Eleição presidencial e cenários de política econômica. Jul/2014
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- Flávio Covalski Gil
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2 Eleição presidencial e cenários de política econômica Jul/2014 rcortez@tendencias.com.br
3 Estrutura Introdução Avaliação de governo Cenário Eleitoral Cenários Econômicos Considerações Finais 3
4 Resumo Cenário político-eleitoral mostrou acomodação nos últimos levantamentos. O Planalto conseguiu minimizar perda de capital político. Governo tem ligeiro favoritismo (em queda) na corrida presidencial. Expectativa é de realização de segundo turno (independentemente do candidato governista) Favoritismo se confirma apenas com melhor da avaliação de governo ao longo da campanha. Efeito Copa é apenas o de evitar que Dilma se transformasse em lame duck. PSDB deve ir para o segundo turno, se fizer lição de casa. 4 Eleição de 2014 é cheve para cenário econômico
5 Capital Político O fim da era da bonança política. Crise econômica de 2008 gerou questionamento da classe política. 5
6 Cânones da Análise Política Políticos Profissionais Ordem Política Igualdade 6
7 Avaliação de governo Estabilidade na percepção do eleitorado sobre governo Dilma. Copa do Mundo evitou que a presidente se tornasse lame duck. Pressão inflacionária e crise política são fonte de risco para projeto de reeleição. 7 Fonte: Datafolha Elaboração: Tendências
8 Avaliação do governo Modelo de avaliação de governo é baseado na dinâmica do ICC. Projeção para o ICC responde à dinâmica inflacionária (índice de difusão) e ao mercado de trabalho. 0,90 Modelo de avaliação de governo 0,80 0,70 0,60 0,50 0,40 0,30 0,20 0,10 0,00 Projetado Realizado Cenário prospectivo representa riscos para projeto de reeleição da presidente. 8 Elaboração: Tendências
9 Avaliação de governo modelo Tendências Nossa expectativa é de estabilidade na avaliação positiva do governo. Quadro é resultado da dinâmica da confiança do consumidor. Risco, do ponto de vista da campanha eleitoral, é ausência do fato novo. Economia não ajuda o governo. Ligeira vantagem de Dilma baseado no efeito da campanha 9 Elaboração: Tendências
10 Cenário eleitoral Pesquisa espontânea mostra que preferência do eleitor não está cristalizada. Instabilidade macroeconômica e crise política reduziram capital político governista. 10 Fonte: DATAFOLHA Elaboração: Tendências
11 Cenário eleitoral Queda de Dilma ainda não foi mobilizada pela oposição em sua totalidade. Aécio se destaca no campo oposicionista. Fim da lua de mel com Campos. Recuperação marginal da presidente reflete retomada da agenda social. Grosso modo, estabilidade no cenário desde abril de Eleição mais incerta desde Fonte: DATAFOLHA Elaboração: Tendências
12 Razões para o segundo turno PT não deve conseguir vender fácil a continuidade na campanha. Principal preditor do voto é o posicionamento do eleitor em relação ao desempenho do governo. 12 Fonte: DATAFOLHA/Ibope Elaboração: Tendências
13 Imagem dos candidatos Baixa taxa de conhecimento explica relativamente fraco da oposição. Rejeição da presidente Dilma pode ser obstáculo para reeleição. 13 Fonte: DATAFOLHA Elaboração: Tendências
14 Cenário Eleitoral renda 14 Eleitores até cinco salários mínimos respondem por 67% do eleitorado total. 44% dos eleitores recebem até dois salários mínimos. Oposição precisa reforçar sua presença nesse grupo de eleitores. 14 Fonte: Datafolha. Elaboração: Tendências.
15 Cenário Eleitoral avaliação de governo 15 Fonte: Datafolha. Elaboração: Tendências.
16 Cenários polarizados Tendência é de realização de segundo turno. 16 Fonte: DATAFOLHA Elaboração: Tendências
17 Vencedores por estados Collor Brizola Lula 2002 FHC Lula 2006 FHC Lula 2010 Lula Serra Garotinho 17 Lula Alckmin Dilma Serra Marina
18 Geografia do voto Estado Diferença PT-PSDB (2010) Total Bahia Ceará Pernambuco Rio de Janeiro Minas Gerais Maranhão Amazonas Piauí Paraíba Rio Grande do Sul Rio Grande do Norte Pará Alagoas Tocantins Distrito Federal Sergipe Amapá Goiás Espírito Santo Mato Grosso Mato Grosso do Sul Rondonia Roraima Acre Santa Catarina Paraná São Paulo Em 2010, a vantagem de Dilma no 1º turno em relação ao PSDB foi bastante concentrada em alguns Estados. A maior parte (83%) dos 14 milhões de voto foi oriunda dos seguintes Estados: BA, CE, PE, RJ, MG e MA. Desgaste na base aliada é um dos fatores que justificam uma maior competitividade da eleição presidencial, em comparação com 2010.
19 Cenário Eleitoral votos válidos 19 Dinâmica do voto branco/nulo essencial para o resultado final. Olho nos nânicos! 19 Fonte: Datafolha. Elaboração Tendências.
20 Cenário Eleitoral A composição do segundo turno também é fonte de risco para a reeleição dilmista. O nome que enfrentar a presidente na segunda etapa da disputa afeta o resultado final. Contudo, Eduardo Campos, por ocupar uma posição mais central no espectro político, é um concorrente mais forte e tem chances significativas, em segundo turno. Segundo turno entre Aécio e Dilma 1º Turno 2º Turno Votos de Campos Segundo turno entre Campos e Dilma 1º Turno 2º Turno Votos de Aécio 20 Elaboração: Tendências
21 Cenário eleitoral 2º turno Perda de capital político de Dilma é mais evidente nas pesquisas de segundo turno. Grosso modo, Dilma não ganha apoio relevante na transição entre os turnos. Ganhos de Campos é bastante significativo. Dilma (+8); Aécio (+20); Campos (+30). 21 Fonte: DATAFOLHA Elaboração: Tendências
22 Geografia do voto 2º turno Estado Diferença Dilma-Serra (2º turno) Total BA PE CE MG RJ MA AM PI PB RN PA TO AL AP SE DF ES MT RO GO RR RS AC MS SC PR SP A dinâmica no segundo turno reforça ainda mais a concentração geográfica da liderança do PT em A vantagem de Dilma nos estados BA, CE, PE, RJ, MG e MA é 5% maior do que a obtida nacionalmente (5%). A provável diminuição da vantagem de Dilma em estados importantes (MG, PE e SP) podem romper o equilíbrio que foi favorável ao governo. 22
23 A lição de casa de Aécio Alckmin (horizontal) Serra (vertical) - %votos válidos por município Anastasia (horizontal) Serra (vertical) - %votos válidos por município O maior dilema da candidatura Aécio é unir Minas e São Paulo que respondem por cerca de 33% do eleitorado total. A eleição de 2010 mostrou forte associação entre a disputa para governador de São Paulo e a corrida presidencial. Cenário mineiro foi marcado por relativa dissociação entre as campanhas. Falta de candidato oriundo de São Paulo aumenta incerteza da disputa em Fonte: TSE Elaboração: Tendências
24 Distribuição do horário eleitoral Desempenho da economia brasileira não vai gerar sentimento de continuidade política junto ao eleitorado. Campanha dilmista precisa recuperar imagem da atual administração para confirmar ligeira vantagem. Atual patamar da avaliação de governo abre espaço para oposição. 24 Elaboração: Tendências
25 Avaliação de governo e campanha Polarização entre PT e PSDB consolidada. Governo inicia campanha com baixo capital político. Incerteza em relação ao PT contribuiu para melhora da avaliação do governo FHC. Confiança do consumidor ajudou campanha governista. 25 Fonte: DATAFOLHA Elaboração: Tendências
26 Avaliação de governo e campanha Campanha de 2006 deu origem a polarização em torno da agenda social. Polarização PT e PSDB. Ausência de terceira via competitiva (Cristovam Buarque). Campanha marcada pelo forte efeito da agenda política (mensalão). Recuperação da popularidade do governo relativamente descolada do ICC. 26 Fonte: DATAFOLHA Elaboração: Tendências
27 Economia Política modelo de análise Crescimento de longo prazo determinado pela qualidade das escolhas institucionais. Crescimento Econômico Poder Político Instituições Econômicas Distribuição de renda Desafio para o caso brasileiro é encontrar um equilíbrio de economia política que permita aumentar as taxas de crescimento econômico. Pressão eleitoral em torno da distribuição de renda dificulta modelo 27 Elaboração: Tendências
28 Crescimento e regime político Equilíbrio político no Brasil Em períodos democráticos, incentivos eleitorais dão maior peso à questão da redistribuição de renda. Pressão eleitoral em torno da distribuição de renda dificulta modelo voltado à expansão da economia. 28 Elaboração: Tendências
29 Perfil do eleitorado - comportamento Do ponto de vista do comportamento, diferenciação ideológica classificada em torno do eixo (liberal x conservado). Há analistas que utilizam o eixo (moderno x tradicional). Em relação aos valores, eleitorado brasileiro se posiciona no campo da centro-direita (49%). 29 Fonte: DATAFOLHA Elaboração: Tendências
30 Perfil do eleitorado - economia Do ponto de vista da economia, diferenciação ideológica classificada em torno do eixo (socialista X liberal). Nesses termos, socialdemocracia poderia ser tomada como o centro do continuum. Em relação à economia, eleitorado brasileiro se auto posiciona no campo da centroesquerda (46%). 30 Fonte: DATAFOLHA Elaboração: Tendências
31 Cenário Político influência do novo presidente Liderança presidencial tem impacto na condução macroeconômica. Incentivo para próximo governo é de mudança na política econômica. Dilma não deixa nenhum legado no campo econômico. 31 Elaboração: Tendências
32 Desenho dos cenários efeito político Prob. Cenários Dilma Oposição Prob. Condicional Dilma Oposição Otimista 25% 0% 25% 0% 56% Básico 50% 30% 20% 55% 44% Pessimista 25% 25% 0% 45% 0% Total 100% 55% 45% 100% 100% O resultado da eleição presidencial de 2014 é central para o entendimento da economia brasileira. Todavia, somente o resultado não é o suficiente para a materialização dos cenários. A probabilidade condicional dos cenário básico, sob Dilma, é de 55%. O cenário pessimista é de 45%. Nossa avaliação é que não existe possibilidade de cenário otimista com a continuidade do atual governo. Sob oposição a probabilidade do cenário otimista é de 56% de cenário otimista e 44%, para o cenário básico. Elaboração: Tendências 32
33 Eleição e percepção de risco Risco Lula Sem risco Rebaixamento do rating brasileiro sinaliza aumento dos constrangimentos para o próximo governo. Figura ajuda entender a razão de que terceiro mandato de Lula não seria um Lula I. 33 Fonte: Bloomberg Elaboração: Tendências
34 Cenário básico Teto da meta Administração cambial Instituições fiscais não preservadas Cenário básico é de manutenção do quadro em que governo minimiza os danos. Manutenção do quadro de ajustes pontuais. Quadro baseado em mudanças na equipe econômica. Tais mudanças não levariam à perda do grau de investimento. Ausência de reformas liberalizantes e continuidade do fechamento da economia. 34 Elaboração: Tendências
35 Cenário otimista ΣCONOMIЛ Metas de inflação Câmbio flutuante Responsabilidade fiscal 35 Elaboração: Tendências Retomada do tripé macroeconômico. Centro da meta é alvo da autoridade monetária. Governo reduz meta de inflação, tendo em vista a necessidade de choque de credibilidade. Mudança na composição da equipe econômica. Recrutamento de equipe com outra visão de mundo. Abertura comercial e liberalização econômica. Mudança na política do salário mínimo e das transferências sociais.
36 Cenário pessimista Rompimento do teto Desvalorização cambial desordenada Desonerações fiscais Cenário pessimista seria a retomada da nova matriz macroeconômica. Tal opção resultaria em crise de confiança na economia brasileira. Nesse cenário, haveria novo rebaixamento do rating brasileiro. Proteção cambial em substituição à proteção tarifária. Abertura econômica depreciaria câmbio. Meio termo entre administração do câmbio e câmbio flutuante 36 Elaboração: Tendências
37 Perspectivas para o próximo governo Razões para otimismo Instrumentos de política econômica se mostraram ineficientes. Mercado mais rigoroso na avaliação do Brasil. Espaço para experimentalismos é menor. Democracia brasileira é competitiva. Diminui alcance dos erros. Oposição sinaliza com mudanças na gestão macro Razões para pessimismo Espaço para pequenos assassinatos ainda é relevante. Pressão social e falta de consenso em torno dos rumos para o desenvolvimento dificultam reversão. Eventual reeleição de Dilma legitimaria modelo. Pouco espaço para agenda efetivamente liberal. 37
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