ESCOLA MAGNUS DOMINI

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1 ESCOLA MAGNUS DOMINI DO LIVRO PARA O CINEMA: COMPARAÇÃO DOS ELEMENTOS DA NARRATIVA PRESENTES NA OBRA HARRY POTTER E A PEDRA FILOSOFAL Ettore Araújo de Oliveira Vieira Gabriela Fitz do Nascimento Gabriela Semprebom Silvestrelli Ícaro Pierre Monteleone Rodrigues MARINGÁ 2016

2 1. INTRODUÇÃO A personagem Harry Potter e todas as suas aventuras vêm encantando e conquistando cada vez mais leitores ao redor do mundo. Já foi um dos livros mais vendidos, traduzido em mais de 60 línguas, fato decorrente, principalmente, da magia a qual a trama está cercada. Diante da imensa repercussão da série Harry Potter, da autora britânica, J.K Rowling, tanto no universo literário, como no cinematográfico, interessa-nos conhecer as variáveis que implicam na construção das personagens e do enredo quando ocorre o processo de adaptação de um livro para um filme. A partir do exposto, neste trabalho, analisaremos apenas o primeiro livro da série composta por oito obras, intitulada Harry Potter e a pedra filosofal. 2. TEORIA DOS ELEMENTOS DA NARRATIVA Toda narrativa estrutura-se sobre cinco elementos essenciais, sem os quais não pode existir. Sem os acontecimentos não se é possível contar uma estória. Quem vive os acontecimentos são as personagens, em tempos e espaços determinados. Por fim, é necessária a presença de um narrador elemento fundamental à narrativa uma vez que é ele que transmite a estória, fazendo a mediação entre esta e o ouvinte, leitor ou espectador. 2.1 Enredo Ao conjunto de acontecimentos que sucedem de modo ordenado em uma estória, dos quais participam as personagens, é dado o nome de ação, trama, intriga ou enredo. Para se entender a organização dos fatos no enredo, não basta observar que toda história tem começo, meio e fim; é preciso compreender o elemento estruturador: o conflito. Tomemos como exemplo as histórias infantis, conhecidas por todos; imaginemos Chapeuzinho Vermelho sem Lobo Mau, o Patinho Feio sem a feiura, a Cinderela sem a meia-noite; teríamos histórias sem graça, porque faltaria a elas o que lhes dá vida e movimento: o conflito.

3 Seja entre dois personagens, seja entre o personagem e o ambiente, o conflito possibilita ao leitor-ouvinte criar expectativa frente aos fatos do enredo. 2.2 Personagens A personagem é um ser fictício responsável pelo desempenho do enredo; em outras palavras, é quem faz a ação. Por mais real que pareça, é sempre invenção, mesmo quando se constata que determinados personagens têm por base pessoas reais. Trata-se de um ser que pertence a história e que, portanto, só existe como tal se participa efetivamente do enredo, isto é, se age ou fala. Se um determinado ser é mencionado na história por outros personagens, mas nada faz direta ou indiretamente, ou não interfere de modo algum no enredo, pode-se não o considerar personagem. Bichos, homens ou coisas, as personagens se definem no enredo pelo que fazem ou dizem, e pelo julgamento que fazem dela o narrador e as outros personagens. De acordo com essas diretrizes, podemos identificar-lhes as características, estejam elas condensados em trechos descritivos ou dispersos na história. 3. ENREDO DE HARRY POTTER E A PEDRA FILOSOFAL Um jato de luz verde, a única coisa que Harry se lembrava de seu passado. Foi deixado aos cuidados de seus tios, os Dursley, ainda bebê. Seus tios, porém, nunca lhes contaram a verdade sobre seu passado, fazendo, assim, Harry acreditar que perdeu seus pais em acidente de carro. Mas, logo sua verdadeira origem foi revelada. O menino foi deixado na porta dos Dursley, com um bilhete misterioso, dizendo quem ele era e como sobreviveu. Seus tios não tinham nada de estranho ou de sobrenatural e eram, simplesmente, humanos normais. Por isso, Harry cresceu sem saber sobre seu mundo bruxo. Além de não conhecer nada sobre seu passado, Harry era maltratado, obrigado a fazer serviços domésticos e aguentar as provocações do filho dos Dursley, Duda.

4 Harry Potter cresceu como qualquer garoto da sua idade, levando uma rotina normal, exceto por alguns pequenos detalhes, como as coisas que ele fazia com pessoas que o chateavam, mesmo que sem querer. Contudo, ele não compreendia o porquê desses acontecimentos. Não sabia que existia uma grande história por trás de tudo isso. Um dia, para mudar essa situação, Harry recebeu uma carta. Ele nunca recebia qualquer tipo de correspondência, mas não teve nem chance de ler, pois seus tios não permitiam. Mas os dias foram passando, e mais e mais cartas, como aquela, chegavam à casa deles. Harry tentava ler uma delas, mas seus tios sempre estavam por perto para impedi-lo. Quando a casa já estava cheia de cartas, tio Válter não aguentou mais e levou Harry e os outros para um local afastado, para que não fossem mais perturbados. Por fim, Harry se viu preso junto com os Dursley. Esta havia sido a última das esperanças do tio para que as cartas parassem de chegar. Mas, naquela noite, o casebre se estremeceu. Alguém batia na porta, querendo entrar. Todos se assustaram e, de repente, surge, diante, deles, um homem gigantesco. Mesmo um pouco aterrorizado com o homem, Harry acabou descobrindo como ele havia sido enganado a vida inteira. Hagrid, o gigante, contou-lhe sua verdadeira origem, quem era e como acabou nas mãos dos Dursley. E, justamente, no seu aniversário de 11 anos, descobriu que havia derrotado o bruxo das trevas mais poderoso de todos os tempos, mesmo sem se lembrar de nada. Harry Potter era um bruxo, mal sabia que era muito famoso no mundo da magia. E, como tal, deveria ser educado em uma escola de bruxos. Por fim, o gigante Hagrid leva-o para a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, onde Harry, além de aprender poções e feitiços, iria conhecer Hermione e Rony, descobrir muitos outros mistérios os quais rondavam a sua história e salvar o mundo mágico da terrível volta de um bruxo das trevas poderoso Voldemort.

5 4. DIFERENÇAS ENTRE A OBRA LITERÁRIA E A OBRA CINEMATOGRÁFICA DO PONTO DE VISTA DO ENREDO No filme, há algumas cenas que estão diferentes das cenas descritas na obra literária; algumas delas, por exemplo, nem existem no livro. O livro começa contando a rotina dos Dursley, uma família que se orgulhava em dizer que eram perfeitamente normais, porém, na sua adaptação começa para o cinema, a história começa com a professora MacGonagall observando os Dursley. No início da obra impressa, no aniversário de Duda, o primo do Harry, eles vão a um zoológico com o melhor amigo do Duda, Pedro, e os tios de Harry Potter discutem muitas maneiras de não terem que levar o menino para o zoológico. No filme, a passagem da cena é bem rápida e esse amigo, Pedro, não existe. Nela, o tio Valter apenas fala para Harry não aprontar nada. Outra questão é que no livro quando Harry começa a receber muitas cartas de Hogwarts, tio Valter resolve fugir para um casebre na praia. Já no filme, eles vão a um casebre em uma ilha. Na obra, Hagrid chega ao casebre e leva Harry apenas de manhã e, no filme, ele leva Harry ainda à noite. Além disso, no final do filme, Harry, Hermione e Rony têm de passar por alguns desafios que provam a esperteza e a habilidade de cada um. Eles enfrentam um Cachorro de 3 Cabeças, Visgo do Diabo, Chaves Voadoras e o Xadrez Mágico. Contudo, no livro, existe mais um desafio. É o desafio das Poções, em que algumas delas estão sobre uma mesa e uma lista de informações as acompanha. A porta para a saída desse enigma está pegando fogo e a única maneira de passar por ela é tomando a poção certa. Hermione, usando sua grande inteligência, descobre qual é a poção correta e a entrega para Harry, que passa sozinho pela porta. Com relação à plataforma pela qual Harry vai à nova escola, também há divergências. No filme, é Hagrid quem leva Harry à plataforma 9 ¾ e, na obra impressa, o tio Valter é quem o guia. No livro, Harry conhece Draco Malfoy no beco diagonal, já no filme, eles só se conhecem em Hogwarts. E também, no livro, quando Harry está conversando sobre os sapos de chocolate com Rony Weasley eles mencionam Nicolau Flamel, mas, no filme, eles o mencionam bem mais tarde.

6 Além disso, quando os novos alunos chegam a Hogwarts, MacGonagall afirma que eles terão um teste e todos ficam desesperados, por um momento, até saberem do que realmente se trata o chapéu seletor. Harry é o último a passar pelo chapéu. Quando Harry ganha a Nimbus 2000, no filme, ele logo abre-a na frente de todos, com a ajuda de Rony e Hermione, já, no livro, é feito o maior suspense e ele demora bastante para, finalmente, abri-la. Outra cena que sofreu alteração foi quando a vassoura de Harry é azarada. No livro, há uma preocupação com o Harry, Jorge e Fred (irmãos de Rony) tentam ajudá-lo, chegando próximo a ele e, depois, por ficarem voando em baixo dele, para que, se ele caísse, conseguissem pegá-lo. Enquanto no filme, o jogo continua acontecendo, o professor Snape tenta desenfeitiçar a vassoura e, Hermione, achando que era ele quem estava enfeitiçando-a, coloca fogo na capa do professor. 5. ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE AS PERSONAGENS DA HISTÓRIA No livro, Harry Potter é descrito como um garoto bem magro, desengonçado e com os cabelos bagunçados, diferente do filme, em que ele sempre tem o cabelo arrumadinho e não é nada desengonçado. Hermione é muito menos controladora no livro do que no filme faz parecer. A personagem do filme é bem diferente da menina com dentes grandes de cabelo armado. Quanto ao Roni, não localizamos diferenças entre o livro e o filme. No livro, Alvo Dumbledore é bem alto e magro. Seu nariz chamava atenção por ser grande e torto, e a parte mais interessante é a de que sua barba era tão enorme que ele a prendia em volta da cintura. Já no filme, ela fica solta ou com tranças. Na obra cinematográfica, a Professora Mcgonagall tem os cabelos grisalhos e é totalmente querida. Em alguns momentos, ela é severa. Já no livro, Macgonagall é morena e bem mais severa e parece ser bem mais chata. 6. CONCLUSÃO

7 Observamos, com esta pesquisa, que as coisas realmente mudam ao passar de uma obra literária a uma obra cinematográfica, e que, nem sempre, irão retratar a mesma história com as mesmas características das personagens. No caso de Harry Potter e a pedra filosofal, a obra cinematográfica acaba mudando o final da história. REFERÊNCIAS GANCHO, Cândida V. Como analisar narrativas. Editora Ática: ROWLLING, Joanne K. Harry Potter e a pedra filosofal. Editora: Rocco, 2015.