TROCAS GASOSAS NA CULTURA DO TOMATE SOB FREQUÊNCIA DE IRRIGAÇÃO
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- Antônia Avelar Farinha
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1 TROCAS GASOSAS NA CULTURA DO TOMATE SOB FREQUÊNCIA DE IRRIGAÇÃO M. de O. Rebouças Neto 1 ; G. G. Sousa 2 ; B. M. de Azevedo 3 ; C. F. de Lacerda 3 ; M. L. dos S. Silva 4 ; R. H. de Lima 4 RESUMO: O objetivo desse trabalho foi avaliar a caracterização física de frutos de tomate em função da frequência de irrigação. O delineamento utilizado no experimento foi o de blocos ao acaso, composto por 4 tratamentos de frequência de irrigação e 4 repetições, sendo os tratamentos irrigado a cada 2, 3, 4 e 5 dias de intervalos. As irrigações efetuadas nesse experimento foram com base na evapotranspiração de referência (ETo) obtida pela metodologia de Penman-Monteith. Aos 45 dias após o transplantio (DAT) antes e 48 DAT depois da irrigação foram obtidas as seguintes variáveis: taxa fotossintética líquida (A μmol. CO 2 m -2 s -1 ), taxa de transpiração (E mol H 2 O m -2 s -1 ) e condutância estomática (gs mmol H 2 O m -2 s -1 ) em folhas completamente expandidas, utilizando-se um analisador de gás no infravermelho. De posse dos resultados da ANOVA, conclui-se que a fotossíntese, transpiração foliar e condutância estomática da cultura do tomate mostraram uma clara relação decrescente quando se aumentava o intervalo de irrigação. O uso de estratégias de irrigação, que permitam uma boa disponibilidade hídrica para a planta pode permitir um bom desenvolvimento da cultura. PALAVRAS-CHAVE: Lycopersicon esculentum Mill, Fisiologia, turno de rega GAS EXCHANGE IN TOMATO CROP IN FREQUENCY OF IRRIGATION ABSTRACT: This work was aimed at evaluating the set of physical characteristics of the tomato fruit as a function of irrigation frequency. The design used in the experiment was that of randomized blocks, with four irrigation frequency treatments (respectively, irrigation every 2, 3, 4 and 5 days) and 4 replications. Irrigations in this experiment were based on the reference evapotranspiration (ETo) obtained by the Penman-Monteith method. At 45 days after transplanting (DAT) before and 48 DAT after irrigation were the following variables: Net photosynthetic rate (A μmol. CO 2 m -2 s -1 ), transpiration rate (E mol H 2 O m -2 s -1 ) and stomatal conductance (gs mmol H 2 O m -2 s -1 ) in fully expanded leaves, using an infrared gas analyzer. With the results of the ANOVA, it is concluded that the photosynthesis, stomatal conductance 1 Eng. Agrônomo, Doutorando em irrigação e drenagem,universidade Federal do Ceará, Fortaleza, Caixa postal: , CEP: , Fortaleza, CE. Fone (85) , agromario@gmail.com 2 Eng. Agrônomo, Bolsista PNPD na Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE, sousasolosgeo@hotmail.com 3 Eng. Agrônomo, Prof. Dr, Depto. Engenharia Agrícola, DENA/UFC, Fortaleza, CE, benitoazevedo@hotmail.com; cfeitosa@ufc.br 4 Graduanda em Agronomia, Bolsista Pibic, Depto. Engenharia Agrícola, DENA/UFC, Fortaleza, CE, lilian.ufc@hotmail.com; rodrigolima@agronomo.eng.br
2 and leaf transpiration of the culture of tomato demonstrated a clear decreasing when increasing the rande of irrigation. The use of irrigation strategies, allowing a good water supply for the plant can ensure the proper delevolopment of culture. Keywords: Lycopersicon esculentum Mill, Physiology, Irrigation frequency INTRODUÇÃO As hortaliças têm, em geral, seu desenvolvimento intensamente influenciado pelas condições de umidade do solo. A deficiência de água é, normalmente, o fator mais limitante a obtenção de produtividades elevadas e produtos de boa qualidade, mas o excesso também pode ser prejudicial. A reposição de água ao solo por irrigação, na quantidade e no momento oportuno, e decisivo para o sucesso da horticultura (Marouelli et al., 1996). A cultura de tomate ( Lycopersicon esculentum Mill.) é uma das mais exigentes em água e à adoção de estratégias de manejo da irrigação pode resultar em uma economia significativa de água na irrigação. No entanto, estudos detalhados sobre o características fisiologicas do cultivo a campo do tomate sob diferentes disponibilidades de água no solo ainda são poucos investigados. Portanto, estudos detalhados das características fisiologicas da cultura do tomate, em diferentes locais e épocas são necessários, para definir um comportamento geral da cultura e a resposta da mesma sob diferentes disponibilidades de água no solo ( SCHOLBERG et al ). Segundo esses autores, a variabilidade dos parâmetros meteorológicos durante o verão (temperatura do ar e RH) determina uma alta variabilidade na trocas gasosas entre as plantas e a atmosfera, sendo necessário saber como transpiração foliar e condutância estomática dependem das condições climáticas. O objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento fisiológico da cultura do tomate sob diferentes frequência de irrigação. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido na área experimental da Estação Agrometeorológica, pertencente ao Departamento de Engenharia Agrícola, da Universidade Federal do Ceará, localizado no Campus do Pici, em Fortaleza (3 44 S; W). Segundo a classificação de Köppen, a área do experimento está localizada numa região de clima Aw. O solo da área experimental é classificado, como Argissolo Vermelho-Amarelo de textura areia franca (EMBRAPA, 2006). No experimento utilizou-se a cultura do tomate (Lycopersicon esculentum) hibrido dominador de crescimento indeterminado. O preparo das mudas ocorreu em bandeja de isopor de 128 células, onde foram transplantadas para o campo aos 28 dias após a germinação (DAG). O delineamento utilizado no experimento foi o de blocos ao acaso, composto por 4 tratamentos de frequência de irrigação, sendo os tratamentos F1, F2, F3 e F4 irrigado a cada 2, 3, 4 e 5 dias de intervalos respectivamente. As irrigações efetuadas nesse experimento foram com base na evapotranspiração de referência (ETo) obtida pela metodologia de Penman-Monteith (PM), onde cada tratamento recebia a lâmina acumulada no período. Todos os tratamentos foram iniciados 14 dias após o transplantio (DAT). Aos 45 DAT antes e 48 DAT depois da irrigação foram obtidas as seguintes variáveis: taxa
3 fotossintética líquida (A μmol. CO 2 m -2 s -1 ), taxa de transpiração (E mol H 2 O m -2 s -1 ) e condutância estomática (gs mmol H 2 O m -2 s -1 ) em folhas completamente expandidas, utilizando-se um analisador de gás no infravermelho (LCi System, ADC, Hoddesdon, UK), em sistema aberto, com fluxo de ar de 300 ml min-1. As medições das trocas gasosas ocorreram sempre entre 10:00 e 11:00 h, utilizando-se fonte de radiação artificial (cerca de 1200 μmol m -2 s -1 ). RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise de variância apresentada na Tabela 1 mostrou que as frequências de irrigação influenciaram na taxa fotossintética líquida (A), condutância estomática (gs) antes e depois da irrigação. Já para a transpiração (E) houve influência apenas após a irrigação nas plantas de tomate ao nível de significância de 5% pelo teste F, não havendo diferença significativa para E antes da irrigação. Na Figura 1A pode-se observa que a A mostrou uma tendência decrescente de forma linear em função da reposição de água no solo antes e após a aplicação das frequências de irrigação, isso ocorreu com todos os tratamentos F1, F2, F3 e F4. Lima et al. (2003) analisando as trocas gasosas e estresse hídrico em eucalipto sob diferentes regimes de irrigação, observaram que o déficit hídrico promoveu a redução dos valores da fotossíntese, condutância estomática, transpiração de todos os clones. Já na gs (Figura1B), os valores antes da irrigação mostrou uma redução a medida que se aumentou o estresse hídrico, após a irrigação os valores de gs foram inferiores aos antes da irrigação mostrando dessa forma que a planta necessita de um determinado tempo para recuperar sua funções fisiologicas após ter sofrido um curto ou longo estresse hidrico. Patané (2011) testando alguns niveis de déficit hídrico em duas regiões do semiárido do mediterrâneo na cultura do tomate encontrou valores decrescentes da gs em função do déficit hídrico. Torrecillas et al. (1995) constataram que plantas de tomate domesticados (L. esculentum ) e selvagem (L. pennellii), apresentaram uma redução em gs em plantas sobre déficit hídrico. De acordo com a (Figura1C) a transpiração foliar decresceu linearmente após a reposição de água através das diferentes freqüências de irrigação. Patané (2011) analisando a E, e observou que ao iniciar os tratamentos com déficit hídrico, registrou valores decrescentes sobre os regimes de maior déficit hídrico. Para Larcher (2004), mais de 90% da água absorvida pela planta pode ser consumida pela transpiração, ocorrendo em qualquer parte do organismo vegetal acima solo, sendo no caso as folhas as principais responsáveis. A transpiração nas folhas acontece através da perda de água da superfície das células do mesófilo, principalmente, através dos estômatos, cutícula, e em menor extensão, através das lenticelas e da casca. CONCLUSÕES A fotossíntese, transpiração foliar e condutância estomática da cultura do tomate mostraram uma clara relação decrescente quando se aumentava o intervalo de irrigação. O uso de estratégias de irrigação, que permitam uma boa disponibilidade hídrica para a planta pode permitir um bom desenvolvimento da cultura.
4 RFERÊNCIAS BHATTARAI, S. P.; MIDMORE, D. J. MIDMORE. Influence of soil moisture on yield and quality of tomato on a heavy clay soil. Acta Hortic. 694, , EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (EMBRAPA). Manual de métodos de análise de solo. 2. Ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, p. LARCHER, W. Ecofiosiologia Vegetal. São Carlos: Rima, 531p MACHADO, R. M. A.; OLIVEIRA, M. R. G. Tomato root distribution, yield and fruit quality under different subsurface drip irrigation regimes and depths. Irrigation Sci. 24, 15 24, MAROUELLI, W. A.; SILVA, W. L. C. Water tension thresholds for processing tomatoes under drip irrigation in Central Brazil. Irrigation Sci. 25, , MAROUELLI, W.A.; SILVA, W.L.C.; SILVA, H.R. Manejo da irrigação em hortaliças. 5 ed., Brasilia:EMBRAPA, p. PATANÉ, M. C. Leaf area index, leaf transpiration and stomatal conductance as affected by soil water deficit and VPD in processing Tomato in semi arid Mediterranean climate. Journal of Agronomy and Crop Science. 197, , SCHOLBERG, J.; MCNEAL, B. L.; JONES, J. W.; BOOTE, K. J.; STANLEY, C. D.; OBREZA, T. A. Growth and canopy characteristics of field-grown tomato. Agron. J. 92, , Figura1- Valores de taxa de fotossíntese líquida (A), condutância estomática (B) e transpiração (C) de plantas de tomate, antes ( ) e depois ( ) da irrigação
5 Tabela1- Resumo da análise de variância para taxa fotossintética líquida (A), transpiração (E) e condutância estomática (gs), de plantas do tomate em função da reposição de água no solo aplicada antes e após a aplicação das frequências de irrigação, Fortaleza, 2011 F.V Quadrado médio antes da irrigação G.L A (μmol. CO 2 m -2 s -1 ) E (mol H 2 O m -2 s -1 ) gs (mol H 2 O m -2 s -1 ) Blocos 3 1,73175 ns 0,28783 ns 0,00036 ns Tratamentos 3 11,65104** 0,56468 ns 0,00309** Residuos 9 0, , ,00033 Total CV(%) 9,72 14,88 16,9 F.V Quadrado médio depois da irrigação G.L A (μmol. CO 2 m -2 s -1 ) E (mol H 2 O m -2 s -1 ) gs (mol H 2 O m -2 s -1 ) Blocos 3 0,46089 ns 0,12249 ns 0,00004 ns Tratamentos 3 19,94039** 3,55216** 0,00106** Residuos 9 0, , ,00003 Total CV(%) 5,24 21,34 7,37
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