RESISTÊNCIA À FORÇA CORTANTE DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO COM TELAS SOLDADAS: FORMULAÇÃO PROPOSTA PELA TEORIA DO CISALHAMENTO-ATRITO

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "RESISTÊNCIA À FORÇA CORTANTE DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO COM TELAS SOLDADAS: FORMULAÇÃO PROPOSTA PELA TEORIA DO CISALHAMENTO-ATRITO"

Transcrição

1 ISSN RESISTÊNCIA À FORÇA CORTANTE DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO COM TELAS SOLDADAS: FORMULAÇÃO PROPOSTA PELA TEORIA DO CISALHAMENTO-ATRITO Reginaldo Carneiro da Silva 1 & José Samuel Giongo Resumo Este trabalho apresenta uma análise teórica e experimental do desempenho de vigas de concreto armado com telas soldadas com relação à resistência à força cortante. O programa experimental englobou três séries de vigas, sendo oito delas VQ (b w = 15cm, h = 40cm e l ef = 305cm), com relação a/d =,78 e quatro VS (b w =0cm, h = 70cm e l ef = 540cm), com relação a/d =,66 e ambas com seção T ( b f = 50 cm e h f = 10 cm). O esquema de ensaio foi de uma viga simplesmente apoiada, com duas forças concentradas aplicadas. A formulação proposta, elaborada com base na teoria do cisalhamento-atrito e considerando a contribuição da armadura eral na resistência à força cortante, foi analisada mediante os resultados obtidos nos ensaios. A contribuição da armadura eral da tela soldada deve-se à alteração em dois mecanismos resistentes alternativos: aumento da parcela de engrenamento dos agregados afetada pelas menores aberturas das fissuras de cisalhamento na alma e pelo efeito de pino dos fios da armadura eral nos pontos em que são interceptados pelas fissuras diagonais. Palavras-chave: vigas; concreto armado; tela soldada; força cortante; cisalhamentoatrito. 1 INTRODUÇÃO A maioria das obras de concreto armado no Brasil ainda utiliza o processo convencional de preparação das armaduras dos elementos estruturais. Com a tendência da industrialização da construção, observa-se um crescente aumento da utilização do sistema de corte e dobra e também de telas soldadas. O sistema industrializado exige menor utilização de mão-de-obra, praticamente elimina o desperdício de material, garante qualidade superior no corte e na dobra das barras de aço e ainda rapidez de construção. Em alguns países praticamente só se utiliza o sistema industrializado de preparação das barras de aço. 1 Professor Adjunto no Departamento de Engenharia Civil UFV, recsilva@ufv.br Professor do Departamento de Engenharia de Estruturas da EESC-USP, jsgiongo@sc.usp.br

2 94 Reginaldo Carneiro da Silva & José Samuel Giongo As telas soldadas também podem ser utilizadas como estribos de vigas, de pilares e de outros elementos estruturais. Neste caso, as mesmas seriam cortadas e dobradas para formarem as gaiolas acrescentando barras de aço adicionais (armaduras de flexão) posicionadas de acordo com o projeto. No Brasil estima-se algo em torno de 4% de participação da tela soldada no mercado de aço, um percentual extremamente baixo em relação aos países mais desenvolvidos. As telas soldadas não são comumente utilizadas como armaduras de vigas, salvo exceções (pré-moldados, por exemplo). Com a tendência à industrialização da construção civil, certamente serão utilizadas no futuro. Esta pesquisa aborda as vigas de concreto armado com telas soldadas analisando-se a resistência à força cortante, sendo considerada a contribuição da armadura eral (fios longitudinais da tela soldada posicionados na eral da viga). LOOV (1998) propôs uma formulação para o dimensionamento de vigas à força cortante tomando como base a teoria do cisalhamento-atrito. A formulação proposta pelos autores, que considerou a contribuição dos fios horizontais da tela na resistência à força cortante, foi validada pelos resultados dos ensaios feitos em programa experimental. A Figura 1 mostra fotografias de uma tela soldada dobrada e também a armadura pronta de uma viga. Figura 1 - Tela soldada dobrada e armadura pronta de viga. RESISTÊNCIA À FORÇA CORTANTE A resistência à força cortante no concreto armado ainda é objeto de inúmeros estudos teóricos e experimentais. A maioria das formulações utilizadas considera expressões empíricas ou semi-empíricas. As principais normas técnicas ou códigos consideram a resistência de uma viga ao cisalhamento a partir de duas parcelas: a contribuição do concreto (V c ) e a contribuição da armadura transversal (V s ). Determina-se a contribuição do concreto empiricamente, representando a contribuição dos mecanismos resistentes alternativos. Para o dimensionamento da armadura transversal utilizam-se os modelos de treliça. Os mecanismos resistentes à ação da força cortante de uma seção de concreto armado, Figura, são os seguintes: - resistência ao cisalhamento do banzo comprimido (V cz ); - engrenamento dos agregados entre duas fissuras (V a ); - efeito de pino da armadura longitudinal (V de ); - efeito de arco;

3 Resistência à força cortante de vigas de concreto armado com telas soldadas: formulação resistência da armadura transversal (V s ). Rcc Va Vcz Rst Vs Vde Figura - Transferência de força cortante em vigas. Não há referências bibliográficas sobre a consideração dos fios horizontais da tela soldada para absorver força cortante em vigas de concreto armado. A maioria das normas considera a armadura eral apenas no cálculo da capacidade resistente à torção. Assim, para o dimensionamento de vigas com telas soldadas à força cortante considera-se apenas os estribos verticais, sendo a eventual contribuição dos fios horizontais da tela e da própria solda desconsiderada nos cálculos. TIETZ (1979) divulgou no Brasil, baseado em artigos publicados por pesquisadores russos, o uso de telas soldadas, posicionadas nas vigas, com os estribos abertos. Considerava-se a decomposição da força de tração inclinada a 45 o em iguais forças vertical e horizontal. Posteriormente, demonstrou-se que esta decomposição não tem realidade física. AMARAL (1974) comenta que não havia pesquisas experimentais em número suficiente para permitir o julgamento da eficácia de uma armadura em malha para absorver as tensões resultantes do cisalhamento. Ensaios realizados com duas séries de vigas, algumas só com estribos verticais e outras com barras horizontais, além de estribos, não mostraram qualquer variação nas forças absorvidas pelos estribos entre um caso e outro. Na Figura 3, com a superposição das curvas obtidas nas duas séries de ensaios, observa-se claramente que não houve variação na tensão σ st dos estribos verticais.

4 96 Reginaldo Carneiro da Silva & José Samuel Giongo st (MPa) só estribos verticais mesmos estribos e barras horizontais ,0,0 3,0 4,0 o (MPa) Figura 3 - Curvas de tensão nos estribos em ensaios de duas séries de vigas (AMARAL, 1974). VASCONCELOS (000) abordou o uso de telas soldadas como armadura de cisalhamento citando, como exemplo, uma obra da década de 60 com vigas armadas com telas soldadas. O trabalho experimental objetivou analisar a contribuição dos fios horizontais das telas em dois mecanismos resistentes alternativos. Além dos fatores que já influem na resistência à força cortante para as vigas com estribos verticais, outros fatores devem ser acrescentados para as vigas com telas soldadas: - armadura eral: taxa, bitola, espaçamento e resistência ao escoamento; - tipo de ancoragem dos fios verticais da tela soldada na zona comprimida da viga; - resistência dos nós soldados da tela. Para as vigas com estribos verticais a interdependência dos fatores inicialmente citados sempre dificultou a análise dos resultados experimentais. Nas vigas com telas soldadas, nas quais pretende-se considerar a contribuição da armadura eral, a dificuldade de análise e interpretação é ainda maior. A utilização de armadura eral nas proximidades dos apoios é sempre favorável porque proporciona maior confinamento da diagonal comprimida. Entretanto, na região entre a força concentrada e o apoio, o modelo de treliça não é afetado, apenas os mecanismos resistentes alternativos. 3 TEORIA DO CISALHAMENTO-ATRITO Para vigas com telas soldadas (estribos verticais e armadura eral) propõe-se um modelo de cálculo que considera a contribuição da armadura eral na resistência à força cortante. Este modelo é bastante semelhante àquele mostrado em LOOV (1998) e LOOV (000) para vigas com estribos verticais. As hipóteses básicas adotadas, além daquelas do modelo para vigas com estribos verticais, são as seguintes: a) todas as barras da armadura eral, exceto as barras porta-estribos, contribuem subsidiariamente para a resistência à força cortante;

5 Resistência à força cortante de vigas de concreto armado com telas soldadas: formulação b) supõe-se que todas as barras da armadura eral, interceptadas pelo plano de tura, estejam em escoamento; c) para os estribos verticais valem as hipóteses mostradas em SILVA (003). Para a dedução das equações são utilizadas as expressões seguintes, anteriormente apresentadas em SILVA (003): ' ( R f A) 1 S = k (1) c Os valores de R e S são determinados por equilíbrio de forças, conforme a Figura 4: ( Rst + Rs, ) senθ ( V V 1 ) cosθ R () = s ( Rst + Rs, ) cosθ ( V V 1 ) senθ S (3) = s Figura 4 - Diagrama de corpo livre para uma viga com estribos verticais e armadura eral. Substituindo-se as equações e 3 na expressão 1, obtém-se: V C R st + Rs, + cot g θ cot gθ + 0,5k C ( 1 + cot g θ ) ( Rst + Rs, ) cot gθ = 0,5k Vs 1 sendo: V - resistência à força cortante; R, - somatório da força de tração na armadura eral; s R st - força de tração na armadura longitudinal; (4)

6 98 Reginaldo Carneiro da Silva & José Samuel Giongo V s1 - força de tração em um estribo; Vs1 - somatório das forças de tração nos estribos que interceptam o plano potencial de tura; θ - ângulo entre o eixo longitudinal e o plano potencial de tura ao cisalhamento da viga; Para uma viga com um espaçamento definido de estribos verticais e uma armadura eral composta por fios ou barras distribuídos ao longo de sua altura, utiliza-se a equação 4 para se determinar a resistência à força cortante ao longo de possíveis planos de tura. A resistência à força cortante é a menor de todas as resistências encontradas ao longo dos diferentes planos de tura. Fazendo o equilíbrio de momentos em torno do ponto A da Figura 3, obtém-se: V a + V d + tgθ R d d R senθ s1 s, = 0 na qual: a - distância entre o eixo do apoio e o ponto A. Multiplicando-se a expressão anterior pela relação (/d), tem-se: R = V a + Vs 1 cot gθ + Rs, senθ d R senθ a d ( V V ) + + s1 Vs 1 cot gθ + = s, Adotando-se: a d R a λ = (5) d sendo: λ - coeficiente auxiliar adimensional. V = λ + senθ ( V Vs1 ) λ sen θ + Vs1 senθ ( cot gθ + λ) + Rs, senθ R = (6) Substituindo-se as equações (6) e (3) na expressão (1), obtém-se: λ λ cot gθ sen θ 0,5k C { 0,5k C( 1 + cot g θ )} ( Rst + Rs, ) cot gθ + ( Rst + Rs, ) Vs1( cot gθ + λ) + V s1 0,5k C Rs + 0,5k C, (7)

7 Resistência à força cortante de vigas de concreto armado com telas soldadas: formulação O ponto de máxima resistência à força cortante em função de R st pode ser obtido derivando-se a equação 7 em relação a R st e igualando-se a zero: V R st = 0 1 λ cot gθ [ s, cot Vs ] ( R ) ( 1 λ cot gθ ) R + ( λ + gθ ) st opt = 1 (8) O valor de ( R st ) opt calculado pela expressão (8) será utilizado na equação (4) para determinar a resistência ao cisalhamento da viga levando-se em conta a contribuição da armadura eral. 4 PROGRAMA EXPERIMENTAL 4.1 Propriedades das vigas de ensaio Os modelos experimentais são 08 vigas VQ (15 x 40 x 305) com relação a/d=100/36=,78 e 04 vigas VS (0 x 70 x 540) com relação a/d=170/64=,66. Todas as vigas tinham seção T com largura de mesa b f = 50 cm e altura h f = 10 cm, como mostra a Figura 5. Figura 5 - Dimensões das vigas de ensaio VQ e VS. Os modelos experimentais foram agados em séries em função das dimensões da seção transversal, do arranjo das armaduras, dos parâmetros variáveis e dos objetivos dos ensaios de cada série. A Tabela 1 mostra, para cada série, a denominação e numeração das vigas, suas dimensões, seus parâmetros fixos e variáveis.

8 100 Reginaldo Carneiro da Silva & José Samuel Giongo As vigas da série 1 (VQ-3 a VQ-6) tiveram como parâmetro fixo a taxa de armadura eral ρ e como parâmetro variável a taxa de armadura transversal ρ w, variando-se o espaçamento horizontal dos fios verticais das telas soldadas. As vigas da série (VS-3 a VS-6) tinham como parâmetro fixo a taxa de armadura transversal ρ w e como parâmetro variável, a taxa de armadura eral ρ, variando-se o espaçamento vertical dos fios horizontais das telas soldadas. As vigas da série 3 (VQ-7 a VQ-10) tinham as mesmas armaduras longitudinal, transversal e eral da viga VQ-3, variando-se apenas o tipo de ancoragem dos fios verticais da tela soldada na borda comprimida da viga. Tabela 1 - Modelos experimentais de cada série Série Quant. Vigas Dimensões (cm) l ) b h ( w o Parâmetros fixos Parâmetros Variáveis 1 4 VQ ρ ρ w VQ ρ ρ w VQ ρ ρ w VQ ρ ρ w 4 VS ρ w ρ VS ρ w ρ VS ρ w ρ VS ρ w ρ 3 4 VQ ρ w e ρ ancoragem dos fios VQ ρ w e ρ verticais da tela VQ ρ w e ρ soldada na borda VQ ρ w e ρ Comprimida Observação: Na Tabela 1, têm-se: ρ l taxa de armadura longitudinal; ρ w taxa de armadura transversal e ρ taxa de armadura eral. 4. Materiais utilizados O concreto usinado utilizado na moldagem das vigas foi fornecido por empresa do ramo sediada na cidade de São Carlos - SP. Foi especificado concreto com resistência característica à compressão de 0 MPa aos 8 dias de idade. A Tabela apresenta a composição do concreto fornecida pela empresa. 3 Tabela - Composição por m de concreto Materiais Quantidade Cimento CP II F 3 98 kg Areia natural lavada 803 kg o Pedra britada n kg Aditivo plastificante 0,73 litros Água 187 litros Relação água / cimento 0,63 Foram moldados, nas três séries de vigas, de 1 a 16 corpos-de-prova cilíndricos de dimensões 15 cm x 30 cm, com o objetivo de controlar as resistências à compressão e à tração do concreto segundo a NBR 5738:1984.

9 Resistência à força cortante de vigas de concreto armado com telas soldadas: formulação Tabela 3 - Valores de resistência à compressão e à tração do concreto das vigas Série Vigas Resistência à compressão média dos corpos-deprova Resistência à compressão do concreto das vigas Resistência à tração indireta (f ct,sp ) Resistência à tração (f ct ) (MPa) (MPa) (MPa) (MPa) 1 VQ-3 36,8 36,8,70,45 VQ-4 6,7 5,4,35,10 VQ-5 6,7 5,4,35,10 VQ-6 7,1 5,8,35,10 VS-3 19, 18,8 1,80 1,60 VS-4 6, 4,9,35,10 VS-5 6, 4,9,35,10 VS-6,1 1,0,00 1,80 3 VQ-7 6,4 5,1,5,05 VQ-8 6,4 5,1,5,05 VQ-9 8, 6,8,50,5 VQ-10 8, 6,8,50,5 Observação:1 - As resistências à compressão do concreto das vigas foram obtidas pela multiplicação da resistência à compressão média dos corpos-de-prova pelo coeficiente k mod = 0,95, exceto para a viga VQ-3 ( k mod = 1,05 0,95 1, 00 ); - f ct = 0,90 f ct, sp. As Figuras 6 e 8 apresentam o detalhamento das armaduras utilizadas nas vigas VQ-7 e VS-6, respectivamente. As Figuras 7 e 9 apresentam fotografias das armaduras dessas duas vigas já montadas. N4-6 Ø 4, C= N 305 N1 15 N4 4N4 N 1 - Q x N N5-30 Ø 4, C= N5 c/ 10 N - 5 Ø 16 C =90 5 N 1-4 Ø 16 C =351 5 Figura 6 - Detalhamento das armaduras da viga de ensaio VQ-7.

10 10 Reginaldo Carneiro da Silva & José Samuel Giongo Figura 7 - Armaduras prontas da viga de ensaio VQ-7. Figura 8 - Detalhamento das armaduras da viga de ensaio VS-6.

11 Resistência à força cortante de vigas de concreto armado com telas soldadas: formulação Figura 9 - Armaduras prontas da viga de ensaio VS Esquema de ensaio e instrumentação O esquema de ensaio adotado foi o de uma viga simplesmente apoiada com duas forças concentradas simétricas, aplicadas de baixo para cima, como indicam as Figuras 10 e 11. Os deslocamentos verticais foram medidos no meio do vão, nos pontos de aplicação das forças concentradas e nos apoios. Em todos os modelos foram instrumentadas duas barras da armadura longitudinal de flexão no meio do vão. Nos fios horizontais das telas foram posicionados de 4 a 6 extensômetros no vão de corte e 1 ou extensômetros no meio do vão para os fios situados abaixo da linha neutra. Para os fios verticais das telas foram posicionados de 3 a 5 extensômetros (de cada lado) nos trechos mais solicitados pela força cortante, segundo indicações de FERNANDES (199). As deformações no concreto comprimido foram medidas no meio do vão por 0 extensômetros e as deformações no concreto das diagonais comprimidas foram medidas na metade da distância entre a força aplicada e o apoio, à meia altura da seção, utilizando rosetas retangulares.

12 104 Reginaldo Carneiro da Silva & José Samuel Giongo pórtico de aço apoio de neoprene perfil viga de ensaio célula de carga cilindro hidráulico laje de reação Figura 10 - Desenho esquemático da montagem dos ensaios. Figura 11 - Esquema de ensaio da viga VS Execução dos ensaios Inicialmente foi aplicada uma força com a finalidade de equilibrar o peso próprio da viga e dos equipamentos de ensaio (3,6 kn em cada macaco para as vigas VQ; e 1 kn para as vigas VS ) e assim desconsiderar seu valor nos cálculos. Em seguida, foi aplicada uma força referente ao escorvamento da estrutura (aproximadamente 10% da força última). Após o descarregamento, iniciou-se o ensaio propriamente dito. Para as vigas VQ foram aplicados incrementos de 15 kn até atingir a ruína. Em cada incremento de força foram feitas leituras de deformações e deslocamentos e estimativa dos valores das aberturas das fissuras. Para as vigas VS foram utilizados incrementos de 30 kn até a ruína.

13 Resistência à força cortante de vigas de concreto armado com telas soldadas: formulação RESULTADOS DOS ENSAIOS Todas as vigas apresentaram ruína por força cortante-tração, com variações na inclinação da fissura principal. Observou-se uma ruína mais dúctil, com absorção de forças aplicadas, mesmo após o escoamento de alguns estribos verticais. Apresenta-se a seguir a Tabela 4, informando sobre cada viga ensaiada pontos relevantes tais como: resistência à compressão do concreto, taxas de armadura transversal e eral, idade, tipo de ruína e força cortante última. Tabela 4 - Resumo dos resultados dos ensaios f c ρ sw ρ s, Força última Tipo de Idade Série Vigas (V u,exp ) Ruptura (MPa) (%) (%) kn (dias) 1 VQ-3 36,8 0,185 0,556 09,1 V - TR 48 VQ-4 5,4 0,141 0, ,1 V - TR 30 VQ-5 5,4 0,106 0, ,5 V - TR 31 VQ-6 5,8 0,071 0, ,4 V - TR 35 VS-3 18,8 0,196 1, ,4 V - TR 41 VS-4 4,9 0,196 0,53 434,8 V - TR 9 VS-5 4,9 0,196 0,94 430,3 V TR 8 VS-6 1,0 0,196 0, ,9 V TR 8 3 VQ-7 5,1 0,185 0,556 13,5 V TR 8 VQ-8 5,1 0,185 0,556 5,4 V TR 9 VQ-9 6,8 0,185 0,556 06,7 V TR 30 VQ-10 6,8 0,185 0,556 8,5 V TR 31 Na tabela 4 tem-se: V - força cortante; TR - tração com escoamento dos estribos verticais, e taxa de armadura eral calculada pela expressão 9, As, ρ s, = (9) b s w Figura 1 - Panorama de fissuração da viga VS-6 após a ruína.

14 106 Reginaldo Carneiro da Silva & José Samuel Giongo 6 ANÁLISE DOS RESULTADOS As hipóteses de cálculo admitidas e as expressões de cálculo deduzidas no item sobre teoria do cisalhamento-atrito foram utilizadas para a validação da formulação proposta. Para o cálculo dos valores mostrados na Tabela 5 foram utilizadas as expressões (4) e (8). Tabela 5 Valores teóricos e experimentais da capacidade resistente à força cortante, considerando-se a contribuição da armadura eral (formulação proposta pelos autores) R V V A, s f, y R, s Viga (cm ) (MPa) (kn) (kn) (kn) (kn) Vu, VQ-3 0, ,00 6,05 31,53 178,03 09,1 1,17 VQ-4 0,954 75,00 69,17 15,57 149,86 185,1 1,4 VQ-5 0, ,50 63,87 14,78 14,30 173,5 1,40 VQ-6 0, ,50 70,17 9,3 95,94 145,4 1,5 VQ-7 0, ,00 6,05 18,10 144,84 13,5 1,47 VQ-8 0, ,00 6,05 181,1 160,04 5,4 1,41 VQ-9 0, ,00 6,05 51,16 18,4 06,7 1,13 VQ-10 0, ,00 6,05 45,88 161,89 8,5 1,41 VS-3,35 74,50 170,40 785,8 334,56 384,4 1,15 VS-4 1, ,50 117,05 87,78 417,54 434,8 1,04 VS-5 1, ,50 76,6 519,01 43,3 430,3 1,0 VS-6 0, ,00 53,31 889,3 33,88 413,9 1,4 média 1,7 st V, u teo u,exp u,exp teo Com relação aos valores apresentados na Tabela 5, valem as seguintes observações: - simplificadamente, para o cálculo do coeficiente experimental k foi usada a ' expressão,1( f ) = c 0,4 k proposta por LOOV & PENG (1998), que levou em conta apenas a resistência à compressão do concreto; - os valores de a e θ foram medidos experimentalmente; - os valores calculados de V u, teo foram influenciados pelos valores medidos de a e θ ; - os valores obtidos da relação V u, exp V u, teo apresentaram-se razoáveis tendo em vista o coeficiente empírico k utilizado e os possíveis erros nas medidas de a e θ. Com base nas observações anteriores concluiu-se que a formulação proposta pelos autores poderia ser aperfeiçoada. Uma contribuição importante seria a obtenção de uma expressão teórica para o cálculo dos valores de a e θ. 7 CONCLUSÕES Os resultados dos ensaios realizados nesta pesquisa indicaram um aumento na resistência à força cortante com o aumento da taxa de armadura eral. A

15 Resistência à força cortante de vigas de concreto armado com telas soldadas: formulação contribuição da armadura eral da tela soldada na resistência à força cortante devese a dois mecanismos resistentes alternativos: - aumento da contribuição da paralela reiva ao engrenamento dos agregados provocada pelas menores aberturas das fissuras por ação de força cortante na alma; - efeito de pino dos fios da armadura eral nos pontos em que são interceptados pelas fissuras diagonais. A formulação apresentada pode ser aperfeiçoada tendo em vista os seguintes aspectos: - não foi obtida uma expressão para o cálculo teórico do ângulo θ de inclinação do plano potencial de tura; - não se dispõe de uma expressão para o cálculo teórico de a. Mesmo assim, as equações (4) e (8) podem ser consideradas adequadas para uma investigação experimental preliminar sobre o assunto em questão. 8 AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) pelo financiamento do programa experimental (Auxílio à Pesquisa número 00/ ) e à CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pela bolsa de estudos concedida. E também à GERDAU S. A. pela doação de barras de aço e telas soldadas e ao IBTS na pessoa do Eng. João Batista Rodrigues da Silva. 9 BIBLIOGRAFIA AMARAL, N. A. (1974). A resistência do concreto armado à força cortante. Dirigente Construtor, p , out. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1984). NBR 5738 Moldagem e cura de corpos-de-prova de concreto, cilíndricos ou prismáticos. Rio de Janeiro. FERNANDES, G. B. (199). Cisalhamento em vigas de concreto de alta resistência. São Paulo. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica - Universidade de São Paulo. GRIEZIC, A.; COOK, W. D.; MITCHELL, D. (1994). Tests to determine performance of deformed welded wire fabric stirs. ACI Structural Journal, v. 91, n., p. 11-0, Mar./Apr. LOOV, R. E. (1998). Review of A simplified method of shear design and comparison with results using shear friction. Canadian Journal of Civil Engineering, v. 5, p LOOV, R. E. (000). Shear design of concrete a simpler way. In: STRUCTURAL SPECIALTY CONFERENCE, 3., London, Ontario, Canada. Proceedings... p

16 108 Reginaldo Carneiro da Silva & José Samuel Giongo LOOV, R.; PENG, L. (1998). The influence of concrete strength on shear-friction based design of reinforced concrete beams. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON HPHSC, Perth Australia, Canada. Proceedings p SILVA, R. C. (1991). Concreto armado: aplicações de modelos de bielas e tirantes. São Carlos. Dissertação (Mestrado) - Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo. SILVA, R. C. (003). Vigas de concreto armado com telas soldadas: análise teórica e experimental da resistência à força cortante e do controle da fissuração. São Carlos. Tese (Doutorado) - Escola de Engenharia de São Carlos - Universidade de São Paulo. TIETZ, W. (1979). Armadura transversal das vigas fletidas. Revista Estrutura, n. 86, p VASCONCELOS, A. C. (000). Engenheiro russo cai do cavalo. TQS News, n. 14, p. 5-6, out.

3 Programa Experimental

3 Programa Experimental 3 Programa Experimental 3.1. Considerações iniciais O estudo experimental desta pesquisa foi realizado no laboratório de estruturas e materiais (LEM) da PUC-Rio com o fim de analisar o comportamento de

Leia mais

SOLICITAÇÕES TANGENCIAIS

SOLICITAÇÕES TANGENCIAIS Universidade Federal de Santa Maria ECC 1006 Concreto Armado A SOLICITAÇÕES TANGENCIAIS (por força cortante) Prof. Gerson Moacyr Sisniegas Alva Comportamento de vigas sob cargas verticais P P DMF DFC Evolução

Leia mais

5 Apresentação e Análise dos Resultados

5 Apresentação e Análise dos Resultados 5 Apresentação e Análise dos Resultados 5.1. Introdução Neste capítulo são apresentados e analisados os resultados obtidos nos ensaios dos seis consoles, comparando-os com os valores teóricos dos modelos

Leia mais

2 Treliça de Mörsch 2.1. Histórico

2 Treliça de Mörsch 2.1. Histórico 2 Treliça de Mörsch 2.1. Histórico Quando é aplicado um carregamento a uma viga de concreto armado, desenvolvem-se campos de tensões de tração, os tirantes, e campos de tensões de compressão, as bielas.

Leia mais

CAPÍTULO 4: CISALHAMENTO

CAPÍTULO 4: CISALHAMENTO Universidade Federal de Ouro Preto - Escola de Minas Departamento de Engenharia Civil CIV620-Construções de Concreto Armado Curso: Arquitetura e Urbanismo CAPÍTULO 4: CISALHAMENTO Profa. Rovadávia Aline

Leia mais

3 Programa Experimental

3 Programa Experimental 3 Programa Experimental 3.1. Características dos Pilares Foram ensaiados seis pilares com as características mostradas na Figura 3.1. Os pilares têm seção transversal retangular de 12,5 cm x 15 cm e altura

Leia mais

3. Dimensionamento ao cisalhamento.

3. Dimensionamento ao cisalhamento. cisalhamento ELU - 1 3. Dimensionamento ao cisalhamento. No capítulo anterior foi estudado o dimensionamento das seções transversais das vigas à flexão pura ou uniforme. Entretanto, nas vigas usuais, os

Leia mais

DIMENSIONAMENTO DE VIGAS AO CISALHAMENTO

DIMENSIONAMENTO DE VIGAS AO CISALHAMENTO DIMENSIONAMENTO DE VIGAS AO CISALHAMENTO O dimensionamento de uma viga de concreto armado no estado limite último engloba duas etapas, cálculo da armadura transversal, ou armadura de cisalhamento, para

Leia mais

SUMÁRio ,. PARTE - CONCEITOS BÁSICOS SOBRE CISALHAMENTO. CAPíTULO 1 TENSÕES DE CISAlHAMENTO NA FlEXÃO EM REGIME ELÁSTICO 12

SUMÁRio ,. PARTE - CONCEITOS BÁSICOS SOBRE CISALHAMENTO. CAPíTULO 1 TENSÕES DE CISAlHAMENTO NA FlEXÃO EM REGIME ELÁSTICO 12 SUMÁRio,. PARTE - CONCEITOS BÁSICOS SOBRE CISALHAMENTO CAPíTULO 1 TENSÕES DE CISAlHAMENTO NA FlEXÃO EM REGIME ELÁSTICO 12 1.1 Condições de equilíbrio na flexão simples 12 1.2 Cisalhamento nas vigas de

Leia mais

ANÁLISE EXPERIMENTAL DA INFLUENCIA DA ARMADURA DE PELE NO COMBATE AO CISALHAMENTO EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO

ANÁLISE EXPERIMENTAL DA INFLUENCIA DA ARMADURA DE PELE NO COMBATE AO CISALHAMENTO EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC - Como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil ANÁLISE EXPERIMENTAL DA INFLUENCIA DA ARMADURA DE PELE NO COMBATE AO CISALHAMENTO

Leia mais

SUMÁRIO PREFÁCIO INTRODUÇÃO UNIDADE 1 ASPECTOS BÁSICOS 1.1. Definições Elementos constituintes das pontes

SUMÁRIO PREFÁCIO INTRODUÇÃO UNIDADE 1 ASPECTOS BÁSICOS 1.1. Definições Elementos constituintes das pontes SUMÁRIO PREFÁCIO... 27 INTRODUÇÃO... 31 UNIDADE 1 ASPECTOS BÁSICOS 1.1. Definições... 37 1.2. Elementos constituintes das pontes... 37 1.3. Elementos que compõem a superestrutura... 39 1.4. Seções transversais

Leia mais

Com o uso das rotinas de verificação de equilíbrio da seção sujeita aos esforços, obtêm-se as áreas de aço necessárias.

Com o uso das rotinas de verificação de equilíbrio da seção sujeita aos esforços, obtêm-se as áreas de aço necessárias. Dimensionamento Armadura Necessária O dimensionamento de cada uma das lajes/paredes é feito considerando os esforços sujeitos a combinação de flexo-tração, uma vez que as paredes adjacentes laterais provocam

Leia mais

ENG 2004 Estruturas de concreto armado I

ENG 2004 Estruturas de concreto armado I ENG 2004 Estruturas de concreto armado I Flexão Cisalhamento em vigas Slide: 04_01 Flexão Cisalhamento em vigas Prof. Luciano Caetano do Carmo, M.Sc. Versão 2017-1 Bibliografia ABNT Associação Brasileira

Leia mais

AVALIAÇÃO DOS MODELOS DE CÁLCULO PARA O DIMENSIONAMENTO DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO AO ESFORÇO CORTANTE

AVALIAÇÃO DOS MODELOS DE CÁLCULO PARA O DIMENSIONAMENTO DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO AO ESFORÇO CORTANTE AVALIAÇÃO DOS MODELOS DE CÁLCULO PARA O DIMENSIONAMENTO DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO AO ESFORÇO CORTANTE Daiane Mayer (Engenheira Civil, Autônoma); ; mayer.daiane@gmail.com

Leia mais

5 Resultados Experimentais

5 Resultados Experimentais 5 Resultados Experimentais 5.1. Introdução Neste capítulo são apresentados os resultados medidos dos dois testes experimentais em escala real realizados para a comparação dos resultados teóricos. 5.2.

Leia mais

Considerações sobre o Dimensionamento de Blocos sobre Estacas com o Uso do Método das Bielas e Tirantes Eduardo Thomaz 1, Luiz Carneiro 2 1

Considerações sobre o Dimensionamento de Blocos sobre Estacas com o Uso do Método das Bielas e Tirantes Eduardo Thomaz 1, Luiz Carneiro 2 1 Considerações sobre o Dimensionamento de Blocos sobre Estacas com o Uso do Método das Bielas e Tirantes Eduardo Thomaz 1, Luiz Carneiro 2 1 Instituto Militar de Engenharia / Seção de Eng a de Fortificação

Leia mais

Software Para Dimensionamento De Consolos Curtos De Concreto Armado Kim Filippi dos Santos¹, Prof. Msc. Daniel Venancio Vieira²

Software Para Dimensionamento De Consolos Curtos De Concreto Armado Kim Filippi dos Santos¹, Prof. Msc. Daniel Venancio Vieira² Software Para Dimensionamento De Consolos Curtos De Concreto Armado Kim Filippi dos Santos¹, Prof. Msc. Daniel Venancio Vieira² 1 Escola Superior de Criciúma / Engenharia Civil / kimfelippe@hotmail.com

Leia mais

3 Estudo experimental

3 Estudo experimental 3 Estudo experimental Neste capítulo são apresentadas as características dos pilares concebidos para permitir a variação do cobrimento das armaduras, o concreto utilizado, a instrumentação, os sistemas

Leia mais

4 Exemplos de Validação e Análise de Resultados

4 Exemplos de Validação e Análise de Resultados 4 Exemplos de Validação e Análise de Resultados Os exemplos apresentados neste capítulo se referem a algumas vigas de edifícios de concreto armado que foram retiradas de projetos estruturais existentes

Leia mais

3 PROGRAMA EXPERIMENTAL

3 PROGRAMA EXPERIMENTAL 3 PROGRAMA EXPERIMENTAL 3.1.Características dos modelos ensaiados 3.1.1.Parâmetros e variáveis A Figura 3.1 apresenta as características geométricas dos espécimes. Figura 3.1 Características geométricas

Leia mais

4 Ensaios Principais: Descrição e Apresentação dos Resultados

4 Ensaios Principais: Descrição e Apresentação dos Resultados 4 Ensaios Principais: Descrição e Apresentação dos Resultados 4.1. Introdução Neste capítulo é feita a descrição e a apresentação dos ensaios referentes às vigas hiperestáticas. Na descrição dos ensaios

Leia mais

Resumo. Figura 1 Etapa do processo produtivo. Seção transversal. Palavras-chave

Resumo. Figura 1 Etapa do processo produtivo. Seção transversal. Palavras-chave Laje Alveolar Produzida Com Fôrma Fixa Ganho com a Utilização de Armadura de Cisalhamento Thiago Bindilatti Inforsato 1, Roberto Chust Carvalho 2, Marcelo de Araujo Ferreira 3 1 UFSCar / Departamento de

Leia mais

Figura 1: Corte e planta da estrutura, seção transversal da viga e da laje da marquise

Figura 1: Corte e planta da estrutura, seção transversal da viga e da laje da marquise Exemplo 4: Viga de apoio de marquise 1. Geometria e resistências ELU: Torção Combinada, Dimensionamento 1,50 m h=0,50 m 0,10 m 0,20 m Espessura mínima da laje em balanço cf. item 13.2.4.1 e = 1, cf. Tabela

Leia mais

DIMENSIONAMENTO 7 DA ARMADURA TRANSVERSAL

DIMENSIONAMENTO 7 DA ARMADURA TRANSVERSAL DIMENSIONAMENTO 7 DA ARMADURA TRANSERSAL 7 1/45 235 7.1 TRAJETÓRIAS DAS TENSÕES PRINCIPAIS P σ 2 σ σ 2 1 σ 1 σ 1 σ 1 σ 2 σ 2 σ 1 σ 1 Tensões exclusivas de flexão Concomitância de tensões normais (flexão)

Leia mais

AULA: TORÇÃO EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO

AULA: TORÇÃO EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI INSTITUTO DE CIÊNCIA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA ENGENHARIA CIVIL ECV 313 ESTRUTURAS DE CONCRETO AULA: TORÇÃO EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO ana.paula.moura@live.com

Leia mais

Estruturas Especiais de Concreto Armado I. Aula 2 Sapatas - Dimensionamento

Estruturas Especiais de Concreto Armado I. Aula 2 Sapatas - Dimensionamento Estruturas Especiais de Concreto Armado I Aula 2 Sapatas - Dimensionamento Fonte / Material de Apoio: Apostila Sapatas de Fundação Prof. Dr. Paulo Sérgio dos Santos Bastos UNESP - Bauru/SP Livro Exercícios

Leia mais

ANÁLISE EXPERIMENTAL DA INFLUÊNCIA DA GEOMETRIA DA SEÇÃO TRANSVERSAL NA CAPACIDADE PORTANTE DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO

ANÁLISE EXPERIMENTAL DA INFLUÊNCIA DA GEOMETRIA DA SEÇÃO TRANSVERSAL NA CAPACIDADE PORTANTE DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO ANÁLISE EXPERIMENTAL DA INFLUÊNCIA DA GEOMETRIA DA SEÇÃO TRANSVERSAL NA CAPACIDADE PORTANTE DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO Mateus Ronchi Laurindo (1), Alexandre Vargas (2); UNESC Universidade do Extremo Sul

Leia mais

DIMENSIONAMENTO À TORÇÃO

DIMENSIONAMENTO À TORÇÃO Volume 4 Capítulo 1 DIMENSIONMENTO À TORÇÃO Prof. José Milton de raújo - FURG 1 1.1- INTRODUÇÃO Torção de Saint' Venant: não há nenhuma restrição ao empenamento; só surgem tensões tangenciais. Torção com

Leia mais

Programa Analítico de Disciplina CIV354 Concreto Armado I

Programa Analítico de Disciplina CIV354 Concreto Armado I 0 Programa Analítico de Disciplina CIV354 Concreto Armado I Departamento de Engenharia Civil - Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas Número de créditos: 5 Teóricas Práticas Total Duração em semanas:

Leia mais

LAJES COGUMELO e LAJES LISAS

LAJES COGUMELO e LAJES LISAS LAJES COGUMELO e LAJES LISAS Segundo Montoja são consideradas lajes cogumelo as lajes contínuas apoiadas em pilares ou suportes de concreto, ou seja, sem vigas. Podem ser apoiadas diretamente nos pilares

Leia mais

ESTUDO DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDAS À FLEXÃO COM DIFERENTES COMPRIMENTOS DE TRASPASSE NA ARMADURA PRINCIPAL

ESTUDO DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDAS À FLEXÃO COM DIFERENTES COMPRIMENTOS DE TRASPASSE NA ARMADURA PRINCIPAL ESTUDO DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDAS À FLEXÃO COM DIFERENTES COMPRIMENTOS DE TRASPASSE NA ARMADURA PRINCIPAL RESUMO João Paulo Bretz Marcon (1), Bruno do Vale Silva (2) UNESC Universidade do Extremo

Leia mais

Curso de Dimensionamento de Estruturas de Aço Ligações em Aço EAD - CBCA. Módulo

Curso de Dimensionamento de Estruturas de Aço Ligações em Aço EAD - CBCA. Módulo Curso de Dimensionamento de Estruturas de Aço Ligações em Aço EAD - CBCA Módulo 3 Sumário Módulo 3 Dimensionamento das vigas a flexão 3.1 Dimensionamento de vigas de Perfil I isolado página 3 3.2 Dimensionamento

Leia mais

TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES CÁLCULO ESTRUTURAL AULA 07

TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES CÁLCULO ESTRUTURAL AULA 07 TÉCNICO EM EDIFICAÇÕES CÁLCULO ESTRUTURAL AULA 07 Sumário 1 Ancoragem... 3 1.1.1 Comprimento de ancoragem - Tração... 3 1.1.2 Comprimento de ancoragem Compressão... 4 1.1.3 Ancoragem nos apoios internos...

Leia mais

3. Descrição dos Testes Experimentais

3. Descrição dos Testes Experimentais 36 3. Descrição dos Testes Experimentais Neste capítulo serão descritos todos os testes experimentais realizados. 3.1. Considerações Iniciais O sistema estrutural construído consiste em uma laje mista

Leia mais

Torção em Vigas de Concreto Armado

Torção em Vigas de Concreto Armado Torção em Vigas de Concreto Armado Prof. Henrique Innecco Longo e-mail longohenrique@gmail.com T Sd Departamento de Estruturas Escola Politécnica da Universidade Federal do Rio de Janeiro 2017 Torção em

Leia mais

ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Lista para a primeira prova. 2m 3m. Carga de serviço sobre todas as vigas: 15kN/m (uniformemente distribuída)

ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO Lista para a primeira prova. 2m 3m. Carga de serviço sobre todas as vigas: 15kN/m (uniformemente distribuída) ESTRUTURS DE CONCRETO RMDO Lista para a primeira prova Questão 1) P1 V1 P2 V4 P3 V2 V3 4m 2m 3m V5 P4 h ' s s b d Seção das vigas: b=20cm ; h=40cm ; d=36cm Carga de serviço sobre todas as vigas: 15kN/m

Leia mais

ENGENHARIA DE FORTIFICAÇÃO E CONSTRUÇÃO CADERNO DE QUESTÕES 2015/2016

ENGENHARIA DE FORTIFICAÇÃO E CONSTRUÇÃO CADERNO DE QUESTÕES 2015/2016 CONCURSO DE ADMISSÃO AO CURSO DE FORMAÇÃO ENGENHARIA DE FORTIFICAÇÃO E CONSTRUÇÃO CADERNO DE QUESTÕES 2015/2016 1 a QUESTÃO Valor: 1,0 Viga Seção transversal T A figura acima mostra uma viga de seção transversal

Leia mais

6.) Dimensionamento no ELU - Flexão

6.) Dimensionamento no ELU - Flexão 6.) Dimensionamento no ELU - Flexão Para optar pelo dimensionamento a flexão - ELU - pela NB1/03, fornecemos no arquivo de critérios: Embora este item quase não tenha sofrido alteração de Norma, vamos

Leia mais

CÁLCULOS DE VIGAS COM SEÇÃO T

CÁLCULOS DE VIGAS COM SEÇÃO T CÁLCULOS DE VIGAS COM SEÇÃO T Introdução Nas estruturas de concreto armado, com o concreto moldado no local, na maioria dos casos as lajes e as vigas que as suportam estão fisicamente interligadas, isto

Leia mais

Ligações entre elementos prémoldados. Prof. Arthur Medeiros

Ligações entre elementos prémoldados. Prof. Arthur Medeiros Ligações entre elementos prémoldados Prof. Arthur Medeiros CONSOLOS DE CONCRETO a 45 h CONSOLOS DE CONCRETO TENSÕES DE COMPRESSÃO a 45 h CONSOLOS DE CONCRETO TENSÕES DE TRAÇÃO a 45 h CONSOLOS DE CONCRETO

Leia mais

2. Revisão Bibliográfica

2. Revisão Bibliográfica . Revisão Bibliográfica.1. Considerações iniciais Neste capítulo é apresentada uma revisão bibliográfica sobre pilares de concreto armado, dividida basicamente em duas partes. A primeira apresenta alguns

Leia mais

Iana Ingrid Rocha Damasceno (1); Leila Cristina Nunes Ribeiro (1); Leonyce Sousa dos Santos (1); Dênio Ramam Carvalho de Oliveira (2)

Iana Ingrid Rocha Damasceno (1); Leila Cristina Nunes Ribeiro (1); Leonyce Sousa dos Santos (1); Dênio Ramam Carvalho de Oliveira (2) Dispositivos para melhorar o desempenho de barras emendadas por transpasse em vigas Devices to Improve Performance of Emended Longitudinal Bars of Beams Resumo Iana Ingrid Rocha Damasceno (1); Leila Cristina

Leia mais

12 - AVALIAÇÕES. Fernando Musso Junior Estruturas de Concreto Armado 290

12 - AVALIAÇÕES. Fernando Musso Junior Estruturas de Concreto Armado 290 12 - AVALIAÇÕES Fernando Musso Junior musso@npd.ufes.br Estruturas de Concreto Armado 290 1ª AVALIAÇÃO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO I 2012/1 26/04/2012 Para a questão a seguir, utilizar concreto com f ck

Leia mais

AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DA CAPACIDADE PORTANTE DE VIGOTAS PRÉ-FABRICADAS TRELIÇADAS TR UTILIZADAS EM LAJES UNIDIRECIONAIS, SUJEITAS A FLEXÃO.

AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DA CAPACIDADE PORTANTE DE VIGOTAS PRÉ-FABRICADAS TRELIÇADAS TR UTILIZADAS EM LAJES UNIDIRECIONAIS, SUJEITAS A FLEXÃO. AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DA CAPACIDADE PORTANTE DE VIGOTAS PRÉ-FABRICADAS TRELIÇADAS TR 08645 UTILIZADAS EM LAJES UNIDIRECIONAIS, SUJEITAS A FLEXÃO. Geovana Rodrigues Costa (1), Alexandre Vargas (2). UNESC

Leia mais

SUBSTITUIÇÃO TOTAL DO AÇO, USANDO BAMBU COMO ARMADURA DE COMBATE A FLEXÃO EM VIGAS DE CONCRETO.

SUBSTITUIÇÃO TOTAL DO AÇO, USANDO BAMBU COMO ARMADURA DE COMBATE A FLEXÃO EM VIGAS DE CONCRETO. SUBSTITUIÇÃO TOTAL DO AÇO, USANDO BAMBU COMO ARMADURA DE COMBATE A FLEXÃO EM VIGAS DE CONCRETO. RESUMO Claiton Sommariva de Oliveira (1), Márcio Vito (2). UNESC Universidade do Extremo Sul Catarinense

Leia mais

Faculdade Integrada Metropolitana de Campinas METROCAMP

Faculdade Integrada Metropolitana de Campinas METROCAMP Faculdade Integrada Metropolitana de Campinas METROCAMP PUNÇÃO EM LAJES LISAS PROTENDIDAS: ESTUDO DE ABERTURAS ADJACENTES A PILARES Alexandre Souza Silva 1, Fábio Albino de Souza 2 1 Eng. Civil, Mestre

Leia mais

V SEMINÁRIO E WORKSHOP EM ENGENHARIA OCEÂNICA Rio Grande, 07 a 09 de Novembro de 2012

V SEMINÁRIO E WORKSHOP EM ENGENHARIA OCEÂNICA Rio Grande, 07 a 09 de Novembro de 2012 V SEMINÁRIO E WORKSHOP EM ENGENHARIA OCEÂNICA Rio Grande, 07 a 09 de Novembro de 2012 MODELO DE CÁLCULO SIMPLIFICADO PARA A DETERMINAÇÃO DA CAPACIDADE RESISTENTE DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO REFORÇADAS

Leia mais

VIGAS DE CONCRETO ARMADO COM TELAS SOLDADAS: ANÁLISE TEÓRICA E EXPERIMENTAL DA RESISTÊNCIA À FORÇA CORTANTE E DO CONTROLE DA FISSURAÇÃO

VIGAS DE CONCRETO ARMADO COM TELAS SOLDADAS: ANÁLISE TEÓRICA E EXPERIMENTAL DA RESISTÊNCIA À FORÇA CORTANTE E DO CONTROLE DA FISSURAÇÃO Universidade de São Paulo Escola de Engenharia de São Carlos Departamento de Engenharia de Estruturas VIGAS DE CONCRETO ARMADO COM TELAS SOLDADAS: ANÁLISE TEÓRICA E EXPERIMENTAL DA RESISTÊNCIA À FORÇA

Leia mais

Faculdade de Engenharia Civil / UNICAMP / Departamento de Estruturas e Fundações /

Faculdade de Engenharia Civil / UNICAMP / Departamento de Estruturas e Fundações / Análise de Critérios de Normas para o Dimensionamento ao Cisalhamento de Vigas de Concreto Armado sem Armadura Transversal com Base em Resultados Experimentais Ronaldo Ishihara 1, Leandro Mouta Trautwen

Leia mais

Vigas ensaiadas por Fritz Leonhardt e René Walther Stuttgart [ 26]

Vigas ensaiadas por Fritz Leonhardt e René Walther Stuttgart [ 26] 1 / 3 Vigas ensaiadas por Fritz Leonhardt e René Walther Stuttgart [ 6] Fazemos aqui a comparação entre as aberturas de fissura medidas nos ensaios de [6] e as calculadas pelo CEB 78 e por G. Rehm assim

Leia mais

10 ENECE 2007 Engenharia Estrutural - Preparandose para o futuro. A preparação da nova revisão da NBR

10 ENECE 2007 Engenharia Estrutural - Preparandose para o futuro. A preparação da nova revisão da NBR 10 ENECE 2007 Engenharia Estrutural - Preparandose para o futuro A preparação da nova revisão da NBR6118-2008 Eng. Fernando Rebouças Stucchi ENECE Outubro/2007 EPUSP/EGT Engenharia Resumo 1.Comentários

Leia mais

Resistência dos Materiais

Resistência dos Materiais Resistência dos Materiais Prof. Antonio Dias Antonio Dias / Resistência dos Materiais 1 Flexão Diagramas de força cortante e momento fletor Elementos longos e retos que suportam cargas perpendiculares

Leia mais

Professor Assistente do Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotécnica da Escola Politécnica da USP.

Professor Assistente do Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotécnica da Escola Politécnica da USP. EXEMPLOS DE IGAS CISALHAMENTO E FLEXÃO Januário Pellegrino Neto 1 Proessor Associado da Escola de Engenharia Mauá CEUN-IMT; Proessor Assistente do Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotécnica

Leia mais

4.14 Simbologia específica

4.14 Simbologia específica 4.14 Simbologia específica a distância entre pontos de momento fletor nulo a h espaçamento horizontal mínimo livre entre as faces das barras longitudinais, medido no plano da seção transversal a h,cal

Leia mais

ECC 1008 ESTRUTURAS DE CONCRETO. (Continuação) Prof. Gerson Moacyr Sisniegas Alva

ECC 1008 ESTRUTURAS DE CONCRETO. (Continuação) Prof. Gerson Moacyr Sisniegas Alva ECC 1008 ESTRUTURAS DE CONCRETO BLOCOS SOBRE ESTACAS (Continuação) Prof. Gerson Moacyr Sisniegas Alva DETALHAMENTO DAS ARMADURAS PRINCIPAIS 0,85. φ φ estaca Faixa 1,. estaca Faixa pode definir o diâmetro

Leia mais

FLEXÃO COMPOSTA RETA E OBLÍQUA

FLEXÃO COMPOSTA RETA E OBLÍQUA Universidade Federal de Ouro Preto - Escola de Minas Departamento de Engenharia Civil CIV620-Construções de Concreto Armado FLEXÃO COMPOSTA RETA E OBLÍQUA Profa. Rovadávia Aline Jesus Ribas Ouro Preto,

Leia mais

Fundamentos de Estruturas

Fundamentos de Estruturas Fundamentos de Estruturas Definições Estrutura é um sistema destinado a proporcionar o equilíbrio de um conjunto de ações, capaz de suportar as diversas ações que vierem a solicitá-la durante a sua vida

Leia mais

Agleílson Reis Borges 1, José Guilherme Silva Melo 2, Dênio Ramam Carvalho de Oliveira 3.

Agleílson Reis Borges 1, José Guilherme Silva Melo 2, Dênio Ramam Carvalho de Oliveira 3. Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.13, p.19-25, Maio, 2009 Desenvolvimento e avaliação experimental de lajes nervuradas bidirecionais com mesas pré-fabricadas Development and experimental evaluation

Leia mais

Estruturas de concreto Armado II. Aula IV Flexão Simples Equações de Equilíbrio da Seção

Estruturas de concreto Armado II. Aula IV Flexão Simples Equações de Equilíbrio da Seção Estruturas de concreto Armado II Aula IV Flexão Simples Equações de Equilíbrio da Seção Fonte / Material de Apoio: Apostila Fundamentos do Concreto e Projeto de Edifícios Prof. Libânio M. Pinheiro UFSCAR

Leia mais

a) Flexão Pura: Quando não há esforço cortante atuando na seção, ou seja só atua o momento fletor. Como na região central do exemplo abaixo.

a) Flexão Pura: Quando não há esforço cortante atuando na seção, ou seja só atua o momento fletor. Como na região central do exemplo abaixo. 7 Flexão Simples Para o estudo das estruturas em concreto armado devemos estudar os esforços internos gerados pelas cargas, neste primeiro momento iremos estudar a flexão. 7.1 Tipo de flexão a) Flexão

Leia mais

Estruturas de Aço e Madeira Aula 07 Vigas de Alma Cheia (2)

Estruturas de Aço e Madeira Aula 07 Vigas de Alma Cheia (2) Estruturas de Aço e Madeira Aula 07 Vigas de Alma Cheia (2) - Flexão em Vigas de Alma Não-Esbelta com Contenção Lateral - Tabela G.1 da NBR 8800 / 2008 ( FLA e FLM em vigas de alma não-esbelta ) - Esforço

Leia mais

Caderno de Estruturas em Alvenaria e Concreto Simples

Caderno de Estruturas em Alvenaria e Concreto Simples Caderno de Estruturas em Alvenaria e Concreto Simples CONTEÚDO CAPÍTULO 1 - RESISTÊNCIA DO MATERIAL 1.1. Introdução 1.2. Definição: função e importância das argamassas 1.3. Classificação das alvenarias

Leia mais

Flexão Vamos lembrar os diagramas de força cortante e momento fletor

Flexão Vamos lembrar os diagramas de força cortante e momento fletor Flexão Vamos lembrar os diagramas de força cortante e momento fletor Elementos longos e retos que suportam cargas perpendiculares a seu eixo longitudinal são denominados vigas. Vigas são classificadas

Leia mais

Estudo Comparativo de Diversas Normas para Esforço Transversal em Vigas João Victor Spala Lino 1, Sergio Hampshire de Carvalho Santos 2 1 Mestrando/ Programa de Projeto de Estruturas/ Universidade Federal

Leia mais

ENG 2004 Estruturas de concreto armado I

ENG 2004 Estruturas de concreto armado I ENG 2004 Estruturas de concreto armado I Flexão pura Vigas T Slide: 03_05 Flexão pura Vigas T Prof. Luciano Caetano do Carmo, M.Sc. Versão 2017-1 Bibliografia ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Leia mais

4 Programa Experimental 4.1. Parâmetros de Projeto

4 Programa Experimental 4.1. Parâmetros de Projeto 4 Programa Experimental 4.1. Parâmetros de Projeto O comportamento de dois modelos de vigas mistas, submetidas a um carregamento estático monotônico, foi analisado experimentalmente no Laboratório de Estruturas

Leia mais

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3. MATERIAIS E MÉTODOS 53 3. MATERIAIS E MÉTODOS Para o estudo do comportamento mecânico de vigas compostas e suas ligações se faz necessária, além da análise teórica, a realização de ensaios de laboratório para aferir os modelos

Leia mais

5 Formulação do Problema

5 Formulação do Problema 5 Formulação do Problema 5.1. Introdução Neste capítulo são apresentados exemplos de seções de vigas de concreto armado submetidas à força cortante e à flexão. São descritas as funções de falha e as propriedades

Leia mais

Técnico em Edificações Cálculo Estrutural Aula 04

Técnico em Edificações Cálculo Estrutural Aula 04 Técnico em Edificações Cálculo Estrutural Aula 04 1 www.saberesolve.com.br Curso de Edificações e Desenho Arquitetônico Sumário 1 Estado limite último Dimensionamento à Flexão... 3 2 Estado Limite de Serviço

Leia mais

Ancoragem. Telas Soldadas. Boletim Técnico. Instituto Brasileiro de Telas Soldadas

Ancoragem. Telas Soldadas. Boletim Técnico. Instituto Brasileiro de Telas Soldadas Telas Soldadas Ancoragem Boletim Técnico Instituto Brasileiro de Telas Soldadas IBTS - Instituto Brasileiro de Telas Soldadas Rua Cardoso de Almeida, 313 conj. 13 CEP 05013-000 - São Paulo - SP Tel: 11

Leia mais

Modelo bilinear para análise de lajes de concreto armado. Bilinear model for reinforced concrete slabs analysis

Modelo bilinear para análise de lajes de concreto armado. Bilinear model for reinforced concrete slabs analysis Teoria e Prática na Engenharia Civil, n.8, p.11-19, Abril, 6 Modelo bilinear para análise de lajes de concreto armado Bilinear model for reinforced concrete slabs analsis José Milton de Araújo Departamento

Leia mais

ESTUDO DA CAPACIDADE PORTANTE DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDAS À FLEXÃO COM DIFERENTES COMPRIMENTOS DE TRASPASSE NA ARMADURA PRINCIPAL

ESTUDO DA CAPACIDADE PORTANTE DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDAS À FLEXÃO COM DIFERENTES COMPRIMENTOS DE TRASPASSE NA ARMADURA PRINCIPAL ESTUDO DA CAPACIDADE PORTANTE DE VIGAS DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDAS À FLEXÃO COM DIFERENTES COMPRIMENTOS DE TRASPASSE NA ARMADURA PRINCIPAL Alexandre Santos (1), Daiane dos Santos Silva Godinho (2) UNESC

Leia mais

Introdução vigas mesas. comportamento laje maciça grelha.

Introdução vigas mesas. comportamento laje maciça grelha. Introdução - Uma laje nervurada é constituida de por um conjunto de vigas que se cruzam, solidarizadas pelas mesas. - Esse elemento estrutural terá comportamento intermediário entre o de laje maciça e

Leia mais

Resistência dos Materiais

Resistência dos Materiais Resistência dos Materiais Eng. Mecânica, Produção UNIME 2016.1 Lauro de Freitas, Maio, 2016. 5 Análise e projeto de vigas em flexão Conteúdo Introdução Diagramas de Força Cortante e Momento Fletor Problema

Leia mais

ESTUDO EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE VIGAS OCAS

ESTUDO EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE VIGAS OCAS ESTUDO EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE VIGAS OCAS RESUMO Julie Nuernberg (1), Daiane dos Santos Godinho (2) UNESC Universidade do Extremo Sul Catarinense (1)julie.nuernberg@hotmail.com, (2)dss@unesc.net

Leia mais

ENGENHARIA DE FORTIFICAÇÃO E CONSTRUÇÃO CADERNO DE QUESTÕES

ENGENHARIA DE FORTIFICAÇÃO E CONSTRUÇÃO CADERNO DE QUESTÕES CONCURSO DE ADMISSÃO AO CURSO DE FORMAÇÃO ENGENHARIA DE FORTIFICAÇÃO E CONSTRUÇÃO CADERNO DE QUESTÕES 2016 1 a QUESTÃO Valor: 1,00 A figura acima mostra uma viga de comprimento L e rigidez à flexão EJ

Leia mais

CONSTRUÇÃO DE UMA FERRAMENTA NUMÉRICA PARA ANÁLISE DE RADIERS ESTAQUEADOS

CONSTRUÇÃO DE UMA FERRAMENTA NUMÉRICA PARA ANÁLISE DE RADIERS ESTAQUEADOS CONSTRUÇÃO DE UMA FERRAMENTA NUMÉRICA PARA ANÁLISE DE RADIERS ESTAQUEADOS Edilene Muniz de Oliveira, Escola de Engenharia Civil, Universidade Federal Goiás, edilenemuniz@pop.com.br Daniel de Lima ARAÚJO,

Leia mais

ESTUDO NUMÉRICO E EXPERIMENTAL DE TUBOS DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDOS À COMPRESSÃO DIAMETRAL

ESTUDO NUMÉRICO E EXPERIMENTAL DE TUBOS DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDOS À COMPRESSÃO DIAMETRAL ISSN 189-586 ESTUDO NUMÉRICO E EXPERIMENTAL DE TUBOS DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDOS À COMPRESSÃO DIAMETRAL Jefferson Lins da Silva 1 & Mounir Khalil El Debs 2 Resumo A principal alternativa para a construção

Leia mais

Bloco sobre estacas Bielas Tirantes. Método Biela Tirante

Bloco sobre estacas Bielas Tirantes. Método Biela Tirante 1/8 Método Biela Tirante Apresentamos, de modo bem detalhado, parte do trabalho: Pile Cap subjected to Vertical Forces and Moments. Autor: Michael Pötzl IABSE WORKSHOP New Delhi 1993 - The Design of Structural

Leia mais

Viga Parede Notas de aula Parte 4

Viga Parede Notas de aula Parte 4 Prof. Eduardo Thomaz 1 VIGA PAREDE Armaduras adicionais Caso 1 : Cargas aplicadas na parte superior da viga parede : Em cada face da viga parede deve ser colocada uma malha ortogonal de barras horizontais

Leia mais

TÍTULO: ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA EM VIGA DE CONCRETO ARMADO CLASSE I E II

TÍTULO: ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA EM VIGA DE CONCRETO ARMADO CLASSE I E II TÍTULO: ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA EM VIGA DE CONCRETO ARMADO CLASSE I E II CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: ENGENHARIAS E ARQUITETURA SUBÁREA: ENGENHARIAS INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE RIBEIRÃO

Leia mais

ANÁLISE DO MODELO DE BIELAS E TIRANTES PARA VIGAS DE CONCRETO ARMADO COM FUROS

ANÁLISE DO MODELO DE BIELAS E TIRANTES PARA VIGAS DE CONCRETO ARMADO COM FUROS Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia CONTECC 2016 Rafain Palace Hotel & Convention Center- Foz do Iguaçu - PR 29 de agosto a 1 de setembro de 2016 ANÁLISE DO MODELO DE BIELAS E TIRANTES

Leia mais

Estruturas de concreto Armado II. Aula II Flexão Simples Seção Retangular

Estruturas de concreto Armado II. Aula II Flexão Simples Seção Retangular Estruturas de concreto Armado II Aula II Flexão Simples Seção Retangular Fonte / Material de Apoio: Apostila Fundamentos do Concreto e Projeto de Edifícios Prof. Libânio M. Pinheiro UFSCAR Apostila Projeto

Leia mais

Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC - como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil

Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC - como requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil AVALIAÇÃO EXPERIMENTAL DA CAPACIDADE PORTANTE DE LAJES TRELIÇADAS UTILIZANDO EMBALAGENS CARTONADAS COMO MATERIAL DE ENCHIMENTO APLICADAS EM DUAS DIFERENTES POSIÇÕES. Eduardo Souza (1), Alexandre Vargas

Leia mais

Soluções para Alvenaria

Soluções para Alvenaria Aços Longos Soluções para Alvenaria BelgoFix Tela BelgoRevest Murfor Produtos ARCE1109-0210_SOL_ALVENARIA.indd 1 20/01/14 15:00 BelgoFix BelgoFix : marca registrada da Belgo Bekaert Arames Telas Soldadas

Leia mais

ANÁLISE EXPERIMENTAL DE VIGAS EM CONCRETO ARMADO COM FURO NA ALMA PRÓXIMO AO APOIO UTILIZANDO ARMADURA DE REFORÇO.

ANÁLISE EXPERIMENTAL DE VIGAS EM CONCRETO ARMADO COM FURO NA ALMA PRÓXIMO AO APOIO UTILIZANDO ARMADURA DE REFORÇO. ANÁLISE EXPERIMENTAL DE VIGAS EM CONCRETO ARMADO COM FURO NA ALMA PRÓXIMO AO APOIO UTILIZANDO ARMADURA DE REFORÇO. Lucas Campos (1), Alexandre Vargas (2) UNESC Universidade do Extremo Sul Catarinense (1)lucascampos01@gmail.com,

Leia mais

ECONOMIA DE AÇO NO DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA 1

ECONOMIA DE AÇO NO DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA 1 ECONOMIA DE AÇO NO DIMENSIONAMENTO DA ESTRUTURA 1 HAMMES, Djulia²; RODRIGUES, Paulo Cesar³ Palavras- Chave: Armadura transversal. Vigas de concreto armado. Modelo de cálculo. Economia no consumo de aço.

Leia mais

2 a ProvadeEDI-49ConcretoEstruturalII Parte teórica Prof. Flávio Mendes Neto Junho de 2018

2 a ProvadeEDI-49ConcretoEstruturalII Parte teórica Prof. Flávio Mendes Neto Junho de 2018 2 a ProvadeEDI-49ConcretoEstruturalII Parte teórica Prof. Flávio Mendes Neto Junho de 2018 Absolutamente sem consulta. A interpretação das questões faz parte da prova. Justifique cientificamente suas afirmações.estapartedaprovatem1folhae4questões.

Leia mais

ANÁLISE DE PILARES DE CONCRETO DE ALTA RESISTÊNCIA COM ADIÇÃO DE FIBRAS METÁLICAS SUBMETIDOS À COMPRESSÃO CENTRADA

ANÁLISE DE PILARES DE CONCRETO DE ALTA RESISTÊNCIA COM ADIÇÃO DE FIBRAS METÁLICAS SUBMETIDOS À COMPRESSÃO CENTRADA ANÁLISE DE PILARES DE CONCRETO DE ALTA RESISTÊNCIA COM ADIÇÃO DE FIBRAS METÁLICAS SUBMETIDOS À COMPRESSÃO CENTRADA Ana Elisabete Paganelli Guimarães 1 & José Samuel Giongo 2 RESUMO O Concreto de Alto Desempenho

Leia mais

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ COORDENAÇÃO DE CONSTRUÇÃO CIVIL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DADOS PARA DIMENSIONAMENTO

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ COORDENAÇÃO DE CONSTRUÇÃO CIVIL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DADOS PARA DIMENSIONAMENTO UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ COORDENAÇÃO DE CONSTRUÇÃO CIVIL CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DADOS PARA DIMENSIONAMENTO CAMPO MOURÃO 2014 Sumário 1. INTRODUÇÃO... 3 2. TRAÇÃO... 3 2.1. Corpos de

Leia mais

ESCADAS USUAIS DOS EDIFÍCIOS

ESCADAS USUAIS DOS EDIFÍCIOS Volume 4 Capítulo 3 ESCDS USUIS DOS EDIFÍCIOS Prof. José Milton de raújo - FURG 1 3.1- INTRODUÇÃO patamar lance a b c d e Formas usuais das escadas dos edifícios Prof. José Milton de raújo - FURG armada

Leia mais

Ligações por meio de consolos de concreto

Ligações por meio de consolos de concreto Ligações por meio de consolos de concreto Prof. Arthur Medeiros 2017.2 a 45 h a 45 h a 45 h a 45 h Hipótese de cálculo 1,0 < a/d 2,0 Viga em balanço 0,5 < a/d 1,0 Consolo curto Modelo matemático de duas

Leia mais

Dimensionamento de Estruturas em Aço. Parte 1. Módulo. 2ª parte

Dimensionamento de Estruturas em Aço. Parte 1. Módulo. 2ª parte Dimensionamento de Estruturas em Aço Parte 1 Módulo 2 2ª parte Sumário Módulo 2 : 2ª Parte Dimensionamento de um Mezanino Estruturado em Aço 1º Estudo de Caso Mezanino página 3 1. Cálculo da Viga V2 =

Leia mais

Parâmetros para o dimensionamento

Parâmetros para o dimensionamento Parâmetros para o dimensionamento Disponível em http://www.chasqueweb.ufrgs.br/~jeanmarie/eng01208/eng01208.html Projeto em Alvenaria estrutural Concepção estrutural; Modulação; Integração entre estrutura

Leia mais

Resistência dos Materiais Eng. Mecânica, Produção UNIME Prof. Corey Lauro de Freitas, Fevereiro, 2016.

Resistência dos Materiais Eng. Mecânica, Produção UNIME Prof. Corey Lauro de Freitas, Fevereiro, 2016. Resistência dos Materiais Eng. Mecânica, Produção UNIME 2016.2 Prof. Corey Lauro de Freitas, Fevereiro, 2016. 1 Introdução: O conceito de tensão Conteúdo Conceito de Tensão Revisão de Estática Diagrama

Leia mais

DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS LONGITUDINAIS DE VIGAS T

DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS LONGITUDINAIS DE VIGAS T DIMENSIONAMENTO DAS ARMADURAS LONGITUDINAIS DE VIGAS T Prof. Henrique Innecco Longo e-mail longohenrique@gmail.com b f h f h d d Departamento de Estruturas Escola Politécnica da Universidade Federal do

Leia mais

Cláudio Wilson Nóbrega, M.Sc. Engenheiro da PETROBRAS / Professor do CEFET-RJ /

Cláudio Wilson Nóbrega, M.Sc. Engenheiro da PETROBRAS / Professor do CEFET-RJ / Programa para Cálculo de Armaduras à Flexão e ao Cisalhamento de Vigas de Concreto Armado, de Acordo com a NBR 6118:2014, e Análise Comparativa dos Resultados com os Obtidos Através do Emprego da NBR 6118:2003

Leia mais

Universidade Federal de Pelotas Centro de Engenharias. Resistência dos Materiais I. Capítulo 6 Flexão

Universidade Federal de Pelotas Centro de Engenharias. Resistência dos Materiais I. Capítulo 6 Flexão Capítulo 6 Flexão 6.1 Deformação por flexão de um elemento reto A seção transversal de uma viga reta permanece plana quando a viga se deforma por flexão. Isso provoca uma tensão de tração de um lado da

Leia mais

Curso de Dimensionamento de Estruturas de Aço EAD - CBCA. Módulo2. Parte 2

Curso de Dimensionamento de Estruturas de Aço EAD - CBCA. Módulo2. Parte 2 Curso de Dimensionamento de Estruturas de Aço EAD - CBCA Módulo2 Parte 2 Sumário Módulo 2 : 2ª Parte Dimensionamento de um Mezanino Estruturado em Aço 1º Estudo de Caso Mezanino página 3 1. Cálculo da

Leia mais