Palestra. Novas Regras para o Crime de Lavagem de Dinheiro JULHO Elaborado por José Luiz Munhós
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1 Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo Tel. (11) , (teleatendimento), fax (11) web: Rua Rosa e Silva, 60 Higienópolis São Paulo SP Presidente: Luiz Fernando Nóbrega Gestão Palestra Novas Regras para o Crime de Lavagem de Dinheiro Elaborado por José Luiz Munhós O conteúdo desta apostila é de inteira responsabilidade do autor (a). A reprodução total ou parcial, bem como a reprodução de apostilas a partir desta obra intelectual, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico, inclusive através de processos xerográficos, de fotocópias e de gravação, somente poderá ocorrer com a permissão expressa do seu Autor (Lei n. 9610) TODOS OS DIREITOS RESERVADOS: É PROIBIDA A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTA APOSTILA, DE QUALQUER FORMA OU POR QUALQUER MEIO. CÓDIGO PENAL BRASILEIRO ARTIGO 184. JULHO 2013 Acesso gratuito pelo portal do CRC SP
2 AGENDA Fraudes Riscos Lavagem de dinheiro O que é fraude? Ação intencional visando enganar com o propósito de assegurar ou tentar assegurar, benefício ou ganho ilegal para um colaborador, sócio, diretor, e/ou um terceiro de uma entidade. 1
3 O que é fraude contábil? Ato intencional por parte de um ou mais indivíduos dentre os dirigentes, empregados e/ou terceiros, que resulta em registros ou declarações falsas nas demonstrações contábeis, nas projeções efetuadas, nos laudos apresentados e/ou nos papéis emitidos. Elementos Facilitadores e motivadores Ignorância (Tecnologia, Operacional, Legal, Comercial etc...); Ganância e vontade de fazer dinheiro fácil ; Gosto pelo proibido; Impossibilidade da descoberta; Possibilidade de impunidade; Sentimento de que todo mundo faz; Volume financeiro movimentado pelas empresas; Complexidade das operações e dos tributos. 2
4 Dificuldades Fragilidade das medidas de proteção. Dificuldade de apuração de provas. Desconhecimento técnico pelos responsáveis pela apuração. Fraqueza da legislação. Inexperiência das vítimas. Medo de exposição da marca ou da empresa. Sinais de alerta empresa Descaso com a realização de inventários físicos dos estoques e imobilizado; Falta da prática de circularizações (confirmações); Falta da prática de conciliações de contas (maquiagem); Baixar a conta do cliente como perda (devedores duvidosos) e desviar a quantia recebida. 3
5 Sinais de alerta empresa Presentes ou vantagens recebidas pelo departamento de compras; Atestar qualidade de produtos com vistas a benefícios; Aumento de devoluções; Políticas contábeis agressivas; Resultados acima da tendência de mercado; Alta rotatividade do staff; Estruturas societárias complexas. Sinais de alerta pessoais Estilo de vida. Recusa ao mudar de cargo ou rodízio. Sigilo em excesso. Sempre estressado e pressionado. 3ºs recusam-se a falar com outros. Não gosta de tirar férias??? 4
6 Casos Caso Pan Air Não identificação por parte dos auditores externos, de deficiências nos controles internos. Caso Victoria Mortgage Corp - Reparação de Danos pelos Debenturistas contra a firma de auditoria - Touche Ross. Caso Awa Reparação de danos pela firma de auditoria Delloite Touche Tomatsu falhas nos controles internos no processo de exportações. Caso Data Control Balanços fictícios, envio de recursos para o Uruguai ilegalmente, importações sem pagamento de impostos. Caso Porcelana Schmidt Soteconti Auditores Independentes fraude nas notas explicativas revertendo prejuízo para lucros informação diferenciada para o mercado, para a CVM e a publicada. 5
7 Procedimentos para Prevenção Criação de Código de ética/conduta; Treinamento corporativo sobre prevenção a lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo; Canal de denúncias; Criação de departamento de compliance ; KYC Conhecer seu cliente; Auditoria interna e externa; Gestão de riscos. RISCO 6
8 DEFINAÇÃO DE RISCO Risco é qualquer situação que pode afetar a capacidade da empresa atingir seus objetivos 7
9 O que é lavagem de dinheiro? A Lei nº 9.613/98, e alterações posteriores, definem a lavagem da seguinte forma: Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, dos crimes antecedentes 8
10 O que é lavagem de dinheiro? Segundo a FENASEG: Lavagem de dinheiro é o nome dado às operações realizadas para a legalização do dinheiro oriundo da prática de atividade criminosas narcotráfico, terrorismo, contrabando e tráfico de armas e munições ou material destinado a sua produção, extorsão mediante sequestro e crimes praticados por organizações criminosas, contra a administração pública e contra o sistema financeiro nacional. Aspectos da Lei 9.613/98 e alterações posteriores Dispõe sobre os crimes de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta lei; cria o Conselho de Controle de Atividades Financeiras COAF; Combate do financiamento ao terrorismo 9
11 Principais Normas Gerais Lei no /1998 Lei no /1986 LC. no. 105/2001 Lei no /1990 Decreto no /1998 Lei no /1995 Portaria no. 330/1998 Lei no /2001 Portaria no. 350/2002 Lei no /2002 Lei no /2002 Lei no /2003 Órgãos com normas emitidas BANCO CENTRAL DO BRASIL SUSEP COFECI SPC C.V.M. POLÍCIA FEDERAL RECEITA FEDERAL COAF Aspectos da Lei 9.613/98 e alterações CRIMES Tráfico, terrorismo, contrabando, extorsão mediante sequestro, contra o sistema financeiro entre outros. 10
12 Aspectos da Lei 9.613/98 PENAS 3 A 10 ANOS E MULTA Crime inafiançável Sem liberdade provisória Sanções administrativas Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos administradores das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as obrigações previstas nos arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumulativamente ou não, pelas autoridades competentes, as seguintes sanções I - advertência; II - multa pecuniária variável não superior: (Redação dada pela Lei nº , de 2012) a) ao dobro do valor da operação; (Incluída pela Lei nº , de 2012) b) ao dobro do lucro real obtido ou que presumivelmente seria obtido pela realização da operação; ou (Incluída pela Lei nº , de 2012) c) ao valor de R$ ,00 (vinte milhões de reais); (Incluída pela Lei nº , de 2012) III - inabilitação temporária, pelo prazo de até dez anos, para o exercício do cargo de administrador das pessoas jurídicas referidas no art. 9º IV - cassação ou suspensão da autorização para o exercício de atividade, 2.683, de 2012) 11
13 Sanções administrativas operação ou funcionamento. (Redação dada pela Lei nº , de 2012) 1º A pena de advertência será aplicada por irregularidade no cumprimento das instruções referidas nos incisos I e II do art o A multa será aplicada sempre que as pessoas referidas no art. 9 o, por culpa ou dolo: (Redação dada pela Lei nº , de 2012) I deixarem de sanar as irregularidades objeto de advertência, no prazo assinalado pela autoridade competente; II - não cumprirem o disposto nos incisos I a IV do art. 10; (Redação dada pela Lei nº , de 2012) III - deixarem de atender, no prazo estabelecido, a requisição formulada nos termos do inciso V do art. 10; (Redação dada pela Lei nº 1 IV - descumprirem a vedação ou deixarem de fazer a comunicação a que se refere o art. 11. Sanções administrativas 3º A inabilitação temporária será aplicada quando forem verificadas infrações graves quanto ao cumprimento das obrigações constantes desta Lei ou quando ocorrer reincidência específica, devidamente caracterizada em transgressões anteriormente punidas com multa. 4º A cassação da autorização será aplicada nos casos de reincidência específica de infrações anteriormente punidas com a pena prevista no inciso III do caput deste artigo. 12
14 COAF Conselho de Controle de Atividades Financeiras Atividades obrigadas a informar suspeitas de lavagem Distribuição de dinheiro e quaisquer bens móveis e imóveis Administradoras de Cartões de crédito Não financeiras prestadoras de serviços de transferência de numerário Pessoas ligadas ao terrorismo Comerciantes de Joias, Pedras e metais preciosos Serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência Jogos de bingo e ou assemelhados Objetos de arte e antiguidades Factoring Pessoas politicamente expostas Comerciantes ou intermediários de bens de luxo e alto valor Seguradoras, Instituições Financeiras, Entidades de Previdência Privada e Corretoras de Seguros Resolução no. 24/2013 Procedimentos a serem adotados pelas PF e PJ não submetidas à regulação de órgão próprio regulador que prestem, mesmo que eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, na forma do 1º. Do art. 14 da Lei no. 9613/98 13
15 Art. 14 lei 9.613/98 1º As instruções referidas no art. 10 destinadas às pessoas mencionadas no art. 9º, para as quais não exista órgão próprio fiscalizador ou regulador, serão expedidas pelo COAF, competindo-lhe, para esses casos, a definição das pessoas abrangidas e a aplicação das sanções enumeradas no art. 12. Serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria, aconselhamento ou assistência, nas seguintes operações de: I. compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais ou industriais ou participações societárias de qualquer natureza; II. de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros ativos; III. de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança, investimento ou de valores Mobiliários; IV. de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer natureza, fundações, fundos fiduciários ou estruturas análogas; V. financeiras, societárias ou imobiliárias; VI. de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos relacionados a atividades desportivas ou artísticas profissionais. 14
16 Política de Prevenção PROCEDIMENTOS E CONTROLES MÍNIMOS: I. Identificação e realização de devida diligência para a qualificação dos clientes e demais envolvidos nas operações que realizarem; II. Obtenção de informações sobre o propósito e a natureza da relação de negócios; III. Identificação do beneficiário final das operações que realizarem; IV. Identificação de operações ou propostas de operações suspeitas ou de comunicação obrigatória; V. Mitigação dos riscos de que novos produtos, serviços e tecnologias possam ser utilizados para a lavagem de dinheiro e para o financiamento do terrorismo; VI. Verificação periódica da eficácia da política adotada. Política: Política de Prevenção a) Deve estar formalizada em manuais e aprovada pela autoridade máxima de gestão; b) Deve prever a seleção e o treinamento de empregados; c) Deve disseminar o conteúdo ao quadro de pessoal, institucionalmente; d) Deve monitorar os trabalhos desenvolvidos pelos empregados; e) Prevenção de conflitos entre os interesses comerciais e empresariais e os mecanismos de prevenção a lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. OBS: As obrigações previstas acima, não se aplicam às pessoas físicas e às jurídicas enquadradas no Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte SIMPLES NACIONAL. 15
17 Política de Prevenção Avaliar a existência de Suspeição nas propostas e/ou operações de seus clientes, principalmente: a) nas incomuns; b) nas que as partes envolvidas levantem suspeitas; c) que os valores chamem a atenção; d) forma de realização; e) finalidade; f) complexidade; g) instrumentos utilizados; h) falta de fundamento econômico ou legal; i) outras. Do cadastro de clientes e demais envolvidos Dados e documentos mínimos, para clientes ou demais envolvidos: a) Pessoa física; b) Pessoa jurídica; c) Registro do propósito e da natureza da relação de negócio; d) Data do cadastro e atualizações; (Revisão a cada novo negócio fechado art. 5º.) e) As correspondências impressas e eletrônicas que disponham sobre a realização das operações Relato dos procedimentos e as análises quando da existência de dúvidas quanto a fidedignidades das informações ou evidência; Obs: Atenção as pessoas politicamente expostas. 16
18 Do cadastro de clientes e demais envolvidos I. Garantir o entendimento da composição acionária e a estrutura de controle dos clientes pessoas jurídicas, com o objetivo de identificar seu beneficiário final. II. Na impossibilidade de identificação, deve ser dispensada atenção especial para aceitação ou não do negócio. (Julgamento e risco do prestador) Do registro das operações I. Manter registro de todos os serviços e operações que realizarem, contando no mínimo: a. Identificação do cliente; b. Descrição pormenorizada do serviço prestado ou da operação realizada; c. Valor do serviço prestado ou da operação realizada; d. Data da prestação de serviços ou da realização da operação; e. Forma de pagamento; f. Meio de pagamento; g. Registro fundamentando a decisão de proceder ou não as comunicações ao COAF e da suspeição nas propostas e ou operações, com as devidas análises. 17
19 Das comunicações ao COAF situações suspeitas que devem ser analisadas Operações de atividades ou negócios não usuais do cliente; Operações sem origem ou fundamentação econômica ou legal; Operações incompatíveis com o patrimônio ou com a capacidade econômicofinanceira do cliente; Operação que não se consegue identificar o beneficiário final; Constatação de informações falsas pelo cliente; Superfaturamento ou subfaturamento Operações com PJ domiciliada em paraísos fiscais (SRF) ou jurisdições consideradas de risco (GAFI); Operações com PJ que tem seus controladores residentes em jurisdições consideradas de risco (GAFI) ou em paraísos fiscais; Resistência pelo cliente em fornecer informações; Informações que sejam de difícil confirmação ou que demandem custos excessivos para confirmação; Das comunicações ao COAF situações suspeitas que devem ser analisadas Operações que tem cláusulas incompatíveis com o mercado; Tentativas de burlar os controles e registros exigidos pela legislação de prevenção a lavagem do dinheiro e ao financiamento do terrorismo. Quaisquer operações suspeitas que tenham correlação com lavagem de dinheiro ou ao financiamento ao terrorismo. Possíveis simulações: Fracionamento; Pagamento em dinheiro; Cheque ao portador; Outros meios; 18
20 Das comunicações ao COAF situações que obrigatoriamente devem ser comunicadas, independente de análise ou de qualquer outra consideração: Qualquer operação que envolva valor igual ou superior a R$30.000,00 ou equivalente em outra moeda, em espécie, inclusive a compra ou venda de bens móveis ou imóveis que integrem o ativo das pessoas jurídicas de que trata o art. 1º. Qualquer operação que envolva valor igual ou superior a R$30.000,00 por meio de cheque emitido ao portador, inclusive a compra ou venda de bens móveis ou imóveis que integrem o ativo das pessoas jurídicas que trata o art. 1º. Das comunicações ao COAF situações que obrigatoriamente devem ser comunicadas, independente de análise ou de qualquer outra consideração: Quaisquer das hipóteses previstas na Resolução COAF no. 15 A resolução trata dos atos de terrorismo, organizações terroristas ou seu financiamento. Listas de pessoas que supostamente participam da organização Al-Qaida. 19
21 Art. 11. Não identificação de situações Não havendo identificação de operações enquadradas dentro das condições obrigatórias, as pessoas físicas ou jurídicas que devem declarar tal fato ao COAF até o dia 31 de janeiro do ano seguinte. As declarações devem ser feitas em meio eletrônico no sítio do COAF, no endereço As informações fornecidas ao COAF serão protegidas por sigilo. Art. 13. Guarda das manifestações Os cadastros e registros de que tratam os arts. 4º. E 8º., bem como as correspondências de que trata o art. 4º. Devem ser guardadas por 5 anos, contados do encerramento da relação contratual com o cliente. 20
22 Vigência 1. A resolução entrou em vigor em Os enquadrados devem efetuar cadastro no site do COAF. 3. Deve haver acompanhamento permanente no site para identificação de novas normas e exigências. Bibliografia FERREIRA, Aurélio Buarque de H. - Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa Positivo
23 CONTATO: 22
A Lei nº 9.613/98, e alterações posteriores, definem a lavagem como:
Lei 9613/98 Dispõe sobre os crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos e valores; a prevenção da utilização do sistema financeiro para os ilícitos previstos nesta Lei; Definição de lavagem de dinheiro
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