SIMPÓSIO EM SAÚDE GLOBAL DA FUNDAÇÃO MANHIÇA

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1 SIMPÓSIO EM SAÚDE GLOBAL DA FUNDAÇÃO MANHIÇA O papel das Instituições de pesquisa biomédica em África para o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável 08 Março de 2016 Salão Nobre do Conselho Municipal de Maputo Maputo - Mozambique 1

2 INDEX 1. Sobre o Simpósio a. Antecedentes e justificação b. Programa 2. Lista de Participantes 2

3 01 SOBRE O SIMPÓSIO Antecedentes e justificação A pesquisa em saúde tem um papel fundamental no desenvolvimento dos países africanos. Actualmente, existem várias iniciativas em curso que muito têm contribuído para o reforço da capacidade de pesquisa em saúde em África, particularmente na África subsaariana. No entanto, África tem ainda um longo percurso e imensos desafios para que possa estabelecer um quadro comum que contribua para o fortalecimento de capacidades de pesquisa sustentáveis que sejam a base para a formulação de políticas baseadas em evidência científica. Foram contemplados como principais desafios: a) a falta de cientistas africanos bem treinados e qualificados; b) a falta de apoio científico, de infra-estruturas e de ambiente propício tanto a nível local, nacional e regional para que os jovens investigadores desenvolvam suas carreiras; c) e a falta de fundos para levar a cabo uma agenda local de pesquisa. Com a declaração dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) em 2000, os governos locais adoptaram estratégias específicas para a concretização dos ODM até 2015, e uniram-se aos demais actores, comunidade internacional, academia, sociedade civil e sector privado para atingir metas concretas para o desenvolvimento e a erradicação da pobreza. Graças ao esforço conjunto de todos, e orientado para salvaguardar e melhorar a vida das pessoas, registaram-se progressos significativos: desde 1990 a taxa de mortalidade em crianças menores de cinco anos reduziu em mais da metade; a mortalidade materna decresceu em 45 por cento em todo o mundo; entre 2000 e 2015, foram evitadas mais de 6,2 milhões de mortes por malária; as novas infecções causadas pelo HIV diminuíram entre 2000 e 2013 cerca de 40 por cento; e no mesmo período, estima-se que as intervenções de prevenção, diagnóstico, e tratamento da Tuberculose salvaram cerca de 37 milhões de vidas 2. No entanto, no que diz respeito sobretudo aos ODM 4 e 5 a agenda ficou por concluir. Apesar da redução global da mortalidade infantil nos últimos 15 anos, África Subsaariana e Ásia do Sul continuam a suportar a maioria das mortes por causas que poderiam ser evitadas. A pneumonia, a diarreia e a malária continuam a ser nestes contextos as doenças que mais matam. Em 2015, 5,9 milhões de crianças menores de cinco anos morreram como consequência destas doenças. No mesmo período, no que respeito a mortalidade materna, cerca de mulheres morreram devido a complicações relacionadas à gravidez e ao parto 3. As doenças infecciosas fizeram parte da agenda das várias instituições de pesquisa em África, e é crítico que os Centros de pesquisa africanos continuem a promover a sua investigação, de modo a alcançarmos uma maior redução do número de mortes em crianças e em mulheres nestas regiões. A medida que a economia dos países africanos se transforma, novos desafios à investigação em saúde na região vão se estabelecendo, obrigando os países a redobrar esforços em simultâneo para levar a cabo a agenda inacabada de investigação para doenças infecciosas, e a agenda crescente de doenças não transmissíveis (DNT). 2 The Millenium Development Goals Report 2015: 3WHO data 3

4 As estratégias preconizadas para a Agenda pós-2015 enfatizam que as políticas e acções fora do sector da saúde têm um impacto sobre os resultados sanitários e vice-versa. É necessário desenvolver sinergias entre os objectivos da política no sector da saúde e outros sectores. Olhando para o futuro, a identificação de desafios e possíveis contribuições para o desenvolvimento da pesquisa é crucial. O Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM) 1 e os seus parceiros (INDEPTH Network, Fundação Gulbenkian e a Fundação La Caixa) estão convictos de que a pesquisa em saúde é indispensável para melhorar a saúde, a equidade e o desenvolvimento; e pretendem superar os numerosos desafios de carácter infraestruturais, financeiros e educativos, susceptíveis de prejudicar a investigação em saúde como contribuinte para a formulação de políticas em África.No entanto, raramente se debate sobre mecanismos para fomentar o desenvolvimento dos sistemas de saúde, de capacidade interna própria para fazer pesquisa em saúde, e da capacidade de apoio aos governos locais na concretização dos ODS de saúde e outros problemas de saúde locais. Nas últimas décadas, os programas e actividades de investigação foram liderados e levados a cabo por um punhado de pessoas, apoiados financeiramente por algumas agências internacionais, instituições e/ou indivíduos dedicados a filantropia. Como poderá a comunidade de pesquisa africana estabelecer os seus próprios mecanismos que permitam garantir um financiamento doméstico confiável, previsível, estável e sustentável para a pesquisa em África? Qual deverá ser a abordagem dos países africanos? Neste contexto, a Fundação Manhiça organiza as comemorações do 20º aniversário da criação do Centro de Investigação em Saúde de Manhiça (CISM) o Simpósio em Saúde Global, para reflectir sobre os desafios para a realização e desenvolvimento da pesquisa em saúde no continente, o que nos conduzirá portanto, a melhorar o bem-estar das populações mais vulneráveis. Objectivo geral Debater sobre os desafios e oportunidades de sinergia das Instituições de Investigação em Saúde em África para a concretização dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. Objectivos específicos Estabelecer uma discussão aberta sobre os desafios e oportunidades de sinergia das Instituições de Investigação em África, por forma a melhor contribuir para a formulação de políticas sanitárias que promovam e apoiem a pesquisa em saúde; Identificar e analisar oportunidades e novas abordagens para o futuro da investigação em África Estabelecer uma discussão aberta sobre os desafios de sustentabilidade e modelos financeiros para cobrir lacunas financeiras para a pesquisa em África, e identificar soluções credíveis e sustentáveis de financiamento com alto impacto para o Continente Africano. Resultados esperados Uma visão geral e descrição dos principais desafios da pesquisa biomédica em África; Uma proposta de mecanismos de comunicação e partilha de dados entre instituições de pesquisa e tomadores de decisão, que permita melhor alinhar a agenda de pesquisa com as necessidades locais, nacionais e regionais; Uma proposta de mecanismos sustentáveis, e previsíveis de financiamento para a pesquisa em saúde em África. Uma proposta de mecanismos para poder promover e acelerar a transposição dos resultados da investigação em acção. Após o Simpósio estará a disposição um documento que recompilará as principais ideias, argumentos e propostas discutidas durante as sessões. Participantes Directores de Centros de Investigação em Saúde em África ou seus representantes, parceiros internacionais chaves, cientistas, autoridades, o sector privado, a academia, e a sociedade civil. 1CISM, created in 1996 as collaborative program between Mozambican and Spanish government is celebrating its 20 th anniversary. The past 2 decades have been witness of the Centre s growth, and CISM has become one of the reference health research centres at national, regional and international levels in the generation of relevant evidence on the burden of diseases that most affect low-income countries. Some of these results have been already translated into direct benefits for the population, as new tools to control or prevent major diseases. 4

5 PROGRAMA Hora Evento Participantes SESSÃO DE ABERTURA 08:00-08:40 OBSERVAÇÕES INICIAIS 08:40-09:00 DISCURSO DE ABERTURA MODERADORES: Eusébio Macete, Director, Centro de Investigação em Saúde de Manhiça, CISM, ORADORES Representante da Fundação Manhiça, Mohsin Sidat, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Manhiça Representante da Fundação La Caixa, Ariadna Bardolet, Directora de Programas Internacionais, Espanha Representante do Governo Espanhol, Alvaro Alabart, Embaixador de Espanha em Representante do Governo Moçambicano, Dr Francisco Mbofana, Director Nacional de Saúde Pública, Ministério da Saúde, Michael Makanga, Director Executivo, Parceria entre a Europa e os Países em Desenvolvimento para a Realização de Ensaios Clínicos, EDCTP SESSÃO 1: Conquistas das instituições de pesquisa em África 09:00-10:30 MODERADORES: Inácio Mandomando, Director Adjunto Científico, CISM, Khatia Munguambe, Investigadora, CISM, ORADORES Clara Menéndez, Directora da Iniciativa de Saúde Materno, Infantil e Reproductiva, ISGlobal/Hospital Clinic-Universidade de Barcelona, Espanha & CISM, Stephen Tollman, INDEPTH Network. Director, Agincourt, Escola de Saúde Pública, Universidade de Witwatersrand 10:30-11:00 Intervalo para café PAINEL DE DISCUSSÃO Innocent Valea, Unidade de Pesquisa Clínica da Nanora (CRUN), Burkina Faso Betuel Sigaúque, Investigador, CISM, Eduardo Samo Gudo, Instituto Nacional de Saúde, INS, Miguel Brito, Investigador Coordenador, Centro de Investigação em Saúde de Angola - CISA, Angola TODOS 5

6 05 Lista de Oradores SESSÃO DE ABERTURA MODERADOR Dr Eusébio Macete Director, Centro de Investigação em Saúde de Manhiça, CISM, OBSERVAÇÕES INICIAIS Prof Mohsin Sidat Ariadna Bardolet Presidente do Conselho de Administração da Fundação Manhiça Directora de Programas Internacionais, Espanha Reitor da Faculdade de Medicina da Universidade Eduardo Mondlane, UEM, S. Excia. Alvaro Alabart Dr Francisco Mbofana Embaixador de Espanha em Director Nacional de Saúde Pública, Ministério da Saúde, DISCURSO DE ABERTURA Prof Michael Makanga Director Executivo, Parceria entre a Europa e os Países em Desenvolvimento para a Realização de Ensaios Clínicos, EDCTP 6

7 SESSÃO 1: Conquistas das instituições de pesquisa em África MODERADORES Dr Inácio Mandomando Director Adjunto Científico, CISM, Dra Khátia Munguambe Investigadora, CISM, ORADORES Prof Clara Menéndez Directora da Iniciativa de Saúde Materno, Infantil e Reproductiva, ISGlobal/Hospital Clinic- Universidade de Barcelona, Espanha & CISM, Prof Stephen Tollman INDEPTH Network. Director, Agincourt, Escola de Saúde Pública, Universidade de Witwatersrand PAINEL DE DISCUSSÃO Prof Innocent Valea Unidade de Pesquisa Clínica da Nanora (CRUN), Burkina Faso Dr Betuel Sigaúque Investigador, CISM, Dr Eduardo Samo Gudo Instituto Nacional de Saúde, INS, Dr Miguel Brito Investigador Coordenador, Centro de Investigação em Saúde de Angola - CISA, Angola 7

8 SESSÃO 2: Desafios, oportunidades e novas abordagens para o futuro da investigação em África MODERADORES Dr Martim Mengel Líder do Programa Doenças entéricas, Agência de Saúde Preventiva de Paris, França Prof Esperança Sevene Investigadora, CISM / Faculdade de Medicina, Universidade Eduardo Mondlane ORADORES Prof Pedro Alonso Director, Programa Mundial para Malária da OMS, Suiça Dr Ilesh Jani Director, Instituto Nacional de Saúde, INS, PAINEL DE DISCUSSÃO Prof Joel das Neves Tembe Director dos Arquivos Históricos, Universidade Eduardo Mondlane, Prof João Salavessa Director Científico, Universidade Lúrio, UniLúrio, Dr António Martins Director Provincial de Saúde do Bengo, Angola Dr Antoni Plasència Director General, Instituto de Saúde Global de Barcelona, Espanha 8

9 SESSÃO 3: Desafios de sustentabilidade e modelos de financiamento para colmatar as lacunas de financiamento MODERADORES Dra Helena Monteiro Directora Nacional de Ciência e Tecnologia, Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, Rafael Vilasanjuan Director de Políticas e Desenvolvimento Global, ISGlobal, Espanha ORADORES Representante do Fundo Nacional de Investigação, FNI Ministério da Ciência e Tecnologia, Ensino Superior e Técnico Profissional, Dr Tomáz Salomão Presidente do Conselho de Administração, Standard Bank, PAINEL DE DISCUSSÃO Dr. Eusébio Macete Director, CISM, Ariadna Bardolet Directora de Programas Internacionais, Fundação La Caixa, Espanha Dr Martinho Dgedge Inspector, Ministério da Saúde, Representante da Organização Mundial da Saúde, OMS 9

10 SESSÃO DE ENCERRAMENTO E HOMENAGEM AO DR. PASCOAL MOCUMBI MODERADORES Dr Eusébio Macete Prof Mohsin Sidat Director, CISM, Presidente do Conselho de Administração da Fundação Manhiça Reitor da Faculdade de Medicina da UEM, SPEAKERS 10 Prof Pedro Alonso Prof Michael Makanga Director, Programa Mundial para Malária da OMS, Suiça Director Executivo, Parceria entre a Europa e os Países em Desenvolvimento para a Realização de Ensaios Clínicos, EDCTP S.Excia. Joaquim Chissano S.Excia. Dra Nazira Abdula Antigo Presidente da República de Ministra da Saúde, Representante do Governo,