XX Latin American and XVI Peruvian Congress of Soil Science

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1 XX Latin American and XVI Peruvian Congress of Soil Science EDUCATE to PRESERVE the soil and conserve life on Earth Cusco Peru, from 9 to 15 November, 2014 Convention Center, Cusco City Hall TAXA DE DECOMPOSIÇÃO DE COBERTURA VEGETAL EM UM SOLO DE CLIMA TROPICAL SOB CERRADO Souza, K. C. F¹; Moura, J. B².; Menezes, R. N. R.¹; Dutra, A. M.¹; Souza, R. F.¹ (1) Faculdade Evangélica de Goianésia GO, Brasil (2) Doutorando Coordenador de Pesquisa e Pós-Graduação Faculdade Evangélica de Goianésia. jadson@evangelicagoianesia.com.br RESUMO Plantas de cobertura podem suprir necessidades nutricionais de plantas subseqüentes, proteger o solo contra erosões e causar efeito supressor sobre plantas daninhas. O objetivo deste trabalho foi avaliar as taxas de decomposição de plantas de cobertura em épocas diferentes. Os tratamentos foram: T1-Braquiária Mg5, T2-Crotalária, T3-Crotalária + Milheto, T4- Crotalária + Sorgo, T5-Vegetação espontânea (controle), T6-Milheto BN2 e T7-Sorgo. Para monitorar a dinâmica de decomposição, coletou-se quatro sacos de 100g por tratamento (4 repetições) de matéria fresca, que foram colocadas em Litter Bags (sacos de decomposição) e depositadas novamente em campo em seus correspondentes tratamentos dois dias depois do manejo das espécies. Os Litter Bags foram coletados em seis datas diferentes (0, 5, 15, 30, 60 e 90 dias), para determinar a biomassa remanescente. A braquiária nao apresenta equilíbrio entre proteção e liberação de resíduos ao solo, pois apresenta lenta taxa de decomposição de resíduos, já o consórcio de crotalária e sorgo, se revelam melhores na relação cobertura e nutrição do solo, pois determinou ao mesmo tempo proteção e liberação gradativa de nutrientes. PALAVRAS-CHAVE Cobertura vegetal. Decomposição. Ciclagem de nutrientes INTRODUÇÃO Nos trópicos, a baixa disponibilidade de nitrogênio (N) dos solos é o grande agente responsável pelos baixos níveis de produtividade das culturas, visto ser um dos nutrientes que mais limita o rendimento das plantas. Neste contexto, o emprego de espécies capazes de realizarem a fixação biológica de nitrogênio eficientemente como as leguminosas, pode representar contribuições consideráveis na viabilidade econômica e sustentabilidade destes sistemas (Boddey et al, 1997). O emprego de plantas de cobertura compreende o uso de um conjunto de medidas estratégicas que possibilita o desenvolvimento racional e eficiente das

2 condições da propriedade agrícola, com o objetivo de promover um equilíbrio entre as exportações pelas culturas e a necessidade de reposição ao ambiente (Amabile et al, 2000). Além de reduzir a erosão e elevar gradativamente a matéria orgânica do solo, as plantas de cobertura desempenham um papel fundamental na ciclagem de nutrientes dos fertilizantes minerais e daqueles provenientes da mineralização da matéria orgânica do solo e do próprio material vegetal. A escolha de espécies vegetais para introdução nos sistemas de culturas depende da adaptação delas às condições de clima de cada região e do interesse do produtor (Silva & Rosolem, 2001). Segundo (Alvarenga et al, 2001) (Chaves & Bayer, 2001) as espécies escolhidas devem crescer bem em condições de baixa a média fertilidade do solo, e devem ter capacidade de adaptação a baixos valores de ph do solo (Ernani& Bayer, 2001). A produção de fitomassa das espécies utilizadas como cobertura é decorrente das condições climáticas, edáficas e fitossanitárias (Armando et al, 2002) e principalmente do seu sistema radicular. As espécies utilizadas como cobertura do solo na Região do Cerrado devem apresentar rusticidade, crescimento inicial rápido e alta produção de biomassa na época da seca (Carvalho & Sodré Filho, 2000). Segundo (Amabile et al, 2000), citam que uma das principais limitações ao uso de plantas de cobertura nessa região é a época de semeadura. O uso de espécies leguminosas é pouco utilizado como cobertura durante o inverno, por limitações como crescimento inicial lento, maior custo de aquisição de sementes em relação a outras espécies e a alta taxa de decomposição de seus resíduos. Os agricultores encontram dificuldades para adequar as plantas de cobertura nos seus sistemas de produção. Por outro lado, poucas iniciativas têm sido feitas para a geração de resultados de pesquisa aplicada que permitam a incorporação de leguminosas como plantas de cobertura nas unidades de produção. MATERIAIS E MÉTODOS O experimento foi conduzido em Latossolo Vermelho Distroférrico, na fazenda experimental do Centro Federal de Educação Tecnológica de Rio Verde (CEFET-RV), em Rio Verde, GO. A precipitação pluviométrica anual é em torno de 1740 mm, com clima tropical quente e estação chuvosa e seca bem definidas. O delineamento experimental foi blocos ao acaso, com sete tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos consistiram nas seguintes plantas de cobertura: T1-Braquiária Mg5, T2-Crotalária juncea, T3-Crotalária juncea + Milheto BN2, T4- Crotalária juncea + Sorgo, T5- Milheto BN2, T6- Sorgo e T7-vegetação espontânea (controle). A semeadura em 09/10/2006 e o manejo das plantas aos 90 dias após a emergência (DAE). Os tratamentos crotalária juncea + milheto e crotalária + sorgo foram estabelecidos pela semeadura de linhas alternadas das duas espécies em consórcio.

3 A taxa de decomposição das plantas de cobertura foi avaliada conforme descrito por (Resende, 2000). O acompanhamento da decomposição dos resíduos foi realizado a partir do dia 09/01/2007, colocando- se em cada parcela cinco amostras de 100g de massa fresca sobre o solo imediatamente após o manejo das plantas, cobertas por uma tela de nylon com dimensões de 30 cm x 30 cm com abertura de malha de 4 mm. Aos 5, 15, 30, 60 e 90 dias após a instalação do ensaio de decomposição, foram coletadas uma amostra de cada parcela para determinação da matéria seca remanescente, a partir da secagem em estufa à temperatura de 65ºC, até atingir massa constante. Foi aplicado o modelo exponencial simples descrito por (Thomas& Asakawa, 2000), para determinar a quantidade de matéria seca remanescente e a T1/2 (meia vida: tempo necessário para que 50% do resíduo vegetal seja mineralizado). RESULTADOS E DISCUSSÕES Os tratamentos formados pelas coberturas crotalária + milheto, crotalária + sorgo, sorgo e vegetação espontânea foram similares na taxa de decomposição com as maiores constantes de decomposição e apresentaram os menores valores de meia vida (T ½). De acordo com a Figura 1, as coberturas crotalária, crotalária + milheto, milheto e sorgo, mantiveram a mesma proporção de material remanescente durante as épocas de avaliação, sendo que no final do experimento restaram entre 20% e 30% de biomassa remanescente. Figura 1 - Taxa de decomposição da massa seca de plantas de cobertura entre o período de 11 de janeiro de 2007 a 11 de abril de Segundo (Fidelis et al, 2003), para o Cerrado preconiza-se que 10 a 11 Mg/ha-1 de matéria seca propicia cobertura morta do solo suficiente para a adoção do sistema plantio direto

4 na palha. O cultivo de crotalária e sorgo apresentou boa opção de consórcio, pois a produção total de matéria seca foi 11,03 Mg.ha-1, o valor foi superior a preconizada. Segundo (Oliveira et al, 2003) a crotalária possui baixa relação C/N, pois em temperaturas em torno de 35 C e teor adequado de umidade, com irrigações constantes, sua relação C/N foi de 18,45 (considerada baixa) e o sorgo alta relação C/N e consequentemente maior persistência no solo. Portanto, tal consórcio proporciona ao mesmo tempo boa proteção do solo aos agentes indesejáveis do clima e liberação mais gradativa de nutrientes. O mesmo não ocorreu com a braquiária, pois determinou boa proteção do solo (meia vida aos 74 dias), mas apresentou baixa produção de matéria seca. CONCLUSÕES A braquiária não apresenta equilíbrio entre proteção e liberação de resíduos ao solo, pois apresenta lenta taxa de decomposição de resíduos. O consórcio de crotalária e sorgo se revelam melhores na relação cobertura e nutrição do solo, pois determinou ao mesmo tempo proteção e liberação gradativa de nutrientes. RESULTADOS E DISCUSSÕES Alvarenga; R. C.; W. A. L. Cabezas; J. C. Cruz; D. P. SANTANA, Plantas de cobertura de solo para sistema plantio direto. Informe Agropecuário, v.22, p.25-36, Amabile; R. F.; A. L. Fancelli; A. M. Carvalho, de. Comportamento de espécies de adubos verdes em diferentes épocas de semeadura e espaçamentos na região dos Cerrados. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.35, p.47-54, Amado; T. J. C.; J. Mielniczuk; C. Aita, Recomendações de adubação nitrogenada para o milho no RS e SC adaptada ao uso de culturas de cobertura do solo, sob sistema plantio direto. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.26, p , Argenta; G.; P. R. F. da Silva; N. G. Fleck; C. G. Bortolini; R. Neves; D. Agostinetto, Efeitos do manejo mecânico e químico da aveia-preta no milho em sucessão e no controle do capimpapuã. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.36, p , Boddey; R. M.; J. C. D. M. Sá; B. J. R. Alves; S. Urquiaga, The contribution of biological nitrogen fixation for sustainable agricultural systems in the tropics. Soil Biology and Biochemistry, Oxford, v. 29, n.5/6, p , Carvalho; A. M.; J. Sodré Filho, Uso de adubos verdes como cobertura do solo. Planaltina: Embrapa-CPAC (Boletim de Pesquisa, 11), 20p Chaves; J. C. D.; A. Calegari, Adubação verde e rotação de culturas. Informe Agropecuário, v.22, p.53-60, Ernani; P. R.; C. Bayer; S. M. V. Fontoura, Influência da calagem no rendimento de matéria seca de plantas de cobertura e adubação verde, em casa de vegetação. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.25, p , Fidelis; R. R.; R. N. C. Rocha; U. T. Leite; F. D. Tancredi F. D. Alguns aspectos do plantio direto para a cultura da soja; Review Article; Biosci J. Uberlândia, v.19., n.1, p 23-31, Oliveira, F. L.; R. G. T. Ribas; R. M. Junqueira; M. P. Padovan; J. G. M. Guerra; D. L. de Almeida; R. de L. d. Ribeiro, Uso do pré-cultivo de Crotalaria juncea e de doses crescentes de cama de aviário na produção do repolho sob manejo orgânico. Agronomia, vol. 37, nº 2, p , 2003

5 Resende, A. S.; A Fixação biológica de nitrogênio (FBN) como suporte da produtividade e fertilidade nitrogenada dos solos na cultura de cana-de-açúcar: uso de adubos verdes. 123 f., Tese de Mestrado em Ciência do Solo. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - Seropédica, Silva; R. H.; C. A. Rosolem, Crescimento radicular de espécies utilizadas como cobertura decorrente da compactação do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.25, p , Thomas; R. J.; N. M. Asakawa, Decomposition of leaf litter tropical forage grasses and legumes. Soil Biol. Biochem., v. 25, n. 10, p , 1993.