TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica
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- Maria de Belem Fragoso Ximenes
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1 TRABALHOS TÉCNICOS Divisão Jurídica COMÉRCIO EXTERIOR INFORMAÇÕES GERAIS ORIUNDAS DA SECRETARIA DO COMÉRCIO EXTERIOR DO MINISTÉRIO DO DESENVOLVI- MENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR Dagmar Maria de Sant Anna Advogada As presentes informações, a título de ilustração, derivam do fato de a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) ocupar assento no Comitê Temático de Comércio Exterior, do Fórum das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior (MDIC), onde são levadas informações, as mais diversas, sobre o Comércio Exterior, no Brasil e no mundo; informações essas prestadas através de Representantes da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), do MDIC, que, através do Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX), presta essas informações, como pioneira no que faz... HISTÓRICO DO COMÉRCIO EXTERIOR (Secex) e OUTRAS INFORMAÇÕES O início da década 90 foi marcado pela abertura da economia brasileira e pela desregulamentação do comércio exterior nacional, como resposta ao processo acelerado de globalização da economia mundial e às mudanças decorrentes da revolução tecnológica, em contraponto ao esgotamento do modelo de política econômica comercial protecionista e de substituição de importações até então vigente no País. A liberalização comercial foi o principal elemento de uma nova política de comércio exterior direcionada para a retomada do desenvolvimento econômico sob um ambiente de competição, como forma de as empresas nacionais se capacitarem em padrões de qualidade internacional. No âmbito da administração do comércio exterior, importantes mudanças também o- correram, com a criação do Departamento de Comércio Exterior, antigo DECEX, atual Secex, em substituição à Carteira de Comércio Exterior (CACEX) do Banco do Brasil e à Comissão de Política Aduaneira (CPA). O Departamento estava vinculado à Secretaria Nacional de Economia do Ministério da Economia, Fazenda e Planejamento. Outubro de 2010
2 2 Esse novo ambiente ensejou iniciativas voltadas para a modernização da base tecnológica e dos procedimentos dispensados às operações de comércio exterior. Inicialmente, pensou-se em um sistema para transformar em eletrônicos os documentos administrados pelo então Decex: Guia de importação e Guia de exportação. A iniciativa acabou evoluindo para um sistema de informações que integrassem os órgãos responsáveis pela administração do comércio exterior. Para esse objetivo, foi criado o Sistema Integrado de Comércio Exterior, pelo Decreto nº 660, de 25 de setembro de 1992, com a finalidade primeira de reformular o processo administrativo de exportação. O Siscomex integrou as atividades afins da Secretaria de Comércio Exterior, da Receita Federal do Brasil (RFB) e do Banco Central do Brasil (BACEN), quanto ao registro, ao acompanhamento e ao controle das etapas comercial, aduaneira e cambial das operações de exportação. Para o desenvolvimento do Sistema, foram criados grupos de trabalho para tratar, por exemplo, de Normas, estatística, regras de negócio, tabelas, e treinamento, sendo coordenados por um Grupo Técnico composto por especialistas dos três órgãos gestores. A sua concepção teve por base a adoção de um fluxo único de informações, em ambiente eletrônico, para permitir a eliminação de diversos documentos e informações repetidas, simplificar e agilizar as operações, além de reduzir custos para as empresas exportadoras. Em janeiro de 1993, foi implantado o Siscomex-Exportação, tendo por base tecnológica o Sistema de Informações do Banco Central (SISBACEN), do Banco Central do Brasil. Cabe ressaltar que, à época, não existia a Internet, e a interligação, por esta razão, se dava por meio de linhas dedicadas de telecomunicação. Com o sucesso do Siscomex Módulo Exportação, que eliminou diversos documentos impressos (entre os quais, a Guia de Exportação e a Declaração de Exportação e suas diversas vias), com importante impacto na informatização não só do serviço público, mas, também, das empresas exportadoras, tornou-se inevitável a ampliação do sistema. Assim, em janeiro de 1997, foi implantado o Siscomex Módulo Importação, sob os mesmos critérios e conceitos do Módulo Exportação; mas, agora, com a base tecnológica do Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO). O Siscomex trouxe não só vantagens para as empresas de comércio exterior, como, também, para o Governo; pois, 100% das operações passaram a ser registradas e analisadas on-line, não só pelos órgãos gestores do Sistema, como, também, pelos órgãos anuentes, responsáveis por autorizações específicas, como o Ministério da Agricultura, o Ministério da Saúde, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e a Polícia Federal, entre outros. Trabalhos Técnicos Outubro de 2010
3 3 Outro aspecto positivo foi que o Brasil se tornou o primeiro e único país do mundo a dispor de um Sistema de Registro de Operações Comerciais, totalmente informatizado, permitindo, assim, um enorme ganho em agilidade e segurança, que passou a possibilitar, entre outras vantagens, a divulgação de estatísticas de comércio exterior, de forma tempestiva e confiável. O acesso ao Siscomex pode ser efetuado a partir não só de qualquer ponto conectado desde que o Agente seja credenciado (Bancos, Corretoras, Despachantes Aduaneiros ou o próprio estabelecimento do usuário), como, da mesma forma, e em casos especiais, por meio de terminais instalados e disponibilizados ao público nos próprios órgãos federais encarregados do controle do comércio exterior. Atualmente, encontra-se em desenvolvimento o novo formato do Siscomex/Exportação, com interface mais amigável, e acesso via Internet, o qual disponibilizará novos recursos e geração de dados, com o objetivo de facilitar e agilizar, ainda mais, o processo de exportação. Este deverá ser lançado no início de ACORDO ENTRE O MERCOSUL E O EGITO A assinatura desse Acordo aconteceu na última Cúpula do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL), realizada em San Juan (Argentina), aos 3 de agosto de 2010, como resultado de cinco rodadas negociadoras, e uma reunião técnica, ocorrida entre os dias 31 de julho e 2 de agosto de 2010, quando foram finalizados os últimos pontos pendentes para o Acordo de Livre Comércio. Esse Ato prevê a abertura do mercado bilateral de Bens em um prazo de 10 anos, além de conter cláusula evolutiva sobre a possibilidade de entendimentos, no futuro, para acesso em Serviços e Investimentos. De acordo com dados do triênio , a oferta do Egito ao Mercosul cobriu 98,3% do total do universo tarifário egípcio. No que diz respeito ao Brasil, estima-se que metade das exportações brasileiras ao Egito estará desagravada assim que o Acordo entrar em vigência; e que, ao fim do processo de abertura, atingirá 95,6% do total das exportações brasileiras. Já a oferta do Mercosul cobre 99% do seu universo tarifário, alcançando cerca de 99% das exportações egípcias ao Brasil, no fim do processo de abertura. Quanto ao cronograma de desagravação tarifária, este é dividido em cinco categorias: A (desagravação imediata), B (desagravação em quatro anos), C (desagravação em oito anos), D (desagravação em dez anos), e E (quando o cronograma de desagravação para Outubro de 2010 Trabalhos Técnicos
4 4 alguns itens será definido pelo Comitê Conjunto). No mais, vale acrescentar que este tópico, de desagravação, possui capítulos específicos versando sobre regras de origem, salvaguardas preferenciais, e solução de controvérsias. PROTEÇÃO COMERCIAL Visando à proteção comercial de ambos os lados, o acordo também incorpora os seguintes elementos: No setor têxtil, em algumas linhas, a utilização, pela primeira vez, do requisito yarn forward, ou seja, produção a partir do fio; Adoção de regras específicas de origem, para linhas tarifárias, em Setores como: informática e telecomunicações, siderúrgico, têxtil e lácteo; Tarifa-base, de janeiro de 2010, de maneira a incorporar as elevações da TEC de 2009, referentes aos setores têxtil e lácteo; e A inclusão de capítulo específico de salvaguardas, o qual prevê a suspensão temporária de tarifas preferenciais, em casos de aumento excessivo de importações. VIGÊNCIA O Acordo em tela, firmado entre o Mercosul e o Egito, entrará em vigência 30 dias após o processo de sua ratificação; quais sejam: a aprovação legislativa e a internalização pelas partes signatárias. Ele (esse Acordo) será administrado por um Comitê Conjunto que se reunirá, pela primeira vez, após 60 dias da entrada em vigor do referido Acordo. do MDIC. A propósito, o texto integral desse Acordo está disponível para consulta no site DESBUROCRATIZAÇÃO E SIMPLIFICAÇÃO DAS OPERAÇÕES DE COMÉRCIO EXTERIOR Em 2003, iniciou-se a consolidação das Normas que regiam o tratamento administrativo das operações de importação, exportação e Drawback. Desde então, a consolidação das Normas Secex vêm sendo constantemente executada, chegando-se, em 2009, como se depreende da sua 6º edição, contida na Portaria Secex nº 10, de 24 de maio de Essa consolidação promove transparência, propiciando aos operadores do Comércio Exterior o acesso, em um único documento, a todas as Normas reguladoras da Secex para a importação, para o Drawback e para a exportação. O texto da consolidação é acessível na página institucional do MDIC, na Internet, através do site Trabalhos Técnicos Outubro de 2010
5 5 O usuário pode consultar, também, a relação de todos os produtos sujeitos à anuência na exportação e na importação; os seus órgãos anuentes e a legislação de referência, além de obter informações sobre procedimentos para licenciamento de importação e de registro de importação. A divulgação dessas diversas informações (na página eletrônica do MDIC) contribui, decisivamente, para o aperfeiçoamento dos serviços prestados pela Secex, ao permitir o amplo e fácil acesso do público e dos órgãos de Governo a essas informações, seguindo-se diretrizes traçadas no âmbito dos Acordos Internacionais da Organização Mundial do Comércio (OMC). Outro reflexo do uso da Internet, como instrumento para a desburocratização, foi a implementação, em 2008, do novo módulo do Siscomex para gestão das operações de Drawback-Suspensão. Com o novo sistema, basta o acesso à Internet para que a empresa importadora e/ou exportadora possa solicitar os atos concessórios de Drawback e obter, em tempo real, informações sobre as suas demandas e operações. Além da maior facilidade de acesso, outros avanços, no sistema de Drawback, como, por exemplo, o compartilhamento de informações com outros sistemas de gestão do Comércio Exterior ao aumentar a automatização dos processos, propiciaram maior agilidade no preenchimento e na confiabilidade nos controles. Quando o assunto é Drawback, a criação do novo regime de Drawback-Suspensão Integrado, conforme regulamentado através da Portaria Secex nº 10, de 2010, propiciou a suspensão de tributos nas aquisições, no mercado interno, de bens a serem utilizados na industrialização de produtos destinados à exportação. Antes, esse benefício abrangia, apenas, os produtos importados. Apesar de a legislação tributária prever formas de desoneração nas operações envolvendo matérias destinadas à exportação, essa desoneração se manifestava, normalmente, na obtenção de créditos tributários pelas Empresas Exportadoras. Com o Drawback Integrado, os tributos federais, como o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) e o PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL (PIS)/ CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCI- AMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL (COFINS), ficam suspensos, reduzindo a acumulação de créditos tributários e evitando trâmites burocráticos para o ressarcimento de créditos. Outro ponto em que se deram importantes avanços na desburocratização diz respeito ao tratamento das importações de máquinas, equipamentos e outros bens usados. Com a edição da Portaria MDIC nº 77, de 19 de março de 2009, foi extinta a exigência de apresentação de laudos de vistoria por importadores de máquinas e equipamentos usados. Os antigos laudos eram documentos complexos e financeiramente onerosos para os importadores, tanto pelo elevado valor do laudo em si, quanto pelo aumento do tempo necessário para a importação. Eliminou-se, portanto, uma exigência documental custosa e que não trazia benefícios nem para o Governo, nem para os importadores, e nem para a indústria nacional. Outubro de 2010 Trabalhos Técnicos
6 6 Na mesma linha, a Portaria MDIC nº 207, de 8 de dezembro de 2009, atualizou os procedimentos para a importação de bens usados integrantes de unidades industriais e de linhas de produção a serem importadas para o Brasil. Objetivou-se, assim, tornar mais ágeis e transparentes os trâmites para a transferência de fábricas e de linhas de produção, para o País, sem se descuidar, por outro lado, da indústria brasileira de bens de capital. Aduzindo, a Secex participa, ainda, do Grupo Técnico de Facilitação de Comércio (GTFAC), da Câmara de Comércio Exterior (CAMEX), no qual exerce a atribuição de Secretaria-Executiva. O GTFAC, por sua vez, foi criado em 2008, pela Resolução Camex nº 16, de 20 de março de 2008, e tem, entre as suas atribuições, a função de propor medidas de racionalização, simplificação, harmonização e facilitação de procedimentos relativos ao Comércio Exterior. No âmbito do citado Grupo, a Secex tem se esforçado pela redução do número de produtos sujeitos a licenciamento de importação e a anuência na exportação. Um dos resultados desse trabalho foram os encontros que a Secex promoveu com a Agência Nacional da Aviação Civil, após os quais se deu a eliminação da licença prévia daquele órgão para importações de material aeronáutico. Por fim, é de se consignar, ainda, que, para continuar atuando de forma focada e ágil na desburocratização e facilitação do Comércio Exterior, foi criado, na Secex, em fevereiro de 2010, o Departamento de Normas e Competitividade no Comércio Exterior (DENOC), tendo, sob sua responsabilidade, o estabelecimento de Normas e procedimentos que tratam, entre outras atribuições: da operacionalização do Comércio Exterior brasileiro; da coordenação das ações referentes aos Acordos sobre facilitação ao comércio e sobre procedimentos de licenciamento de importação, junto à Organização Mundial do Comércio (OMC); da coordenação dos agentes externos autorizados a processar operações de Comércio Exterior; e da formulação de propostas para o aumento da competitividade internacional do produto brasileiro. Trabalhos Técnicos Outubro de 2010
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