PRONUNCIAMENTO SOBRE FORÇA-TAREFA PARA COMBATER MATANÇA DE BOTOS NA REGIÃO AMAZÔNICA DEPUTADO MARCELO SERAFIM (PSB-AM)

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Wagner Azenha Sabala
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1 PRONUNCIAMENTO SOBRE FORÇA-TAREFA PARA COMBATER MATANÇA DE BOTOS NA REGIÃO AMAZÔNICA DEPUTADO MARCELO SERAFIM (PSB-AM) Senhoras Deputadas, Senhores Deputados, Povo do estado do Amazonas, Por várias vezes ocupei esta tribuna para denunciar a matança desordenadas dos botos que acontece no região Amazônica. Vim aqui ao Plenário para exigir dos órgãos competentes, dos Governos Federal e Estadual a adoção de medidas urgentes e eficazes para evitar que nossos botos sejam totalmente exterminados. Volto novamente aqui para tratar desse assunto. Leio a notícia de que a pesca de botos será combatida na fronteira entre Brasil e Colômbia. Agora, uma força-tarefa se apresenta para dar início ao chamado Plano de Ação Emergencial para Redução e Interrupção da Caça de Botos-da-Amazônia. Trata-se, de um grupo de trabalho formado por

Vim aqui ao Plenário para exigir dos órgãos competentes, dos Governos Federal e Estadual a adoção de medidas urgentes e eficazes para evitar que nossos botos sejam totalmente exterminados.

2 representantes do Instituto Chico Mendes, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), da Secretaria de Meio Ambiente do Amazonas e ainda de instituições ambientais colombianas. Apesar de ser proibida por uma lei federal de 1987, a pesca de botos na Amazônia continua sendo praticada exorbitantemente. Temos a informação vinda do Instituto Chico Mendes de que, na fronteira Brasil-Colômbia, a pesca desses animais foi intensificada nos últimos anos, o que nos deixa preocupados com essa situação de caça predatória na região. Dentre as muitas tarefas desse grupo estão uma série de atividades, a começar pela identificação e fiscalização das áreas críticas e pelas ações de educação ambiental na região. Os pescadores estão dizimando espécies de botos que povoam as águas do entorno da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Mamirauá. Eles estão matando os animais e usando os botos como iscas para a pesca do peixe piracatinga, que é muito apreciado na Colômbia. A piracatinga é

Temos a informação vinda do Instituto Chico Mendes de que, na fronteira Brasil-Colômbia, a pesca desses animais foi intensificada nos últimos anos, o que nos deixa preocupados com essa situação de

3 encontrada em muitas partes da bacia do Amazonas. E um desses locais é justamente a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Mamirauá. Os principais alvos da ação desses pescadores são o boto-tucuxi e o botovermelho ou cor-de-rosa. Senhoras e Senhores Parlamentares, A piracatinga é um peixe necrófago. Ele se alimenta de cadáveres de animais aquáticos e, por essa razão, não é consumido do lado brasileiro. É por esse motivo que toda a pesca da piracatinga, também conhecida como urubu d'água, é exportada para a Colômbia. A matança cruel e desordenada dos botos foi constatada por pesquisadores do INPA. Eles encontraram diversos animais que foram mutilados por anzóis e redes de pesca. Também detectaram os mesmos problemas que ocorrem nas proximidades de Mamirauá em outras localidades entre Coari e Tabatinga. Os requintes de crueldade dos pescadores de piracatinga vão ainda mais longe. Os pesquisadores têm encontrado crias inteiras atingidas por arpões, mutiladas e moribundas, algumas com cordas atadas em torno da cauda.

Ele se alimenta de cadáveres de animais aquáticos e, por essa razão, não é consumido do lado brasileiro.

4 O caso já foi comunicado ao IBAMA. Para se ter uma idéia, nos registros do órgão, somente em 2001 cerca de 140 toneladas de piracatinga passaram pelo Porto de Tabatinga em direção à Colômbia. Por trás de toda essa comercialização de piracatinga registrou-se a matança de mais de 150 botos. Segundo técnicos do IBAMA, a caça na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá ocorre em zonas inundadas, o que torna difícil deter ou mesmo fiscalizar, e, além disso, os envolvidos nesse crime usam a força e vivem ameaçando aquelas pessoas que conhecem tais desmandos. Muitas dessas pessoas, com medo, preferem o silêncio a ter que se arriscar em denunciar, e mesmo em testemunhar os crimes dessa natureza. Senhores Congressistas, Para esses golfinhos de água doce esse tipo de exploração é insustentável. Se tal desvario continuar, num curtíssimo prazo teremos a extinção total de todas as espécies de botos. É preciso parar essa atividade estarrecedora antes que o pior aconteça. Não podemos continuar a assistir a essa cena triste, estarrecedora. Acredito no trabalho dessa força-tarefa. Não dá para compactuar, nem mesmo ficar calado diante desse absurdo! É preciso dar um basta a essa situação!

Segundo técnicos do IBAMA, a caça na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá ocorre em zonas inundadas, o que torna difícil deter ou mesmo fiscalizar, e, além disso, os envolvidos nesse

5 Parabéns aos órgãos que compõem essa força-tarefa por ajudar na preservação dos botos e esperamos que os predadores sejam exemplarmente punidos. Era o que tinha dizer. Muito obrigado.

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