PROJETO DE LEI Nº 1343/2015 A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO D E C R E T A :

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1 Autor(es): VEREADOR EDSON ZANATA PROJETO DE LEI Nº 1343/2015 EMENTA: DISPÕE SOBRE MEDIDAS PERMANENTES DE PREVENÇÃO E CONTROLE DA DENGUE E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO D E C R E T A : Art. 1º Os proprietários, locatários, possuidores ou responsáveis, a qualquer título, de imóveis, com ou sem edificações, localizados no território do Município, estão obrigados a adotar as medidas necessárias à manutenção desses bens limpos, sem acúmulo de lixo, entulhos e demais materiais inservíveis, drenados e aterrados no caso de serem pantanosos ou alagadiços, e a evitar quaisquer outras condições que propiciem a presença e a proliferação do mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue e da febre amarela, ou de qualquer outro gênero e espécie, seja ela transmissora ou não de moléstias ao ser humano. Art. 2º Os proprietários de imóveis, onde haja obras de construção civil, e os responsáveis pela execução das respectivas obras ficam obrigados a adotar medidas de proteção, respeitadas as normas e posturas municipais, visando evitar acúmulo de água, ocasionado ou não pelas chuvas, bem como realizar a manutenção e a limpeza dos locais sob sua responsabilidade, providenciando o descarte ambiental correto dos materiais inservíveis que possam acumular água, esteja a obra em plena execução ou temporariamente paralisada. Art. 3º Os proprietários, locatários, possuidores ou responsáveis, a qualquer título, de residências e terrenos, os estabelecimentos comerciais e industriais e as instituições públicas e privadas, em geral, ficam obrigados a: I - manter os reservatórios, caixas d água, cisternas ou similares, devidamente tampados e com vedação segura, de modo a não permitir a proliferação de mosquitos; II manter um tratamento adequado da água nas piscinas existentes nesses imóveis, de forma a não permitir a presença ou proliferação de mosquitos; II permitir o ingresso nos seus imóveis do agente de saúde ou de qualquer outra autoridade sanitária responsável pelo controle da proliferação de mosquitos, para a realização de inspeção, verificação, orientação, informação, aplicação de inseticida ou qualquer outra atividade específica de combate ao vetor. 1/8

2 Art. 4º As imobiliárias ficam obrigadas a fornecer as chaves dos imóveis que estejam sob sua responsabilidade, para locação ou venda, para que sejam realizadas inspeções pelos agentes sanitários, sempre que forem solicitadas. 1º A inspeção só poderá ser realizada com acompanhamento do proprietário, ou do seu representante legal, ou de um representante da imobiliária. 2º Os imóveis que estiverem desocupados, nas situações descritas no caput, terão que apresentar as seguintes condições: I - vasos sanitários vedados; II - caixas d águas tampadas e vedadas; III - ralos externos vedados; IV - piscinas com tratamento à base de cloro e cobertas sem possibilidade de acúmulo de água; V - calhas desobstruídas e isentas de qualquer material que possa acumular água. Art. 5º Os proprietários e ou responsáveis pelos terrenos baldios e residências e os estabelecimentos onde são mantidos, armazenados ou comercializados materiais recicláveis, de qualquer natureza, apontados pela vigilância sanitária municipal como de risco à proliferação de mosquitos, ficam obrigados a mantê-los sob cobertura apropriada, aprovada ou recomendada pela autoridade sanitária municipal, respeitadas as demais normas legais aplicáveis ao assunto. Art. 6º Fica vedada a utilização de imóvel para depósito de materiais recicláveis, sem a prévia autorização do órgão da Prefeitura responsável pela conservação e manutenção da infraestrutura municipal. Art. 7º Os ferros-velhos, o comércio de beneficiamento de aparas e os estabelecimentos que comercializam sucatas em geral e congêneres, ficam obrigados a providenciar cobertura adequada, aprovada ou recomendada pela autoridade sanitária municipal, para impedir o acúmulo de água, respeitadas as demais normas legais aplicáveis ao assunto. Parágrafo único. Os materiais depositados nesses estabelecimentos serão acondicionados a uma distância mínima de um metro dos muros limítrofes de qualquer outro imóvel, de forma a permitir o livre acesso para aplicação periódica de inseticida, sempre que necessário. Art. 8º As borracharias, o comércio de pneus, bicicletarias, oficinas automotivas, depósitos de pneus e congêneres, transportadoras ou qualquer estabelecimento que beneficie ou manipule borracha, de qualquer natureza, ficam obrigados a manter cobertura total para esses materiais para impedir o acúmulo de água, respeitadas as demais normas legais aplicáveis ao assunto. Art. 9º As floriculturas e os comércios atacadista ou varejista de flores naturais, de vasos, floreiras ou similares, ficam obrigados a adotar cobertura para impedir o acúmulo de água 2/8

3 nos recipientes ali comercializados ou naqueles que estejam apenas em exposição, respeitadas as demais normas legais aplicáveis ao assunto. Art. 10 Os munícipes ficam obrigados a colaborar no combate à proliferação de mosquitos, de todas as espécies, praticando em suas residências as orientações de combate à dengue e outras doenças transmitidas pelos mosquitos. Art. 11 A Prefeitura, por intermédio do órgão responsável pela conservação e manutenção da infraestrutura municipal, fica incumbida de: I - tomar providências visando eliminar as águas que ficam paradas na pavimentação asfáltica das vias públicas; II remover e destinar, de maneira ambientalmente correta, os pneus e similares que forem depositados de maneira ambientalmente, os pneus, materiais descartáveis que forem abandonados em terrenos baldios, margens de rios e córregos, orla marítima ou qualquer área não habitada. Art. 12 A inobservância dos dispositivos desta Lei implicará na aplicação das seguintes sanções: I notificação ao infrator para que regularize a situação no prazo máximo de dez dias; II não sanada a irregularidade, será aplicada multa nos seguintes valores: a) quando se tratar de pessoas físicas a multa será de R$ 1.000,00 (um mil reais); b) quando se tratar de pessoas jurídicas a multa corresponderá a 0,5% (meio por cento) do seu faturamento anual. III persistindo a irregularidade: a) quando se tratar de pessoas físicas, será aplicada multa em dobro e, quando necessário e possível, o material será apreendido; b) quando se tratar de pessoas jurídicas, além da multa em dobro e a apreensão dos materiais, poderá ser cancelado o Alvará de Funcionamento e interditada a atividade, a critério da Prefeitura. 1º A multa de que trata o inciso I deste artigo será atualizada, anualmente, pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA, apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, acumulada no exercício anterior, sendo que, no caso de extinção deste índice, será adotado outro índice criado pela legislação federal e que reflita a perda do poder aquisitivo da moeda. 2º As multas aplicadas serão revertidas para o Fundo Municipal de Saúde, com o objetivo de serem aplicadas em projetos e programas de combate às doenças, transmissíveis por mosquito, com maior incidência no município. Art. 13 A inobservância dos dispositivos desta Lei pelos agentes públicos municipais será 3/8

4 considerada falta grave, sujeitando-os às sanções disciplinares previstas no Estatuto dos Funcionários Públicos do Poder Executivo Municipal. Parágrafo único. Entende-se por agente público municipal, para fins de aplicação desta Lei, todo aquele que, por força de dispositivos legais, contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer órgão ou entidade da Administração Pública Municipal Direta ou Indireta, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse do Município. Art. 14 O Poder Executivo terá um prazo de noventa dias para regulamentar a presente Lei. Art. 15 As despesas decorrentes da execução desta Lei correrão à conta das dotações orçamentárias próprias. Art. 16 Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação. Plenário Teotônio Villela, 15 de junho de 2015 Vereador EDSON ZANATA JUSTIFICATIVA Atualmente, devido às constantes epidemias, a atenção da cidadania carioca e brasileira está concentrada no aumento do número de casos de dengue - transmitida pelo mosquito aedes aegypti. Contudo, essa não é a única doença transmitida por mosquitos. Esse tipo de vetor (animal transmissor de doenças) é abundante, e as doenças transmitidas dessa forma trazem grandes prejuízos à saúde pública e à produtividade, causando desequilíbrios no cenário socioeconômica brasileira. Além da dengue, o aedes aegypti também transmite a febre amarela, doença que há mais de cem anos havia sido erradicada no país pelo sanitarista Dr. Oswaldo Cruz e que agora, em função do aumento de ocorrências, volta a preocupar devido à falta de medidas de manutenção na eliminação do vetor. A malária, também, é uma doença transmitida por mosquito (Anopheles sp ou mosquitoprego) e uma das mais disseminada no mundo. A leishmaniose tegumentar, também conhecida como úlcera de Bauru ou ferida brava, é causada pelo protozoário Leishmania brasiliensis e também é transmitida por um mosquito, Phlebotomus intermedius, chamado de mosquito-palha ou de birigui. A filariose ou elefantíase, que provoca edema crônico nos membros, em mamas de mulheres ou até na bolsa escrotal, é uma doença causada por um verme, Wulchereria bancrofti ou filária, e é transmitida pelo mosquito Culex sp, o pernilongo comum. Como se pode observar, o controle de reprodução de mosquitos é mais importante do que se pode imaginar, não se concentrando, exclusivamente, no combate à dengue, ou seja, à 4/8

5 proliferação do aedes aegypti. Face a essas circunstâncias e evidências e ao constante aumento dos índices de ocorrências da dengue e da febre amarela em estados vizinhos, apresentamos o presente projeto à avaliação desta Casa de Leis, contando com o apoio dos meus pares para que possamos aprovar mais uma norma legal que irá ao encontro da melhoria da saúde e da qualidade de vida do cidadão carioca e do aprimoramento das condições urbanas do Rio de Janeiro, visando manter a nossa cidade como uma das melhores opções internacionais de turismo. Legislação Citada LEI Nº 94, de 14 de março de 1979, que Dispõe sobre o Estatuto dos Funcionários Públicos do Poder Executivo do Município do Rio de Janeiro e dá outras providências. (...) CAPÍTULO V DAS PENALIDADES Art São penas disciplinares: I - advertência; II - repreensão; III - suspensão; IV - multa; V - demissão; VI - cassação de aposentadoria ou disponibilidade. Art Na aplicação das penas disciplinares, serão consideradas a natureza, a gravidade, os motivos e as circunstâncias da infração, ou danos que dela provierem para o serviço público e os antecedentes funcionais e a personalidade do funcionário. Parágrafo único. As penas impostas ao funcionário serão registradas em seus assentamentos. Art Caberá a pena de advertência, a ser aplicada verbalmente, em caso de negligência. Art Caberá a pena de repreensão, a ser aplicada por escrito em casos de desobediência ou falta de cumprimento dos deveres, bem como de reincidência de transgressão punível com pena de advertência. Art Caberá a pena de suspensão, a ser aplicada em casos de: I - falta grave; II - desrespeito a proibição que, pela sua natureza, não ensejar a pena de demissão; III - reincidência em falta já punida com repreensão. 1º A pena de suspensão não poderá exceder 90 (noventa) dias. 2º O funcionário suspenso perderá todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo. 5/8

6 3º Quando houver conveniência para o serviço, a pena de suspensão, por iniciativa do chefe imediato do funcionário, poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de vencimento, obrigando, nesse caso, o funcionário a permanecer em serviço. Art Caberá pena de demissão, a ser aplicada nos casos de: I - falta relacionada no art. 168, quando de natureza grave e comprovada má fé; II - incontinência pública e escandalosa, patrocínio de jogos proibidos e comércio ilegal de bebidas e substâncias de que resulte dependência física ou psíquica, no recinto do serviço; III - insubordinação grave em serviço; (...) Atalho para outros documentos Informações Básicas Código Autor VEREADOR EDSON ZANATA Protocolo Mensagem Regime de Tramitação Projeto Ordinária Link: Datas: Entrada 16/06/2015 Despacho 16/06/2015 Publicação 25/06/2015 Republicação Outras Informações: Pág. do DCM da Publicação 12 a 14 Pág. do DCM da Republicação Tipo de Quorum MA Arquivado Não Motivo da Republicação Observações: Section para Comissoes Editar DESPACHO: A imprimir Comissão de Justiça e Redação, Comissão de Administração e Assuntos Ligados ao Servidor Público, Comissão de Assuntos Urbanos, Comissão de Higiene Saúde Pública e Bem- Estar Social, Comissão de Meio Ambiente, 6/8

7 Comissão de Abastecimento Indústria Comércio e Agricultura, Comissão de Finanças Orçamento e Fiscalização Financeira. Em 16/06/2015 JORGE FELIPPE - Presidente Comissões a serem distribuidas 01.:Comissão de Justiça e Redação 02.:Comissão de Administração e Assuntos Ligados ao Servidor Público 03.:Comissão de Assuntos Urbanos 04.:Comissão de Higiene Saúde Pública e Bem- Estar Social 05.:Comissão de Meio Ambiente 06.:Comissão de Abastecimento Indústria Comércio e Agricultura 07.:Comissão de Finanças Orçamento e Fiscalização Financeira TRAMITAÇÃO DO PROJETO DE LEI Nº 1343/2015 Projeto de Lei Cadastro de Proposições DISPÕE SOBRE MEDIDAS PERMANENTES DE PREVENÇÃO E CONTROLE DA DENGUE E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS => => {Comissão de Justiça e Redação Comissão de Administração e Assuntos Ligados ao Servidor Público Comissão de Assuntos Urbanos Comissão de Higiene Saúde Pública e Bem- Estar Social Comissão de Meio Ambiente Comissão de Abastecimento Indústria Comércio e Agricultura Comissão de Finanças Orçamento e Fiscalização Financeira } Envio a Assessoria Técnico- Legislativa. Resultado => Informação Técnico- Legislativa nº1336/2015/2015 Data Public Autor(es) 25/06/2015 Vereador Edson Zanata 7/8

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