal. Assim, há a necessidade de gerenciar está sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas com práticas participativas do poder público e dos moradores contidos na sub-bacia, revegetar a área, incentivar à educação ambiental como não lançar efluentes domésticos e industriais diretamente no rio para que assim se possa assegurar o ambiente para gerações futuras.

73 73 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, F. F. M. Geologia do centro-oeste-matogrossense. Boletim da Divisão de Geologia e Minerologia. Rio de Janeiro BORDAS, M. P. ; SEMMELMANN, F. R. Elementos de Engenharia de Sedimentos. In: TUCCI, Carlos E. M. Hidrologia. Ciência e aplicação. 3ª edição. Porto Alegre. Editora da UFRGS/ABRH, BRASIL. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução 303, CALHEIROS, R. de O..; Tabai, F. C. V.; Bosquilia, S. V. & Calamari, M. Preservação e Recuperação das Nascentes. Piracicaba: Comitê das Bacias Hidrográficas dos Rios PCJ - CTRN, CARVALHO, N.O. Hidrossedimentologia. Rio de Janeiro: CPMR, CERQUEIRA, A. F. et al. Retenção de água em areias de diferentes tamanhos, formas e minerologia. In: Reunião Brasileira de Manejo e Conservação do Solo e da Água, 9, Anais. Jaboticabal, (Resumo Expandido), SBCS, CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. 2ª edição. São Paulo: Edgard Blucher, CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia fluvial. São Paulo: Editora Edgard Blucher CUNHA, S. B. Geomorfologia Fluvial. In: Cunha S. B. e Guerra. A. J. T. (orgs) Geomorfologia: Exercícios, técnicas e aplicações. Editora Bertrand do Brasil: Rio de Janeiro, CUNHA, S. B. Bacias hidrográficas. In: CUNHA, S. B., GUERRA, A. J. T. (Org.) Geomorfologia do Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Bertrand do Brasil, FIGUEIREDO, A. J. A.; OLIVATTI, A. Projeto Alto Guaporé Relatório final. Goiânia: DNPM/CPRM. 11 v. (Relatório do Arquivo Técnico da DGM, 323), FERNANDEZ, O. V. Q. Mudanças no Canal Fluvial do rio Paraná e processo de erosão nas margens: região de Porto Rico, PR. Dissertação (Mestrado Geociências e Ciências Naturais) UNESP: Rio Claro, 1990.

74 74 FERNANDEZ, O. V. Q. Erosão Marginal no Lago da UHE Itaipu (PR) Tese (de Doutorado em Geociências) UNESP: Rio Claro, HILL, A. R. Erosion of river bank compesed of glacial till near Belfast, Northern Ireland Zeitschrift fur Geomorphologie, HOOKE, J. M. Na analysis of the processes of river bank erosion. Journal of Hidrology, HORTON, R. E. Erosional development of streams and their drainage basins: hydrophysical approach to quantitative morphology. Geol. Soc. America bulletin, HUGUES, D. J. Rates of Erosion on Meander Ares. In: GREGORY, K. J., ed. River Channel Changes, Chichester. John Wiley & Sons, JACOMINE, P.K.T. et al Guia para Identificação dos Principais Tipos de Solos de Mato Grosso. PNUD-PRODEAGO. Cuiabá KNIGHTON, A. D. Riverbank erosion in relation to streamflow conditions, River Bollin-Dean, Cheshire. East Midlands Geographer, LANNA, A. E. L. Gerenciamento de bacia hidrográfica: aspectos conceituais e metodológicos. Brasília: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, (coleção meio ambiente) LAWLER, D. M. The use of erosion pins inriver banks. Swansea Geographer, LEEDER, M. R. River Plains. Sedimentology, Products and Process, MATO GROSSO (Estado). Secretaria de Planejamento. Zoneamento socioeconômico-ecológico: Levantamento de reconhecimento de baixa intensidade dos solos do Estado de Mato Grosso. Nível Compilatório. Cuiabá- MT, p. MELO, V. S. C. P; ELLIS, J. P. Continental margin sedimentation of Brasil. Part IV. Salvador to Vitória, Southeastern Brasil. Contr. Sedimentology, 1975.

75 75 MOTA, I. S. A. Avaliação da erosão marginal e transporte de sedimentos na sub-bacia do riacho fundo - Distrito Federal. Tese de Mestrado. UFRJ: Programa de Pós-Graduação em Geografia, RADAMBRASIL. Levantamento dos recursos naturais. Cuiabá - Rio de Janeiro: Ministério das Minas e Energia. Secretária Geral. Projeto RADAMBRASIL, Folha SD 21,448. RESENDE, M. et al. Características do solo e da paisagem que influenciam a suscetibilidade à erosão. In: Simpósio de Manejo e Conservação do Solo no Cerrado, Campinas, Anais, SILVA, L. N. P da. TRANSFORMAÇÕES ESPAÇO-TEMPORAL DO USO DO SOLO DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DAS PITAS, AFLUENTE DA MARGEM ESQUERDA DO RIO JAURU (PERÍODO DE ). Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Geografia). Universidade do Estado de Mato Grosso. Cáceres, SOUZA, C. A. de. Dinâmica do Corredor Fluvial do Rio Paraguai entre a Cidade de Cáceres e a Estação Ecológica da Ilha de Taiamã-MT. Tese (Doutorado em Geografia) Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, STRAHLER, A. N. Hypsometric (área-altitude) analysis of erosional topography. Geol. Soc. America Bulletin, 1952 p 63. SUGUIO, K. Introdução à sedimentologia. São Paulo: Edgar Blucher, TOMÉ JR., J.B. Manual para interpretação de análise de solo. Guaíba: Agropecuária, THORNE, C. R. e TOVEY N. K. Stability of composite river banks. Earth Surface Processes and Landforms, TWIDALE, C. R. Erosion of a alluvial bank at Birdwood, South Australia. Zeitschrift fur Geomorphologie, 1964.

76 76 Capítulo 2 TRANSFORMAÇÕES ESPAÇO-TEMPORAL DO USO DO SOLO DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DAS PITAS RESUMO: A ocupação do solo na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas teve mudanças significativas no seu funcionamento natural. A sub-bacia percorre trechos dos municípios de Araputanga, Glória D Oeste, Indiavaí, Mirassol D Oeste, Porto Esperidião e São José dos Quatro Marcos, no Sudoeste do Estado de Mato Grosso. O estudo teve como objetivo analisar, em escala espaço/temporal as mudanças ocorridas nessa sub-bacia, devido ao uso do solo, no período de 1986 a Os procedimentos metodológicos utilizados para realização desta pesquisa foram: revisão bibliográfica sobre a temática; levantamento dos dados no site da Secretaria de Planejamento do Estado de Mato Grosso (SEPLAN) e no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); delimitação da área e identificação dos municípios, por meio de cartas topográficos nas escalas de 1: , 1972 do DSG; mapeamento temporal do uso do solo utilizando mapas temáticos da SEPLAN na escala de 1: no período de A ocupação e estruturação no sudoeste do estado de Mato Grosso, onde se insere a sub-bacia hidrográfica foi o resultado desses diferentes processos de colonização, o primeiro no século XVIII e depois a partir da década de 1970 com os projetos governamentais. O presente estudo possibilitou a quantificação em escala temporal dos diferentes uso de solos; mostra que houve a redução, cerca de 113,35 km² das áreas de preservação permanente (mata ciliar e entorno de nascentes). Essas mudanças podem estar relacionadas à expansão da pecuária e ao aumento das áreas destinadas à agricultura e ao crescimento urbano. Uma das comparações realizadas devido o desmatamento temporal que compromete diretamente a sub-bacia está relacionada a quantidade de mata de galeria. Em 1986, registrou-se 33,75 km² (7,10%), em 1998 apenas 8 km² (1,68%) da área. Desta maneira, pode-se perceber a falta de vegetação que protegeria as margens no entorno do córrego das Pitas. A área preservada de floresta, cerrado e mata de galeria no ano de 1986 era de 166,25 km², em ,90 km². Em 1986, registrava cerca de 308,75 km² de área desmatada (cerrado, floresta e mata de galeria), em 1998, aumentou o foco de desmatamento em 139,10 km². Os resultados demonstram a necessidade de gerenciar este recurso hídrico, com práticas conservacionista que possa atender a comunidade sem comprometer esta unidade natural. Palavras-Chaves: Desmatamento, Mata Ciliar, Agropecuária, Urbanização, Gerenciamento dos Recursos Hídricos.

77 77 THE SPACE-TEMPORAL TRANSFORMATIONS OF THE SOIL UNDER USE IN THE HYDROGRAPHIC SUB-BASIN OF THE PITAS CREEK SUMMARY: The occupation of soil in the hydrographic sub-basin of the Pitas creek caused significant changes its natural performance. This sub-basin extends along sections several counties (Araputanga, Glória D' Oeste, Indiavaí, Mirassol D' Oeste, Porto Esperidião and São José dos Quatro Marcos) on southwestern Mato Grosso State. This study was conducted to analyze, in space/ temporal scale, the changes occurred in this sub-basin due to the use of the soil during the period from 1986 to The following methodological procedures were used: bibliographical revision of the theme; data survey in either site of the Secretaria de Planejamento do Estado de Mato Grosso (SEPLAN) and the Instituto Brazileiro de Geografia Estatística (IBGE); delimitation of the area and identification of the counties, by using topographical maps at scales 1: , 1972 of DSG; temporary mapping of the soil use by SEPLAN thematic maps at scale 1: , relative to On southwestern Mato Grosso State where the hydrographic sub-basin extends, the occupation and structuration were the result from the different colonization processes, as being the first one in the century XVIII and later from the decade of 1970 with the government projects. The quantification at temporal scale of the different uses of soils shows the occurrence of reduction, approximately km² of the permanent preservation areas (riparian forest and waterhead surroundings). Those changes may be related to expansion of the livestock and to the expansion of the areas destined to agriculture and the urban growth. In 1986, the gallery forest was km² (7.10%), but only 8 km² (1.68%) in In 1986, the preserved forest area, savannah and gallery forest was km², whereas in 1998 was km². In 1986, the deforested area (savannah, forest and gallery forest) reached km² approximately, whereas in 1998 the deforestation focus had an increase of km². The results showed the need for managing this water resource, by using conservational practices that would attend the community without endangering this natural unit. Keywords: Deforestation, Riparian forest, Agriculture and Livestock, Urbanization, Management of the Water Resources

78 78 1. INTRODUÇÃO A ocupação da sub-bacia do córrego das Pitas está vinculada as políticas voltadas para a ocupação do Sudoeste de Mato Grosso nas últimas décadas, o que gerou diversas alterações no ambiente. Neste contexto os recursos hídricos tem sido os mais afetados, haja vista serem os rios os componentes mais sensíveis da paisagem, tendo respostas rápidas às perturbações na bacia hidrográfica e no próprio canal. O desmatamento das nascentes e das matas ciliares provocou o desaparecimento de algumas nascentes, bem como, os diferentes tipos de uso do solo na sub-bacia, o que altera a dinâmica fluvial, provocando o assoreamento nos canais fluviais. A ocupação e estruturação no sudoeste do estado de Mato Grosso, onde se insere a sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas é resultado desses diferentes processos de colonização, o primeiro no século XVIII e depois a partir da década de 1970 com os projetos governamentais. Os projetos de colonização na década de 70 foram os principais responsáveis pela redefinição e reorganização territorial na subbacia. A fertilidade do solo e a implementação de vias de acesso possibilitaram a expansão das fronteiras para a região sudoeste do Estado de Mato Grosso, consequentemente a ocupação da sub-bacia do córrego das Pitas, motivada pelo interesse governamental pelos programas de incentivos fiscais e econômicos a fim de atrair grande número de colonos. Os colonos procuravam terras e madeira de lei (mogno e cerejeira) muito abundante na região. As madeiras foram usadas para gerar renda imediata, o que provocou o desmatamento de encostas e mata de galeria. As terras férteis foram usadas para lavoura de subsistência (arroz, feijão, milho e café). Após alguns anos de uso da terra para agricultura, o solo perdeu parte de sua fertilidade natural e a agricultura era substituída pela pastagem. A verificação das mudanças temporais, a ocupação e o uso do solo são importantes para identificar quais as práticas e atividades humanas desenvolvidas na sub-bacia hidrográfica que estão a alterar a dinâmica natural do córrego das Pitas e seus afluentes. Dessa forma, entender como funciona esse processo auxiliará estudos sobre os fatores que interagem e contribuem para transformação do espaço-tempo da sub-bacia hidrográfica.

79 79 A gestão de bacia hidrográfica é instrumento que orienta o poder público e a sociedade a tomadas de decisões enquanto a sua utilização. Na questão ambiental, o monitoramento de bacias contribui para minimizar a atuação dos processos erosivos nas margens, assim, evita que grande quantidade de sedimentos chegue aos canais fluviais, além de evitar outros impactos ocasionados pelo uso inadequado do solo urbano (LANNA, 1995). O desenvolvimento da pesquisa adotou a abordagem Geossistema por possibilitar análise integrada dos componentes ambientais da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas, pois se refere um espaço amplo que se caracteriza por uma determinada homogeneidade de seus componentes, estruturas, fluxos e relações integradoras que formam o ambiente físico onde há a presença de exploração biológica (BERTRAND, 2007). Visto como sistema dinâmico, o geossistema aborda elementos abióticos e bióticos, não somente aqueles existentes no momento, mas levam em consideração a sua historicidade. Assim, a teoria geossistêmica ganha importância fundamental no que diz elemento tempo, seja este linear de evolução normal ou cíclico, alterando no decorrer do ano a dinâmica natural, no agir e no comportamento social e nas atividades econômicas (TROPPMAIR, 2004). Esta pesquisa objetivou analisar em escala espaço-temporal (1986 a 1998) as mudanças ocorridas quanto ao uso/ocupação na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas, afluente da margem esquerda do rio Jauru, com perspectiva de subsidiar medidas de planejamento e gestão da sub-bacia. 2. METODOLOGIA O córrego das Pitas é afluente da margem esquerda do rio Jauru, possuí extensão de 475 km², localiza-se entre as coordenadas geográficas e 15º latitude sul e 58º e 58º e longitude oeste, percorre os municípios de Araputanga com (133,75 km²), Indiavaí (45 km²), Mirassol D Oeste (75 km²), Porto Esperidião com (10 km²), Glória D Oeste (8,75 km²) e São José dos Quatro Marcos (202,50 km²) referente a extensão total deste referido córrego. De acordo com o projeto RADAMBRASIL (1982), a sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas apresenta as seguintes formações geológicas: o Complexo do Xingu, Formação Pantanal, Suíte Intrusiva do Rio Alegre e Aluviais Atuais.

80 80 Registram-se dois tipos de relevo: Planalto dos Parecis e Alto Paraguai. As nascentes principais instalam-se nas bordas do Planalto dos Parecis e percorre a Depressão do Alto Rio Paraguai. Destacam-se os seguintes tipos de solo: Neossolos litólico, Argissolo Vermelho-Amarelo Eutrófico. No baixo curso da sub-bacia registra a ocorrência dos solos: Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico Avermelhado, Gleissolo Háplico Eutrófico e Planossolos Háplico Distróficos. O Córrego das Pitas, canal de 4ª ordem, de acordo com classificação de Strahler (1952), possui suas nascentes na Depressão Jauru, com altitude entorno de 480 m, percorre distância de 95 km de extensão e deságua na margem esquerda do rio Jauru, apresenta cinco afluentes principais: o córrego Figueira, Barreirão, Grande, Água Clara e o córrego Porto (Figura 30).

81 81 Figura 30 - Localização da sub-bacia hidrográfica do Córrego das Pitas no sudoeste do Estado de Mato Grosso. Org: Leila Nalis Paiva da Silva, (2006) A relação interdependente do homem sobre os recursos naturais conhecido como um sistema, onde a interação dos agentes bióticos, abióticos, e mudanças pelas ações antrópicas (urbanização, desmatamento, agricultura, pecuária) provocam transformações com o uso/ocupação do solo em um determinado tempo.

82 82 Assim, utilizou-se como instrumento de análise a abordagem geossistêmica para identificar os fatores de mudanças no espaço físico para nortear medidas de planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos. A unidade adotada para análise é a sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas, considerada como sistema aberto que sofre influências das atividades antrópicas direta e indireta realizada dentro da bacia. A abordagem sistêmica, de acordo com Christofoletti (2002), serve como um instrumento conceitual que facilita tratar dos conjuntos complexos, como os da organização espacial. Ao utilizar a Teoria Geral dos Sistemas (Bertrand 2007) como norteador metodológico desta pesquisa, foi necessário entender a escala de estudo, a subbacia hidrográfica do córrego das Pitas entendido aqui como um subsistema ambiental, fazendo parte da bacia hidrográfica do rio Jauru. Tendo em vista o processo de uso/ocupação dos municípios a sub-bacia passou por várias mudanças (desmatamento, expansão urbana, implementação de atividades agropecuárias), ao longo do tempo. As referências iniciais baseadas na Teoria Geral dos Sistemas foram introduzidas na década de 50 pelos trabalhos de Strahler (1952); Culiling (1957) e na década de 60, por Hack (1960) e Chorley (1962), mas foi o artigo de Chorley que fortaleceu a Teoria Geral dos Sistemas (CHRISTOFOLETTI, 1971). De acordo com a abordagem sistêmica, Calderano Filho (2003) afirma que o ambiente em que as organizações dinâmicas estão situadas e compreende outros sistemas que interagem entre si reforçando ou impondo restrições uns aos outros. Dessa forma, o funcionamento de determinada organização não pode ser compreendido sem considerações explícitas das demandas e limitações impostas pelo meio. Assim, o meio ambiente apresenta características de um sistema aberto, que recebe e exporta energia, tendo a economia, a ecologia e os demais entes correlacionados, como subsistemas e que certamente perecerá, caso não receba adução de energia (inputs). Como tal apresenta afluxo e refluxo de energia. Pela perspectiva antrópica, a manutenção da vida na terra passa por ciclo constante de nascimento, desenvolvimento, regeneração e morte. Um recurso natural mantém se vivo, no seu estado altamente organizado, somente se importar energia de alta qualidade do ambiente externo e processá-la de modo a sustentar a sua estrutura orgânica.

83 83 O enfoque sistêmico proporciona um quadro multidimensional, no qual as diferentes disciplinas interagem, implicando que a sustentabilidade dos recursos naturais deve ser entendida como um modelo capaz de analisar as complexas interações (instituições organizacionais do meio ambiente, decisões públicas, regulamentos, normas, atribuições de valores) entre os subsistemas e o sistema ambiental. Esse enfoque se aproxima do modelo sistêmico tradicional (BERTALANFFY, 1977). Para execução desse estudo alguns procedimentos foram necessários: 1) Realizou-se levantamento bibliográfico referente à sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas, dos diferentes tipos de uso e ocupação da região. Identificouse o uso do solo decorrente a agricultura, pecuária e a urbanização dos municípios que se encontram nesta sub-bacia. O levantamento dos dados foi realizado no site da Secretaria de Planejamento do Estado de Mato Grosso (SEPLAN) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme Gil (2000), na pesquisa documental existe documentos de primeira mão, ou seja, aqueles que não receberam nenhum tratamento analítico tais como: os documentos conservados em órgãos públicos e instituições privadas, e os documentos de segunda mão que de alguma forma foram analisados - relatórios de pesquisa; relatórios de empresas; tabelas estatísticas e outros. O processo de ocupação/uso do solo e a mudanças ocorridas da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas foram estudadas na escala espaço/temporal. O método geossistêmico subsidia para o desenvolvimento de pesquisa integrada, interativa e com múltiplas escalas no espaço e no tempo. Ele se apóia na elaboração de diversos documentos: levantamentos de terreno, mapas e transects em várias escalas, croquis panorâmicos e blocos diagramas, imagens diversas, estatísticas e pesquisas de arquivos. Para Bertrand (2007) o espaço tem primazia sobre o tempo e a dupla espaçotempo é geralmente desequilibrada. O meio ambiente é geralmente percebido como uma combinação espacial. A questão do tempo é subordinada e serve essencialmente para explicar os fenômenos espaciais. As temporalidades e as periodizações consideradas como naturais e aquelas que são qualificadas de sociais são frequentemente confrontadas, e até

84 84 mesmo postas em interconexão, elas são raramente hibridizadas em ritmo comum. O meio ambiente evolui entre duas temporalidades (BERTRAND, 2007). 2) Para verificar as mudanças espaço/temporal do uso da sub-bacia hidrográfica, realizou-se o mapeamento do seu uso em diferentes anos 1986 e 1998 utilizaram-se informações da SEPLAN na escala de 1: Foram escolhidos dois anos distintos pelas seguintes razões: Expressa intensificação da ocupação do solo, na sub-bacia hidrográfica; Ocorre à diminuição da população nas áreas rurais, porém percebe mudanças quanto ao uso do solo e vários impactos ambientais; 3) O estudo ambiental necessitou o tratamento de informações, que constituem a base de dados fundamentais em qualquer tipo de análise aplicada. 2.2 Elaboração da base Cartográfica De acordo com o IBGE (1992), os componentes primordiais para a elaboração de base cartográfica são: a identificação da drenagem principal, as rodovias, as principais fazendas e demais toponímias necessárias. Na etapa inicial para compor a base cartográfica, reuniu-se dados da subbacia hidrográfica e análise em nível morfológico com o intuito de individualizar, hierarquizar e caracterizar as partes componentes ambientais do subsistema do córrego das Pitas. Também foram selecionadas as cartas topográficas do DSG (Divisão de Serviços Gerais do Exército), folhas: SD. 21Y-C-III, SD.21 Y-C-VI, SD.21Y-D-I e SD.21 Y-D-IV na escala de 1: , do ano de 1972 e os cartas temáticas da SEPLAN (Secretaria de Planejamento do Estado de Mato Grosso) na escala de 1: para referenciar o uso do solo, que serviram de base para a delimitação da área de estudo, respeitando a planialtimétrica.

85 85 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Ocupação Espacial Processo de ocupação e população estimada na sub-bacia hidrografia do córrego das Pitas A ocupação espacial originou em função do movimento de colonização promovido pelos governos Federais e Estaduais no início da década de 1940, com a criação do Departamento de terra e a Comissão de Planejamento e Produção (CPP). O governo estadual vendia a terra à colonizadora, por menor valor em contrapartida teria que abrir estradas (MORENO e HIGA, 1993). Na década de 50, houve grandes incentivos aos programas de colonização estimulados pelo governo de Mato Grosso. Colonos vindos principalmente do Estado de São Paulo chegaram à região no início da década de sessenta, à procura de terras e madeira de lei, em abundância na região, mais notadamente o mogno e a cerejeira, cujo extrativismo dava lucro imediato, suavizando a tomada de posse efetuada pelos intrépidos desbravadores (AVELINO, 1999). Na década de 50 em Araputanga, houve tentativa de implantar um modelo de colonização por grupo coreanos e japoneses, na margem esquerda do córrego das Pitas, entretanto a criação do projeto não funcionou, outros assentamentos foram implantados com a finalidade de realizar agricultura de subsistência. O processo de povoação começou em áreas determinadas rurais, mas com a expansão de terras e a chegada de várias famílias iniciou o povoado de Araputanga em meados dos anos 50. Em 1977 foi criado o Distrito de Araputanga, ligado ao município de Cáceres. Em 14 de dezembro de 1979, o decreto lei n.º 4.153, que entrou em vigor em 31 de janeiro de 1981 criou o município de Araputanga. O município de Araputanga corresponde a área total de 1.602,32 km² cerca de ( km²) encontra-se na sub-bacia do córrego das Pitas. Existem no referido município alguns povoados: Cachoeirinha, Farinópoles, Monterlândia e Nova Floresta, Cantão, Santa Maria, Batuleba, José Bueno, Rio Vermelho, Córrego Rico, Arapongas, Harmonia, Mata Preta, Santa Rosa e Jaime Pedrosa. As nascentes principais do córrego da Pitas encontram-se no distrito de Mortelândia, no município de Araputanga que começou a ser povoado na década de 1970, pelos imigrantes de Goiás e São Paulo. Os colonos vieram por causa da

86 86 madeira e da terra fértil que tinha em abundância na região. As principais atividades econômicas estavam voltadas a cultura de arroz, milho, feijão e banana. A população do município de Araputanga em 1986 era de habitantes na zona rural, enquanto no mesmo ano no perímetro urbano o número era de habitantes. No entanto, nos anos de 2000 e 2003 a concentração da população passou para o perímetro urbano com estimativa de habitantes em Em 2007 a população total do município atinge habitantes (Quadro 06). Quadro 06 - Índice populacional do ano de 1986, 2000, 2003 e 2007 dos municípios contidos na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas MUNICÍPIOS Araputanga POPULAÇAO RURAL POPULAÇAO URBANA POPULAÇAO TOTAL Indiavaí Glória D Oeste * * Mirassol D Oeste Porto Esperidião São José dos Quatro Marcos * População total em 2003 Fonte: SEPLAN (2006), IBGE (2008) O município de Indiavaí possui área de 598,53 km², localiza-se no sudoeste do estado de Mato Grosso. Indiavaí foi emancipado e desmembrado do município de Araputanga em 13 de maio de 1986, com a Lei n.º 498 passou a município. Segundo Moreno e Higa (1993), os habitantes primitivos da região do município de Indiavaí eram os índios da nação boróro. No município de Indiavaí o índice populacional no perímetro urbano aumentou com decorrer dos anos. Em 1986, na zona rural era de habitantes, enquanto no mesmo ano no perímetro urbano a população correspondia a 758 habitantes, em 2003 a população aumenta em pessoas, 2007 registra habitantes (Quadro 06). O médio curso da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas encontra-se município de Mirassol D Oeste e São José dos Quatro Marcos. O município de Mirassol D Oeste corresponde área de 1.038,83 km², localiza-se no sudoeste do estado de Mato Grosso. A colonização do município começou a partir da cidade de Cáceres e foi através da política do incentivo à

87 87 colonização do governo do Estado de Mato Grosso para região sudoeste que auxiliou neste processo de povoação. Nos meados de 1958, Antonio Lopes Molon interessou-se pelas terras devolutas da região, onde se localiza atualmente Mirassol D Oeste. Com toda documentação necessária de posse de terras decidiu lotear a gleba em lotes rurais. Molon associou-se com outras pessoas, o que auxiliou o grande fluxo e a compra de vários lotes na região. Em 14 de maio de 1976, através da lei nº 3.968, Mirassol D Oeste tornou-se município. A toponímia do seu nome deve-se à homônima da cidade paulista, na qual vieram seus colonizadores. Em relação ao crescimento populacional de Mirassol D Oeste, em 1986, o maior contingente populacional habitavam a zona rural com habitantes, enquanto na zona urbana havia habitantes. Em 2003, a população urbana era de habitantes e a rural é de 797 habitantes. Comparando os dados mostram que houve declínio da população no município cerca de habitantes. No ano de 2007 o índice populacional cresce com pessoas (Quadro 06). A região de São José dos Quatro Marcos possui área de 1.275,10 km², localiza-se no sudoeste do estado de Mato Grosso e foi habitado pelos índios boróro. O processo colonizador desta região é a partir de Os imigrantes chegaram nessa localidade em busca de terras boas para o plantio, onde os primeiros produtos plantados foram: café, arroz, feijão e milho. O município São José dos Quatro Marcos na década de 80, a maioria da população residia em 1986 na zona rural com habitantes. Enquanto, nesse mesmo ano a população urbana registrava pessoas. A partir de 2000 e 2003 o maior contingente populacional concentrou no perímetro urbano com habitantes. Porém registra declínio expressivo no número de pessoas que viviam no município. Em 1986, com habitantes e passa para habitantes em 2003 e diminui no ano de 2007 em pessoas (Quadro 06). O processo de ocupação ocorreu devido à aquisição de terras da Imobiliária Mirassol, no ano de O povoamento começou a ser efetivado em 1966 (AVELINO, 1999). Sua emancipação política com a lei n.º de 14 de dezembro de 1978, criou o município de São José dos Quatro Marcos (CARVALHO, 2001). O baixo curso da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas encontra-se no município de Glória D Oeste e Porto Esperidião. O município de Glória D Oeste

88 88 possui área de 846,053 com a Lei Estadual nº 5.911, de 20 de dezembro de Glória D Oeste tornou-se um município com decreto de 1.991, assim não registrou dados populacionais em No ano de 2000, a população rural registra habitantes, enquanto a urbana pessoas. Em 2007, o índice populacional corresponde a habitantes. O município de Porto Esperidião encontra-se no sudoeste do estado de Mato Grosso. Possuí uma área de km². As origens históricas de Porto Esperidião estão associadas à cidade de Vila Bela da Santíssima Trindade. O início do povoado surgiu a partir da instalação de um posto de telégrafos às margens do Rio Jauru, pela Comissão Rondon, chefiada pelo engenheiro Manoel Esperidião da Costa Marques, que desenvolveu na região o trabalho de instalação das linhas telegráficas estratégicas do estado de Mato Grosso ao Amazonas, originando um povoado denominado Porto Salitre. A denominação fazia referência à região de salinas, onde o ancoradouro se encontrava. Em 25 de agosto de 1898, o engenheiro Manoel Esperidião da Costa Marques, mais tarde deu início, em São Luiz de Cáceres, a estudos da navegabilidade do rio Jauru, desde a barra com o Rio Paraguai até o Porto do Registro, contribuindo assim para o acesso ao vilarejo de Porto Salitre. Em homenagem ao Dr. Manoel Esperidião da Costa Marques, em 1920, foi alterado o nome de Porto Salitre para Porto Esperidião. Em meados de 1950 foi desativada a rede de telégrafo. Em 1956, foi construída a segunda e última ponte de madeira sobre o rio Jauru, sendo que a atual ponte de concreto foi aberta ao tráfego em A Lei Estadual nº 5.012, de 13 de maio de 1986, criou o município de Porto Esperidião (SEPLAN, 2000). No município de Porto Esperidião, a população urbana registrou habitantes em Na zona urbana atingiu habitantes em 2000 e pessoas em O campo manteve alto índice populacional com pequenas oscilações; em 1986, a população rural registrou habitantes, no ano de 2000, e 2003 passa para habitantes. Na contagem total da população no município em 2007 registra pessoas (Quadro 06). O índice populacional dos municípios diminuiu consideravelmente nos respectivos anos. Um dos principais motivos que levaram as pessoas a migrarem da região está voltado principalmente a zona de fronteira, a compra de terras em outros lugares principalmente no norte do estado de Mato Grosso e no estado de

89 89 Rondônia. Em Indiavaí, contudo exposto a falta de oportunidades também levou a evasão populacional Problemas ambientais devidos o uso/ocupação do solo na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas A retirada da vegetação devido a urbanização provoca a perda da mata no entorno do córrego das Pitas. Esta ação antrópica ocasiona problemas no regime hídrico do córrego e seus afluentes. Os impactos indiretos das atividades humanas na bacia hidrográfica pela urbanização envolvem desmatamento e mudanças das margens; alteração no índice e freqüência da precipitação; mudanças na rede de canais; transferências de águas entre bacias; criação de superfícies impermeáveis; modificação da estrutura e propriedades físicas do solo e exposição de superfícies do solo nu, especialmente nos locais de construção, alterando, assim, os aspectos morfológicos e hidrológicos da bacia (WOLMAN, 1967). A drenagem urbana modifica os canais, o que contribui para as enchentes, assoreamentos dos rios, bem como diminui a qualidade e a quantidade da água. Segundo Cunha (1998), os fatores que contribuem para mudar o regime das águas é a produção de sedimentos nos canais, a atuação conjunta das condições naturais e as atividades humanas. As características naturais incluem: topografia, tipos de solo, geologia e clima, enquanto que as atividades humanas referem-se à forma de ocupação. O homem modifica a paisagem para construção de casas, edifícios, fábricas, indústrias e dentre outros, provocando com isso enchentes urbanas que são advindas com o aumento da precipitação, vazões dos picos de cheia e estrangulamento das seções transversais do rio, causados pelas obras de canalização, assoreamento, aterro e lixo nas zonas urbanas (CUNHA e GUERRA, 1996). Na preocupação do uso múltiplo da água a gestão de recursos hídricos procura envolver aspectos relacionados ao uso e manejo do solo de bacias hidrográficas e suas implicações no que se refere ao próprio solo e ao manejo das

90 90 águas provenientes das precipitações, da irrigação de águas naturais dos rios dessas bacias (CONTE e LEOPOLDO, 2001). 3.2 Produção agrícola da sub-bacia hidrográfica As atividades agrícolas (milho, laranja, mandioca, e outras) desenvolvidas no município de Araputanga eram destinadas basicamente ao consumo familiar. Em 1986, por exemplo, era produzido cerca de (treze mil) toneladas, por hectares. O cultivo deste produto em larga escala predominou até o ano de 2003, mesmo com a redução da área plantada. Em 2006, é registrado queda na plantação, onde se colheu toneladas (Quadro 07).

91 91 Quadro 07 - Produtos agrícolas do Município de Araputanga, Indiavaí e Mirassol D Oeste nos anos de 1989, 2000, 2003 e 2006 Araputanga Produtos ha ton ha ton ha ton ha ton Laranja Milho Café Algodão Feijão Mandioca Produtos Indiavaí ha ton ha ton ha ton ha ton Laranja Milho Café Algodão Feijão Mandioca Produtos Mirassol D Oeste ha ton ha ton ha ton ha ton Laranja Milho Café Algodão Feijão Mandioca Em Araputanga, no ano de 1986, foram colhidas 540 toneladas de laranja. Em 2000, não foi registrada a produção dessa fruta. Em 2003, começou novamente a ser produzida, resultando numa colheita de 25 toneladas. No entanto, em 2006, o cultivo da laranja não registrou nenhuma produção (Quadro 07). A cultura do algodão não foi predominante no município de Araputanga. O cultivo do café não era expressivo nos decorrentes anos de 1986 e 2000, já que estava voltado para o consumo local. Nos próximos anos não foram registradas novas produções.

92 92 Em 1986 a produção de feijão correspondia a toneladas. Com passar dos anos a produção diminui. Em 2006 a plantação de feijão permaneceu, mas com baixa produtividade em relação aos outros anos, com 75 toneladas. A produção de mandioca em 1986 era em torno de toneladas. Em 2003, foram cultivadas 580 toneladas em 40 hectares O cultivo da mandioca registrou aumento em sua produção se compararmos a área plantada com ano de 2003, com 800 toneladas. Na margem direita aproximadamente 100 m da calha do córrego das Pitas, existe uma área desmatada com solos expostos para o cultivo de milho. Associado a declividade do terreno, poderá ocasionar sérios problemas como aumento da carga de sedimentos depositado no leito no período chuvoso (Figura 31). A B Córrego das Pitas Figura 31 - (A) - córrego do Imbé afluente da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas - (B) - Desmatamento na margem direita do córrego das Pitas, área destinada para plantação de milho. Fonte: Leila Nalis Paiva da Silva (2007). No município de Indiavaí em 1986 não predominava a produção de grãos. Em 2000, o desenvolvimento agrícola permitiu o cultivo do milho com uma área plantada de 750 hectares e colheita de toneladas. No entanto, no ano de 2003, teve queda considerável na área destinada para plantação deste mesmo produto, foi 300 hectares, o que não influenciou na colheita, pois foram produzidas toneladas (Quadro 07). Em 2006, a cultura do milho diminuiu, foram 510 toneladas produzidas em Indiavaí. Um dos fatores principais que pode ter influenciado esta queda na produção é a imigração da população para outros lugares.

93 93 O cultivo da mandioca no ano de 2003, também neste município, foi considerável, tendo em vista que a área cultivada, 35 hectares, rendeu uma produção de 508 toneladas. No entanto, a produção diminuiu para 390 toneladas no ano de Em Mirassol D Oeste a produção de milho teve variações em sua safra. No ano de 1986 cultivou-se toneladas. Nós próximos anos diminuiu para toneladas em 2006 (Quadro 07). A produção de laranja registrada em 1986 ocupava uma área de 08 hectares com rendimento de 720 toneladas de laranja. Com o passar dos anos, diminuiu a sua produtividade. Não foi registrada a produção de laranja entre 2003 e A produção do feijão teve perda considerável em Mirassol D Oeste. No ano de 1986, a área plantada era de hectares para 972 toneladas produzidas. Este produto foi plantado até 2000, apresentando produção inferior a 200 toneladas. Em 2006, o cultivo diminuiu para 64 toneladas da safra. A produção de mandioca em 1986 registrava toneladas. Em 2000 e 2003, a área destinada a esse plantio era de 30 hectares com 450 toneladas por safra. No ano de 2006 aumentou o cultivo da mandioca para 750 toneladas. Em Mirassol D Oeste o plantio do café registra produção até o ano 2000 (Quadro 07). Porto Esperidião em 1986 registrava somente a produção de mandioca, com toneladas do plantio. Em 2000, é reduzida a área destinada para o cultivo da mandioca, consequentemente a safra diminui para 630 toneladas. Houve um aumento significativo da produção de mandioca no ano de 2006 com toneladas (Quadro 08). O cultivo de café iniciou em 2000, com área de 10 hectares onde foram produzidas 10 toneladas. Em 2003, houve um aumento na área plantada, entretanto a produção foi de toneladas. No ano de 2006 a produção diminui alarmantemente, passando para apenas 5 toneladas colhidas. A plantação do milho em 2000, registrava toneladas. Em 2003 passou para toneladas. No ano de 2006 o resultado da safra foi de apenas toneladas, com uma queda significativa no plantio de toneladas. A produção de laranja iniciou em 2000, em 53 hectares foram produzidas toneladas do produto. Em 2003, aumentou a área de cultivo para 56 hectares, mas diminuiu a produção para toneladas. O município em 2006 registrou a colheita de 180 toneladas da fruta.

94 94 Quadro 08 - Produtos agrícolas do Município de Porto Esperidião, São José dos Quatro Marcos e Glória D Oeste nos anos de 1989, 2000, 2003 e 2006 Porto Esperidião Produtos ha ton ha ton ha ton ha ton Laranja Milho Café Algodão Feijão Mandioca Produtos São José dos Quatro Marcos ha ton ha ton ha ton ha ton Laranja Milho Café Algodão Feijão Mandioca Produtos Glória D Oeste ha ton ha ton ha ton ha ton Laranja Milho Café Algodão Feijão Mandioca A produção de algodão em 2000 registrou 511 toneladas. Em 2003 diminui a área e a colheita passa para 10 toneladas. No ano de 2006, há aumento na área produzida e a safra chega a 68 toneladas (Quadro 08). O cultivo do feijão em 2000 atingiu 200 toneladas da produção. Em 2003, diminuiu a produção e a área plantada. Em 2006, a colheita registrou 119 toneladas. No município de São José dos Quatro Marcos a atividade agrícola que teve maior produção foi o cultivo do milho. Em 1896, a produção era de hectares com toneladas produzidas. Em 2003 diminuiu a área e produção do milho. No ano de 2006 registrou a maior queda da colheita na região com toneladas (Quadro 08).

95 95 A laranja teve maior produtividade em 2000, com área de 26 hectares, onde foram produzidas toneladas do produto. Em 2003, diminuiu a produção com 396 toneladas da fruta. Em 2006, não registrou a produção da laranja no município. Em 1986, o plantio de feijão em São José dos Quatro Marcos era de hectares. Em 2003, a área destinada a produção diminuiu para 45 hectares com 102 toneladas da safra produzida. Em 2006, aumenta a produção para 140 toneladas. Em 1986, não foi registrada a produção da mandioca no município. Em 2000, registrou colheita significativa em 450 toneladas do produto. Cresce a cada ano a plantação de mandioca. Em 2006 a produção alcançou toneladas (Quadro 08). O café teve a sua maior produção no ano de 1986, foram produzidas aproximadamente toneladas. Nos próximos anos teve perda considerável na colheita, onde em 2006 foi registrada a menor produção, com 6 toneladas do grão. A produção do algodão no município de São José dos Quatro Marcos registrou em 1986, 926 toneladas e aumentou a colheita em 2000, com toneladas, não há registro do produto de 2003 a 2006 (Quadro 08). No município de Glória D Oeste a produção da laranja não é expressiva economicamente como produto agrícola. A cultura do milho registrada em 2000 rendeu toneladas produzidas e aumentou em Em 2006 diminui a área e a produção é de toneladas. O cultivo do café permaneceu somente no ano de 2000 e a produção do algodão em A cultura do feijão aparece no ano de 2000 com 50 toneladas do grão produzido. Nos próximos anos caiu para 12 toneladas. Em 2003 e 2006 o produto se estabiliza quase padroniza a produção em toneladas. A produção da mandioca no município de Glória D Oeste inicia-se em 2000, com valor significativo do produto em 420 toneladas. A produção aumenta nos respectivos anos de 2003 e 2006 com registros de 540 toneladas (Quadro 08). As práticas voltadas para agricultura provocam mudanças no regime hídrico. O solo removido são carrreados para os rios, os agrotóxicos e o uso excessivo de fertilizantes contaminam, poluem fertilizam ou eutrofizam as águas, a captação excessiva de água para irrigação provoca a subida do lençol freático (LEAL, 1998).

96 Criação de animais Os municípios de Araputanga, Indiavaí, Mirassol D Oeste, Porto Esperidião, Glória D Oeste e São José dos Quatro Marcos, possuem como fator econômico principal a criação de animais suínos e bovinos. Essas atividades contribuem para ocupação e o uso do solo na sub-bacia hidrográfica do Córrego das Pitas o que modifica o meio natural. A criação de bovinos e suínos contribui para economia do município de Araputanga. A criação de bovinos cresceu aproximadamente vinte mil cabeças entre 1986 a Em 2003, a criação aumentou aproximadamente trinta e oito mil cabeças de gado. Em 2006, diminui o rebanho para cabeças. A criação de suínos em 1986 era de (dezesseis mil e novecentos e trinta e sete) cabeças. Nos próximos anos diminui a suinocultura (Quadro 09). No município de Indiavaí em 2000, registrou a criação de cabeças de gado e 944 cabeças de suínos. Em 2003, a criação de bovinos quase dobrou, passou para cabeças. Os suínos não tiveram um aumento significativo na região (Quadro 09). A criação de animais é também importante para a economia do município de Mirassol D Oeste. Em 1986, apresentou cabeças de bovinos e de suínos. Nos anos de 2000 e 2003 prevaleceu a criação expressiva de gado, enquanto a suinocultura crescia gradativamente. Em 2006, a criação de bovino atinge e suínos (Quadro 09). Porto Esperidião nos anos de 2000 e 2003 teve crescimento expressivo na produção de bovinos, em 2003 alcançou cabeças. A criação de suínos registrou em cabeças. O ano de 2006 registrou a criação de bovinos e suínos (Quadro 09). O município de São José dos Quatro Marcos, em 2000, criou cabeças de gado, enquanto a criação dos suínos no mesmo ano era de cabeças. No ano de 2003 o número de animais da espécie bovina diminuiu para cabeças. Os suínos aumentaram para cabeças e diminui no ano de 2006, sempre havendo oscilação na suinocultura (Quadro 09). No município de Glória D Oeste a criação de animais registra importância significativa na economia da região no ano de 2003 com mil cabeças de gado. Em 2006, diminui o rebanho com cabeças. Não foi registrado nenhuma

97 97 criação de suínos em 1986 e 2000, somente em 2003 apresentou cabeças, a quantidade de dados que diminuíram em 2006 (Quadro 09). Quadro 09 Criação de bovinos e suínos, nos anos 1986, 2000, 2003 e 2006 municípios de Araputanga, Indiavaí, Mirassol D Oeste, Porto Esperidião e São José dos Quatro Marcos Municípios Bovinos (cabeças) Suínos (cabeças) Araputanga Glória D Oeste Indiavaí Mirassol D Oeste Porto Esperidião São José dos Quatro Marcos No alto curso da sub-bacia no distrito de Mortelândia pode-se visualizar a criação de gado para corte, a área de nascente encontra-se totalmente degradada. O desmatamento que ocorreu está voltada para o pastoreio. Em alguns trechos observou pequenas manchas da vegetação remanescente (Figura 32). Figura 32 - Criação de gado no alto curso da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas no distrito de Mortelândia. Fonte: Silva, (2007)

98 Análise das Mudanças temporo-espacial na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas As atividades agrícolas, pecuária e a urbanização, desenvolvidas na subbacia hidrográfica do córrego das Pitas contribuíram para aumentar o índice de desmatamento. A Análise comparativa da criação de animais, a produção agrícola e o aumento populacional, possibilitaram diagnosticar as modificações no uso do solo em 12 anos (1986 a 1998), em trechos dos municípios de Araputanga, Indiavaí, Mirassol D Oeste, Glória D Oeste, Porto Esperidião e São José dos Quatro Marcos (Figura 33). A N B N Figura 33 (A) Mapa de uso do solo em 1986; (B) Mapa de uso do solo em Org: Leila Nalis Paiva da Silva (2006). As mudanças estão vinculadas principalmente a substituição significante de porções de vegetação (cerrado, campo e cerrado, floresta e mata ciliar) ainda existente em 1986, por pastagem e atividades agrícolas. Em 1986, a sub-bacia hidrográfica com 475 km² de área, apresentou a ocorrência de floresta subcaducifólia, mata ciliar e cerrado. O município de Araputanga possuía área de aproximadamente 2,37% de floresta subcaducifólia, com 25,79% desmatadas. No município de Indiavaí a presença da floresta com

99 Porcentagem (%) 99 3,42% da área preservada, enquanto em área de floresta desmatada registrou 6,05% (Figura 34). No município de Mirassol D Oeste a floresta subcaducifólia possui cerca de 0,55% preservada e 0,79% de floresta desmatada. Ao comparar as atividades econômicas desenvolvidas nas sub-bacia pode-se perceber que o desmatamento é proveniente das atividades humanas, na época de 1986 voltada principalmente para a agricultura. São José dos Quatro Marcos possui cerca de 13,95% de floresta subcaducifólia e 25,26% desmatada (Figura 34). No trecho do município Mirassol D Oeste contido na sub-bacia em 1986 possuía cerca de 2,58% de mata galeria, Porto Esperidião com 1,05% e São José dos Quatro Marcos registrou a ocorrência de 3,42% da mata (Figura 34). Nos segmentos estudados na sub-bacia hidrográfica em 1986, o município de Mirassol D Oeste, possuía 6,58% de cerrado preservado e 5,28% foi desmatado. Porto Esperidião registra a ocorrência de 1,05% preservado e 1,85% de cerrado desmatado (Figura 34). Área da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas no ano de Araputanga Floresta Desmatada Floresta Preservada Cerrado Cerrado Desmatado Mata de Galeria Indiavaí Porto Esperidião São José dos Quatro Marcos Mirassol D' Oeste Figura 34 Área da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas no ano de 1986 Em 1986, a concentração econômica era baseada na agricultura nos municípios de Araputanga, Indiavaí, Mirassol D Oeste, Glória D Oeste, Porto Esperidião e São José dos Quatro Marcos. Em 1998, houve a transição da agricultura para pecuária e a cobertura vegetal foi retirada para o pastorei o que consequentemente diminuiu a extensão de área preservada (cerrado, mata galeria e florestas) em relação a 1986.

100 Porcentagem (%) 100 Em 1998, o município de Araputanga possui 1,31% de floresta subcaducifólia preservada e 26,85% de floresta desmatada. O município Indiavaí possui cerca de 2,24% de floresta conservada, porém apresentou aproximadamente 7,23% desmatada. No município de Mirassol D Oeste registrou 0,26% floresta subcaducifólia conservada e 1,05% desmatada. São José dos Quatro Marcos possui 3,95% de floresta subcaducifólia conservada e cerca 37,85% da área degradada (Figura 35). A porção de mata de galeria variou nos municípios de Mirassol D Oeste (0,26%), Porto Esperidião (0,65%), São José dos Quatro Marcos (0,80%) da mata na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas (Figura 35). No município de Mirassol D Oeste possui cerca de 0,55% de cerrado conservado e 13,70% desmatado. O município do Porto Esperidião possui 1,05% de cerrado preservado e 2,26% desmatado (Figura 35) Área da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas no ano de 1998 Floresta Desmatada Floresta Preservada Cerrado Cerrado Desmatado Mata de Galeria Araputanga Indiavaí Porto Esperidião São José dos Quatro Marcos Mirassol D' Oeste Figura 35 - Área da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas no ano de 1998 Análise dos mapas de ocupação e uso do solo nos períodos de 1986 a 1998 na escala 1: da SEPLAN, mostra que no município de Araputanga a área preservada em 1986 houve presença de km² de florestas subcaducifólia. Em 1998, registrou a ocorrência de 6,25 km² de floresta, reduzindo assim, 5 km². Em 1986, a área desmatada correspondia a 122,5 km². Em 1998, passa para 127,5 km², aumentou cerca de 5 km² de florestas desmatadas, devido as práticas agropecuárias e a expansão urbana da região (Quadro 10). A floresta subcaducifólia correspondia a uma área de 16,25 km² no município de Indiavaí em Em 1998, a área de floresta diminui para 10,65 km², com redução estimada cerca de 5,6 km² de área em 12 anos. Em relação à área

101 101 desmatada, em 1986 possuía 28,75 km² e passa para 34,35 km² no ano de 1998, tendo um aumento aproximadamente 5,6 km² o desmatamento de florestas (Quadro 10). Em 1986, o município de Mirassol D Oeste possuía cerca de 2,5km² de florestas subcaducifólia e 3,75 km² desmatada. Em 1998, a floresta subcaducifólia apresentou 1,25 km² preservada, aumentou então cerca de 5 km² de área desmatada, diminuindo em 1,25 km² de floresta nos últimos anos. No referido município em 1986 tinha cerca de 31,25 km² de cerrado preservado e 25 km² desmatado. Em 1998, a área de cerrado preservado é de 2,5 km², enquanto a área desmatada aumenta para 65 km². O desmatamento do cerrado nos últimos 12 anos corresponde à área aproximada de 33,75 km². Em 1986, a mata de galeria registrou 12,5 km², a mesma diminuiu em 1998 para 1,25 km². O desmatamento da mata de galeria corresponde cerca de 11,25 km² nos últimos anos (Quadro 10). No município de Porto Esperidião, não registra ocorrência de floresta subcaducifólia contidos na sub-bacia hidrográfica. Em 1986, possuía cerca de 5 km² de cerrado preservado e 8,75 km² desmatado. Em 1998, a área desmatada é de 10,75 km². Em 1986, possuía 5 km² de área de mata de galeria em 1998, essa área diminui para 3 km², com perda 2 km² da mata. Na sub-bacia hidrográfica desse município, em 1986, registrou cerca de 10 km² de área preservada, porém em 1998 encontra-se com 8,5 km² de área preservada, perdeu 1,5 km² da área nos últimos anos. Em 1986, área total desmatada possuía cerca de 8,75 km² e em 1998, 12,75 km², aumentou 4,0 km² (Quadro 10). No município de São José dos Quatro Marcos em 1986 registrava 66 km² de florestas subcaducifólia, e cerca de 120 km² desmatada. Em 1998, registrou 18,75 km² destas florestas com 180 km² de área desmatada, cresceu nos últimos anos o desmatamento com 60 km² da extensão. Em 1986, registra 16,25 km² de mata de galeria em 1998 para 3,75 km², diminuiu 12,5 km², em 12 anos. Em 1986, aparece cerca de 82,5 km² de áreas preservadas (mata de galeria e florestas subcaducifólia) em 1998 essa área reduz para 22,75 km². Enquanto as áreas degradadas 1986 eram de 120 km² aumentou em 1998 para 192,5 km², parte da vegetação ciliar foi retirada, percebe que não se cumpriu à legislação quanto a preservação desse

102 recurso. O desmatamento está associado às práticas agropecuárias e a crescente urbanização (Quadro 10). Quadro 10 Dados referentes ao uso do solo nas áreas correspondente a sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas USO DO SOLO 1986 A 1998 (475 km²) Mata de Área Desmatada Cerrado Área Floresta Municípios Galeria (km 2 ) Floresta Subcaducifólia (km 2 ) Desmatada Cerrado (km 2 ) Subcaducifólia (km 2 ) (km 2 ) Araputanga ,5 127, ,25 6,25 Indiavaí ,75 34, ,25 10,65 Mirassol D 12,5 1,25 3,75 5,00 31,25 2,5 25,00 65,00 2,5 1,25 Oeste Porto Esperidião 5,00 3, ,00 5,00 8,75 10, São José dos Quatro Marcos 16,25 3,75 120,00 180, ,25 18,75 A retirada da vegetação natural nos últimos anos para práticas agropecuárias na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas aumentou significativamente o número de áreas degradas. Com área de 475 km² a sub-bacia em 1986 apresentava 33,75 km² de mata de galeria o que corresponde a 7,10% da área. Em 1998, registrou 8 km² restando 1,68% da mata de galeria (Figura 36). Em 1986, a floresta Subcaducifólia registrava 96,25 km² correspondente a 20,26% da área. Em 1998, registrou 36,90 km² com 7,77% da floresta preservada. O índice de desmatamento aumentou, o que significa que no ano de 1986 apresentou cerca de 275 km² 57,90% da área. Em 1998, registrou 346,85 km² com 73,02% da floresta desmatada (Figura 36). O cerrado em 1986 apresentava 36,25 km² cerca de 7,64%. Em 1998, registrou 7,5 km² com 1,58% da área. Com aumento da população, as práticas

103 103 agrícolas e a criação de animais diminuíram a área do cerrado. Em 1986, apresentou aproximadamente 33,75 km² com 7,10% do cerrado desmatado. Em 1998, aumentou em 75,75 km² o que corresponde a 15,95% da área degradada (Figura 36). Sendo assim, a ocupação e o uso do solo no espaço-temporal na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas no período de 1986 a 1998 teve mudanças significativas nos perímetros urbanos e rurais dos municípios contidos na sub-bacia Uso do Solo da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas 1986 a Floresta Desmatada Floresta Preservada Cerrado Cerrado Desmatado 1986% 1998% 1986 km² 1998 km² Mata de Galeria Figura 36 Análise comparativa da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas no ano de 1986 a CONSIDERAÇÕES FINAIS A ocupação da sub-bacia ocorreu nas últimas décadas, sobretudo em função de programas governamentais de ocupação da região Centro-Oeste que levaram as mudanças significativas no ambiente, na dinâmica populacional, bem como, na economia. A implantação de eixos rodoviários, como a BR 070, MT 174 e 175, tornou-se um marco definitivo o que facilitou a emigração. A análise das transformações ocorridas no espaço-temporal fez-se necessário devido ao uso do solo na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas, no período de 1986 a 1998, nos municípios de Araputanga, Indiavaí, Mirassol D Oeste, Glória D Oeste, Porto Esperidião e São José dos Quatro Marcos. Essas mudanças estão associadas às atividades desenvolvidas na sub-bacia, tais como: pecuária, agricultura e urbanização.

104 104 Essa retirada da vegetação dos municípios, na sub-bacia hidrográfica, são destinadas principalmente ao uso de práticas na agricultura, criação de animais e o crescimento urbano, em 1986 registrava cerca de km² de área desmatada (cerrado, floresta e mata de galeria), em 1998 aumentou para km². Vale Ressaltar que área preservada no ano de 1986 era de km², em 1998 passou para km², uma proporção baixa em relação á área total. Perdendo nos últimos anos km² da vegetação natural, e aumentando para km² de florestas, mata de galerias e cerrados desmatados. As florestas, as matas ciliares possuem funções ecológicas importantes em relações aos recursos hídricos, e, a manutenção e os cuidados com áreas de bacias e sub-bacias hidrográficas são de suma importância, pois a forma de uso/ocupação do espaço geográfico nessas áreas precisa ser planejada de maneira que não ocasionem muitos impactos que possam prejudicar o funcionamento natural do rio. A retirada da mata ciliar para o uso e as diversas ocupações compromete a quantidade e a qualidade das águas. A recuperação da mata contribui para o aumento da capacidade de armazenamento da água em bacias hidrográficas. Na qualidade, a mata ciliar influencia na retenção de sedimentos que chegam ao canal do rio. O conhecimento dos condicionantes para utilização sustentável deste recurso natural requer a organização e o uso do território conforme sua capacidade de suporte. Os resultados deste mapeamento serviram de base para viabilizar a caracterização das partes dos componentes do subsistema da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas, bem como, possibilitou a compreensão da dinâmica espacial associada às alterações ambientais no período de A falta de planejamento no uso dos recursos naturais, e a exploração imediatista (desmatamento de encostas e nascentes, queimadas) geraram muitas conseqüências ambientais, dentre elas os problemas de erosão do solo e assoreamentos em partes da bacia hidrográfica do rio Jauru. Ao longo do perfil longitudinal da sub-bacia hidrográfica pode-se observar em perímetro rural erosão no solo principalmente no alto curso em área da nascente. Essa erosão pode ocasionar problemas ao leito do rio, com a quantidade de sedimentos que são transportados para a calha no período da cheia. O múltiplo uso da água e a forma de uso/ocupação da sub-bacia hidrográfica faz com necessite de ações participativas da comunidade e do poder público para

105 105 gerenciar o uso da água com o objetivo de minimizar os impactos nesta unidade natural. A abordagem sistêmica que discute o uso/ocupação desta sub-bacia remete as problemáticas como ocorreu a forma de organizar-se este espaço físico. O gerenciamento deste recurso natural é de suma importância, visto que pode-se perceber que a área preservada diminuiu e o índice de desmatamento aumentou. A retirada da vegetação nas margens do rio, bem como as florestas subcaducifólia altera todo funcionamento natural do córrego das Pitas. Precisa-se com urgência medidas de conservação que minimizem os impactos na sub-bacia. Primeiramente o poder público juntamente com a comunidade inserida na sub-bacia hidrográfica precisam se sensibilizar em relação a degradação deste bem natural. Promover campanhas educativas, coletas de lixo e tratamento do esgoto para diminuir o impacto no córrego em relação a qualidade da água. Discutir ainda projetos que visam a revegetação das margens do córrego para evitar assoreamento, enchentes e que diminuía a água no leito. Esta pesquisa poderá auxiliar novos estudos sobre sub-bacia hidrográfica e sua dinamicidade. Dessa forma, a discussão do uso do solo remete à problemática, pois entender como acorreu à ocupação do solo faz com que se possam avaliar as transformações no espaço-tempo do córrego das Pitas. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AVELINO, P. H. M. No contexto do Processo de Colonização da Amazônia Mato-grossense. Dissertação de mestrado em Geografia. UNESP. Presidente Prudente, BERTALANFFY, L. V. Teoria Geral dos Sistemas. Petrópolis: Editora Vozes, BERTRAND, C. Uma geografia transversal e de travessias. O meio ambiente através da temporalidade. UNESP. Presidente Prudente, CALDERANO FILHO, B. Visão Sistêmica como subsídios ao planejamento agroambiental da microbacia do córrego Fonseca no município de Nova Friburgo RJ. Dissertação (Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Geografia) da UFRJ. Rio de Janeiro, 2003.

106 106 CARVALHO, C. G. de. Mato Grosso Terra e Povo um Estudo de Geo-História. 1ª edição. Cuiabá: Edições Verdepantanal, CHRISTOFOLETTI, A. A Teoria dos Sistemas. Boletim de Geografia Teorética, Rio Claro, CHRISTOFOLETTI, A. Modelagem dos Sistemas Ambientais. São Paulo: Editora Edgar Blucher Ltda, GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 2ª ed. São Paulo: Atlas, CONTE, M. de L. ; LEOPOLDO, P. R. Avaliação de Recursos Hídricos: Rio Pardo um Exemplo. São Paulo: Editora UNESP, CUNHA, S. B. ; GUERRA, A. J. T. Degradação ambiental. In: Guerra, A. J. T. e Cunha, S. B. (orgs.). Geomorfologia e Meio Ambiente. Rio de Janeiro: Bertrand, CUNHA, S. B. Bacias hidrográficas. In: CUNHA, S. B., GUERRA, A. J. T. (Org.) Geomorfologia do Brasil. Rio de Janeiro: Ed. Bertrand do Brasil, INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA IBGE. Manual Técnico da Vegetação Brasileiro. Série manual técnico em geociências, nº 1, Rio de Janeiro, a INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA IBGE. Manual Técnico de Uso da Terra. Série manual técnico em geociências, nº 7, Rio de Janeiro, b LANNA, A. E. L. Gerenciamento de bacia hidrográfica: aspectos conceituais e metodológicos. Brasília: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, (coleção meio ambiente) LEAL, Maria Souza. Gestão Ambiental de Recursos Hídricos: Princípios e Aplicações. Rio de Janeiro: CPRM, MORENO, G. e HIGA, T. C. S. Geografia de Mato Grosso: Território Sociedade Ambiental. Cuiabá: Entrelinhas, 2004.

107 107 RADAMBRASIL. Levantamento dos recursos naturais. Cuiabá - Rio de Janeiro: Ministério das Minas e Energia. Secretária Geral. Projeto RADAMBRASIL, Folha SD 21,448. SEPLAN. Zoneamento socioeconômico-ecológico: Levantamento de reconhecimento de baixa intensidade dos solos do Estado de Mato Grosso. Nível Compilatório. Cuiabá-MT, SILVA, L. N. P da. TRANSFORMAÇÕES ESPAÇO-TEMPORAL DO USO DO SOLO DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DAS PITAS, AFLUENTE DA MARGEM ESQUERDA DO RIO JAURU (PERÍODO DE ). Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Geografia). Universidade do Estado de Mato Grosso. Cáceres, STRAHLER, A. N. Hypsometric (área-altitude) analysis of erosional topography. Geol. Soc. America Bulletin, 1952 p 63. TROPPMAIR, H. Sistemas geossistemas: geossistemas paulistas ecologia da paisagem. São Paulo, WOLMAN, M. G. A Cycle of Sedimentation and Erosion in Urban River Channels. Geografiska Annale, 1967.

108 108 Capítulo 3 DIFERENTES OLHARES DA POPULAÇÃO ARAPUTANGUENSE SOBRE A SUB- BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO DAS PITAS RESUMO: A sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas possui suas nascentes na Depressão Jauru com a área de 475 km², percorre no perímetro rural os municípios de São José dos Quatro Marcos, Glória D Oeste, Mirassol D Oeste, Porto Esperidião e no perímetro urbano a cidade de Araputanga. O estudo teve como objetivo, conhecer os diferentes olhares da população da cidade de Araputanga sobre o córrego das Pitas como subsídio para educação ambiental. Os procedimentos metodológicos adotados foram: aplicação de questionários pelo método da observação participante com perguntas abertas e fechadas; o tratamento das respostas foi analisado de acordo com a faixa etária, para comparar as opiniões das pessoas de diferentes idades, se houve analogia entre si, e perceber qual o grau de afetividade ou não com o córrego das Pitas. Os participantes com a faixa etária de anos, a maioria nasceram e ainda residem na cidade de Araputanga, e, a relação com o lugar envolve sentimentos, quando eles referem-se a água do córrego como fonte de vida. A população entre anos têm um tempo de residência de 0-15 no município anos e a prioridade dessa água é o abastecimento da cidade para diversos usos (higienização, afazeres domésticos e dentre outros). Os participantes entre residem a mais de 10 anos na cidade, isso confirma que a cultura das pessoas influencia, quando a maioria indicou a água do córrego essencial para vida e que por meio desta unidade natural poderia tecer novas comunicações e desfrutar deste recurso hídrico. As populações acima de 60 anos muitos residiam no município entre (0-15), (15-30) e (30-45) anos essas pessoas tem certa afetividade com o córrego, o que consideram fundamental para a vida. Palavras-Chave: Cidade de Araputanga, Córrego das Pitas, População Araputanguense, Educação Ambiental.

109 109 ARAPUTANGA POPULATION VIEWPOINTS ON THE HYDROGRAPHIC SUB- BASIN OF THE PITAS CREEK SUMMARY: The hydrographic sub-basin of the Pitas creek has its waterhead in the Depressão Jauru with 475 km² area. It flows thought the municipally distrut of São José dos Quatro Marcos, Glória D' Oeste, Mirassol D' Oeste, Porto Esperidião in the rural perimeter, as well as the Araputanga in urban area. This study was conducted to identify the Araputanga population viewpoints on the Pitas creek as subsidy to the environmental education. The following methodological procedures were adopted: questionnaire applications, by using the participative observation method with open and closed questions; the answer treatment was analyzed according to the age range, in order to compare the opinions of the peoples at different ages. Concerning to participants at the range years, old most of them were born and still live in Araputanga, and their relationship with the place involves feelings, since they refer to the creek water as life resource. The population at age range has a residence time of 0-15 years, and the priority of this water is the supply of the city for several uses (cleaning, household works and others). The participants at the age range have been living for certain time in the town, which confirms the influence of the people's culture, since most of them indicated the creek water to be essential to life, besides the possibility for new communications and the usufruct of this water resource. In the populations above 60 years, many people lived in the county for 0-15, and years and have some affectivity for the creek, what they consider as fundamental to life. Keywords: Araputanga County, Pitas Creek, Araputanguense Population, Environmental Education.

110 INTRODUÇÃO Ao educador ambiental cabe investigar como a comunidade se relaciona com o recurso hídrico e, conseqüentemente, identificar os obstáculos existentes, para que possa então, implementar práticas sócio-educativas na concepção de investigação-ação educacional (BERLINCK et al., 2003). Percepção concebe tanto a resposta dada pelos nossos órgãos do sentido aos estímulos externos, como também a atividade proposital, na qual registramos certos fenômenos com clareza, enquanto ignoramos outros, permitindo que estes retrocedam para a sombra (TUAN, 1983). Por possuírem órgãos de sentido similares, todos os seres humanos compartilham percepções comuns, tendo então, um mundo em comum, do ponto de vista fisiológico. Porém, difere o olhar de cada pessoa para uma determinada paisagem, dificilmente duas pessoas terão a mesma visão ou compreensão do que estão vendo. Isto porque, o que cada pessoa seleciona para ver depende muito de sua história de vida e bagagem cultural (LUDKE & ANDRÉ, 1986). Fatores como aptidões, predileções, formação pessoal e grupo social a que pertence fazem com que uma pessoa se concentre em determinados aspectos da realidade, desviando-se de outros. Considera-se ainda que as percepções estão impregnadas de lembranças (BOSI, 1994). A partir das representações sociais, procurou-se discutir como cada indivíduo observa, pensa e atua, assim é possível propor e efetuar um planejamento participativo com o poder público, os representantes sociais e a comunidade, pois contribuem com sua experiência acumulada de visão de mundo e suas expectativas aflorando contradições o que facilita a compreensão e a atuação integral e integrada da realidade vivenciada (GUIMARÃES, 1995). O estudo teve como objetivo conhecer os diferentes olhares, os indicadores e as possíveis sugestões da população da cidade de Araputanga para recuperar e associar práticas de educação ambiental na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas.

111 METODOLOGIA 2.4 Aplicação dos Questionários Para realização da presente pesquisa, aplicou-se questionários semiestruturados, com perguntas abertas e fechadas (modelo anexo 01), com 103 pessoas acima de 18 anos, moradores da cidade de Araputanga no estado de Mato Grosso, que está inserida na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas. Optou-se por entrevistar apenas moradores com mais de 18 anos do local, pois subentende-se que os mesmos tenham maior conhecimento da importância da água para o consumo humano e dos animais e sobre os impactos ambientais gerados devido às atividades humanas em torno das bacias hidrográficas. O questionário foi dividido em três partes, sendo a primeira a caracterização dos entrevistados (sexo, idade, tempo de residência e nível de instrução); a segunda, o conhecimento dos mesmos sobre bacia hidrográfica, mananciais, mata ciliar, corpo d água local e água para abastecimento da cidade e a terceira parte abordou as propostas dos entrevistados para recuperação do córrego das Pitas. Na realização das entrevistas, além da divisão por bairro, aplicou-se questionário com apenas um morador por domicílio, independentemente da quantidade de residentes neste. Buscou-se ainda aplicar questionários de forma que abrangesse todo o bairro, utilizando-se para isto do método de amostragem sistemática, que consiste na escolha aleatória da primeira unidade amostral e seleção das unidades subseqüentes através de um intervalo uniforme, constante e pré-estabelecido (GERARDI e SILVA, 1981), ou seja, aplicou-se questionário proporcional ao número de residências em cada bairro. Os questionários foram aplicados nas residências entre os dias 05 a 09 de maio de Os dados populacionais do município foram adquiridos junto ao Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2007) onde constam da população total do município de Araputanga, sendo que deste total residem na zona urbana, distribuídos nos 11 bairros da cidade (Quadro 11).

112 112 Quadro 11 Dados da População da cidade de Araputanga-MT BAIRRO Nº de População Nº de Questionários Residências Aplicados Centro* Cidade Alta Jardim do Brás Jardim Eldorado Jardim Primavera Jardim São Luiz Santo Antônio São Francisco São Sebastião* Sato* Vila Manati * Bairros próximos ao córrego das Pitas Para o dimensionamento da amostra utilizou-se da fórmula apresentada por Steveson (1981): Onde: n = tamanho da amostra; σ 2 = nível de confiança escolhido, expresso em número de desvio padrão; p = porcentagem com a qual o fenômeno será verificado; q = porcentagem complementar; N = tamanho da população; e² = erro máximo permitido. O nível de confiança escolhido foi de 95%; considerou como potenciais entrevistados apenas a população com 18 anos ou mais; e o erro amostral foi de 4,5%. Na questão número 24, onde se perguntou qual a opinião do entrevistado sobre o que poderia ser feito para recuperar o córrego das Pitas, utilizou-se de disco de respostas (Figura 37) para não influenciar a opinião do mesmo, uma vez que, geralmente, as pessoas tendem a responder à primeira ou a última opção fornecida.

113 113 Foram disponibilizadas oito opções diretas e uma onde eles poderiam sugerir novas propostas, para contemplar a discussão para a recuperação do córrego. PALESTRAS DEBATES OFICINAS CURSOS Outros COLETAS DE LIXO CARTILHAS ILUSTRADAS REUNIÕES Figura 37 Fonte de Informação para sugerir como recuperar o córrego das Pitas no município de Araputanga Para tabulação das respostas fechadas que permitiram apenas uma opção foi considerada; para aquelas com mais de uma opção, utilizou-se da quantidade absoluta, portanto a soma de algumas questões pode ultrapassar os 100%. 2.5 Observação Participante A escolha do objeto de estudo da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas advém da participação do projeto de pesquisa Bacia Hidrográfica do rio Jauru: Estudos das Alterações nos canais Fluviais, Decorrentes da Intensificação do Uso do Solo. Sendo o córrego das Pitas um dos principais afluentes da margem esquerda do rio Jauru. Para aplicar o questionário escolheu a comunidade de Araputanga sendo está única cidade que contém o perímetro urbano inserido na sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas. Na aplicação das entrevistas foram selecionadas as pessoas que residem a mais tempo nas margens do córrego, com intuito de perceber como é a relação de afetividade desses moradores.

114 114 Aplicaram-se onze entrevistas com os moradores ribeirinhos residentes as margens do córrego das Pitas com perguntas referentes à cultura e o saber da população em relação ao córrego. A seleção dos moradores foi por meio da indicação, onde começou a entrevistar um, e, o outro apontava o próximo morador a ser entrevistado. A observação é um método de investigação que varia de acordo com o nível de inserção do pesquisador na comunidade. Essa participação, segundo Lüdke e André (1986) pode ir da imersão total na realidade até um completo distanciamento, o que pode inclusive variar durante uma investigação, segundo as necessidades surgidas. Segundo Minayo (1994), a técnica de observação participante é realizada pelo contato direto do pesquisador com o fenômeno observado, com a finalidade de obter informações concretas sobre a realidade dos atores sociais dentro dos seus próprios contextos. Para analisar os questionários e as entrevistas da população da cidade de Araputanga, sobre as questões que remete o uso, preservação da sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas utilizou-se da percepção ambiental. Com intuito de averiguar, como eles percebem essa unidade natural, quais os principais indicadores para sugerir propostas de gestão da sub-bacia. O estudo da percepção ambiental serve de base para a melhor compreensão das inter-relações entre o homem e o ambiente, suas expectativas, satisfações e insatisfações, julgamentos e condutas (ZAMPIERON et al., 2003). Nesta perspectiva, a bacia hidrográfica como unidade territorial, torna-se objeto de estudo da percepção ao facilitar a explicitação de conflitos e alianças em torno da gestão dos recursos hídricos, pois há uma relação física entre os que vivem numa dada área e os movimentos e articulações em prol da água (EDITORIAL, 2001). 2.6 Tratamento das Respostas Após a leitura de cada questionário podem-se elaborar categorias para enquadramento das respostas de algumas questões abertas, seguindo a recomendação de Ludke & André (1986). A classificação e organização dos dados foram preparadas para que fosse abordada de forma mais clara e coerente,

115 115 empregando a categorização para amplificar a capacidade de análise dos dados qualitativos obtidos e apresentados na forma de gráficos e quadros. Os questionários foram analisados de acordo com a faixa etária, para comparar as opiniões das pessoas de diferentes idades, se há analogia entre si e perceber qual o grau de afetividade ou não com o córrego das Pitas. Pode-se ser entendido como grau de afetividade ou não dos elementos naturais de acordo com TUAN (1980), a topofilia é o elo afetivo entre a pessoa e o lugar ou ambiente físico. Associam-se a tal conceito, lugares e paisagens que provocam 25 sentimentos de afeição, simpatia e admiração estética. Um sentimento contrário a topofilia é a topofobia, associada aos lugares e paisagens que geram qualquer tipo de aversão, repulsa desconforto e medo (DELL GUERRA, 1996). As duas relações adversas topofilia e topofobia estão intimamente associadas às percepções e memórias relacionadas à um determinado ambiente. A compreensão das relações topofílicas e topofóbicas de uma população para com o ambiente que a cerca pode nos conduzir à compreensão das atitudes (ou falta de atitudes) que geram (ou permitem) a degradação ambiental, sendo então importante área de estudo (FERREIRA, 2002). 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Educação Ambiental Os grandes acidentes envolvendo usinas nucleares e contaminações tóxicas de grandes proporções estimularam o debate público e científico sobre a questão dos riscos nas sociedades contemporâneas. Inicia-se, uma mudança de escala na análise dos problemas ambientais, transformando a freqüência de problemas ambientais, que pela sua própria natureza o que se tornam mais difíceis de serem previstos e assimilados como parte da realidade global (JACOBI, 1998). Os antecedentes da crise ambiental da década de 1970 manifestarem-se ainda nas décadas de 1950 e 1960, diante de episódios como a contaminação do ar em Londres e Nova York, entre 1952 e 1960, os casos fatais de intoxicação com mercúrio em Minamata e Niigata, entre 1953 e 1965, a diminuição da vida aquática em alguns dos Grandes Lagos norte-americanos, a morte de aves provocada pelos efeitos secundários imprevistos do DDT e outros pesticidas e a contaminação do

116 116 mar em grande escala, causada pelo naufrágio do petroleiro Torrei Canyon, em Esses acontecimentos que assombraram a vida humana e a destruição do ambiente nesta época, fizeram com que os países desenvolvidos temessem o comprometimento e a contaminação dos lugares pondo em perigo o futuro das próximas gerações. Em 1968, a Conferência Intergovernamental de Peritos e o Clube de Roma discutiam sobre o ambiente. Em 1972, a Conferência de Estocolmo a Educação Ambiental passa a ser considerada como campo da ação pedagógica, adquirindo relevância e vigência internacionais. As discussões em relação à natureza da Educação Ambiental passaram a ser desencadeadas. No seminário realizado em Tammi (Comissão Nacional Finlandesa para a UNESCO, 1974), considerou que a Educação Ambiental permite alcançar os objetivos de proteção ambiental e que não se trata de um ramo da ciência ou uma matéria de estudos separada, mas de uma educação integral permanente. A Conferência de Estocolmo inspirou um interesse renovado na Educação Ambiental na década de 1970, tendo sido estabelecida uma série de princípios norteadores para um programa internacional e planejado um seminário internacional sobre o tema, que se realizou em Belgrado, em 1975 (MEDINA, 1999). Dois anos mais tarde e a partir da Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental realizada em Tsibilisi em 1977, se inicia um amplo processo em nível global orientado para criar as condições para formar uma nova consciência sobre o valor da natureza e para reorientar a produção de conhecimento baseada nos métodos da interdisciplinaridade e os princípios da complexidade. Este campo educativo tem sido fertilizado transversalmente, e isto tem possibilitado a realização de experiências concretas de educação ambiental de forma criativa e inovadora junto a diversos segmentos da população e em diversos níveis de formação. Em Tessalonika na Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e Consciência Pública para a Sustentabilidade, o documento chama a atenção para a necessidade de se articularem ações de educação ambiental baseadas nos conceitos de ética e sustentabilidade, identidade cultural e diversidade, mobilização e participação e práticas interdisciplinares (JACOBI, 1998). Assim, se faz um breve histórico como ocorreu à educação ambiental no mundo, e como foi inserida no Brasil, tornando um papel importante para discussões para organização sócio-espacial das condições do meio natural e humano.

117 117 Com as várias discussões acontecendo no mundo sobre educação ambiental, fez com que no Brasil algumas pessoas se preocupassem com a qualidade de vida, o bem-estar humano, a preservação do ambiente natural, questões direcionadas para educação ambiental. No Brasil, em 1973, cria-se a Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), no âmbito e preocupa-se em definir seu papel no contexto nacional. 3.2 Sustentabilidade e Práticas Educativas O século XXI inicia-se em meio de um caos sócio-ambiental, que promete agravar-se, caso sejam mantidas as tendências atuais de degradação no meio natural este problema podem estar enraizado a partir da cultura, nos estilos de pensamento, nos valores, nos pressupostos epistemológicos e no conhecimento, que configuram o sistema político, econômico e social em que vivemos (JACOBI, 2000). A educação deve se orientar de forma decisiva para formar as gerações atuais não somente para aceitar a incerteza e o futuro, mas para gerar um pensamento complexo e aberto às indeterminações, às mudanças, à diversidade, à possibilidade de construir e reconstruir em um processo contínuo de novas leituras e interpretações do que se foi pensado, estimulando possibilidades de ação naquilo que ainda há por se pensar (JACOBI, 2000). Para estabelecer uma relação com ambiente (natural ou construído) há a necessidade de existir uma série de dimensões afetivas estabelecidas que seja essencial para construção da imagem ambiental e determinante para formação de estratégias das atitudes do indivíduo com o ambiente (CORRALIZA, 2000). Para que essa teia entre o indivíduo e o ambiente ocorra é necessário que o espaço físico constitua um espaço significativo para o indivíduo. Esta interação ocorre a partir do impacto emocional que afete seus afetos de ação o que faz gerar através das atividades cognitiva, emoções e sentimentos com grau de intensidade e sinal de variáveis que indicarão a valoração emocional do determinado ambiente para aquela pessoa e compondo sua experiência individual. Segundo Tuan (1983) a experiência é constituída de sentimento e pensamento (reflexão sobre este pensamento sobre a experiência vivenciada) e compõe a memória, recordada em um processo seletivo a partir de estímulos ambientais diversos.

118 118 A Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dispõe em seu capítulo I: Art. 1º Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Art. 2º A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. 3.3 Os olhares da população do município de Araputanga sobre a sub-bacia hidrográfica do córrego das Pitas Distribuição social dos entrevistados na cidade de Araputanga Foram realizadas 103 entrevistas com a população da zona urbana da cidade de Araputanga, onde as questões se classificam entre abertas e fechadas. Foi constatada na observação participante diferenças entre o sexo e idade nos questionários aplicados no perímetro urbano da cidade. Predominou respostas de pessoas do sexo feminino devido à permanência das mulheres no período matutino e vespertino nos seus lares (Figura 38) Distribuição dos Entrevistados por Gênero FEMININO MASCULINO ACIMA DE 60 Figura 38 - Distribuição dos entrevistados em gênero feminino e masculino na cidade de Araputanga

119 119 Em relação, ao grau de escolaridade foram tabulados os dados de acordo com a idade. Entre 15 a 30 anos quinze pessoas possuem (2º grau completo), onze (1º grau completo), quatro (2º grau incompleto), três (superior incompleto), três (superior completo) e uma (não escolarizada) (Figura 39). No que se refere às pessoas com idade de 30 a 45 anos, onze possuem 1º grau incompleto, quatro terminaram o 1º grau, sete concluíram o 2º grau, duas pessoas não são escolarizadas e uma pessoa possui o ensino superior completo e outra tem pós-graduação. A população que possui a idade entre 45 a 60 anos, treze não concluiu o 1º grau, quatro terminaram o 2º grau, uma possui o ensino superior, outra está cursando o ensino superior e a pós-graduação e três pessoas não foram escolarizadas. Os participantes acima de 60 anos, a maioria não freqüentaram a escola, 13 pessoas não foram escolarizadas e três não terminaram o 1º grau. Ao comparar os dados percebe-se que o maior número de pessoas não escolarizadas é acima de 60 anos, a maior porcentagem de pessoas que não terminaram o 1º grau estavam entre aquelas de idade de 45 a 60 anos. Entre as idades de 15 a 30 anos, nesta faixa etária há o maior índice de pessoas que possuem o ensino superior (Figura 39). Grau de Escolaridade PÓS-GRADUAÇÃO SUPERIOR COM PLETO SUPERIOR INCOM PLETO IDADE IDADE IDADE IDADE ACIMA DE 60 2º GRAU COM PLETO 2º GRAU INCOM PLETO 1º GRAU COM PLETO 1º GRAU INCOM PLETO NÃO ESCOLARIZADO Figura 39 - Distribuição dos entrevistados pelo grau de escolaridade na cidade de Araputanga

120 120 Ao analisar o tempo de residência de acordo com a faixa etária, percebe-se que a maioria dos moradores de 15 a 30 anos nasceu no local, onde 28 pessoas possuem entre anos de moradia em Araputanga, e sete tem aproximadamente 15 anos de residência na cidade (Figura 40). As pessoas entre 30 a 45 anos, 17 têm no máximo 15 anos de permanência na cidade, seis com anos e três entre anos de residência. As populações entre 45 a 60 anos, dez residem entre 15 anos, onze pessoas moram de anos e duas de anos de moradia na cidade de Araputanga. Os participantes acima de 60 anos, oito têm aproximadamente 15 anos na cidade, sete oscila entre 15 a 30 anos e quatro pessoas moram entre 30 à 45 anos em Araputanga. Os dados mostraram que as pessoas entre 15 a 30 anos residem a mais tempo na cidade, pois algumas nasceram e moram até hoje na mesma localidade. Pode-se perceber que as respostas em relação a afetividade sobre o córrego são dessas pessoas que vivenciaram o lugar (Figura 40). IDADE ACIMA DE 60 IDADE Faixa Etária IDADE Tempo de Residência ACIMA DE ANOS ANOS 0-15 ANOS IDADE Figura 40 - Distribuição dos entrevistados pelo tempo de residência na cidade de Araputanga Bacia Hidrográfica Ao perguntar a população Araputanguense se eles sabiam o que era uma bacia hidrográfica, 14 pessoas de 15 a 30 anos responderam que sim e 21 disseram não conheciam essa termologia. A maioria das pessoas entre e acima de 60

121 121 anos confirmaram que não sabem o que é bacia hidrográfica e a minoria possuíam algum conhecimento (Figura 41). Foi utilizado termos de fácil compreensão para esclarecer o que seria bacia hidrográfica. No entanto, alguns se sentiram ainda receosos ao responder qual a bacia hidrográfica a cidade de Araputanga estava inserida. Ao perguntar aos 103 entrevistados qual bacia fazia parte do município de Araputanga os moradores entre anos, 22 pessoas responderam o córrego das Pitas e uma o córrego Grande e 14 moradores não respondeu. Entre os participantes com idade de anos 16 pessoas respondeu o córrego das Pitas, uma pessoa o rio Jauru e outra o córrego Grande, e, 10 moradores não opinaram. Os 103 entrevistados entre anos 17 pessoas responderam o córrego das Pitas, uma o córrego Grande e outra o Bugres, três indicaram o rio Jauru e seis pessoas não respondeu. E acima de 60 anos oito pessoas disseram que é o córrego das Pitas a bacia hidrográfica da cidade, uma pessoa indicou o rio Jauru e outra o córrego Grande e Raizama, duas responderam o córrego Água Clara e onze pessoas não opinaram Você sabe o que é "Bacia Hidrográfica"? não tem certeza não sim IDADE IDADE IDADE IDADE ACIMA DE 60 Figuras 41 - Distribuição dos entrevistados para saber se conhecem o que é Bacia Hidrográfica

122 122 Mananciais A análise realizada sobre a água do córrego das Pitas para o uso e abastecimento da cidade, muitas pessoas responderam que sabiam que a água vinha do córrego. A população entre anos, entre os 103 entrevistados 28 pessoas, disseram que conheciam a origem da água do abastecimento urbano para o consumo da cidade, duas desconheciam e cinco não tinham certeza. Entre as pessoas com idade de anos, 18 sabiam de onde vinha a água e quatro pessoas não conheciam. Entre a população de anos, dezessete pessoas tinham o conhecimento sobre a água de abastecimento e três desconheciam a origem da água (Figura 42). Os 103 entrevistados acima de 60 anos 16 pessoas conhecia a origem da água que abastecia a cidade e três habitantes desconheciam. Algumas dessas pessoas não sabiam a origem da água para o abastecimento da cidade por que possuíam poço artesanal em suas casas Você sabe de onde vem a água para o abastecimento da cidade de Araputanga? sim não não tem certeza IDADE IDADE IDADE IDADE ACIMA DE 60 Figura 42 - Localização da água de abastecimento da cidade de Araputanga Ao abordar o cenário de qualidade das áreas de mananciais para o abastecimento da cidade 30 pessoas de anos disseram que essas áreas precisam de melhorias e cinco não tinham certeza da qualidade da água. Entre a idade de anos, 14 pessoas confirmaram que as áreas têm que ser preservada, nove dessas não souberam responder. Na faixa etária de anos,

123 pessoas concordaram que as áreas de mananciais precisam ser melhoradas e três não opinaram. Quanto a população acima de 60 anos, dez pessoas disseram que às áreas precisam de cuidado e nove não responderam a questão (Figura 43). IDADE ACIMA DE 60 IDADE Você acha que as áreas de mananciais de abastecimento precisam ser melhoradas? não sabe não tem certeza não sim IDADE IDADE Figura 43 - Opinião dos moradores da cidade de Araputanga sobre as áreas de Mananciais Ao questionar como as áreas podem ser recuperadas, as pessoas entre as idades de anos responderam que precisavam de tratamento, revegetação, fiscalização e rede de esgoto. A revegetação da área obteve a maior preferência entre elas. Muitas pessoas alegaram que a falta da vegetação contribui na degradação do córrego, este desmatamento advém das ações humanas realizadas no entorno da cidade. A população entre anos sugeriram o tratamento da água, muitas pessoas não opinaram. Os participantes com anos concordaram com a população com a faixa etária de anos quando propuseram a revegetação da área e o seu tratamento (Figura 44). As pessoas acima de 60 anos poucos não opinaram, seis disseram que as áreas precisam de tratamento. Dentre as diversas respostas duas pessoas na faixa etária entre anos responderam que há a necessidade de praticar ações que envolva educação ambiental para discutir como minimizar os impactos nessas áreas.

124 124 Como as áreas precisam ser melhoradas Sem sugestões Educação Ambiental Coleta de lixo Rede de Esgoto Fiscalização Revegetação IDADE ACIMA DE 60 IDADE IDADE IDADE Tratamento Figura 44 - A opinião da população da cidade de Araputanga para melhorar a áreas de mananciais Quando os participantes eram questionados sobre o porquê as áreas precisam ser melhoradas, a maioria das pessoas entre as idades de (15-30), (30-45), (45-60) e (acima de 60 anos) não responderam. Confrontadas as respostas da pergunta anterior com a atual elas se diferem, isso pode ter ocorrido por falta de conhecimento. Mata Ciliar Ao perguntar aos 103 moradores entrevistados o que seria mata ciliar, 03 pessoas disseram que sim, 20 não responderam e 03 não tinham certeza. Quando perguntado como eles definiam o que seria mata ciliar houve várias opiniões e respostas de acordo com o grau de escolaridade da população. Dentre os entrevistados 21 pessoas não responderam o que seria mata ciliar (Quadro 12).

125 125 Quadro 12 Como alguns moradores Araputanguense definem mata ciliar Como você definiria o termo mata ciliar? O que significa para você? Reforça a permanência da água, equilibro ambiental Mata fica na beira do rio Em volta do rio Aquelas mais situadas as margens de rios e córregos, serve para proteger de desmoronamento dos barrancos A mata nas margens do rio Vegetação que protege a margem do rio Árvores na beira do rio Mata fica na beira do rio Em volta do rio A mata ciliar é aquela próxima a margem do rio Acho que as árvores que tem no rio, nas margens dele As matas próximos do rio Aquela mata perto do rio do barranco São as matas próximos aos rios e córregos É toda mata próxima de rios Mata próximo dos rio ela segura os barrancos Árvore perto do rio para preservar o rio Ao interligar as áreas de mananciais e mata ciliar, percebe-se que a maioria das pessoas desconhece esse termo. Quando perguntou se a população tem observado mata ciliares no córrego das Pitas na área urbana de Araputanga muitos responderam que às vezes, raramente ou nunca observam as matas no córrego. Após esclarecimento sobre esse tipo de vegetação, muitos puderam indicar a qualidade (ruim, péssima, regular, boa e ótima) da mata entorno do córrego das Pitas. Treze pessoas com idade de anos disseram que a mata está ruim, cinco classificaram como péssima uma disse que está boa, duas opinaram como regular e quatorze pessoas não souberam como está a qualidade da mata ciliar no córrego (Figura 45). Treze dos participantes entre anos não conhecem a área, três pessoas opinaram entre as respostas (boa, regular e péssima) e quatro disseram que está ruim a qualidade dessas matas ciliares. As respostas da população entre as idades de anos se divergiram, seis pessoas responderam que não visitam a área com

126 126 freqüência, duas disseram que a qualidade da mata está ótima, três responderam que encontra-se boa, quatro falaram que está regular e oito comentaram que está péssima. Entre as pessoas acima de 60 anos, muitos responderam que não sabem como está a qualidade da mata ciliar, três disseram que é boa uma disse que está regular e duas falaram que a mata está péssima (Figura 45). Ao analisar toda a faixa etária pode-se observar que a maioria não sabe como se encontra a mata ciliar no entorno do córrego. Qualidade da Mata Ciliar IDADE IDADE IDADE IDADE ACIM A DE 60 não sabe ótima boa regular ruim péssima Figura 45 - Opinião dos moradores da cidade de Araputanga sobre a qualidade da mata ciliar no entorno do córrego das Pitas Ao perguntar como estas áreas precisam ser melhoradas e o que faz indicar este nível de qualidade, a população respondeu que o desmatamento, a escassez de árvores, a falta de administração e o lixo são os principais responsáveis pela degradação da área. Os participantes de anos responderam que o problema maior é a escassez de árvores, onze pessoas disseram que a precariedade da administração pública contribui com a má qualidade das áreas. Algumas pessoas responderam que o desmatamento prejudica a área e seis pessoas desconhecem o motivo. A população com faixa etária de anos disseram que a escassez de árvore é o principal indicador do nível da qualidade da área, dez pessoas responsabilizam a administração do poder público e cinco disseram o agente causador deste nível da qualidade da área é o desmatamento no entorno do córrego das Pitas.

127 127 As respostas das pessoas entre anos divergiram, três desconhecem o motivo da má qualidade da área, seis responderam que o desmatamento é responsável pelo referido índice de qualidade, sete dos participantes falaram que é a escassez de árvores, duas confirmam que as áreas foram desmatadas, duas pessoas disseram que é a má administração e o lixo que provocam mudanças que alteram o nível da qualidade da área. Os participantes acima de 60 anos responderam que o responsável pela degradação dessas áreas, está voltado a administração local, outras falaram que o lixo, o desmatamento e a escassez de árvores contribuem para aumentar o baixo índice de qualidade das áreas do córrego das Pitas. Corpo D Água Local Ao perguntar a população Araputanguense sobre a qualidade da água no córrego das Pitas a maioria das pessoas entre anos responderam que está ruim, sete disseram que está péssima, seis falaram que está regular, duas comentaram que está boa e quatro pessoas não sabe como está a água do córrego. Os participantes entre anos concordaram com as outras pessoas, onde a nove responderam que está ruim a água do córrego, três confirmam que está péssima, quatro arriscaram em dizer que encontra-se regular e uma acredita que está ótima água. As pessoas com a idade de anos cinco delas classificaram entre (boa e regular), quatro disseram que está ruim e nove comentaram que está péssima a água do córrego das Pitas. Enquanto os participantes acima de 60 anos, cinco deles não sabe como encontra-se a água, uma pessoa disse que está ótima, três confirmam que é boa, cinco classificam a água como sendo regular, quatro comentaram que é ruim e uma disse que está péssima a água do córrego. O alto índice entre ruim, péssima e regular que os moradores classificaram a qualidade da água do córrego das Pitas é principalmente a falta de sensibilização das próprias pessoas e do poder público que residem na cidade que não se preocupam em adotar medidas de minimizar o impacto no córrego. Muitos comentaram que o principal indicador deste problema é o lixo doméstico e industrial lançado diretamente no córrego, o esgoto da cidade que não recebe nenhum tipo de

128 128 tratamento e a falta de arborização. Algumas pessoas disseram que a água é boa para o consumo humano. Ao questionar os moradores sobre a opinião deles em relação a qualidade da água para o abastecimento da cidade as pessoas entre anos a maioria responderam que é ruim, péssima, uma disse que é regular, quatro falaram que é boa a água de abastecimento urbano. As respostas das pessoas entre anos divergiram principalmente entre péssima, ruim e regular, teve aquelas que responderam que é boa e ótima a água que abastece a cidade. No entanto, algumas disseram que não se sabe como se encontra essas águas de abastecimento da zona urbana. Os participantes entre as idades de anos cinco disseram que a água está péssima, seis falaram que é regular e três comentaram que a água está ruim. As pessoas também responderam que a água é boa e quatro falaram que não sabe como é a qualidade da água de abastecimento da cidade. As pessoas acima de 60 anos a maioria confirmaram que a água é ruim e péssima, duas disseram que encontra-se (regular e boa), uma disse que é ótima e três não opinaram como está a água de abastecimento da cidade de Araputanga. Ao relacionar o que faz a população indicar este nível de qualidade dessas áreas, os principais indicadores foram: lixo e esgoto urbano (doméstico e industrial) a poluição e a falta de arborização. Por não ter noção da poluição da água do córrego, algumas pessoas consideraram a água boa para o consumo humano. As pessoas de anos disseram que a poluição e o lixo urbano doméstico são os grandes causadores de degradação, alguns não responderam, outras desconhecem o motivo e duas pessoas falaram que é o lixo industrial que prejudica a qualidade da água do córrego das Pitas. A população de anos responsabiliza principalmente a poluição das águas, outras responderam que são os lixos e esgotos urbanos (domésticos e industriais) que ocasionam o índice da qualidade da água. A maioria das pessoas acima de 60 anos não responderam a pergunta, outras responsabilizaram a poluição, o lixo e o esgoto doméstico. A falta de conhecimento como encontravam as áreas fez com que três pessoas indicassem que as águas do córrego das Pitas é boa para o consumo humano. O lixo lançado pela população na cidade é carreado para o córrego das Pitas, no período da cheia o lixo transborda nas imediações (Figura 46).

129 129 Figura 46 - Lixo no entorno do córrego das Pitas na cidade de Araputanga. Fonte: Leila Nalis Paiva da Silva, (2008). As pessoas indicaram a qualidade da água de abastecimento da cidade de acordo com o seu uso. Muitas disseram que utilizam das águas principalmente para os afazeres domésticos (limpar casa, lavar roupa e dentre outros), dificilmente é utilizada para o consumo, a maioria das pessoas compram água para cozinhar e beber. No entanto, algumas pessoas de baixa renda utilizam-se da água para todos os fins. Algumas das pessoas entrevistas não conhecem como se encontra a qualidade da água de abastecimento da cidade por possuírem poço artesanal. Propostas Em relação a essa qualidade da água perguntou-se a população se teriam sugestões para solucionar ou diminuir os problemas ambientais. As pessoas entre a idade de e anos a maioria disseram que tinham sugestões para minimizar os impactos. E a população de e acima de 60 anos muitos falaram que não sabiam indicar sugestão para o problema (Figura 47).

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