NOVA LEI DE DROGAS: PRIMEIRAS IMPRESSÕES

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1 73 NOVA LEI DE DROGAS: PRIMEIRAS IMPRESSÕES Ricardo Gueiros Bernardes Dias Professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e da Faculdade de Direito de Vitória (FDV/ES); Pós-graduado em Direito Comparado (Sorbonne - Université de Paris I/Cornell); Mestre em Direito pela Universidade Gama Filho e pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UGF-RJ/UERJ). Juliana Silva Baños Monitoria da disciplina Teoria do Direito Penal I na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES); Bolsista do Plano de Incentivo ao Discente da UFES. NOTAS INTRODUTÓRIAS O afã da inflação legislativa de novo mostra sua face. Quatro anos após a promulgação da Lei /02, o Presidente da República sancionou, em , a Lei /06, a nova lei de Drogas. O projeto de lei foi apresentado no Senado Federal pelo Grupo de Trabalho Subcomissão Crime organizado, narcotráfico e lavagem de dinheiro, em , ou seja, menos de 4 meses após a promulgação da norma vigente (mas recortada) Lei de Tóxicos (10.409/02)! Apesar da iniciativa do Senado Federal, o projeto recebeu um substitutivo na Câmara dos Deputados que modificou substancialmente seu teor. Com o retorno do projeto à Casa iniciadora, Senado Federal, em , limitou-se ela a fazer pequenas modificações, concluindo-se, assim, que o âmago da nova lei é proveniente do conteúdo proposto pela Câmara dos Deputados. Tratam-se de modificações profundas em alguns temas. Limitamo-nos, aqui, ao estudo dos novos tipos penais, bem como ao exame de algumas modificações processuais.

2 SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE OU DROGA? 74 Desde a edição da Lei /02, embora com veto total ao capítulo III (Dos crimes e das penas), o legislador já demonstrava sua preferência pelo termo droga em vez de substância entorpecente. A diferença é que, na norma vetada, ainda se utilizava a expressão substância ou droga ilícita que cause dependência física ou psíquica. Ou seja, além de conciliar os termos substância e droga, a lei insistia em deixar claro que a substância ou a droga precisaria causar dependência física ou psíquica. Isso agora muda. A nova lei se limita ao termo drogas. Sob a ótica técnico-científica e legal, droga é qualquer substância ou matéria-prima que tenha finalidade medicamentosa ou sanitária, enquanto entorpecente é qualquer substância que pode determinar dependência física ou psíquica. No Parecer 847/06, apresentado na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal, o Senador- Relator Romeu Tuma foi lacônico ao afirmar que estamos de acordo com a nova terminologia proposta, mais sintética, além de amplamente consagrada no senso comum. O problema é que, com essa redação, haverá uma ainda maior abertura temática delegada à norma reguladora. Como se sabe, a lei de drogas contém inúmeras normas penais em branco, que são regulamentadas, hoje, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Se, até o advento da nova lei, essa norma regulamentadora elencava o rol das substâncias entorpecentes, psicotrópicas, etc. 1, temos que, a partir da entrada em vigor da Lei /06, a regulamentação precisará deixar claro quais as drogas serão objeto da nova norma. Não importará, teoricamente, se se tratam de substância entorpecentes, psicotrópicas ou ainda que causem, ou não, dependência física ou psíquica. Atentemos, contudo, à necessidade emergente da regulamentação. Ora, a Lei /06 prevê uma vacatio legis de 45 dias. A ANVISA deverá editar, nesse período, a nova norma regulamentadora. Não parece ser possível o aproveitamento do Decreto 344/98, que deixaria ímpar lacuna interpretativa. E o 1 Nos termos da Portaria 344/98 da ANVISA.

3 75 Ricardo Gueiros, Juliana Baños pior: entendemos que, se não editada a norma regulamentadora, nesse prazo, estaríamos diante de uma insólita e desmensurada abolitio criminis no tocante ao tráfico de drogas, conforme entendimento do STF. 2 A Lei 6.368/76, na verdade, utilizava-se da interpretação analógica ao preceituar substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica. O conectivo ou, assim como disposto no art. 28, II, CP, dá uma conotação exemplificativa ao dispositivo, querendo dizer: as substâncias entorpecentes e todas as demais que causem dependência física ou psíquica, desde que, obviamente, previstas na norma regulamentadora. Era o caso, por exemplo, das substâncias psicotrópicas que, a rigor, não eram entorpecentes (e.g., cloreto de etila, princípio ativo do lança perfume). De qualquer forma, mais razão ainda possuirá a doutrina para fortalecer sua tese a respeito da duvidosa constitucionalidade dessa forma de regulamentação. A DESCRIMINALIZAÇÃO E O USUÁRIO Aqui, talvez, o dispositivo de maior impacto modificativo. O artigo, similar em parte ao art. 16 da Lei 6.368/76, descriminaliza o uso de drogas. Embora o art. 28 se localize no Capítulo III (Dos crimes e das penas), pode-se, indubitavelmente, concluir pela descriminalização. É que o dispositivo passa a cominar penas sem qualquer conteúdo criminal, tais como advertência sobre os efeitos das drogas, medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo etc. Mudou-se, assim, apenas a natureza da norma. A conduta permanece ilícita. Não houve legalização. Teremos uma punição híbrida: por um lado, não se pode admiti-la como pena administrativa, pois imposta por órgão com poder jurisdicional; por outro, 2 Ao apreciar o HC MC/SP, o STF entendeu que ao transportar o princípio ativo do lança perfume cloreto de etila da tabela F2 para a D2, teria ocorrido abolitio criminis. Assim, pela decisão, o STF deixou claro que a revogação da norma regulamentara, quando essencial à norma penal em branco, é bastante para descriminalizar a conduta.

4 76 Ricardo Gueiros, Juliana Baños não se pode conceituá-la como pena criminal, pois "crime" é conduta típica, ilícita e culpável a que se comina pena, de forma primária, de reclusão ou detenção, cumulada ou não com multa 3. Lembremos que a substituição de pena, como a própria denominação denota, é hipótese secundária e condicional de imposição da sanção. Admitir que um crime possa cominar pena, de forma direta e primária, de, por exemplo, prestação de serviços comunitários, seria trazer ainda maior balbúrdia quanto à sagaz diferenciação entre as normas penais e administravas. Pouco se mudou na redação da norma. As locuções ter em depósito e transportar foram acrescentados. Entretanto, o legislador pecou por não corrigir uma conhecida falha do art. 16 da Lei 6.368/76. Não se incriminava o usar, razão pela qual entendia a doutrina que a norma não objetivava o vício, em si. Dizia-se que melhor seria se o legislador houvesse usado a expressão fazer uso. Assim, caso detectado que a pessoa fez uso da substância entorpecente, não haveria tipicidade. A expressão trazer consigo não englobaria essa hipótese. Entretanto, a Lei /06 nada mudou no ponto. Os verbos acrescentados não interferem nessa situação. A rigor, o uso continua a ser conduta atípica. O FIM DE UMA POLÊMICA: O PLANTIO PARA USO O artigo 28, 1º, da nova lei, dá por fim a uma antiga divergência doutrinária. É que o art. 12, 1º, II da Lei 6.368/76 tornava típica a conduta de semear, cultivar ou fazer a colheita de plantas destinadas à preparação de substância entorpecente. Mas nada havia na lei anterior que tipificasse a conduta daquele que plantava para uso próprio. Repugnava-se a analogia, devido a proibição de sua utilização in malam partem. Assim, a nova lei preenche essa lacuna. Não devemos esquecer, porém, que, embora prevista agora na norma, não se trata mais de crime, como já discutido acima. 3 É o próprio art. 1º do Decreto-lei 3.914/41 (Lei de Introdução ao Código Penal) que nos traz essa definição.

5 QUANTIDADE DA DROGA: TRÁFICO OU USO 77 O legislador, no art. 28, 2º, resolveu deixar expresso o valor probante da quantidade da droga para fins de diferenciação do tráfico e do consumo próprio. Diz que, para determinar-se se a droga é para uso próprio ou para tráfico, o juiz deve levar em conta a natureza e a quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. A lei apenas descreve o que a jurisprudência já assinalava. USUÁRIO E O PRAZO PRESCRICIONAL O presente artigo fortalece ainda mais a tese da descriminalização do uso próprio. Ora, na ausência de pena privativa de liberdade em abstrato (há apenas prazo máximo para aplicação das medidas), o legislador foi obrigado a impor um prazo prescricional, qual seja, de 2 anos, devendo-se aplicar, subsidiariamente, as regras do art. 107 e seguintes do CP. O CRIME DE TRÁFICO E A SUBSTITUIÇÃO DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE O art. 33, caput, continua sendo a mola mestra da lei. São nada menos que 18 verbos no tipo penal. Os mesmos verbos utilizados na Lei 6.368/76, com pequenas alterações lexicais, sem qualquer efeito pragmático. Modificou-se a pena mínima, cominando-se, assim, a sanção de 5 a 15 anos de reclusão. Essa mudança, sim, possui um efeito pragmático significativo. É que, mudando a orientação jurisprudencial anterior, o STF e o STJ vinham entendendo ser possível a substituição de pena nas hipóteses de tráfico. Isso, com a nova lei, torna-se mais remoto. Revisemos o tema. A Lei 9.714/98, que inovou o sistema de substituição de pena no direito brasileiro, em nenhum momento vedou sua aplicação à lei de crimes hediondos. Assim, em tese, seria possível substituir uma pena privativa de liberdade

6 78 Ricardo Gueiros, Juliana Baños de um agente que houvesse praticado um crime hediondo por sanção restritiva de direito. O problema é que isso era de rara ocorrência. É que, como regra, os crimes hediondos são praticados com violência ou grave ameaça. Além disso, a pena a eles cominadas eram superior a quatro anos. Restava apenas a hipótese do art. 273 do CP, em que não há violência ou grave ameaça. E mesmo assim, considerando a elevada pena, isso só era possível quando o delito era praticado na forma tentada. Além dessa possibilidade, sempre se discutiu hipótese de substituir-se a pena nos crimes equiparados ao hediondo. Nesse caso, seria necessário buscar um delito em que não houvesse a violência ou grave ameaça. A possibilidade era única: o tráfico de entorpecentes, em vista da pena: 3 a 15 anos. Era possível, e na verdade comum, a fixação da pena no patamar mínimo, possibilitando a substituição. E, como dito, isso já vinha recebendo o aval do STF e do STJ. Agora, com a nova pena, essa hipótese se limitaria às hipótese do tráfico na modalidade tentada. Mas ainda assim, a lei traz um percalço para a substituição na tentativa. É que, no 4º, do art. 33, a lei diz que será possível reduzir a pena, de um sexto a dois terços, nas hipóteses dos delitos previstos no 1º, art. 33, mas veda-se expressamente a substituição da pena. Parece ter esquecido o legislador da conduta tentada do caput, art. 33. A vedação é apenas para o 1º, art. 33? Por fim, lembro que o tipo continua a prever um crime de perigo abstrato, em que há uma presunção da periculosidade, o que, para muitos, fere o princípio da lesividade. Art. 33, 1º, I (art. 12, 1º, I da lei anterior) Além de acrescentar os termos insumo e produto químico, o legislador utilizou o elemento normativo do tipo sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar. Sempre manifestei minha estranheza quanto à necessidade e à insistência de colocar-se essa espécie de elemento normativo do tipo. São expressões expletivas, inócuas. Ora, se a conduta for praticada com a devida autorização ou em acordo com determinação legal, estaremos diante do exercício regular do direito ou do estrito cumprimento do dever legal. Teoricamente, a única diferença é dizer, agora, que não haveria uma excludente de ilicitude, mas uma atipicidade. Mas o produto/resultado continuará o mesmo.

7 79 Art. 33, 2º (art. 12, 2º, II da lei anterior) A nova lei altera substancialmente o tratamento daquele que induz, instiga ou auxilia alguém ao uso indevido de droga. Pela lei anterior, estaria o autor praticando o delito de tráfico de entorpecentes, recebendo a mesma pena em abstrato. Na verdade, o dispositivo era inútil, pois mesmo que a lei nada dispusesse, já se concluía que o agente seria ao menos partícipe do delito de tráfico. Agora, temos um delito autônomo com pena consideravelmente menor: detenção, de 1 a 3 anos. Haverá novatio legis in mellius. Art. 33, 3º (art. 12, 2º, III da lei anterior) Cria-se um novo tipo penal: oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem. Pela lei pretérita, a conduta seria tipificada como tráfico. Pela nova lei, há diminuição substancial da pena (6 meses a 1 ano de detenção), quando o agente, por relações de amizade, parentesco etc., oferece drogas com uma finalidade específica (elemento subjetivo do injusto) de consumirem juntos. Se a finalidade for diversa, haverá crime de tráfico, nos termos, do art. 33, caput. ASSOCIAÇÃO NO TRÁFICO Aqui, o legislador deixa transparecer sua firme convicção em manter a tipificação quanto ao crime de associação no tráfico. A reiteração da previsão sancionatória para o crime de associação acaba com as dúvidas que prevaleciam na vigência da Lei /76, quanto à pena a ser aplicada. Decorria tal dúvida da previsão de pena, contida na Lei 8.072/90 (crimes hediondos), para a formação de quadrilha quando a finalidade fosse tráfico de entorpecentes (de 3 a 6 anos), ser menor do que a prevista para o crime de associação do art.14 da Lei 6.368/76 (de 3 a 10 anos). Como a lei de crimes hediondos era posterior, a doutrina majoritária apontava uma solução sui generis: considerava que a pena a ser aplicada seria a da lei dos crimes hediondos, prevalecendo, o art.14, que tinha elementos distintos.

8 80 Com a Lei /06, o legislador não deixou mais espaço para especulações acerca da pena a ser aplicada. Reafirmou-se, como já preceituava a Lei 6.368/76, que a pena seria de 3 a 10 anos para o crime de associação. Com a nova lei, houve revogação parcial do art. 8 da Lei de crimes hediondos, ficando suprimida a expressão tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins. Não importará, assim, se a conduta for praticado por 2, 3 ou 4 agentes. Haverá, na hipótese, a incidência do delito especial, ou seja, do art. 35 da Lei /06. Na vigência da Lei 6.368/76, o fato de os agentes se associarem poderia acarretar a aplicação de duas normas diversas, conforme houvesse estabilidade ou não. Havia, além da previsão do art.14, também a de aumento de pena se o crime decorresse de associação, o que provocava um esforço hermenêutico por parte da doutrina, visando a evitar o bis in idem. Se a associação fosse estável e permanente, seria um crime autônomo (previsto no art.14); sendo ocasional, seria simples aumento de pena. Contudo, com a supressão de qualquer previsão de aumento de pena para os crimes decorrentes de associação, não mais se pode fazer tal distinção. Decorre daí, que a conduta de associar-se para fins de tráfico, seja de forma estável e permanente ou ocasionalmente, é hipótese de crime autônomo. A respeito da conduta de associar-se, a nova lei criou ainda um novo tipo de associação, expressa no parágrafo único do art.35, qual seja, a associação para a prática reiterada de financiamento do tráfico. Para a configuração do tipo exige-se, pois, que haja uma habitualidade da conduta, não bastando, somente, uma associação eventual visando ao financiamento do tráfico. O FINANCIAMENTO DO TRÁFICO A inclusão de um novo tipo, elencando a conduta de financiar ou custear a prática do tráfico (sem correspondência na lei anterior), à primeira vista, parece ter ensejado efetiva mudança no que diz respeito à impunidade no crime de tráfico. Analisando-se mais atentamente, no entanto, percebe-se a inocuidade de tal dispositivo.

9 81 Ricardo Gueiros, Juliana Baños A teoria unitária, ou monística, adotada pelo Brasil em relação ao concurso de pessoas preconiza que todo aquele que concorre para o crime incide nas penas a ele cominadas. Tomando-se por base tal teoria, não se poderia cogitar a hipótese de impunidade, decorrente de uma brecha na lei, tendo em vista que aquele que financiava ou custeava o tráfico, indubitavelmente, concorria para o delito, fosse como autor, fosse como partícipe. Além disso, pela antiga lei, aquele que financiasse ou custeasse o tráfico, responderia por tráfico combinado com a agravante prevista no art.62, I, CP, nem se podendo, pois, dizer, ao menos, que foi atribuído ao financiamento maior desvalor, com conseqüente aumento de pena. Na verdade, o que se vê é que a criação de tipos penais especiais acaba por fomentar a temida inflação legislativa penal. Nossa teoria de concursos de pessoas é bastante para tipificar as mais diversas condutas nos casos concretos, utilizando-se apenas um tipo penal. COLABORAÇÃO COMO INFORMANTE PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA Também o art. 37 é exemplo de um tipo especial dispensável, que, como o art.36, só contribui para a inflação legislativa. Não creio ter sido a intenção do legislador abrandar a pena daquele que tenha menor participação na conduta criminosa, tal qual resultou da criação do novo dispositivo. Parece, sim, simples lapso e desconsideração das conseqüências da teoria monística sobre o concurso de pessoas. Explico: caso não houvesse tal previsão, quem incorresse na conduta descrita no tipo, responderia pelo crime de tráfico, podendo ter a pena diminuída de um sexto a um terço se sua participação fosse de menor importância, nos termos do art. 29, 2º, CP. Assim, vê-se que os limites da pena, regra geral, seriam mais elevados para a mesma conduta, qual seja, a de fornecer informações, ainda que se adotasse a maior diminuição. Levando-se em conta, no entanto, a necessidade de harmonia entre os dispositivos de uma lei e a patente intenção do legislador em aumentar a repressão ao tráfico e à qualquer conduta que possa fomentá-lo, corrobora-se a análise inicial de que teria sido, o fato

10 82 Ricardo Gueiros, Juliana Baños de ter o legislador especificado a conduta de colaborar como informante como outro tipo penal, simples lapso. Em suma, é bem verdade que a criação de alguns tipos penais especiais pode ser vantajosa, desde que a especificação da conduta tenha algum sentido prático. Antes do advento da Lei 6.368/76, o tráfico de drogas, assim como o de qualquer outra substância, subsumia-se ao tipo que previa o contrabando. Entretanto, pela necessidade de maior repressão ao tráfico de drogas, criou-se tipos especiais, que, basicamente, determinaram uma previsão de pena superior quando o objeto do contrabando fosse referente à drogas. Esse exercício criativo, no entanto, deve encontrar um limite. Quando a criação de tipos penais especiais não dá azo a uma verdadeira modificação, só se pode concluir pela sua inutilidade, ou melhor, pela sua danosidade ao sistema, justamente em função da sua conseqüência direta: a inflação legislativa penal. UM NOVO TIPO PENAL CONDUÇÃO DE EMBARCAÇÃO/AERONAVE SOB EFEITO DE DROGAS O art. 39 da nova lei cria um novo tipo penal: aquele que conduz embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem. O dispositivo tem semelhança com o art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro. E, por essa razão, podemos entender que aplica-se, aqui, as normas dos Juizados Especiais Criminais. Embora a pena máxima ultrapasse 2 anos, deve haver um tratamento isonômico com relação ao art. 306 do CTB, conforme expressa previsão do art. 291, parágrafo único. Até o advento da nova lei, a conduta era tipificada como contravenção, nos termos do art. 24 da LCP. E, assim mesmo, o tipo contravencional se limitava às embarcações. O Código Brasileiro de Aeronáutica cominava, para a conduta de operar a aeronave em estado de embriaguez, apenas pena administrativa, nos termos de seu art. 302, inc. II, q. APELAÇÃO EM LIBERDADE

11 83 A Lei 6.368/76, em seu art. 35, dispunha, de forma lacônica, que o réu condenado (sic) não poderia apelar em liberdade. A nova redação, art. 59 da Lei /06, acrescenta uma expressão que modifica, substancialmente, o entendimento: (...) salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória. A redação acaba por repetir a conhecida fórmula já prevista, há anos, pelo art. 594 do CPP. Bem, ao menos, é o fim da polêmica entre o art. 35 da Lei 6.368/76 e o art. 2º, 2º, da lei de crime hediondos, que prevê que em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. A controvérsia era evidente: estaria revogado o art. 35 da Lei 6.368/76 em razão do superveniente surgimento da lei de crime hediondos? Posição majoritária da doutrina apontava que deveria ser aplicado o disposto na Lei 6.368/76 (proibição de apelar em liberdade) e, apenas em hipóteses extraordinárias, deveria o juiz, fundamentadamente, permitir o apelo em liberdade. Agora, a superveniência é da própria lei de drogas. Ou seja, pela sua especialidade e por seu posterior, inexistem dúvidas de sua aplicação. E pouca dificuldade haverá na interpretação do novo dispositivo. Como disse, aplica-se o já conhecido entendimento doutrináriojurisprudencial aplicado ao art. 594 do CPP QUADRO COMPARATIVO LEI /06 LEI 6.368/76 Obs. 1: Os termos em vermelho foram acrescidos ou modificados em relação à Lei 6368/76 Obs. 2: Os textos destacados em preto mantiveram-se idênticos em ambas as leis. Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das Obs. 1: Nesta coluna encontram-se somente os artigos da Lei 6.368/76 que possuem correspondência total ou parcial com a Lei /06. Obs. 2: Os termos riscados foram suprimidos ou substituídos pela Lei /06. Art. 16. Adquirir, guardar ou trazer consigo, para o uso próprio, substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

12 drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 84 Pena - Detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de (vinte) a 50 (cinqüenta) dias-multa. 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica. 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente. 3º As penas previstas nos incisos II e III do "caput" deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos incisos II e III do "caput" deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. 5º A prestação de serviços à comunidade será cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. 6º Para garantia do cumprimento das medidas educativas a que se refere o "caput", nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo,

13 85 sucessivamente a: I - admoestação verbal; II - multa. 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do 6º do art. 28, o juiz, atendendo à reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo. Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o 6º do art. 28 serão creditados à conta do Fundo Nacional Antidrogas. Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal. Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a (mil e quinhentos) dias-multa. Art. 12. Importar ou exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda ou oferecer, fornecer ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar ou entregar, de qualquer forma, a consumo substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar; Pena - Reclusão, de 3 (três) a 15 (quinze) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 360 (trezentos e sessenta)

14 86 dias-multa. 1º Nas mesmas penas incorre quem: 1º Nas mesmas penas incorre quem, indevidamente: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; I - importa ou exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda ou oferece, fornece ainda que gratuitamente, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda matéria-prima destinada a preparação de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matériaprima para a preparação de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. II - semeia, cultiva ou faz a colheita de plantas destinadas à preparação de entorpecente ou de substância que determine dependência física ou psíquica. 2º Nas mesmas penas incorre, ainda, quem: II - utiliza local de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, para uso indevido ou tráfico ilícito de entorpecente ou de substância que determine dependência física ou psíquica. 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 I - induz, instiga ou auxilia alguém a usar entorpecente ou substância que determine dependência física ou psíquica; III - contribui de qualquer forma para incentivar ou difundir o uso indevido ou o tráfico ilícito de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica.

15 87 (setecentos) a (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art º Nos delitos definidos no "caput" e no 1º deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de (mil e duzentos) a (dois mil) dias-multa. Art. 13. Fabricar, adquirir, vender, fornecer ainda que gratuitamente, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - Reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, "caput" e 1º, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a (mil e duzentos) dias-multa. Art. 14. Associarem-se 2 (duas) ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos Arts. 12 ou 13 desta Lei: Pena - Reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 360 (trezentos e sessenta) dias-multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas do "caput" deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei. Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts.

16 88 33, "caput" e 1, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de (mil e quinhentos) a (quatro mil) diasmulta. Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, "caput" e 1º, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) dias-multa Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta) a 200 (duzentos) dias-multa. Art. 15. Prescrever ou ministrar culposamente, o médico, dentista, farmacêutico ou profissional de enfermagem substância entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica, em dose evidentemente maior que a necessária ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - Detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 30 (trinta) a 100 (cem) dias-multa. Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o agente. Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem: Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (duzentos) a 400 (quatrocentos) diasmulta.

17 89 Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no "caput" deste artigo for de transporte coletivo de passageiros. Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito; II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância; Art. 18. As penas dos crimes definidos nesta Lei serão aumentadas de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços): I - no caso de tráfico com o exterior ou de extra-territorialidade da lei penal; II - quando o agente tiver praticado o crime prevalecendo-se de função pública relacionada com a repressão à criminalidade ou quando, muito embora não titular de função pública, tenha missão de guarda e vigilância; III - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva; IV - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal; V - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação; III - se qualquer deles decorrer de associação ou visar a menores de 21 (vinte e um) anos ou a quem tenha, por qualquer causa, diminuída ou suprimida a capacidade de discernimento ou de autodeterminação; VI - o agente financiar ou custear a prática do crime. Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais coautores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto

18 90 do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços. Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente. Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dos acusados, valor não inferior a um trinta avo nem superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo. Parágrafo único. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo. Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, "caput" e 1º, e 34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos. Parágrafo único. Nos crimes previstos no "caput" deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico. Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o Art. 19. É isento de pena o agente que em razão da dependência, ou sob o feito de substância, entorpecente ou que determine dependência física ou psíquica proveniente de caso fortuito ou força maior era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a

19 caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 91 infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Parágrafo único. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no "caput" deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado. Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Parágrafo único. A pena pode ser reduzida de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) se, por qualquer das circunstâncias previstas neste artigo, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento do agente para tratamento, realizada por profissional de saúde com competência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei. Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e 1o, e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória. Art. 35. O réu condenado por infração dos artigos 12 ou 13 desta Lei não poderá apelar sem recolher-se à prisão. Informações bibliográficas: DIAS, Ricardo Gueiros Bernardes; BAÑOS, Juliana Silva. Nova lei de drogas: primeiras impressões. Panóptica, Vitória, ano 1, n. 2, out. 2006, p Disponível em: < Acesso em:

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