Projeto de Lei N.º /2013
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- Maria Luiza di Castro Fraga
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1 O CONGRESSO NACIONAL decreta: Projeto de Lei N.º /2013 Altera o inciso XI, inclui o inciso XII e altera os 1 o e 8º do art. 6º da Lei nº , de 22 de dezembro de 2003, que dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas SINARM, define crimes e dá outras providências. Art. 1º O art. 6º da Lei nº , de 22 de dezembro de 2003, que dispõe sobre o registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas SINARM, define crimes e dá outras providências, passa a vigorar com a seguinte redação: Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos previstos em legislação própria e para:... XI - os tribunais do Poder Judiciário descritos no art. 92 da Constituição Federal e os Ministérios Públicos da União e dos Estados, para uso exclusivo de servidores de seus quadros pessoais no cargo/função de Analista e Técnico Judiciário da Especialidade Segurança Judiciária. XII o cidadão brasileiro em pleno gozo dos direitos constitucionais. 1 o As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V, VI e XI do caput deste artigo terão direito de portar arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição, mesmo fora de serviço, com validade em âmbito nacional o As pessoas previstas no inciso XII terão direito a portar arma de fogo de calibre permitido devidamente registrada, com validade em âmbito nacional, desde que, ao requerer o porte junto ao Departamento de Polícia Federal, apresente certidões negativas federal e estadual de antecedentes policiais e criminais, certidão de quitação eleitoral, comprovantes de residência fixa e atividade profissional lícita e comprovação de capacidade técnica e de aptidão psicológica para o manuseio de arma de fogo nos termos do inciso II do art. 4º desta Lei emitidas por profissionais ou empresas credenciadas. Art. 2º Esta Lei entra em vigor da data de sua publicação. CÂMARA DOS DEPUTADOS, de abril de Presidente 1
2 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS A mídia jornalística brasileira e até mesmo a mundial a todos os instantes relatam homicídios praticados com arma de fogo e esses dados compõem um estatística que induzem aos menos avisados a desenvolver uma mentalidade sustentada pela ideia de que a arma de fogo é um tabu; outros dizem que é coisa do diabo e outros mais a temem por não a conhecer. É ponto pacífico que a arma de fogo, mesmo sendo uma ferramenta que pode ser letal, ela por si só não mata ninguém, pois quem mata é quem aperta o gatilho. Dizer que a arma de fogo é um instrumento destinado a matar é um esdrúxulo conceito cabível apenas nas mentes impregnadas pelos devaneios e utopias de sociedades amórficas amantadas por conceitos e preconceitos religiosos e falso moralismo, pois certo é que nenhuma dessas sociedades estriba-se em fatos para assim poder argumentar seus desígnios, lhes sendo comum lamentar os óbitos, perdoar os assassinos e nada faze para prevenir as ações deles. Uma caneta comum, a haste de óculos, um chave de porta, enfim, qualquer instrumento pode vir a se tornar arma letal nas mãos do sujeito que tem a intenção de causar danos letais ou, em outras circunstâncias, se defendem contra uma agressão física. A mentalidade que foi criada em torno da arma de fogo retrata um sociedade desprovida de conhecimentos, de civilidade e de mecanismos de segurança que garantam ao cidadão o pleno direito de defesa. O ato de legítima defesa se origina, de forma natural no âmago do ser humano nos mais distantes primórdios dos tempos. Até porque a defesa do ser humano e de seu bens, um deles dos mais caros que é sua própria vida, independe de um poder civilizatório e de uma estruturação social, é quase puramente instintivo. A sociedade estruturada pode oferecer uma forma sistematizada e limitadora da ação de defesa, para legitimar revide ou contraposição, com base em padrões relativamente aceitáveis em cada civilização. Ocorre que, de acordo com as civilizações e a cultura de cada povo, se define aquilo que efetivamente se configura uma agressão, que eventualmente tenha que ser combatida por legítima defesa. Isto porque o conceito de legítima, exatamente irá decorrer de uma definição prévia de agressão injusta, a partir da qual pode ser legitimada uma defesa para obstar a ação nociva. Em alguns países são aceitas determinadas condutas que em outros são inadmissíveis, e por isso mesmo devem ser reprimidas pelo Estado ou nalgumas situações pelo próprio cidadão, sempre considerando a peculiaridade de cada situação no espaço/tempo. Neste contexto, a legítima defesa também se enquadra naquilo que o direito define como situações que possibilitam a atuação do ofendido para sua defesa própria, na falta de atuação do Estado. O exemplo mais evidente da possibilidade de utilização da legítima defesa ocorre nos atos que colocam em risco a integridade física do indivíduo. Momento em que o ofendido poderá utilizar os recursos disponíveis para neutralizar a ação danosa que lhe foi direcionada. Aqui é o ponto nevrálgico da legitimidade de uma defesa: a neutralização. Isto porque a questão não é exacerbar no revide e sim neutralizar a ação originariamente perniciosa, de forma suficiente, mas moderada. 2
3 Um exemplo prático é uma pessoa que atacada fisicamente por terceiro com um soco, se defende com arma de fogo e atira sem maiores cuidados, no peito do ofensor. No primeiro momento não se considera legítima defesa, se a pessoa ofendida também possuía porte físico para contenção do agressor sem a necessidade da utilização de uma arma de fogo. A lógica correta da legítima defesa seria a obstrução do golpe, com defesa corporal e eventualmente um ataque também através de uso do corpo do ofendido para conter a ação delituosa do ofensor. Da sua própria definição positivada no Código Penal, extrai-se os requisitos da legítima defesa, a saber: agressão atual ou iminente; direito próprio ou alheio a ser preservado; moderação nos uso dos meios necessários a repulsa. O CP traz nos seus artigos 23 e 25, importantes definições para melhor compreensão, com destaque para o Parágrafo único do artigo 23, que trata de eventual excesso na defesa : Art Não há crime quando o agente pratica o fato: II - em legítima defesa Excesso punível Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo. Legítima defesa Art Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. Enfim, os requisitos básicos da legítima defesa: reação a uma agressão humana, desde que agressão injusta, atual ou eminente, seja em defesa de direito próprio ou alheio, sempre com uso moderado dos meios necessários para obstar a ofensa bem como a clara intenção de defesa. O Estado não pode prometer ter a polícia onipresente, restando ao cidadão contar com a sorte, rezar a Deus ou dispor de meios para se defender. Podemos observar que as estatísticas não são conclusivas para um estudo que traga à realidade o que acontece no nosso País, pois, segundo o Departamento de Polícia Federal, a arma que mata é a arma ilegal, ou seja, a arma do bandido, matéria publicada na Folha de São Paulo a seguir: Criminosos não usam armas legais, dizem especialistas. Estados com maiores índices de violência são os que têm menor número de pessoas com porte de armas autorizado pela Polícia Federal. Dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação mostram também que a correlação é a mesma se considerado o número de armas registradas oficialmente em cada unidade da Federação. No total, existe no país 1,2 milhão de autorizações para posse de armas e civis com permissão para andarem com o armamento. 3
4 Os dados reforçam a avaliação de especialistas sobre o impacto quase nulo das armas legais na violência. O Amapá, quinto Estado mais violento segundo o Mapa da Violência de 2012, tem dois portes autorizados. Alagoas, o campeão da violência, tem 49. Já o Rio Grande do Sul tem o maior número de porte de armas, 1.060, e é o quinto Estado menos violento. Há uma diferença entre os registros de armas e o porte, ambos feitos pela PF. É como se fosse o documento do carro (registro) e a carteira de motorista (porte). Quem for pego na rua armado e sem porte pode responder criminalmente. São Paulo tem o maior número de armas registradas: 273 mil, seguido por Rio Grande do Sul (158 mil). Desde a entrada em vigor do Estatuto do Desarmamento, em 2004, a PF restringiu o porte de armas. Para obtê-lo, os interessados têm de comprovar necessidade profissional do uso da arma ou ameaça à integridade física. Antes de conceder o porte, a PF analisa o histórico da pessoa: passagens pela polícia, processos na Justiça, se tem emprego fixo etc. Para especialistas e delegados da PF, os dados reforçam que não há relação direta entre porte de armas e violência, até porque criminosos não usam armas legais. (nosso grifo) Dados do Sistema Nacional de Armas mostram que 80% das armas apreendidas em crimes têm origem nacional e, em algum momento, entraram na ilegalidade, seja por roubos de armas legais ou desvios de depósitos de polícias ou militares. Fonte: Folha de S. Paulo O que se discute é o direito do cidadão adquirir e portar arma de fogo de calibre permitido e a ameaça que pressupõe a concessão do porte de arma é a própria circulação nas ruas do Brasil; a ameaça que pressupõe a concessão do porte de arma é o próprio recolhimento à inviolabilidade do seu lar; a ameaça que pressupõe a concessão do porte de arma são as simples ações como ir ao shopping, supermercado ou levar os filhos à escola ou, simplesmente adentrar à garagem da sua residência, aliás, recentemente um fato chamou a atenção e aqui é transcrito em parte: Uma juíza de Mato Grosso reagiu a um atentado na noite desta segunda-feira (1º) e baleou um suspeito que atirou contra o veículo em que ela e o marido estavam, em Rondonópolis, a 218 quilômetros de Cuiabá. De acordo com a Polícia Militar, a juíza Maria das Graças Gomes da Costa havia chegado em casa quando um suspeito se aproximou do portão e disparou contra o automóvel em que ela estava com o marido. Nenhum tiro atingiu o casal. Não podermos dizer que a arma de fogo é o instrumento final de defesa, mas sim um instrumento capaz de transmitir a sensação de segurança e, em última instância, colocar o cidadão com o mesmo poder de fogo do bandido e assim não morrer sem a oportunidade de se defender. Correntes distintas se alternam nas filosofias, uns são contra a arma de fogo em mãos do cidadão, os Direitos Humanos é um deles; outros são a favor. 4
5 Os órgãos de segurança instruem aos cidadãos a não reagir para não morrer, mas a realidade mostra que o bandido está matando primeiro, haja ou não reação. O Estado não pode garantir o monopólio da força ao marginal armado. As pessoas só possuem duas maneiras de lidar umas com as outras: pela razão e pela força. Se você quer que eu faça algo para você, você tem a opção de me convencer via argumentos ou me obrigar a me submeter à sua vontade pela força. Todas as interações humanas recaem em uma dessas duas categorias, sem exceções. Razão ou força, só isso. Em uma sociedade realmente moral e civilizada, as pessoas somente interagem pela persuasão. A força não tem lugar como método válido de interação social e a única coisa que remove a força da equação é uma arma de fogo (de uso pessoal), por mais paradoxal que isso possa parecer. Quando alguém porta uma arma, não se pode lidar com ela pela força, é preciso usar a razão para tentar persuadir, porque quem porta uma arma possui uma maneira de anular ameaças ou uso da força. A arma de fogo é o único instrumento que coloca em pé de igualdade uma mulher de 50 Kg e um assaltante com o dobro do seu peso corporal ou um aposentado de 75 anos e um marginal de 19, e um único indivíduo contra um carro cheio de bêbados baderneiros e ameaçadores portando barras de ferro, cacos de vidro e porretes de madeira. A arma de fogo remove a disparidade de força física, tamanho ou número entre atacantes em potencial e alguém se defendendo. Há muitas pessoas que consideram a arma de fogo como a causa do desequilíbrio de forças. São essas pessoas que pensam que seríamos mais civilizados se todas as armas de fogo fossem removidas da sociedade, porque uma arma de fogo deixaria o trabalho de um assaltante (armado) mais fácil. Isso, obviamente, somente é verdade se a maioria das vítimas em potencial do assaltante estiver desarmada, seja por opção, seja em virtude de leis isso não tem validade alguma se a maioria das potenciais vítimas estiver armada. Quem advoga pelo banimento das armas de fogo opta automaticamente pelo governo do jovem, do forte e dos em maior número, e isso é o exato oposto de uma sociedade civilizada. Um marginal, mesmo armado, só consegue ser bem sucedido em uma sociedade onde o Estado lhe garantiu o monopólio da força. Há também o argumento de que as armas de fogo transformam em letais confrontos os que de outra maneira apenas resultariam em ferimentos. Esse argumento é falacioso sob diversos aspectos. Sem armas envolvidas, os confrontos são sempre vencidos pelos fisicamente superiores, infligindo ferimentos seríssimos sobre os vencidos e até mesmo letais, temos exemplos disso. Quem pensa que os punhos, bastões, porretes e pedras não constituem força letal, estão assistindo muita televisão ou matiné nos cinemas, onde as pessoas são espancadas e sofrem no máximo um pequeno corte no lábio. O fato de que as armas aumentam a letalidade dos confrontos só funciona em favor do defensor mais fraco, não do atacante mais forte. Se ambos estão armados, o campo está nivelado. A arma de fogo é o único instrumento que é igualmente letal nas mãos de um octogenário quanto de um halterofilista. Elas simplesmente não funcionariam como equalizador de Forças se não fossem igualmente letais e facilmente empregáveis. 5
6 Quando um cidadão porta uma arma de fogo, não o faz porque está procurando confusão, mas porque deseja ser deixado em paz. A arma na cintura significa que eu não posso ser forçado, somente persuadido. O cidadão não porta arma de fogo porque tenho medo, mas porque ela lhe permite não ter medo. Ela não limita as ações daqueles que iriam interagir comigo pela razão, somente daqueles que pretenderiam fazê-lo pela força. civilizado. Ela remove a força da equação. E é por isso que portar uma arma é um ato Então, a maior civilização é onde todos os cidadãos estão igualmente armados e só podem ser persuadidos, nunca forçados. Devemos lembrar que o referendum mostrou que a Nação Brasileira deseja a continuidade do comércio de arma legal e o porte legal de arma de fogo pelo cidadão, entretanto o Legislador não atendeu a vontade popular e criou, com a sanção do Governo, o Estatuto do Desarmamento que não proíbe o comércio de arma de fogo, mas dificulta ao máximo a compra e venda, inclusive taxando de forma abusiva. Já o porte de arma de fogo, o Estatuto proíbe. Não se questiona as regras para aquisição e registro de arma de fogo que, aliás, são excelentes ( questiona-se a forma, a burocracia, a má vontade e todas as demais dificuldades, inclusive a taxa de R$ 1.000,00 para obtenção de uma concessão provisória de porte de arma de fogo de calibre restrito. Benjamin Franklin disse: Quando todas as armas forem propriedade do Governo, este decidirá de quem serão as outras propriedades. Porém, enquanto isso, ao cidadão haverá de ser dado o direito de proteger o seu lar, a sua família, o seu patrimônio, a sua vida, pois certo é que ao marginal, o Estado, ao não extinguir o tráfico de armas de fogo, garanti-lhe a faculdade de matar; as leis, enquanto contiverem entrelinhas e fomentarem a impunidade, o Estado garante ao marginal a faculdade de matar. Todos lembram que na campanha do desarmamento iludidos cidadãos entregaram suas armas e muitas delas voltaram às ruas nas mãos dos marginais. Recentemente alguns soldados do EB foram presos por negociar com traficantes armas e munições de calibre restrito (armas e munições do Estado). São essas as armas que matam e que elevam o índice estatístico de mortandade pela arma de fogo e tem mais, observem que os noticiários que apontam os homicídios, vias de regra apontam os de cujus como envolvidos, de alguma forma, com o tráfico de drogas, portanto não são cidadãos de bem, portanto são armas de fogo ilegais. Já passou o momento do Brasil, país emergente, Nação consciente, evoluir seus conceitos acerca da arma de fogo e seu povo livra-se da mentalidade provinciana, feudal e patriarcal. É preciso reformar a Lei n.º de 22 de dezembro de 2003 a fim de possibilitar ao cidadão o direito à sua defesa pessoal, da sua família, do seu lar, do seu patrimônio
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