Curso de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO DISTRITO FEDERAL

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1 1 ADRIANO ANTONIO PEDROZO Pró-Reitoria CLÉBER de CAMPOS Graduação Curso de Educação Física Trabalho de Conclusão de Curso FATORES MOTIVACIONAIS EM ALUNOS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FATORES MOTIVACIONAIS FÍSICA ESCOLAR NO EM DISTRITO ALUNOS FEDERAL NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO DISTRITO FEDERAL Artigo apresentado como requisito parcial para a Autores: obtenção Adriano do grau Antonio de Pedrozo licenciatura no Curso de Educação Cléber Física Campos Batista da Universidade Orientador: Católica Prof. de Dr. Brasília. Élvio Marcos Boato Orientador: Prof. Dr. Élvio Marcos Boato Brasília- DF 2014

2 2 ADRIANO ANTONIO PEDROZO CLÉBER CAMPOS BATISTA FATORES MOTIVACIONAIS EM ALUNOS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO DISTRITO FEDERAL Artigo apresentado ao curso de graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciatura em Educação Física. Orientador: Prof. Dr. Élvio Marcos Boato. Brasília 2014

3 3 FATORES MOTIVACIONAIS EM ALUNOS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR NO DISTRITO FEDERAL ADRIANO ANTONIO PEDROZO CLÉBER CAMPOS BATISTA Resumo Com o objetivo de investigar a motivação dos alunos do ensino médio de uma escola pública do Distrito Federal com relação às aulas de educação física, este trabalho qualitativo realizado por meio da aplicação de um questionário elaborado pelos autores que foi aplicado para 120 alunos, concluiu que de um modo em geral os alunos declararam gostar das aulas de educação física e alegaram que se sentem motivados a participar das brincadeiras, jogos e demais atividades. Assim também pode-se perceber que os professores, de um modo geral, motivam seus alunos a participarem das aulas, embora alguns alunos tenham declarado que não são motivados. Nesse sentido, registrou-se que cabe ao professor identificar a insatisfação do aluno, e então visualizar o seu nível de motivação, para promover as mudanças necessárias no sentido de estimular a sua participação. Palavras-chave: Educação Física. Alunos. Motivação. 1. INTRODUÇÃO A educação física faz parte do conteúdo curricular adotado pelo Ministério da Educação e deve fazer parte do processo de formação do aluno. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), no contexto das aulas de educação física devem ser consideradas as dimensões cultural, social, política e afetiva (BRASIL, 1997). Em estudo realizado por Farias Júnior (2012) a ausência de atividade física é considerada um dos mais importantes problemas de saúde pública do século XXI. O estudo dos referidos autores ressaltou ainda que a educação física representa um componente importante para um estilo de vida saudável e para promoção da saúde, além de atuar na prevenção de doenças crônicas. Farias Júnior (2012) alertam para a prática de educação física na fase da adolescência, identificando esta como um período crítico. Os autores consideram que a proporção de adolescentes fisicamente inativos é elevada, mesmo que essa fase da vida do ser humano seja considerada como mais ativa. Desse modo, o fator motivacional do aluno, no que se refere à sua participação nas aulas de educação física, está diretamente relacionado ao seu comportamento, à participação da família no processo educacional, às políticas públicas

4 4 praticadas pelo Governo e também à participação do professor de educação física como agente motivador. Vários estudos remetem a importância da prática de atividade física de crianças e adolescentes para o seu desenvolvimento cognitivo, afetivo e psicossocial, sendo que esses fatores são favorecidos pelo estimulo externo proporcionado pela vivência e experimentação de suas condutas motoras. Cabe destacar que a escola tem o importante papel de realizar as aulas de educação física, fazendo com que os alunos se sintam parte desse processo, motivando-os para tais práticas. É notório que, principalmente nas escolas públicas, isso não é posto em prática por diversos fatores, tais como, falta de estrutura, de materiais, de vontade política ou mesmo falta de motivação por parte de alunos e professores. De acordo com Weinberg e Gould (1995, p.08) apud Sene (2005) aproximadamente 25 milhões de crianças ingressam em alguma modalidade esportiva em todo mundo todo ano. Este número é considerado expressivo, pois a prática de esportes em suas diversas especificidades exige de crianças e adolescentes um alto desenvolvimento de suas funções, qualidades e estados psíquicos, tendo em vista a necessidade de permanência para o processo de preparação e competição desportiva (INTERDONATO et.al., 2008). Sabe-se que a prática de educação física é importante tanto do ponto de vista da saúde como também para o estímulo dos fatores cognitivos da criança e do adolescente, estimulando e motivando estes ao processo de aprendizagem. Conforme Bidutte (2001, p.1) as habilidades esportivas, o esporte a ser praticado, o professor de educação física, as características físicas são determinantes na motivação dos alunos. Nestes termos, o presente estudo pretende avaliar a motivação dos alunos, em síntese, são abordados os problemas enfrentados em sua atividade diária e quais as possíveis soluções para melhorar a motivação de alunos para a prática de Educação Física. O objetivo geral deste trabalho de pesquisa é investigar a motivação que alunos do ensino médio das escolas públicas da região administrativa do Distrito Federal possuem com relação às aulas de educação física. 2. METODOLOGIA 2.1 NATUREZA DO ESTUDO E METODOLOGIA UTILIZADA

5 5 O presente estudo é do tipo qualitativo, tendo sido adotado como instrumento de coleta de dados um questionário elaborado especificamente para o estudo. O referido questionário, o qual foi elaborado com base na escala Likert (CUNHA, 2007), com nove questões fechadas. Desse modo, em cada uma das questões o respondente deveria optar por uma dentre as seguintes sentenças: 1. Concordo totalmente; 2. Concordo; 3. Não concordo nem discordo; 4. Discordo; e, 5. Discordo totalmente. 2.2 AMOSTRA Fizeram parte da amostra 120 alunos de uma escola pública do Distrito Federal, com idade entre 14 e 17 anos. A escolha dos alunos respondentes obedeceu a dois critérios, ou seja, foram considerados habilitados para responder o questionário os alunos integrantes do ensino médio e que possuíssem idade entre 14 e 17 anos. 2.3 COLETA DE DADOS A coleta dos dados foi realizada a partir da entrega dos questionários na escola selecionada. Os questionários foram distribuídos pelo coordenador da escola aos alunos por este selecionado. Não foi requerida a identificação dos alunos no questionário de pesquisa, o que conferiu maior liberdade aos respondentes e a integridade e validade dos resultados obtidos. 2.4 ANÁLISE DOS DADOS Os resultados apurados foram tabulados e demonstrados por meio de gráficos, os quais foram discutidos e analisados junto à literatura brasileira. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6 6 A pesquisa de campo realizada possibilitou realizar um diagnóstico do comportamento dos alunos quanto à prática de educação física nas escolas. A primeira questão procurou saber se os alunos gostam de praticar atividades físicas, conforme demonstra o Gráfico 1. Gráfico 1 - Questão nº 1: Gosto de praticar atividades físicas. Como se pode observar no gráfico, 45% dos alunos concordam totalmente com a afirmativa Gosto de praticar atividades físicas. Em complemento, 37% dos alunos disseram concordar com a questão. 11% dos participantes alegaram não concordar, nem discordar. Apenas 5% discordaram junto à 2% que discordaram totalmente. Do exposto, observa-se que grande parte dos alunos gosta de praticar atividades físicas.

7 7 Gráfico 2 - Questão nº 2: Me sinto motivado a participar das brincadeiras, jogos e demais atividades. O Gráfico 2 acima demonstra que 42% dos alunos concordam com a questão, afirmando que se sentem motivados nestes tipos de atividades. Nesta mesma questão 22% dos alunos declararam concordar totalmente. Igual resultado foi apurado aos alunos que não concordam nem discordam, contra 11% que alegaram discordar e 3% que alegaram discordar totalmente. Conforme expõem os PCN (BRASIL, 1997) uma série de atividades pode ser adotada nas aulas de educação física, como por exemplo: jogos pré-desportivos, tais como, queimada, pique-bandeira, guerra das bolas; jogos populares, como taco e boliche; brincadeiras, como amarelinha, pular corda, elástico, bambolê, dentre outros. A diversidade de atividades pode despertar o interesse dos alunos motivando-os a participarem das aulas de educação física. Ainda de acordo com os PCN (BRASIL, 1997) os jogos, esportes e brincadeiras são contextos favoráveis para a intervenção do professor. Na visão de Magill (1984), a motivação é importante para a compreensão da aprendizagem e do desempenho de habilidades motoras, pois tem um papel importante na iniciação, manutenção e intensidade do comportamento. Importante ressaltar que os alunos nas aulas de educação física, quando desmotivados, não exercem as atividades propostas, ou as fazem mal. A atuação do professor neste aspecto torna-se fundamental, pois, segundo Freire (1996), o educador não pode negar o dever de reforçar a capacidade crítica do educando, sua

8 8 curiosidade, sua insubmissão, estimulando, dessa forma, o gosto pela prática de educação física. Nesse sentido, a Questão 3 se referiu à opinião dos alunos quanto ao incentivo do professor para sua participação nas aulas. Gráfico 3 Questão nº 3: Meu professor me incentiva a participar das aulas. Conforme gráfico acima, 37% dos alunos concordaram que seus professores incentivam a participação nas aulas de educação física, 27% dos alunos declararam concordar totalmente, contra 25% que não concordaram nem discordaram da questão. Neste quesito, 9% discordaram da afirmativa, juntamente com 2% que discordaram totalmente. Observa-se, a partir do exposto, que a grande maioria concorda que os professores incentivam a participação dos alunos nas aulas de educação física. Em seguida, os alunos foram estimulados a responder se gostam e participam das aulas de educação física.

9 9 Gráfico 4 Questão nº 4: Gosto e participo das aulas de Educação Física. Nessa questão 31% dos alunos declararam que concordam totalmente e 30% que concordam. Nesta questão 29% dos respondentes preferiram não se posicionaram, respondendo que não concordam nem discordam. Do total de alunos, 8% discordam da questão, juntamente com 2% que discordam totalmente, conforme demonstra o Gráfico 4. Os alunos também foram indagados se as aulas de Educação Física são agradáveis e estimulam a participação. Gráfico 5 Questão nº 5: As minhas aulas de Educação Física são agradáveis e estimulam minha participação.

10 10 Nesta questão, 38% dos respondentes concordaram, juntamente com 22% que concordaram totalmente. 20% dos participantes preferiram não se pronunciar afirmando que não concordam nem discordam. Aqueles que discordam e discordam totalmente estão representados por, respectivamente, 12% e 8% dos participantes, conforme demonstra o Gráfico 5. Na questão 6 foi perguntado se os alunos preferiam ir às aulas ou ficar em casa nos dias em que têm educação física. Gráfico 6 Questão nº 6: Prefiro ficar em casa nos dias em que tenho aula de educação física. O gráfico 6 evidencia que 35% dos participantes da pesquisa discordam totalmente com o fato de preferir ficar em casa nos dias em que há aula de educação física. Com a mesma opinião estão 26% dos entrevistados. Não quiseram manifestar opinião 28% dos alunos, respondendo que não concordam nem discordam. Apenas 8% dos participantes alegaram concordar totalmente, juntamente com outros 3% que concordaram. Nesta questão observa-se que grande parte dos alunos prefere ir à escola e frequentar as aulas de educação física ao invés de ficar em casa. Conforme estudo realizado por Hanauer (2014, p.2): As aulas de educação física escolar são citadas quase que sem exceções por praticamente todos os alunos como a disciplina que mais gostam dentre as demais, e

11 11 talvez a única que possibilita uma integração social e afetiva tão grande e relevante entre os alunos. A próxima questão quis verificar se os alunos se consideram motivados por colegas e professores a participar das aulas de educação física e apresentou os seguintes resultados: Gráfico 7 Questão nº 7: Sou motivado por meus colegas e professores a participar das aulas. Nessa questão, 33% dos alunos concordaram. Entretanto, outros 33% preferiram declarar que não concordam nem discordam, o que leva a crer que em algum momento ou circunstância os colegas ou professores não motivam a participar das aulas. 13% dos alunos declararam que discordam e 12% que discordam totalmente. Apenas 9% concordaram totalmente com a questão. Ao realizar uma comparação com o gráfico anterior observa-se que os alunos, de um modo geral, gostam das aulas de educação física e fazem questão de frequentá-las. Entretanto, o Gráfico 7 evidencia que parte dos alunos, apesar de gostarem das aulas, não são estimulados a participar. No estudo realizado por Hanauer (2014, p.2-3) o autor ressaltou que Muitas vezes nas aulas de Educação Física alguns alunos se negam a participar das aulas, uns por vergonha de se expor, por falta de motivação e interesse em relação as atividades. Em complemento, Franchin (2014) aborda que o gosto pelas aulas de educação física depende das aspirações individuais de cada aluno. Na visão do autor, o aluno pode se sentir mais motivado ao praticar basquetebol, e outro pode sentir o mesmo com relação ao voleibol,

12 12 daí a importância do educador em visualizar o nível de motivação dos alunos e ter sensibilidade para mudanças. Quanto ao fato dos alunos mais habilidosos serem mais beneficiadas nas aulas de educação física que os demais alunos, apresentou-se as seguintes respostas: Gráfico 8 Questão nº 8: As pessoas mais habilidosas são mais beneficiadas nas aulas. Aqui houve uma divisão de opiniões com relação a afirmativa que diz que as pessoas mais habilidosas são mais beneficiadas nas aulas. Nesta questão, 27% dos alunos não concordaram nem discordaram, 21% discordam, 19% concordaram, 18% concordaram totalmente e 15% discordaram totalmente. Conforme se observa não há como afirmar a existência de segregação entre os alunos por motivo de habilidade e/ou preferências. No entendimento de Hanauer (2014, p.4) as aulas de Educação Física devem dar oportunidade a todos os alunos, e não somente aos mais habilidosos possibilitando que ocorra uma maior motivação e interesse em participar das aulas. Por fim, questionou-se se a participação nas aulas de Educação Física auxiliam os alunos na relação com seus colegas e obteve-se as seguintes respostas:

13 13 Gráfico 9 Questão nº 9: A Minha participação nas aulas de educação física me auxilia na relação com meus colegas de turma. Nessa questão 58% dos participantes concordaram totalmente, juntamente com 25% dos alunos que concordaram. 13% preferiram não manifestar opinião alegando que não concordam nem discordam. Apenas 4% dos alunos declararam que discordam e discordam totalmente. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da pesquisa de campo realizada com 120 alunos do ensino médio, com idade entre 14 e 17 anos, das escolas públicas do Distrito Federal, foi possível evidenciar a importância da educação física que interfere diretamente na saúde e na qualidade de vida dos alunos, promovendo inclusive o bom desempenho escolar em outras matérias. De um modo geral os alunos declararam gostar das aulas de educação física e alegaram que se sentem motivados a participar das brincadeiras, jogos e demais atividades. Com relação à motivação em participar das aulas de educação física, foi possível evidenciar que os professores, em sua maioria, assumem o papel de agente motivador. Entretanto, observou-se que uma parcela de alunos declarou não ser motivado a participar das aulas. Por considerar que os professores, de um modo geral, motivam seus alunos a participarem das aulas, e ainda, pelo fato dos alunos declararem que gostam de participar das

14 14 aulas de educação física, o problema identificado leva a crer haja alguma insatisfação parte de alguns alunos com relação ao tipo de aula e/ou atividades. Acreditamos que cabe ao professor identificar a insatisfação do aluno, e então visualizar o seu nível de motivação, para promover as mudanças necessárias no sentido de estimular a sua participação. Dentro das possibilidades, o professor deve variar os jogos e as brincadeiras, diversificando também as modalidades esportivas, possibilitando que todos se identifiquem nas aulas. 5. REFERÊNCIAS BIDUTTE, Luciana de Castro. Motivação nas aulas de educação física em uma escola particular. Psicol. esc. educ. v.5 n.2 Campinas dez BRASIL, Ministério de Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos: Educação Física / Secretaria de Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Educação física /Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, CUNHA, Luísa Margarida Antunes da. Modelos Rasch e Escalas de Likert e Thurstone na medição de atitudes. Mestrado em Probabilidades e Estatística. Universidade de Lisboa. Faculdade de Ciências. Departamento de Estatística e Investigação Operacional FARIAS JUNIOR. Inatividade física, comportamento sedentário e excesso de peso corporal associados à condição socioeconômica em jovens. Revista Brasileira Educação Física e Esporte, n. 26, FRANCHIN, Fabiana. Motivação nas aulas de educação física: um enfoque no ensino médio. Disponível em: < Acesso em: 16 mai FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, GAYA, A. et.al. Ciências do movimento humano: introdução a metodologia da pesquisa. Porto Alegre. Artmed, HANAUER, Fernando Cristyan. Fatores que influenciam na motivação dos alunos para participar das aulas de Educação Física. Disponível em: < Acesso em: 15 mai INTERDONATO, Giovanna Carla; MIARKA, Bianca; OLIVEIRA, Arli Ramos de; GORGATTI, Márcia Greguol. Fatores motivacionais de atletas para a prática esportiva. Motriz, Rio Claro, v.14 n.1 p.63-66, jan./mar

15 15 MAGILL, R. A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. São Paulo: Edgard Blucher, WEINBERG, R. S.; GOULD, B. Foundations of sport and exercise psychology. Champaign: Human Kinetics Publishers, 2001.