PRESIDENTE PRUDENTE, em que é apelante FAZENDA DO ESTADO DE. SÃO PAULO sendo apelada MARILENE ALVES:
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- Giovanni Castilhos Valgueiro
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1 TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA ACÓRDÃO. REG STRADO(A)SOBN Vistos, relatados e discutidos estes autos de APELAÇÃO CÍVEL COM REVISÃO n /7-00, da Comarca de PRESIDENTE PRUDENTE, em que é apelante FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO sendo apelada MARILENE ALVES: ACORDAM, em Sétima Câmara "C" de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "NEGARAM PROVIMENTO AO RECURSO, V.U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores WALTER SWENSSON (Presidente, sem voto), OLAVO SÁ e ALÉSSIO GONÇALVES. São Paulo, 01 de dezembro de RONALDO FRIGINI Relator
2 VOTO N : 924 Ap. Cível n /7-00- Presidente Prudente - 1 a Vara Apelante: Apelada: FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO MARILENE ALVES MEDICAMENTO - SAÚDE PUBLICA - DOENÇA GRAVE (NEOPLASIA DE OVÁRIO) FORNECIMENTO - HIPOSSUFICIENTE E IDOSO - OBRIGATORIEDADE DO PODER PÚBLICO - ARTS. 5 o, 6, 196 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ART. 219 DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO E ESTATUTO DO IDOSO (LEI /03) - PRECEDENTES - RECURSO DESPROVIDO. Cabe a concessão da ordem para que o Estado forneça medicamento a hipossuficiente que se encontra em tratamento de doença grave, pois cuidar da saúde é dever dos três entes estatais, nos termos dos arts 23, II, e 196, da Constituição Federal, de sorte que não há ingerência do Poder Judiciário sobre o Poder Executivo quando determina o fornecimento de medicamento para tratamento de doença grave a reclamar cuidado de urgência Trata-se de apelação interposta pela Fazenda do Estado de São Paulo, contra a r sentença de fls. 67/72 que, em mandado de segurança, determinou o fornecimento de medicamento para tratamento de Neoplasia de ovário. Busca a inversão do julgamento visto que o fornecimento de complemento alimentar não está contemplado na dispensação medicamentosa, sendo, portanto, ilegal a pretensão. Ademais, não há obrigação de fornecimento de medicamento de forma solidária individualizada, haja vista que o art. 196 contempla a necessidade de políticas sociais e econômicas e não o mero fornecimento de remédios. Por outro lado, há nítida violação ao princípio da separação dos poderes. Ap Civ / Presidente Prudente - 1 a Vara Cível
3 A impetrante ofertou contra-razões. desprovimento do recurso. O Ministério Público opinou pelo Recurso bem processado. mais, o constante da sentença. É o quanto basta ao relatório, adotado, no VOTO pois deu ao caso a correta solução. A decisão de primeiro grau merece subsistir O amparo à saúde previsto constitucionalmente abarca todos os entes públicos, os quais devem ser considerados solidários no desenvolvimento dos programas em benefício dos cidadãos, sem qualquer postura retrataria por conta de obstáculos orçamentários até porque nem a falta de recurso ou o alto custo do tratamento exonera o Poder Público, que deve buscar meios, adotando as providências necessárias ao atendimento reclamado. Quando a norma constitucional assegura o direito à saúde a todos os cidadãos não faz qualquer distinção acerca de qual ente público deverá realizar o fornecimento. Se é certo que o Poder Público há de engendrar políticas tendentes a atender a todos que necessitam do apoio oficial para conseguir tratamento adequado para seus males, não é menos correto afirmar que a quem for determinado o atendimento deve providenciar, na administração interna dos programa^de saúde e a quem de direito, a Ap Civ / Presidente Prudente - 1 a Vara Cível
4 3 requisição do medicamento e/ou insumo caso ele não seja contemplado especificamente na sua alçada orçamentária Ademais, consoante já se decidiu, a responsabilidade pela prestação dos serviços de saúde é compartilhada por todos os entes políticos, haja vista que o direito à saúde rege-se pelos princípios da universalidade e da igualdade de acesso às ações e serviços que a promovam, protegem e recuperam (TJSP, 11 a Câm. De Dir. Púb., Ap /4-00, j , rei. Des. Francisco Vicente Rossi). A impetrante é acometida de Neoplasia de ovário e, porque hipossuficiente, deve merecer o amparo oficial. Assim, é obrigação do Estado o fornecimento do necessário ao controle da doença A responsabilidade estatal não se dá por conta de tratamento diferenciado e/ou individualizado, mas como conseqüente obediência ao disposto no artigo 1 o, inciso III da Constituição Federal, segundo o qual a República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:...iii- a dignidade da pessoa humana. E para a concretização desse mister, faz-se necessário o desenvolvimento de mecanismos tendentes a, ao menos, minorar a situação aflitiva em que se encontram milhares de milhares de pessoas, sempre à mercê de um cuidado deficiente em relação à saúde pública. Bem por isso, não se pode falar em ingerência do poder judiciário na gestão de outra instituição, mas de fazer presente o cumprimento de preceito legal consignado na Constituição Federal. i Ap Cív / Presidente Prudente - 1 a Vara Cível
5 4 A propósito, insere-se no art. 6 o da Constituição Federal o direito de acesso à saúde, como predicado básico socialmente considerado, mas não se há de perder de vista que o direito de fruição pode ser retirado do art. 5 o da Carta de Ordem, no pertinente a inviolabilidade do direito à vida que não deve ser interpretado unicamente na mantença da proteção especificada nos variados incisos, mas sobreleva interpretá-lo como vida saudável. Eis, pois, o princípio violado, a respeito do qual, com fundamento em CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma qualquer. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos. É a mais grave forma de ilegalidade e ou de inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio atingido, porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais, contumélia irremissível a seu arcabouço lógico e corrosão de sua estrutura mestra. Isto porque, com ofendêlo, abatem-se as vigas que o sustem e alui-se toda a estrutura nelas esforçada (República e Constituição, 2 a Ed., São Paulo, Malheiros, 2001, p. 772). E neste contexto o art. 196 do mesmo diploma é categórico: a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Destarte, quando se verifica - e tal é o caso dos autos - que o Estado (independentemente de qual seja o ente federativo) apenas traduz argumentos quanto ao amparo universal e igualitário, mas concretamente não cumpre eficazmente seu papel, pois são conhecidas de forma pública e notória as dificuldades/9ara o interessado conseguir o acesso Ap Cív /7-00-Presidente Prudente-1 a Vara Cível
6 5 ao sistema de forma rápida, pondo em risco sua integridade física, ao Judiciário incumbe conceder o pleito, de modo a obrigar o cumprimento da ordem constitucional. Questões relativas à padronização de medicamentos ou cadastro classificatório dos pacientes mais necessitados não podem servir de óbice ao fornecimento de medicação, em casos de urgência, haja vista que o direito à saúde é constitucionalmente garantido (artigo 6 o, 196 e 197, todos da Constituição Federal e 219 da Constituição do Estado). Ademais, é bem de ver ser assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde - SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos (art. 15, Lei , de Estatuto do Idoso), daí porque incumbe ao Poder Público fornecer aos idosos, gratuitamente, medicamentos, especialmente os de uso continuado, assim como próteses, órteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou reabilitação ( 2 o ). Adiante-se serem infindáveis os casos em que, como aqui, houve necessidade da interferência judicial. Exemplificativamente, confiram-se: MANDADO DE SEGURANÇA - Liminar - A pessoa hipossuficiente portadora de doença grave faz jus à obtenção gratuita de medicamentos, instrumentos e materiais de auto-aplicação e autocontrole junto ao Poder Público - Concorrência dos requisitos da relevância dos fundamentos invocados na impetração e plausividade de risco de ineficácia da medida caso esta venha a ser concedida somente a final (art. 7 o, II, da Lei n 1.533/51 - Decisão reformada - Liminar concedida com prestação de contas - Ap Cw / Presidente Plrudente - 1 a Vara Cível
7 6 Agravo provido (TJSP, Al /6-00, 9 a Câm. Dir. Púb, j , v.u., rei. Des. Décio Notarangeli). Nesse acórdão ressaltou-se que: diante da negativa/omissão do Estado em prestar atendimento à população carente, que não possui meios para a compra de medicamentos necessários à sua sobrevivência, a jurisprudência vem se fortalecendo no sentido de emitir preceitos pelos quais os necessitados podem alcançar o benefício almejado (STF, AG n /RS, rei. Min Marco Aurélio, DJ 11/05/99; STJ, REsp /PR, Rei. Min. José Delgado, DJ 26/06/2000), para a final concluir que é "imprescindível interpretar a lei de forma mais humana, teleológica, em que princípios de ordem ético-jurídica conduzam ao único desfecho justo: decidir pela preservação da vida", não sendo possível apegar-se "de forma rígida, à letra fria da lei, e sim, considerá-la com temperamentos, tendo-se em vista a intenção do legislador, mormente perante preceitos maiores insculpidos na Carta Magna garantidores do direito à saúde, à vida e à dignidade humana, devendo-se ressaltar o atendimento das necessidades básicas dos cidadãos" (STJ, 1 a Turma, RMS n 11.1'83/PR, Rei. Min. José Delgado, j. 22/08/00, DJU 04/09/00). MANDADO DE SEGURANÇA FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO - CABIMENTO - ARTS. 23, II, E 196, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - RECURSOS IMPROVIDOS. Cabe a concessão da ordem para que o Estado forneça medicamento a hipossuficiente que se encontra em tratamento de doença grave, pois cuidar da saúde é dever dos três entes estatais, nos termos dos arts. 23, II, e 196, da Constituição Federal (TJSP, 4 a Câm. Dir. Púb., Ap /7-00, j , v.u., rei. Des Thales do Amaral). MANDADO DE SEGURANÇA - SAÚDE - _ - r - - Ap Civ / Presidente Prudente - 1 a Vara Cível
8 7 NECESSITADO QUE NÃO DISPÕE DE MEIOS PARA AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS AO ATRATAMENTO DE DOENÇA GRAVE, EM RAZÃO DO ELEVADO CUSTO - DEVER INTRANSFERÍVEL DO ESTADO EM FORNECER-LHE GRATUITAMENTE TAIS REMÉDIOS, DE FORMA REGULAR E CONSTANTE, DURANTE TODO O PERÍODO DE TRATAMENTO - EXEGESSE DO ART. 196, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E DOS ARTS. 219, 220 E 223 DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL - PRELIMINARES REJEITADAS - RECURSOS AOS QUAIS SE NEGA PROVIMENTO (TJSP, 1 a Câm Dir. Púb., Ap /6-00, j , v.u., rei. Desa. Regina Capistrano). MANDADO DE SEGURANÇA - SAÚDE PÚBLICA - FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS GRATUITOS - NECESSITADO QUE NÃO DISPÕE DE MEIOS PARA AQUISIÇÃO DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS AO TRATAMENTO DE DOENÇA GRAVE, EM RAZÃO DO ELEVADO CUSTO - DEVER INTRANSFERÍVEL DO ESTADO EM FORNECER-LHE GRATUITAMENTE TAIS REMÉDIOS, DE FORMA REGULAR E CONSTANTE, DURANTE TODO O PERÍODO DE TRATAMENTO - EXEGESE DO ART. 196, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, E DOS ARTS. 219, 220 E 223 DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL - PRELIMINAR REJEITADA - RECURSOS AOS QUAIS SE NEGA PROVIMENTO (TJSP, 1 a Câm. Dir. Púb., Ap /2-00, j , v.u., rei. Des Regina Capistrano). MEDICAMENTOS - FORNECIMENTO PELO PODER PÚBLICO - ART. 196 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - ADMISSIBILIDADE, SOB PENA DE O PODER PÚBLICO, FRAUDANDO JUSTAS EXPECTATIVAS NELE DEPOSITADAS PELA COLETIVIDADE, SUBSTITUIR, DE MANEIRA ILEGÍTIMA, O CUMPRIMENTO DE SEU DEVER (TJSP, 11 a Câm. Dir. Púb.J monocr , rei. Des Pires de Araújo). Ap Civ /7-00-Presidente Prudente-1 a Vara Cível
9 8 DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Mandado de segurança - Idosa - Linfoma Não-Hodgkin - Fornecimento de mabthera, remédio indispensável para tratamento de Linfoma Não-hodgkin (câncer medular). Grave enfermidade de que está acometida a autora e que pode acarretar seu óbito, se esse medicamento destinado ao controle da moléstia, não lhe for ministrado - Inteligência da Lei n , de , art. 15, caput, e seu 2 o - Recurso voluntário e oficial desprovidos (TJSP, 5 a Câm. Dir. Púb., Ap /9-00, j , v u, rei. Des. Xavier de Aquino). De resto, atente-se para a jurisprudência mais recente da Colenda Suprema Corte sobre a matéria, nos termos do seguinte precedente: PACIENTES COM ESQUIZOFRENIA PARANÒIDE E DOENÇA MANÍACO-DEPRESSIVA CRÔNICA, COM EPISÓDIOS DE TENTATIVA DE SUICÍDIO - PESSOAS DESTITUÍDAS DE RECURSOS FINANCEIROS - DIREITO À VIDA E À SAÚDE - NECESSIDADE IMPERIOSA DE SE PRESERVAR, POR RAZÕES DE CARÁTER ÉTICO- JURÍDICO, A INTEGRIDADE DESSE DIREITO ESSENCIAL - FORNECIMENTO GRATUITO DE MEDICAMENTOS INDISPENSÁVEIS EM FAVOR DE PESSOAS CARENTES - DEVER CONSTITUCIONAL DO ESTADO (CF, ARTS 5 o, CAPUT, E 196) - PRECEDENTES (STF) - ABUSO DO DIREITO DE RECORRER - IMPOSIÇÃO DE MULTA - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. O DIREITO Á SAÚDE REPRESENTA CONSEQÜÊNCIA CONSTITUCIONAL INDISSOCIÁVEL DO DIREITO À VIDA. O direito público subjetivo à saúde representa prerrogativa jurídica indisponível assegurada à generalidade das pessoas pela própria Constituição de República (art. 196). Traduz bem jurídico constitucionalmente tutelado, por cuja integridade deve velar, de maneira responsável, o Poder Público, a quem incumbe formular - e implementar - políticas sociais e econômicas idôneas que visem a garantir, aos cidadãos, o acesso/yniversal e igualitário à assistência Ap Civ /7-00-Presidente Prudente-1 a Vara Cível
10 9 farmacêutica e médico-hospitalar. O direito à saúde - além de qualificar-se como direito fundamental que assiste a todas as pessoas - representa conseqüência constitucional indissociável do direito à vida. O Poder Público, qualquer que seja a esfera institucional de sua atuação no plano da organização federativa brasileira, não pode mostrar-se indiferente ao problema da saúde da população, sob pena de incidir, ainda que por censurável omissão, em grave comportamento inconstitucional. A INTERPRETAÇÃO DA NORMA PROGRAMÁTICA NÃO PODE TRANSFORMÁ-LA EM PROMESSA CONSTITUCIONAL INCONSEQÜENTE. O caráter programático da regra inscrita no art. 196 da Carta Política - que tem por destinatários todos os entes políticos que compõem, no plano institucional, a organização federativa do Estado brasileiro - não pode converter-se em promessa constitucional inconseqüente, sob pena de o Poder Público, fraudando justas expectativas nele depositadas pela coletividade, substituir, de maneira ilegítima, o cumprimento de seu impostergavel dever, por um gesto irresponsável de infidelidade governamental ao que determina a própria Lei Fundamental do Estado. DISTRIBUIÇÃO GRATUITA, A PESSOAS CARENTES, DE MEDICAMENTOS ESSENCIAIS À PRESERVAÇÃO DE SUA VIDA E/OU DE SUA SAÚDE. UM DEVER CONSTITUCIONAL QUE O ESTADO NÃO PODE DEIXAR DE CUMPRIR O reconhecimento judicial da validade jurídica de programas de distribuição gratuita de medicamentos a pessoas carentes dá efetividade a preceitos fundamentais da Constituição da República (arts. 59, caput, e 196) e representa, na concreção do seu alcance, um gesto reverente e solidário de apreço à vida e à saúde das pessoas, especialmente daquelas que nada têm e nada possuem, a não ser a consciência de sua própria humanidade e de sua essencial dignidade Precedentes do STF. MULTA E EXERCÍCIO ABUSIVO DO DIREITO DE RECORRER O abuso do direito de recorrer - por qualificar-se como prática incompatível com o postulado ético-jurídico da lealdade processual - constitui ato de litigância maliciosa repelido pelo ordenamento positivo, especialmente nos casos em qu&~a parte interpõe recurso com intuito Ap Cív /7-00-Presidente Prudente-1 a Vara Cível
11 10 evidentemente protelatório, hipótese em que se legitima a imposição de multa. A multa a que se refere o art. 557, 29, do CPC, possui função inibitória, pois visa a impedir o exercício abusivo do direito de recorrer e a obstar a indevida utilização do processo como instrumento de retardamento da solução junsdicional do conflito de interesses Precedentes (STF - RE-AgR n /RS, 2 a Turma, Rei. Min. Celso de Mello, j 12/12/06, DJU 02/02/07). provimento ao apelo. ( >v Diante do ^xposto, pelo meu voto, nego / / ' 1 / RONAkpOTRlGlNl '^^ELATOtr Ap Cív / Presidente Prudente - 1 a Vara Cível
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