Substâncias voláteis Ar frio GASOSO
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- Benedito Aragão Ferreira
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1 PÓS MEDICAMENTOSOS 1. Definição: são formas farmacêuticas constituídas de partículas secas, sólidas; de diversos graus de tenuidade; obtidas pela divisão, geralmente, mecânica de drogas de origem animal, vegetal, mineral ou sintética. A divisão da droga tem como finalidade assegurar a homogeneidade da mesma e facilitar sua administração. OBS.: A utilização de pós como forma farmacêutica (pós medicamentosos) ou como ponto de partida para a obtenção de outras formas farmacêuticas. 2. Vantagens: Não diminui a atividade do fármaco. Absorção gastrointestinal mais rápida. Difusão rápida. Facilidade de administração. Muito flexíveis para a associação medicamentosa. 3. Desvantagens: Maior facilidade de sofrerem alterações. Dificuldade de mascaramento de características organolépticas desagradáveis. Pode haver contato de substâncias incompatíveis de drogas vegetais ou animais (oxidação, hidrólise, racemização, etc.). 4. Classificação: 4.1 Quanto ao número de drogas: A. Pós simples: resultam da divisão de uma única droga. Ex.: Pó de beladona, Pó de Ipecacuanha, Bicarbonato de sódio., etc. B. Pós compostos: resultam da mistura de vários pós simples. Ex.: Pó de Ipecacuanha opiado (F.Bras.I): Pó de Ipecacuanha...10 g Pó de ópio...10 g Lactose...80 g 4.2 Quanto ao uso: A. Pós para uso externo B. Pós para uso interno 4.3 Quanto ao grau de tenuidade: Variam de acordo com a farmacopéia utilizada. Geralmente, são baseadas na retenção ou passagem das partículas pelos diversos tamises. 5. Preparação dos pós: 5.1 Pós simples: A. Operações preliminares: A.1 Triagem ou monda: operação mecânica que visa separar as partes inertes ou alteradas que, muitas vezes, acompanham as drogas. Processos: À mão Tamisação Ventilação Lavagem
2 A.2 Divisão grosseira: processo de fragmentação de drogas destinado a tornálas aptas a sofrerem uma divisão posterior mais perfeita ou poderem ser submetidas a certas técnicas extrativas. Processos: a) Secção; b) Contusão; c)roduração; d)granulação; e) Extinção A.3 Estabilização: usada para drogas vegetais (mantém sua composição química inalterada). Baseia se na coagulação das enzimas vegetais pela ação do calor. Método de bourquelot: utiliza se Álcool 95GL, em ebulição por tempo variável. Inconvenientes: obtém se soluções alcoólicas (não somente o P.A.) só permite pequena quantidade de plantas Método de Perrot Goris: utiliza se calor seco (estufa) a C, por 30 segundos a alguns minutos. A.4 Secagem: sempre que a droga apresenta certo grau de umidade. Processos: a) ao ar livre; b) estufas C; c) estufas a 25 C ou dessecadores à temperatura ambiente. B. Operação principal (Pulverização): B.1 Pulverização em almofariz (Gral): por contusão ou por trituração. Gral de bronze: para drogas vegetais. Gral de mármore: para amido, sabão, açúcar. Gral de vidro : para misturas de pós. Gral de porcelana : para sais. B.2 Pulverização por intermédio: Intermédio: são substâncias que se adicionam às substâncias a serem pulverizadas, quando estas, por peculiaridades físicas, são difíceis de sofrerem pulverização. Exemplos: Subst. A ser pulverizada Intermédio Baunilha Açúcar Cravagem de centeio Açúcar SÓLIDO Au, Ag ou Sn em folhas NaCl ou Na 2 SO 4 Cânfora Álcool ou Éter Espermacete Azeite LÍQUIDOS Fósforo Água Substâncias voláteis Ar frio GASOSO B.3 Pulverização por fricção: utiliza se o atrito. B.4 Pulverização Química: mudança de solvente, obtém se cristais menores. B.5 Pulverização por moinhos: moinhos manuais. Moinhos a motor: Laboratoriais: Moinho de Wiley por atrito. Moinho de Raymond martelos oscilantes Industriais: funcionamento baseado em: Atrito moinho de atrito Laminação moinho de laminação Impacto moinho de impacto
3 C. Operações acessórias: C.1 Tamisação: operação destinada a separar mecanicamente, através das malhas de um tecido apropriado, partículas sólidas de diferentes dimensões, ou garantir a homogeneidade de material que foi pulverizado. Características de um Tamis: Aro Tecido: ferro galvanizado, latão, aço inoxidável, seda. Classificação dos Tamises: Tecido: Fios = diâmetro (d) Lúmens = espaços entre 2 fios. Abertura de malha. Malha = distância de 1 dos fios até o começo do outro (1 fio + 1 lúmen). M = l + d...n. de malhas por cm : n = 1 M n. de malhas por cm 2 : n 2 = 1 M 2 Superfície útil de 1 Tamis: razão entre a superfície dos lúmens e a superfície total. K = l 2. n 2 a) Tamises designados por números arbitrários. b) Tamises designados pelo n. de malhas por unidade de comprimento. c) Tamises designados pelo n. de malhas por unidade de superfície. Um tamis somente fica bem definido se: 1. ) Estabelece se o n. de malhas por unidade de comprimento. 2. ) Fixar se as respectivas aberturas e diâmetros. Ex.: Farmacopéia Portuguesa N. de Tamis MALHAS/cm ABERTURA (mm) d (mm) 1 3 2,400 0, ,700 0, ,200 0, ,700 0, ,400 0, ,290 0, ,180 0, ,128 0, ,074 0,05 Padronização do tamanho das partículas de pós 1 Pós de fármacos de origem vegetal e animal a) Pó Muito Grande: todas as partículas passam através do tamis N. 8 e, não mais de 20%, através do tamis N. 60. b) Pó Grande: todas as partículas passam através do tamis N. 20 e, não mais de 40%, através do tamis N. 60. c) Pó Moderadamente Grande: todas as partículas passam através do tamis N. 40 e, não mais de 40%, através do tamis N. 80.
4 d) Pó Fino: todas as partículas passam através do tamis N. 60 e, não mais de 40%, através do tamis N e) Pó Muito Fino: todas as partículas passam através do tamis N. 80 e não há limite para maior grau de pulverização. 2 Pós medicamentosos de substâncias químicas: a) Pó Grande: todas as partículas passam através do tamis N. 20 e, não mais de 60%, através do tamis N. 40. b) Pó Moderadamente Grande: todas as partículas passam através do tamis N. 40 e, não mais de 60%, através do tamis N. 60. c) Pó Fino: todas as partículas passam através do tamis N. 80 e não há limite para grau de pulverização maior. d) Pó Muito Fino: todas as partículas passam através do tamis N. 120 e não há limite para grau de pulverização maior. O tamanho das partículas são importantes como fonte de análise quantitativa dos componentes da formulação, bem como podem influenciar em fatores fundamentais de uma preparação farmacêutica como: velocidade de dissolução e solubilização das partículas, tanto nas preparações farmacêuticas, como no sistema gastrointestinal; suspensibilidade das partículas; distribuição uniforme na forma farmacêutica; penetrabilidade maior das partículas; não aspereza de partículas sólidas em pomadas, emulsões dermatológicas e em preparações oftálmicas. 5.2 Pós compostos: Mistura: Por triturações (em geral); Por espatulação (sobre papel); Misturadores Regras a) Pulverização individual; b) Igualdade de tenuidades e/ou densidades; c) Pulverização por intermédio; d) Absorção de essências, tinturas, etc.; e) Método de diluição geométrica; f) Emprego do corante como indicador de mistura; g) Uso de diluições em pós inertes; h) Pós reativos em presença de umidade; i) Absorventes para misturas eutéticas; j) Absorventes para substâncias pastosas; k) Misturas explosivas; l) Intermédios para substâncias dificilmente miscíveis; m) Pós irritantes ou tóxicos. 6 Esterilização de pós: Normalmente, os pós para serem aplicados sobre feridas.
5 Utiliza se o calor sêco a 140 C, por 4 horas ou a 150 C, por 1 hora. Calor úmido a 120 C por 30 minutos com posterior secagem. Por radiações (raios catódicos e raios γ). Misturas com anti sépticos. Aquecimento a 30 C por 48 horas. 7 Modificações causadas pela pulverização: (Em relação às drogas originais) a) Odor e sabor: mais acentuados, em razão da maior superfície de contato. b) Cor: normalmente, mais clara. c) Volume: maior. d) Densidade: normalmente é idêntica. e) Higroscopia e eflorescência: acentuadas, no pó. f) Solubilidade: maior, em função da sua maior superfície de contato. g) Modificações químicas: específicas para cada substância. Ex.: AAS AA + AS. 8 Alterações de pós: Química e biológica (fúngica e bacteriana). Agentes causadores de alterações: a) Ar: teor de O 2, C O 2 e umidade. Ex.: AAS, morfina, penicilina G. b) Luz: visível e U.V.. Ex.: vitaminas B 12 e C, fenóis. c) Calor: decomposição. d) Enzimas: de contaminação microbiana. Ex.: pós gordurosos, farinhas. e) Recipientes: devem ser compatíveis com os pós. Ex.: fluoreto em vidro, taninos em ferro. 9 Incompatibilidades dos pós: a) Misturas eutéticas: P.F. < dos componentes isolados. Ex.: Cânfora / Mentol. Absorventes: Carbonato de magnésio > caulim > óxido de magnésio > fosfato tricálcico > sílica gel > lactose > amido, etc. Cálculo teórico da quantidade de absorvente: se faz pelo diâmetro das partículas dos eutéticos e dos absorventes, densidade e massas das partículas. Ex.: acetanilida, AAS, AS, antipirina, etc.. b) Misturas explosivas: Oxidante energético e redutor energético forte liberação de gases. KclO 3 Ac. tâmico, açúcares, carvão, enxofre. c) Misturas coradas: Originadas pela reação de 2 ou mais pós simples. Ex.: Ruibarbo ou Áloe + comp. Alcalinos vermelho Sais de Ag + NaCl AgCl escurece com a ação da luz d) Outras incompatibilidades: Refletem se nas propriedades farmacológicas. Ex.: compostos de Hg + antipirina compostos mais tóxicos.
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