A LEI MARIA DA PENHA (11.340/06) COMO ESTRATÉGIA DE GARANTIA DOS DIREITOS DAS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NO BRASIL

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "A LEI MARIA DA PENHA (11.340/06) COMO ESTRATÉGIA DE GARANTIA DOS DIREITOS DAS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NO BRASIL"

Transcrição

1 A LEI MARIA DA PENHA (11.340/06) COMO ESTRATÉGIA DE GARANTIA DOS DIREITOS DAS MULHERES VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NO BRASIL Leidiane Souza de Oliveira 1 Resumo: Este trabalho se propõe a discutir os avanços e os desafios da Lei Maria da Penha desde a sua criação em Entendendo que esta lei é resultado de um processo histórico de lutas do Movimento Feminista, tenta-se situá-la também em um contexto de dificuldades para criação de políticas públicas, considerando os inúmeros entraves à sua real efetivação. São feitas algumas considerações acerca do tratamento dado à lei enquanto instrumento legal de afirmação do enfrentamento à violência contra as mulheres, porém ressalta-se a importância de intensificação das lutas para que, no plano real, ela se faça valer. Abstract: This paper aims to discuss the progress and challenges of Maria da Penha Law since its inception in Considering that this law is the result of a historic process of struggles of the feminist movement, attempts to place it also in the context of difficulties in creating public policies, considering the numerous obstacles to its actual execution. Some considerations are made about the treatment given to the law as an instrument of affirmation of the legal fight violence against women, but emphasizes the importance of intensification of the struggles that, in the real, make it real. 1 Mestre. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. leidiane22@gmail.com

2 1. INTRODUÇÃO A Lei /06, sancionada em 7 de agosto de 2006 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vigora desde 22 de setembro do mesmo ano, se apresenta como conquista da luta do movimento de mulheres no Brasil no enfrentamento à violência contra as mulheres. Mais conhecida como Lei Maria da Penha LMP, assim denominada pelo Governo Brasileiro em resposta à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) que acatou as denúncias realizadas em 1998, pelo Centro para a Justiça e o Direito Internacional (CEJIL/Brasil) e pelo Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher (CLADEM, Seção Nacional) que no seu relatório nº 54 responsabilizou o Estado brasileiro por negligência e prática de omissão em relação à violência doméstica à efetivação de políticas públicas no enfrentamento desse tipo de violência. Na situação específica da biofarmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, que como muitas brasileiras, foi alvo da violência por parte do marido, um professor universitário e economista, que tentou matá-la por duas vezes seguidas, atirando com uma espingarda, na primeira, no final de maio de 1983, deixando-a paraplégica, e logo depois, no início de abril, tentou eletrocutá-la e afogá-la enquanto ela tomava banho, a Comissão recomendou várias iniciativas e uma reparação simbólica de impacto. O Governo brasileiro, seguindo tal recomendação, denominou a Lei /2006 como Lei Maria da Penha, em reconhecimento da luta de quase 20 anos desta mulher em busca de justiça contra um ato de violência doméstica e familiar (CFEMEA, 2007, p. 11). O descaso do Estado brasileiro com este caso e a demora da justiça em resolvê-lo chamou a atenção de organismos internacionais que fizeram intervenção e cobraram uma posição do Brasil. Foi feita uma denúncia formal à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos, elaborada através do Centro pela Justiça e o Direito Internacional CEJIL e do Comitê Latino Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher CLADEM. Por quatro vezes essa comissão solicitou informações sobre o caso ao governo brasileiro, mas não obteve respostas. Nesse sentido, seguem algumas considerações das particularidades dessa lei e dos desafios e possibilidades para a sua efetivação na conjuntura atual. 2. A LEI MARIA DA PENHA COMO MECANISMO PARA EFETIVAR OS DIREITOS DAS

3 MULHERES O Brasil foi condenado internacionalmente em 2001, quando o Relatório da Organização dos Estados Americanos impôs que o Estado brasileiro indenizasse Maria da Penha com o valor de 20 mil dólares e o responsabilizou por negligência e omissão em relação à violência doméstica (DIAS, 2008, p14). A partir de então, iniciou-se o processo de elaboração de um projeto de lei que combatesse a violência contra as mulheres, que culminou na lei /06 e o Brasil também passou a cumprir as convenções e os tratados internacionais. Enquanto esses encaminhamentos eram dados, o movimento feminista no Brasil, com atuação há mais de 30 anos, já pautava a violência contra as mulheres em suas agendas, na perspectiva de enfrentá-la. Esse contexto impulsionou a luta das mulheres por essa lei, de modo que o projeto, iniciado em 2002 e apresentado ao Congresso Nacional em 2004, pela SPM o PL 4559/04 - foi elaborado por um consórcio entre 15 Organizações Não-governamentais 2 com atuação na área de violência contra a mulher. De novembro de 2004 a agosto de 2006, quando foi implementada a Lei Maria da Penha, houve muitas discussões e mobilizações por parte do movimento de mulheres e feminista visando em termos legais a conquista de mecanismos de proteção às mulheres violentadas, de punição ao agressor e, principalmente retirar o crime de violência contras as mulheres do rol dos crimes de menor potencial ofensivo, entendendo que a violência contra a mulher constitui uma violação aos direitos humanos e às liberdades fundamentais, conforme a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, denominada Convenção de Belém do Pará, em 2004 (OLIVEIRA, 2008, p.2). Conforme disposto no seu 1º artigo: Esta lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar (BRASIL, LMP). Nesses moldes, a Lei apresenta uma série de inovações quanto ao tratamento dado às mulheres vítimas de violência no Brasil, instituindo-se legalmente novas formas de abordagens quanto à violência doméstica e familiar contra a mulher, que vão desde sua tipificação até onde ela pode ocorrer. 2 Entre elas, a Advocacy; a Agende; a Cepia; o Cfemea; o Cladem; e a Themis.

4 As inovações da Lei /06 em seus aspectos mais gerais são: 1. Tipifica e define a violência doméstica e familiar contra a mulher; 2. Estabelece as formas da violência doméstica contra a mulher como física, psicológica, sexual, patrimonial e moral; 3. Determina que a violência doméstica contra a mulher independe de sua orientação sexual; 4. Determina que a mulher somente poderá renunciar á denúncia perante o juiz; 5. Ficam proibidas as penas pecuniárias (pagamentos de multas ou cestas básicas); 6. É vedada a entrega da intimação pela mulher ao agressor; 7. A mulher vítima de violência doméstica será notificada dos atos processuais, em especial quando do ingresso e saída da prisão do agressor; 8. A mulher deverá estar acompanhada de advogado(a) ou defensor(a) em todos os atos processuais; 9. Retira dos juizados especiais criminais (lei 9099/95) a competência para julgar os crimes de violência doméstica contra a mulher; 10. Altera o código de processo penal para possibilitar ao juiz a decretação da prisão preventiva quando houver riscos à integridade física ou psicológica da mulher; 11. Altera a lei de execuções penais para permitir o juiz que determine o comparecimento obrigatório do agressor a programas de recuperação e reeducação; 12. Determina a criação de juizados especiais de violência doméstica e familiar contra a mulher com competência cível e criminal para abranger as questões de família decorrentes da violência contra a mulher; caso a violência doméstica seja cometida contra mulher com deficiência, a pena será aumentada em 1/3 (CUT, 2007, p. 9-11). No segundo artigo da LMP temos que é direito, de toda mulher, gozar dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, independente de sua classe, raça, orientação sexual, renda, cultura, de seu nível educacional, idade e religião, devendo lhes ser asseguradas as oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental, seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. Tomada na lei a partir do conceito definido na Convenção de Belém do Pará (conforme tratado no capítulo anterior), a violência doméstica é tipificada da seguinte forma: I - a violência física entendida como qualquer conduta que ofenda sua integridade ou saúde corporal; II - a violência psicológica, entendida como qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação; III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força,; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impessa de usar qualquer método contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos; IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos,

5 incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades; V a violência moral, entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria (Art. 7) A lei dispõe ainda sobre a assistência à mulher em situação de violência, visando um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e de ações não-governamentais, para efetivar uma política nacional de coibição a essas formas de violência, de acordo com o artigo 8º, no qual estão dispostas algumas diretrizes a serem seguidas 3. Ainda sobre a assistência, têm-se, entre outras medidas previstas, que o juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de programas assistenciais do governo federal, estadual e municipal (Art. 9º, 1º). A criação dos Juizados de Violência doméstica e Familiar contra a Mulher exige que se tenha uma equipe multidisciplinar composta por profissionais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde (Art. 29), sendo de sua competência, dentre outras ações, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério Público e à defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em audiência (Art. 30). Segundo Maria da Penha, em entrevista a este trabalho, Acho que nesse momento nossa maior preocupação é pela total implementação na Lei em todas as cidades e municípios do nosso país. Entendo que somente quando a maioria das cidades tiverem implementado todos os equipamentos que atendem a Lei como as Casa Abrigo, Delegacia da Mulher, centro de Referência, juizado de Violência Doméstica e Familiar é que poderá ser avaliado os pontos que ainda exigem maior atenção. Porém, o mais importante é que hoje contamos com uma Lei que exige a implantação desses aparelhos em todos os municípios do estado para que a mulher possa ser completamente amparada quando procurar ajuda para denunciar essa violência. Um panorama do que já pode ser visto como andamento da lei se encontra na publicação da SPM, Enfrentamento á Violência Contra a Mulher: balanço de ações , que traz dados importantes sobre o que se pode observar em oito meses de vigência da lei de outubro de 2006 a maio de Segundo a análise contida neste documento, a lei estimulou e inseriu o tema da violência contra a mulher na vida política, pois o movimento de mulheres e feministas, tribunais de justiça, defensores públicos, dentre outras instâncias, organizaram congressos e seminários para discutir os propósitos e as inovações da lei (p. 38). No campo da criação de novos espaços os números mostram que, no período de 3 Ver a íntegra da lei.

6 agosto de 2006 a setembro de 2007, no Brasil, foram criados 15 Juizados e adaptadas 32 Varas. Traz ainda que depois que a lei está em vigor, foram criados 8 centros de referência; 1 casa abrigo; 8 DEAMs e 1 Defensoria da mulher, o que se revela insuficiente, considerando a proporção que a violência doméstica atinge no país, onde a cada 15 segundos uma mulher é espancada. Se as Delegacias apresentam um aumento de denúncias por parte das mulheres que vivenciam relações violentas e o ligue 180 registrou cerca de atendimentos no período de outubro de 2006 a maio de 2007 (SPM, 2007, p. 42), demonstrando que houve um aumento da consciência e da confiança dessas mulheres, as situações que elas vivenciam só poderão ser enfrentadas e, conseqüentemente, lhes oferecidas melhores condições, se o conjunto de ações que isso requer, tiver funcionamento ampliado e contínuo. No meu estado o maior hospital de atendimento público, Instituto Dr. José Frota, registrou, em 2007, redução de mais de 50% na entrada de mulheres vítimas de violência em relação ao ano de A Delegacia da Mulher de Fortaleza registrou um aumento de 45% no atendimento, depois da vigência da Lei. O aumento das denúncias mostra que as mulheres estão mais confiantes por terem um instrumento legal que garante seu direito de não serem agredidas. A prisão dos agressores serve de exemplo para que futuras agressões deixem de existir e comecem a repensar suas condutas (MARIA DA PENHA, 2008). Se por um lado, é inegável que as medidas que já foram tomadas até aqui produzem resultados positivos, por outro, urge a necessidade de ampliação dos serviços oferecidos, que se apresentam insuficientes para as demandas apresentadas pelas mulheres, implicando assim, na não efetivação da Lei Maria da Penha e ainda dos direitos das mulheres, conforme se deseja. De acordo com o Balanço Nacional da Implementação da Lei Maria da Penha, realizado pela AMB em alguns estados do Brasil, esse ano, ainda há muito em que avançar, apesar de várias medidas estarem em andamento. No Rio de Janeiro, por exemplo, já foram criados vários Juizados da Violência Familiar e Doméstica contra a Mulher, em 2007 e 2008, e da inauguração do Centro Integrado de atendimento à Mulher CIAM, em outubro deste ano, o Documento do balanço nesse estado mostra que: Hoje no primeiro Juizado tramitam cerca de 13 mil processos, e sua existência compreende o período de maio de 2007 a outubro de Somente este ano (janeiro a 16 de outubro de 2008) houve o ingresso de novos processos. Neste mesmo período, o II Juizado, instalado em Campo Grande, consta o ingresso de processos. Em Jacarepaguá, neste mesmo período ingressaram 1.886

7 processos e processos no Juizado de Nova Iguaçu. Apesar da criação desses juizados, verificamos com base nestas estatísticas que eles não dão conta de atender a demanda existente, como podemos verificar com base no registro de ocorrência em todas as delegacias policiais do estado (p. 2). Outro exemplo é o de Pernambuco, que, a partir da análise das zonas e de alguns municípios do estado, identifica-se que em meio a alguns avanços, ainda há um profundo descaso em se tratando de mulheres vítimas de violência. Avanços no governo estadual podem ser considerados com a criação de organismos como a Secretaria Estadual da mulher e o conselho Estadual de Direitos da Mulher e algumas secretarias e coordenadorias da mulher nos municípios. Um outro avanço foi a elaboração, pelo governo do Estado, de um Plano de Erradicação da violência contra a mulher, para 10 anos, resta saber quais as prioridades para os quatro anos do governo atual, e se o próximo governo assumirá este Plano. Podemos dizer que para a Implementação da Lei Maria da Penha em Pernambuco muito ainda há para fazer, se faz necessário maior compromisso político do governo estadual e dos municípios, com apoio do governo federal. [...] (Monitoramento de Pernambuco, 2008, p. 20). No caso da Paraíba, o documento mostra um série de ações realizadas pelo movimento feminista no estado durante os dois anos da lei, como acompanhamento de casos, vigílias, mobilizações públicas, campanhas, atos do 8 de março, audiências, seminários e rodas de diálogo. Avaliam que mesmo tida como avanço, a lei vem sofrendo retaliação, particularmente dos agentes do Estado, fazendo-se necessário que as mulheres e a sociedade ocupem os espaços para reivindicar sua implementação (p. 1). Em 2006, foram registrados 39 homicídios de mulheres em conseqüência da violência doméstica. Até novembro de 2007, foram registrados o nº. de 29 homicídios de mulheres, e até outubro de 2008, os jornais registraram 40 homicídios. Quanto aos estupros, foram 54 em 2006; 65 em 2007 (de janeiro a novembro) e 69 em 2008 (de janeiro a outubro) (p. 6). No Estado de Roraima, verifica-se que mesmo havendo menor incidência de crimes, aumentaram as ameaças e as lesões corporais, com grande incidência nos domicílios, sendo 112 em 2006 e 113 em Ao observarmos os dados estatísticos gerais de violência contra as mulheres nos anos de 2006 e 2007, incluindo crimes contra os costumes considerando só a capital de Boa Vista verifica-se que não houve mudança significativa na redução do seu quantitativo. No ano de 2006 na categoria de crime contra a pessoa registraram-se infrações, enquanto para 2007 na mesma categoria registraram-se Há pelo menos 24 qualificações de crimes contra a pessoa, com maior incidência para a ameaça e a lesão corporal, com registro de 2180 casos em 2006, aumentando para

8 2324 em 2007 e 1526 e 1687, respectivamente. No intuito de acompanhar e fortalecer o processo de implementação da lei Maria da penha, foi criado em setembro de 2007, o Observatório Lei Maria da Penha, OBSERVE, que envolve um consórcio entre organizações de mulheres, núcleos de estudos das universidades, com representação nas cinco regiões do país e em parceria com três redes feministas 4, e é coordenado pela Professora Cecília Maria Bacellar Sardenberg, diretora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher NEIM, da Universidade Federal da Bahia UFBA. Este Consórcio, que terá a duração de 24 meses, foi selecionado com base em edital Público da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM/PR), da qual recebe financiamento, tem como objetivo geral: Contribuir para o fortalecimento e consolidação da Política Nacional de Combate à Violência contra as Mulheres e para a efetiva implementação da Lei /2006, por meio da constituição do Observatório de Monitoramento da Implementação e Aplicação da Lei Maria da Penha, exercendo o controle social sobre as políticas públicas (Construção e Implementação do Observatório da Lei /2006 Lei Maria da Penha (Consórcio), disponível em: Esses mecanismos atestam que a lei está sendo debatida e considerada como importante instrumento legal para a vida das mulheres e que por meio dela algumas iniciativas importantes já foram realizadas. Há, porém que revelar que o conjunto de ações e medidas de que ela necessita para se fazer real na vida das mulheres não tem sido visualizado. 3. CONCLUSÃO Com esses mecanismos e essas inovações, a LPM se afirma como importante mecanismo de defesa dos direitos das mulheres violentadas, nos âmbitos doméstico e da 4 O Consórcio vitorioso agrega 09 organizações não-governamentais e núcleos universitários (AGENDE - Ações em Gênero, Cidadania e Desenvolvimento; NEPeM/UNB - Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher; CEPIA - Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação, Ação;NEPP- DH/UFRJ - Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos; Coletivo Feminino Plural; THEMIS Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero; NIEM/UFRGS - Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre a Mulher e Relações de Gênero; GEPEM/UFPA - Grupo de Estudos e Pesquisas Eneida de Moraes sobre Mulheres e Relações de Gênero) e é liderado pelo Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher(NEIM) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Nós contamos, ainda,com as seguintes Redes Parceiras: Rede Feminista de Saúde Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivo;REDOR Rede Feminista Norte e Nordeste de Estudos e Pesquisas sobre Mulheres e Relações de Gênero; CLADEM/Brasil Comitê Latino Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos das Mulheres. (disponível em

9 familiar, causando inúmeros debates na sociedade, sendo objeto de muitas produções acadêmicas e científicas. É inegável que, pela sua condição de oprimida e dominada no conjunto das relações sociais, faz-se necessária a criação de instrumentos que contribuam para uma nova condição dessas relações, em que a igualdade possa ser verificada. Após dois anos em vigor da lei, é importante analisar em que medida os diretos previstos vêm sendo garantidos que, sem a provisão de todas as medidas previstas na lei, sem a real efetivação das políticas públicas por parte do Estado, nas esferas federal, estadual e municipal e sem um processo de absorção de novos valores com relação à situação das mulheres pela sociedade de modo geral, não há como garantir uma nova realidade para elas. Percebe-se que, dois anos depois da promulgação de Lei Maria da Penha, a realidade das mulheres brasileiras ainda não conta com muitas modificações no tocante à violência doméstica e (apresentadas pelas comissões temáticas) e individuais, visando o aumento de recursos e a inclusão de novas ações que promovam a implementação da Lei Maria da Penha; familiar, seja porque ainda não foi possível romper com a educação e com valores machistas que permeiam as relações sociais, seja porque as medidas das quais esta lei depende para ser implementada ainda não foram tomadas, havendo a necessidade de ampliar as discussões e as cobranças ao Estado. Desse modo, intensificam-se as ações e as lutas nas diversas instâncias do movimento feminista, que desencadeando um processo histórico de reivindicações nesse campo, permanece promovendo debates, fazendo mobilizações e publicando diversos documentos para dar visibilidade à lei e, acima de tudo, promover novas e melhores condições para a vida das mulheres, a fim de que possamos contar com uma vida sem violência, por meio da construção de uma nova sociedade, onde imperem o respeito às diferenças e a igualdade entre os gêneros. 4. REFERÊNCIAS BRASIL. Presidência da República. Plano Nacional de Política para as Mulheres. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Brasília, Presidência da República. Lei nº , de 7 de agosto de Lei Maria da Penha: coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher. Brasília, Enfrentamento à Violência contra a Mulher. Balanço de ações Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. Brasília, 2007.

10 CFEMEA. Lei Maria da penha: do papel para a vida. Comentários à Lei /2006 e sua inclusão no ciclo orçamentário. Brasília, CUT. A Lei Maria da Penha: uma conquista novos desafios. Natal, maio de DIAS. Maria B. A Lei Maria da Penha na Justiça: a efetividade da Lei /2006 de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher. São Paulo, Ed. Revista dos Tribunais, acesso em novembro de acesso em novembro de OLIVEIRA. Leidiane S. Análise da luta de Sujeitos Coletivos Feministas pela Efetivação da Lei Maria da Penha. XI ENPESS. São Luiz/MA: CD-ROM. SAFFIOTI, Heleieth. I. B.Gênero, Patriarcado, Violência. São Paulo, Fundação Perseu Abramo, (Coleção Brasil Urgente). SANTOS, Silvana Mara de Morais.Direitos, Desigualdades e Diversidade. In: BOSCHETTI, Ivanete et all (Orgs.). Política Social no Capitalismo: tendências contemporâneas. São Paulo: Cortez, 2008.

Direito Penal. Lei nº /2006. Violência doméstica e Familiar contra a Mulher. Parte 1. Prof.ª Maria Cristina

Direito Penal. Lei nº /2006. Violência doméstica e Familiar contra a Mulher. Parte 1. Prof.ª Maria Cristina Direito Penal Lei nº 11.340/2006. Violência doméstica e Familiar contra a Mulher. Parte 1. Prof.ª Maria Cristina Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar

Leia mais

LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL

LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL - LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL - - Lei nº 11.340/06 - Lei Maria da Penha - Professor: Marcos Girão - OBJETO DA NORMA 1 O PORQUÊ DA LEI Nº 11.340/06 Maria da Penha Fernandes (Fortaleza/CE) 2001- Espancada

Leia mais

16º CONEX - Encontro Conversando sobre Extensão na UEPG Resumo Expandido Modalidade B Apresentação de resultados de ações e/ou atividades

16º CONEX - Encontro Conversando sobre Extensão na UEPG Resumo Expandido Modalidade B Apresentação de resultados de ações e/ou atividades ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( x ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TECNOLOGIA E PRODUÇÃO ( ) TRABALHO 1 O ATENDIMENTO PSICOLÓGICO

Leia mais

União Popular de Mulheres de Campo Limpo e Adjacências.

União Popular de Mulheres de Campo Limpo e Adjacências. União Popular de Mulheres de Campo Limpo e Adjacências. União Popular de Mulheres Fundada em 08 de março de 1987. Organização social sem fins lucrativos. Objetivo principal Luta pela completa emancipação

Leia mais

Dados da Violência contra a mulher no Brasil

Dados da Violência contra a mulher no Brasil Semana da Mulher Dados da Violência contra a mulher no Brasil Sobre o Estupro Uma mulher é vítima de estupro a cada: 9 minutos Fonte: 12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública (FBSP, 2018) O que é considerado

Leia mais

01- De acordo com a lei /06 conhecida popularmente como lei Maria da Penha é correto afirmar que :

01- De acordo com a lei /06 conhecida popularmente como lei Maria da Penha é correto afirmar que : Lei 11.340/06 - Lei Maria da Penha. Elaborador - Prof. Wilson T. Costa 01- De acordo com a lei 11.340/06 conhecida popularmente como lei Maria da Penha é correto afirmar que : A) É considerada relação

Leia mais

Ministério do Desenvolvimento Social MDS Secretaria Nacional de Assistência Social SNAS

Ministério do Desenvolvimento Social MDS Secretaria Nacional de Assistência Social SNAS Ministério do Desenvolvimento Social MDS Secretaria Nacional de Assistência Social SNAS Secretaria Nacional de Assistência Social Maria do Carmo Brant de Carvalho Departamento de Proteção Social Básica

Leia mais

LEGISLAÇÃO APLICADA SUSEPE/RS 2017 PROF. DALMO AZEVEDO LEI MARIA DA PENHA

LEGISLAÇÃO APLICADA SUSEPE/RS 2017 PROF. DALMO AZEVEDO LEI MARIA DA PENHA LEGISLAÇÃO APLICADA SUSEPE/RS 2017 PROF. DALMO AZEVEDO LEI MARIA DA PENHA Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do 8o do art.

Leia mais

09/06/2017 WALLACE FRANÇA LEI MARIA DA PENHA

09/06/2017 WALLACE FRANÇA LEI MARIA DA PENHA WALLACE FRANÇA LEI MARIA DA PENHA Art. 129 9 CP A lei Maria da Penha incluiu o parágrafo nono ao artigo 129 do código penal, isto quer dizer que a própria Lei Maria da Penha reconhece outros tipos de violência

Leia mais

03/10/2018 LEI MARIA DA PENHA ESQUEMATIZADA LEI N DE 07 DE AGOSTO DE 2006 PROF. MARCOS GIRÃO

03/10/2018 LEI MARIA DA PENHA ESQUEMATIZADA LEI N DE 07 DE AGOSTO DE 2006 PROF. MARCOS GIRÃO LEI MARIA DA PENHA ESQUEMATIZADA LEI N 11.340 DE 07 DE AGOSTO DE 2006 PROF. MARCOS GIRÃO 1 OBJETO DA NORMA Lei Maria da Penha Prof.Marcos Girão Maria da Penha Fernandes (Fortaleza/CE) 2001- Espancada e

Leia mais

FEDERATION INTERNATIONALE DES FEMMES DES CARRIERES JURIDIQUES

FEDERATION INTERNATIONALE DES FEMMES DES CARRIERES JURIDIQUES Luísa e João 1 a 8 Na legislação timorense a difamação ou injúria não constituem crime. Nos termos do art. 35º da Lei nº 7/2010, de 7 de Julho, apenas se consideram crimes de violência doméstica: a) Os

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº de de 2015.

PROJETO DE LEI Nº de de 2015. PROJETO DE LEI Nº de de 2015. INSTITUI A POLÍTICA ESTADUAL PARA O SISTEMA INTEGRADO DE INFORMAÇÕES DE VIOLÊNCIA CONTRA O IDOSO NO ESTADO DE GOIÁS, DENOMINADO OBSERVATÓRIO ESTADUAL DA VIOLÊNCIA CONTRA O

Leia mais

COPAPI POLÍTICA DE GÊNERO VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES E GÊNERO NA UNIVERSIDADE. Profª Drª ANA CLAUDIA FIGUEIREDO 1REBOLHO

COPAPI POLÍTICA DE GÊNERO VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES E GÊNERO NA UNIVERSIDADE. Profª Drª ANA CLAUDIA FIGUEIREDO 1REBOLHO COPAPI POLÍTICA DE GÊNERO VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES E GÊNERO NA UNIVERSIDADE Profª Drª ANA CLAUDIA FIGUEIREDO 1REBOLHO Prof. Dr. EDISON MARTINS MIRON São Carlos 2019 VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES E GÊNERO

Leia mais

Identificando entraves na articulação dos Serviços de Atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar em cinco capitais*

Identificando entraves na articulação dos Serviços de Atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar em cinco capitais* Identificando entraves na articulação dos Serviços de Atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar em cinco capitais* * Este material foi produzido para uso exclusivo do Estudo de

Leia mais

Módulo ABORDAGEM EM SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA. Unidade: 2 - Violência doméstica

Módulo ABORDAGEM EM SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA. Unidade: 2 - Violência doméstica Módulo ABORDAGEM EM SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA Unidade: 2 - Violência doméstica 1 2 Unidade 2 -Violência doméstica OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao final da atividade o aprendiz deverá ser capaz de: reconhecer

Leia mais

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEGURANÇA PÚBLICA

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEGURANÇA PÚBLICA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEGURANÇA PÚBLICA Martha Rocha Deputada Estadual Rio de Janeiro 18/07/2018 Deputada Martha Rocha Presidente da Comissão de Segurança Pública e Assuntos de Polícia Presidente da CPI

Leia mais

VIOLÊNCIA SEXUAL. Entenda e ajude a combater SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES SECRETARIA DE GOVERNO

VIOLÊNCIA SEXUAL. Entenda e ajude a combater SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES SECRETARIA DE GOVERNO VIOLÊNCIA SEXUAL Entenda e ajude a combater SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES SECRETARIA DE GOVERNO Elaboração e distribuição: Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres Secretaria

Leia mais

Volnei Celso Tomazini RELATOR

Volnei Celso Tomazini RELATOR Conflito de Jurisdição n. 2013.069541-4, de Itajaí Relator: Des. Volnei Celso Tomazini CONFLITO NEGATIVO DE JURISDIÇÃO. CRIMES DE AMEAÇA E INJÚRIA SUPOSTAMENTE PRATICADOS PELA RÉ, NORA DAS VÍTIMAS. JUÍZO

Leia mais

GT 6: DIREITOS HUMANOS E POLÍTICAS PÚBLICAS O MUNDO PELA IGUALDADE DE GÊNERO: DEFESA DOS DIREITOS DAS MULHERES 1

GT 6: DIREITOS HUMANOS E POLÍTICAS PÚBLICAS O MUNDO PELA IGUALDADE DE GÊNERO: DEFESA DOS DIREITOS DAS MULHERES 1 GT 6: DIREITOS HUMANOS E POLÍTICAS PÚBLICAS O MUNDO PELA IGUALDADE DE GÊNERO: DEFESA DOS DIREITOS DAS MULHERES 1 Angélica Francine Chermicoski (Facnopar). E-mail: angelica.francine@hotmail.com Paulo Henrique

Leia mais

SUMÁRIO. 1. Por que Maria da Penha? O ciclo da violência... 25

SUMÁRIO. 1. Por que Maria da Penha? O ciclo da violência... 25 SUMÁRIO 1. Por que Maria da Penha?... 21 2. O ciclo da violência... 25 3. Um olhar no tempo... 35 3.1. No passado... 35 3.2. Um novo tempo... 39 3.3. Sem mais tempo... 42 4. Tratados internacionais...

Leia mais

FEDERATION INTERNATIONALE DES FEMMES DES CARRIERES JURIDIQUES

FEDERATION INTERNATIONALE DES FEMMES DES CARRIERES JURIDIQUES Luísa e João 1 - A conduta do João constitui um crime; 2 - Crime de Violência Baseada no Género segundo a Lei Cabo-verdiana; 3 - Já foi contemplado como Crime de Maus tratos, no âmbito do Código Penal

Leia mais

II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida; Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas

Leia mais

ANÁLISE DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR EM ILHÉUS ( )

ANÁLISE DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR EM ILHÉUS ( ) ANÁLISE DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR EM ILHÉUS (2009-2010) Ariene Bomfim Cerqueira Paula Carine Matos de Souza Guilhardes de Jesus Júnior Universidade Estadual de Santa Cruz, Departamento de Ciências

Leia mais

PALAVRAS-CHAVE: violência doméstica; mulher; Lei Maria da Penha

PALAVRAS-CHAVE: violência doméstica; mulher; Lei Maria da Penha A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER E SUAS FORMAS NO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE PB RESUMO Kamylla da Silva Bezerra 1 Bárbara Leônia Farias Batista Gomes 2 A violência contra as mulheres é um dos fenômenos

Leia mais

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL Procedimento penal Outros Procedimentos Especiais Prof. Gisela Esposel - Procedimento da lei 11.340/06 Lei Maria da Penha - A Lei 11.340/06 dispõe sobre a criação de Juizados de

Leia mais

MARIA DA PENHA (LEI / 06)

MARIA DA PENHA (LEI / 06) MARIA DA PENHA (LEI 11.340/ 06) 1. CARACTERÍSTICAS A lei 11340/2006 dispõe sobre a violência doméstica e familiar contra a mulher. Esta lei não tem caráter punitivo. Trata-se de lei multidisciplinar.

Leia mais

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 1 Presidência da República Casa Civil LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do 8o do art. 226 da Constituição Federal,

Leia mais

VIolênCIA. VoCê. saber. contra a mulher. PrECIsA. Coordenação Organização das Trabalhadoras Domésticas e Centro de Ação Cultural - Centrac

VIolênCIA. VoCê. saber. contra a mulher. PrECIsA. Coordenação Organização das Trabalhadoras Domésticas e Centro de Ação Cultural - Centrac VoCê PrECIsA saber Coordenação Organização das Trabalhadoras Domésticas e Centro de Ação Cultural - Centrac Texto Maria Madalena de Medeiros / Ana Patrícia Sampaio de Almeida Projeto Gráfico Áurea Olimpia

Leia mais

LEI Nº , DE 7 DE AGOSTO DE 2006.

LEI Nº , DE 7 DE AGOSTO DE 2006. LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do 8 o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação

Leia mais

Saiba mais sobre o principal serviço de informações e orientações para mulheres

Saiba mais sobre o principal serviço de informações e orientações para mulheres Saiba mais sobre o principal serviço de informações e orientações para mulheres SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES SECRETARIA DE GOVERNO Elaboração e distribuição: Secretaria Nacional de

Leia mais

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Lei Maria da Penha Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher,

Leia mais

Maria do Rosário Nunes Deputada Federal PT-RS

Maria do Rosário Nunes Deputada Federal PT-RS APRESENTAÇÃO A violência contra as mulheres é uma das piores e mais cruéis faces da discriminação. Ela é resultado perverso de uma história de segregação, de cerceamento da liberdade e de direitos. Felizmente,

Leia mais

COMISSÃO DIRETORA PARECER Nº, DE 2006

COMISSÃO DIRETORA PARECER Nº, DE 2006 COMISSÃO DIRETORA PARECER Nº, DE 2006 Redação final do Projeto de Lei da Câmara nº 37, de 2006 (nº 4.559, de 2004, na Casa de origem). A Comissão Diretora apresenta a redação final do Projeto de Lei da

Leia mais

UNIVERSIDADE CEUMA São Luís MA 2018

UNIVERSIDADE CEUMA São Luís MA 2018 UNIVERSIDADE CEUMA São Luís MA 2018 SANDRA KOMARSSON CARVALHO E CORDEIRO LÍGIA COSTA LEITE HARIANE FREITAS ROCHA ALMEIDA VIVIAN ARAGÃO CARVALHO 1ª Edição São Luís - MA Universidade CEUMA 2018 FICHA TÉCNICA

Leia mais

Lei Federal n , de 7 de agosto de 2006

Lei Federal n , de 7 de agosto de 2006 Lei Federal n. 11.340, de 7 de agosto de 2006 Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação

Leia mais

Agenda Nacional de Gênero no âmbito do Desenvolvimento Sustentável até Brasil

Agenda Nacional de Gênero no âmbito do Desenvolvimento Sustentável até Brasil Agenda Nacional de Gênero no âmbito do Desenvolvimento Sustentável até 2030 - Brasil Governo Federal Secretaria Especial de Políticas para Mulheres SEPM Santiago Chile, 2017 1. Quadro normativo Constituição

Leia mais

Lei nº11.340, de 7 de agosto de 2006 LEI MARIA DA PENHA LEI Nº , DE 7 DE AGOSTO DE 2006

Lei nº11.340, de 7 de agosto de 2006 LEI MARIA DA PENHA LEI Nº , DE 7 DE AGOSTO DE 2006 Lei nº11.340, de 7 de agosto de 2006 LEI MARIA DA PENHA LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: TÍTULO

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 (Lei Maria da Penha) Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher,

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. (Vide ADIM nº 4427) Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher,

Leia mais

LEGISLAÇÃO LEI Nº DE 07 DE AGOSTO DE 2006 (LEI MARIA DA PENHA). TÍTULO II DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

LEGISLAÇÃO LEI Nº DE 07 DE AGOSTO DE 2006 (LEI MARIA DA PENHA). TÍTULO II DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER LEI Nº 11.340 DE 07 DE AGOSTO DE 2006 (LEI MARIA DA PENHA). LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do 8 o do art.

Leia mais

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER 10 ANOS LEI MARIA DA PENHA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER CONHEÇA, PREVINA E COMBATA FURG S I N D I C A T O 1 2 VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER CONHEÇA, PREVINA E COMBATA 10 ANOS LEI MARIA DA PENHA FURG S I N D I

Leia mais

VIOLENCIA DOMESTICA CONTRA A MULHER: NÃO SE CALE! A INDIFERENÇA MATA!

VIOLENCIA DOMESTICA CONTRA A MULHER: NÃO SE CALE! A INDIFERENÇA MATA! VIOLENCIA DOMESTICA CONTRA A MULHER: NÃO SE CALE! A INDIFERENÇA MATA! Por Dra. Mary Ângela Marques Bruno A abordagem do presente artigo não é nova e nem tão pouco está longe de deixar de figurar no cenário

Leia mais

CURSO PRÉ-VESTIBULAR DO CENTRO DE ESTUDOS E AÇÕES SOLIDÁRIAS DA MARÉ AULÃO DA MULHER VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER VOCÊ CONHECE A LEI?

CURSO PRÉ-VESTIBULAR DO CENTRO DE ESTUDOS E AÇÕES SOLIDÁRIAS DA MARÉ AULÃO DA MULHER VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER VOCÊ CONHECE A LEI? CURSO PRÉ-VESTIBULAR DO CENTRO DE ESTUDOS E AÇÕES SOLIDÁRIAS DA MARÉ AULÃO DA MULHER VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER VOCÊ CONHECE A LEI? FORMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER Artigo 7º da Lei nº 11.340/2006:

Leia mais

Políticas Públicas e violência contra mulheres apontamentos sobre provisão de serviços no cenário da região sudeste

Políticas Públicas e violência contra mulheres apontamentos sobre provisão de serviços no cenário da região sudeste Desigualdade Regional e Políticas Públicas Políticas Públicas e violência contra mulheres apontamentos sobre provisão de serviços no cenário da região sudeste Arlene Martinez Ricoldi Marilda de Oliveira

Leia mais

Legislação Extravagante. Emerson Castelo Branco

Legislação Extravagante. Emerson Castelo Branco Legislação Extravagante Emerson Castelo Branco Art. 1 o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do 8 o do art. 226 da Constituição Federal,

Leia mais

PENHA LEI Nº , DE 7 DE AGOSTO DE

PENHA LEI Nº , DE 7 DE AGOSTO DE LEI MARIA DA PENHA LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 LEI MARIA DA PENHA LEI Nº 11.340 DE 7 DE AGOSTO DE 2006 Home-page www.pcdlegal.com.br Reprodução autorizada, desde que citada a fonte de referência.

Leia mais

Atenção às Mulheres em Situação de Violência

Atenção às Mulheres em Situação de Violência Ministério da Saúde Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Ações Programáticas Estratégicas Coordenação-Geral de Saúde das Mulheres Atenção às Mulheres em Situação de Violência Maria Esther de Albuquerque

Leia mais

A ATUAÇÃO DAS DELEGACIAS DA MULHER COMO POLÍTICA PÚBLICA DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA DE GÊNERO

A ATUAÇÃO DAS DELEGACIAS DA MULHER COMO POLÍTICA PÚBLICA DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA DE GÊNERO A ATUAÇÃO DAS DELEGACIAS DA MULHER COMO POLÍTICA PÚBLICA DE ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA DE GÊNERO Tatianne Bandeira de Vasconcelos 1 Inez Sampaio Nery RESUMO A violência de gênero representa um grave problema

Leia mais

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 37, DE

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 37, DE PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 37, DE 2006 Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação

Leia mais

MATÉRIA- LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA GUARDA MUNICIPAL- CTBA

MATÉRIA- LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA GUARDA MUNICIPAL- CTBA Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006.-LEI MARIA DA PENHA- Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher,

Leia mais

Legislação Penal Prof. Joerberth Nunes

Legislação Penal Prof. Joerberth Nunes Bombeiro Militar Legislação Penal Prof. Joerberth Nunes Legislação Penal Professor Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Edital LEGISLAÇÃO PENAL: LEI FEDERAL Nº 11.340, de 07 de agosto de 2006

Leia mais

PRESERVAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS ATRAVÉS DA LEI MARIA DA PENHA 1

PRESERVAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS ATRAVÉS DA LEI MARIA DA PENHA 1 PRESERVAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS ATRAVÉS DA LEI MARIA DA PENHA 1 Ana Maria Foguesatto 2, Gabriel Maçalai 3, Bianca Strücker 4. 1 Pesquisa livre, realizada durante o Curso de Graduação em Direito na Universidade

Leia mais

ENUNCIADOS DO FONAVID, atualizados até o FONAVID VIII, realizado em Belo Horizonte/MG, entre 09 e 12 de novembro/2016.

ENUNCIADOS DO FONAVID, atualizados até o FONAVID VIII, realizado em Belo Horizonte/MG, entre 09 e 12 de novembro/2016. ENUNCIADOS DO FONAVID, atualizados até o FONAVID VIII, realizado em Belo Horizonte/MG, entre 09 e 12 de novembro/2016. ENUNCIADO 1: Para incidência da Lei Maria da Penha, não importa o período de relacionamento

Leia mais

LEI N , DE (D.O )

LEI N , DE (D.O ) LEI N 13.230, DE 27.06.2002 (D.O. 27.06.02) Dispõe sobre a criação de comissões de atendimento, notificação e prevenção à violência doméstica contra criança e adolescente nas escolas de rede pública e

Leia mais

Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres

Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres Presidência da República Secretaria de Políticas para as Mulheres Secretaria Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres Secretária Aparecida Gonçalves Violência contra a Mulher O simples

Leia mais

CEDM RS Conselho Estadual dos Direitos da Mulher

CEDM RS Conselho Estadual dos Direitos da Mulher CEDM RS O Conselho Estadual dos Direitos da Mulher do RS,foi criado em 25 de abril de 1986 e sofreu várias alterações até ser instituído pela Lei Nº 13.947, de 16 de março de 2012, órgão autônomo, deliberativo,

Leia mais

UMA CULTURA INTOLERÁVEL UM RETRATO DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

UMA CULTURA INTOLERÁVEL UM RETRATO DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Boletim CAO nº 01/2016 Quinta-feira, 14.04.2016 UMA CULTURA INTOLERÁVEL UM RETRATO DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Desde a edição

Leia mais

ENUNCIADOS DO FONAVID, atualizados até o FONAVID X, realizado em Recife/PE, entre 12 e 15 de novembro de 2018.

ENUNCIADOS DO FONAVID, atualizados até o FONAVID X, realizado em Recife/PE, entre 12 e 15 de novembro de 2018. ENUNCIADOS DO FONAVID, atualizados até o FONAVID X, realizado em Recife/PE, entre 12 e 15 de novembro de 2018. ENUNCIADO 1: Para incidência da Lei Maria da Penha, não importa o período de relacionamento

Leia mais

Responsabilidades, Atribuições e Competências. Lei Maria da Penha. Lei nº /2006. Lei Maria da Penha

Responsabilidades, Atribuições e Competências. Lei Maria da Penha. Lei nº /2006. Lei Maria da Penha Lei nº 11.340/2006 1 2 Lei nº 11.340 de 7 de agosto de 2006 - Coíbe a violência doméstica e familiar contra a Mulher - Brasília Agosto de 2011 Secretaria de Políticas para as Mulheres 3 Visite o site da

Leia mais

Lei Maria da Penha completa 8 anos

Lei Maria da Penha completa 8 anos 1 GABINETE DO VEREADOR FLORIANO PESARO DATA: 6/08/2014 DISCURSO 15 Lei Maria da Penha completa 8 anos Sr. Presidente, nobres Vereadores, telespectadores da Tv Câmara São Paulo. Boa tarde. anos. Amanhã

Leia mais

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, NA UNIVERSIDADE?

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, NA UNIVERSIDADE? VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER, NA UNIVERSIDADE? Jaqueline Martins 1 Libna Pires Gomes 2 Paula Land Curi 3 Resumo: O presente trabalho deriva do ingresso de docentes e discente, do campo psi, no Programa UFF

Leia mais

Responsabilidades, Atribuições e Competências

Responsabilidades, Atribuições e Competências 1 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. 35 Lei n o 11.340/2006 1 2 Lei n o 11.340 de 7 de agosto de 2006 - Coíbe a violência doméstica e familiar contra

Leia mais

DIREITO PENAL - RETIFICADO. Lei Nº /2006 Lei Maria Da Penha...01

DIREITO PENAL - RETIFICADO. Lei Nº /2006 Lei Maria Da Penha...01 Lei Nº 11.340/2006 Lei Maria Da Penha...01 LEI Nº 11.340/2006 LEI MARIA DA PENHA. LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos

Leia mais

TERMO DE ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA ESPECIFICA. representado por seu Presidente Desembargador Ivan Ricardo Garisio Sartori, RG no

TERMO DE ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA ESPECIFICA. representado por seu Presidente Desembargador Ivan Ricardo Garisio Sartori, RG no TERMO DE ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA Convênio na 009/13 Processo na 2013/45124 QUE ENTRE SI CELEBRAM O TRIBUNAL DE JUSTiÇA DE SÃO PAULO e a DO ESTADO DE SÃO PAULO, PARA FINS

Leia mais

Maria da Penha PMBA. Salvador (BA) Samira Bueno e Jacqueline Brigagão. Ronda para Homens da Ronda Maria da Penha PMBA Salvador (BA)

Maria da Penha PMBA. Salvador (BA) Samira Bueno e Jacqueline Brigagão. Ronda para Homens da Ronda Maria da Penha PMBA Salvador (BA) Maria da Penha PMBA Salvador (BA) Samira Bueno e Jacqueline Brigagão Ronda para Homens da Ronda Maria da Penha PMBA Salvador (BA) 43 44 Práticas inovadoras de enfrentamento à violência contra as mulheres:

Leia mais

CARTA DE BRASÍLIA DO ENFRENTAMENTO À EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PARA FINS COMERCIAIS.

CARTA DE BRASÍLIA DO ENFRENTAMENTO À EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PARA FINS COMERCIAIS. CARTA DE BRASÍLIA DO ENFRENTAMENTO À EXPLORAÇÃO SEXUAL DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES PARA FINS COMERCIAIS. A. PREÂMBULO I CONSIDERANDO que o Brasil é signatário da Declaração dos Direitos da Criança, adotada

Leia mais

Marcela Cardoso Schütz de Araújo, Hebert Mendes de Araújo Schütz, Fernanda Martins Dias

Marcela Cardoso Schütz de Araújo, Hebert Mendes de Araújo Schütz, Fernanda Martins Dias CURSO DIREITO DISCIPLINA CRIMINOLOGIA SEMESTRE 6º Turma 2015.1 Sugestão de leitura A aplicabilidade da Lei Maria da Penha na proteção da violência contra a mulher Marcela Cardoso Schütz de Araújo, Hebert

Leia mais

Secretaria de Políticas para as Mulheres Presidência da República

Secretaria de Políticas para as Mulheres Presidência da República Secretaria de Políticas para as Mulheres Presidência da República Apresentação de propostas e formalização de Convênios com a SPM - PR Vitória, maio de 2011 Secretaria de Políticas para as Mulheres Criada

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº, de 2009 (Do Sr. Mendonça Prado)

PROJETO DE LEI Nº, de 2009 (Do Sr. Mendonça Prado) PROJETO DE LEI Nº, de 2009 (Do Sr. Mendonça Prado) Dispõe sobre a criação de Varas Criminais para julgar e processar Crimes praticados contra a Infância e a Juventude. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA faz saber

Leia mais

Direito Penal. Lei nº /2006. Violência doméstica e Familiar contra a Mulher. Parte 3. Prof.ª Maria Cristina

Direito Penal. Lei nº /2006. Violência doméstica e Familiar contra a Mulher. Parte 3. Prof.ª Maria Cristina Direito Penal Lei nº 11.340/2006. Violência doméstica e Familiar contra a Mulher. Parte 3. Prof.ª Maria Cristina TÍTULO IV - DOS PROCEDIMENTOS CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 13. Ao processo, ao julgamento

Leia mais

O QUE É? O canal funciona 24 horas por dia, nos 7 dias da semana.

O QUE É? O canal funciona 24 horas por dia, nos 7 dias da semana. O QUE É? Serviço de atendimento telefônico gratuito para recebimento e encaminhamento de denúncias de violação de direitos humanos em especial as que atingem populações com vulnerabilidade acrescida, como:

Leia mais

Legislação Específica

Legislação Específica Legislação Específica Lei Maria da Penha (Lei nº 11340/06) Professor Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Legislação Específica Lei Maria da Penha (Lei Nº 11340/06) TÍTULO I Disposições Preliminares

Leia mais

SEFAZ DIREITO PENAL Lei Maria da Penha (Lei ) Prof. Joerberth Nunes

SEFAZ DIREITO PENAL Lei Maria da Penha (Lei ) Prof. Joerberth Nunes SEFAZ DIREITO PENAL Lei Maria da Penha (Lei 11.340) Prof. Joerberth Nunes Direito Penal LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher,

Leia mais

MATRIZ 4: ESTRATÉGIA NACIONAL DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL

MATRIZ 4: ESTRATÉGIA NACIONAL DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS SECRETARIA NACIONAL DE PROMOÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE MATRIZ 4: ESTRATÉGIA NACIONAL DE ERRADICAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL CARTA

Leia mais

COORDENADORIA DA MULHER DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SERGIPE PROJETO INTERIOR EM REDE

COORDENADORIA DA MULHER DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SERGIPE PROJETO INTERIOR EM REDE COORDENADORIA DA MULHER DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SERGIPE PROJETO INTERIOR EM REDE Aracaju-SE Abril/2016 1. APRESENTAÇÃO A Coordenadoria da Mulher do Tribunal de Justiça de Sergipe tem como competência

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. Vigência (Vide ADI nº 4424) Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra

Leia mais

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006. Vigência (Vide ADI nº 4427) Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra

Leia mais

Lei Maria da Penha completa 12 anos em agosto, porém, políticas públicas ainda são ineficientes e muitas cidades

Lei Maria da Penha completa 12 anos em agosto, porém, políticas públicas ainda são ineficientes e muitas cidades Lei Maria da Penha completa 12 anos em agosto, porém, políticas públicas ainda são ineficientes e muitas cidades O combate à violência doméstica e ao feminicídio, no Brasil, é amparado, entre outras legislações,

Leia mais

A Lei /17 significa o cumprimento, pelo Brasil, de normas internacionais, como o artigo 12, da Convenção sobre os Direitos da Criança, na qual

A Lei /17 significa o cumprimento, pelo Brasil, de normas internacionais, como o artigo 12, da Convenção sobre os Direitos da Criança, na qual Atualmente, crianças e adolescentes acabam repetindo inúmeras vezes os relatos das violências que sofreram para diversas instituições, como escolas, conselhos tutelares, serviços de saúde e de assistência

Leia mais

SEFAZ DIREITO PENAL Revisão - Aula 4 Prof. Joerberth Nunes

SEFAZ DIREITO PENAL Revisão - Aula 4 Prof. Joerberth Nunes SEFAZ DIREITO PENAL Revisão - Aula 4 Prof. Joerberth Nunes www.acasadoconcurseiro.com.br Direito Penal LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar

Leia mais

Mini Simulado GRATUITO de Legislação Penal Extravagante. TEMA: Estatuto do Desarmamento (Lei nº /03) e Lei Maria da Penha (Lei nº 11.

Mini Simulado GRATUITO de Legislação Penal Extravagante. TEMA: Estatuto do Desarmamento (Lei nº /03) e Lei Maria da Penha (Lei nº 11. Mini Simulado GRATUITO de Legislação Penal Extravagante TEMA: Estatuto do Desarmamento (Lei nº 10.826/03) e Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06) 1. O agente encontrado portando arma de uso permitido com

Leia mais

Análise dos dados de violência contra mulher na DEAM em Belém do Pará, no período de 2009 a agosto de 2012

Análise dos dados de violência contra mulher na DEAM em Belém do Pará, no período de 2009 a agosto de 2012 Análise dos dados de violência contra mulher na DEAM em Belém do Pará, no período de 2009 a agosto de 2012 Manuela Rodrigues Cavalléro dos Santos 1 Maria Luzia Miranda Alves 2 Resumo Os serviços de atendimento

Leia mais

LEI Nº MARIA DA PENHA. Escritório no Brasil

LEI Nº MARIA DA PENHA. Escritório no Brasil MARIA DA PENHA Escritório no Brasil (MARIA DA PENHA) Novembro, 2012 Esta cartilha foi produzida no âmbito do Programa Conjunto Interagencial Segurança Cidadã: prevenindo a violência e fortalecendo a cidadania

Leia mais

Violência contra as Mulheres: o caso Maria da Penha. Apresentação

Violência contra as Mulheres: o caso Maria da Penha. Apresentação Documento para o CEDAW sobre o cumprimento do Brasil das obrigações contraídas como Estado-parte da Convenção em relação à violência contra as mulheres Violência contra as Mulheres: o caso Maria da Penha

Leia mais

"Políticas Públicas e o Papel do Estado no Enfrentamento à Violência de Gênero "

Políticas Públicas e o Papel do Estado no Enfrentamento à Violência de Gênero "Políticas Públicas e o Papel do Estado no Enfrentamento à Violência de Gênero " Enfrentar a Violência de gênero uma luta antiga 30 /12/76, Ângela Maria Fernandes Diniz, Estado do Rio de Janeiro, a vítima

Leia mais

OBSERVE: DESAFIOS PARA O MONITORAMENTO DA APLICAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA

OBSERVE: DESAFIOS PARA O MONITORAMENTO DA APLICAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA OBSERVE: DESAFIOS PARA O MONITORAMENTO DA APLICAÇÃO DA LEI MARIA DA PENHA Marcia Queiroz de Carvalho Gomes 1 Márcia Santana Tavares 2 Introdução A Lei de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar

Leia mais

SUMÁRIO 2. COMENTÁRIOS À LEI /2006 ARTIGO POR ARTIGO LEI , DE 7 DE AGOSTO DE 2006

SUMÁRIO 2. COMENTÁRIOS À LEI /2006 ARTIGO POR ARTIGO LEI , DE 7 DE AGOSTO DE 2006 1. INTRODUÇÃO... 23 1.1 Lei Maria da Penha: o porquê dessa denominação... 23 1.2 Trâmite perante a Comissão Interamericana de Direitos Humanos... 25 1.3 Situação atual... 27 2. COMENTÁRIOS À LEI 11.340/2006

Leia mais

LEI MARIA DA PENHA. 5ª edição. Série Legislação. Câmara dos Deputados

LEI MARIA DA PENHA. 5ª edição. Série Legislação. Câmara dos Deputados LEI MARIA DA PENHA 5ª edição Câmara dos Deputados Série Legislação Brasília 2017 LEI MARIA DA PENHA Mesa da Câmara dos Deputados 55ª Legislatura 2015-2019 Presidente Rodrigo Maia 1º Vice-Presidente Fábio

Leia mais

AS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA NA DINÂMICA DO NUMAPE/UEPG

AS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA NA DINÂMICA DO NUMAPE/UEPG 1 ÁREA TEMÁTICA: ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( X ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TECNOLOGIA E PRODUÇÃO ( ) TRABALHO AS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA NA DINÂMICA

Leia mais

A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO MUNDO CONTEMPORÂNEO A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NO MUNDO CONTEMPORÂNEO: UM ESTUDO SOBRE A EVOLUÇÃO DAS MEDIDAS PROTETIVAS NO BRASIL MARCELLA RABELLO LAMBAZ Resumo apresentado pela aluna do Curso de Direito ao V Simpósio de

Leia mais

Fundamentos Socioculturais e Diversidades

Fundamentos Socioculturais e Diversidades NATURALIZAÇÃO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE Fundamentos Socioculturais e Diversidades MÓDULO III Prof.: MSc. Getulio Ribeiro Primeira diversidade percebida entre biológica; (homens e mulheres):

Leia mais

ESTADO DE SANTA CATARINA CÂMARA MUNICIPAL DE BALNEÁRIO PIÇARRAS CNPJ: /

ESTADO DE SANTA CATARINA CÂMARA MUNICIPAL DE BALNEÁRIO PIÇARRAS CNPJ: / PROJETO DE LEI ORDINÁRIA (L) Nº 008/2017 Institui a Campanha Permanente de Combate ao Machismo e Valorização das Mulheres nas escolas públicas do Município de Balneário Piçarras-SC. Art. 1º Fica instituída

Leia mais

MODALIDADES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA PREVISTAS NA LEI MARIA DA PENHA.

MODALIDADES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA PREVISTAS NA LEI MARIA DA PENHA. MODALIDADES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA PREVISTAS NA LEI MARIA DA PENHA. Larissa da Silva Ribeiro Leite Karla Liziane Clementino da Silva Orientadora: Ângela Paula Nunes Ferreira INTRODUÇÃO No início de um

Leia mais

REVISTA ÂMBITO JURÍDICO Viol?ia na fam?a: Lei Maria da Penha

REVISTA ÂMBITO JURÍDICO Viol?ia na fam?a: Lei Maria da Penha REVISTA ÂMBITO JURÍDICO Viol?ia na fam?a: Lei Maria da Penha Resumo: Com a entrada em vigor da Lei Maria da Penha, o Brasil atende à recomendação da Comissão interamericana de Direitos Humanos da Organização

Leia mais

DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES E VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER. Deíse Camargo Maito

DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES E VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER. Deíse Camargo Maito DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES E VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER Deíse Camargo Maito dcmaito@usp.br INTRODUÇÃO DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES Direitos humanos etiologia: direito pelo simples fato de ser pessoa,

Leia mais

PORTARIA N.15, DE 8 DE MARÇO DE 2017

PORTARIA N.15, DE 8 DE MARÇO DE 2017 PORTARIA N.15, DE 8 DE MARÇO DE 2017 Institui a Política Judiciária Nacional de enfrentamento á violência contra as Mulheres no e dá outras providências. de suas atribuições A PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL

Leia mais

SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DO MUNÍCIPIO DE CASCAVEL/PR NO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DO MUNÍCIPIO DE CASCAVEL/PR NO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DO MUNÍCIPIO DE CASCAVEL/PR NO ENFRENTAMENTO À VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES Danielle Passos Silva Moratelli 1 Inês de Paula 2 Patricia Luciana Bilibio 3 Rosmeri

Leia mais

Direito Penal. Lei nº /2006. Violência doméstica e Familiar contra a Mulher. Parte 4. Prof.ª Maria Cristina

Direito Penal. Lei nº /2006. Violência doméstica e Familiar contra a Mulher. Parte 4. Prof.ª Maria Cristina Direito Penal Lei nº 11.340/2006. Violência doméstica e Familiar contra a Mulher. Parte 4. Prof.ª Maria Cristina Seção II - Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor Art. 22. Constatada

Leia mais

NOTA TÉCNICA EM RELAÇÃO AO PLC Nº 7/2016 Alteração da Lei nº , de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha).

NOTA TÉCNICA EM RELAÇÃO AO PLC Nº 7/2016 Alteração da Lei nº , de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha). NOTA TÉCNICA EM RELAÇÃO AO PLC Nº 7/2016 Alteração da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha). O NÚCLEO DE PESQUISA EM GÊNERO, RAÇA E ETNIA NUPEGRE E O FÓRUM PERMANENTE DE VIOLÊNCIA

Leia mais