PLANO DE SANEAMENTO FINANCEIRO
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- Lucinda Gonçalves da Costa
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1 PLANO DE SANEAMENTO FINANCEIRO 2008 Reportado à data de 30/06/2014 Município de Santa Cruz
2 Conteúdo 1- Introdução O empréstimo de Saneamento Financeiro Montante e Destinatários do Empréstimo Plano Financeiro do Empréstimo Evolução dos Indicadores constantes do Plano de Saneamento Financeiro Medidas de redução de despesa com pessoal Suspender as alterações ao quadro de pessoal Reafectar o pessoal excedentário a outras unidades orgânicas onde se denote falta de recursos humanos para o exercício de funções compatíveis Alterar o posicionamento remuneratório nas respetivas categorias apenas quando legalmente obrigatório Recorrer o menos possível a prestações de serviços para a elaboração de estudos, pareceres e consultadoria Flexibilidade, dinamismo e inovação Redução já em 2008, das despesas com utilização de viaturas, horas extraordinárias e telecomunicações Medidas de redução de despesa corrente Não arrendar mais espaços físicos para funcionamento dos serviços autárquicos Reforçar as condições de base para a inovação e o empreendedorismo Minimizar custos uniformizando documentos existentes Elaborar orçamentos anuais detalhados e realistas Restringir novos contratos de prestação de serviços individuais / avenças Planear recursos humanos de acordo com necessidades efetivas Reforçar a função de controlo financeiro ao nível orçamental Garantir a satisfação do princípio da economia, eficiência e eficácia na aquisição de bens Utilizar viaturas para o serviço estritamente necessário Reduzir os prazos de pagamento Reduzir o ciclo de caixa com a antecipação de receitas Negociação com fornecedores visando obter melhores prazos de pagamento Outros Indicadores Situação de Pagamentos em Atraso
3 6.2.- Situação de FUNDOS DISPONÍVEIS Evolução das receitas cobradas Conclusão Proposta
4 1- Introdução Em obediência à Lei n.º 2/2007 de 15 de Janeiro, que instituiu a Lei das Finanças Locais, entretanto revogada pela Lei n.º 73/2013 de 03 de Setembro e tendo em consideração o estipulado no seu n.º 6 e alínea c) do n.º 5 do Artigo n. º 59.º da nova Lei das Finanças Locais, e ainda conforme o disposto no artigo 6.º do Decreto- Lei n.º 38/2008 de 07 de Março, vêm os serviços financeiros elaborar o presente relatório de acompanhamento ao cumprimento do plano de saneamento financeiro, reportado à data de 30/06/2014, salientando que o Município de Santa Cruz, no âmbito do processo de celebração do contrato de empréstimo para saneamento financeiro, aprovado pelo Tribunal de Contas a 24 de Novembro de 2008, se obrigou a executar, para que os órgãos municipais tenham conhecimento dos dados e da evolução dos indicadores e medidas que constaram do referido plano de saneamento. Este relatório, para além da legislação citada, vem ao encontro das recomendações que a Secção Regional da Madeira do Tribunal de Contas elaborou e que constam do Relatório n.º 3/2014 FS/SRMTC: Auditoria ao cumprimento do plano de saneamento financeiro da Câmara Municipal de Santa Cruz 2008 a 2012, nomeadamente do ponto n.º 1 das referidas recomendações, que passamos a citar: Dê cumprimento ao PSF e implemente mecanismos de acompanhamento das metas nele definidas incluindo nos relatórios de execução indicadores que permitam aferir o cumprimento dos resultados previstos. E ainda, relativamente ao ponto n.º 8 das supracitadas Recomendações: À Assembleia Municipal de Santa Cruz que: solicite e aprecie periodicamente os relatórios semestrais e anuais de acompanhamento à execução do PSF, dando cumprimento ao art.º 40 da LFL. Este plano de saneamento precede o mais recente plano de recuperação financeira do Município, PAEL, que à presente data se encontra em fase de execução da utilização do capital dos empréstimos. 4
5 2- O empréstimo de Saneamento Financeiro No dia 23/09/2008, a Câmara Municipal de Santa Cruz celebrou um contrato de empréstimo para saneamento financeiro com a Caixa Geral de Depósitos, S. A., no montante de ,0712, pelo prazo de 12 anos, a ser reembolsado em 144 prestações, à taxa de juro EURIBOR a 6 meses, com a taxa de Spread de 0,672%, tendo como finalidade a liquidação de dívidas a fornecedores. O processo de saneamento financeiro foi aprovado pela Assembleia Municipal em 30/09/2008. O contrato de empréstimo foi visado pela Secção Regional do Tribunal de Contas a 24/11/2008. O empréstimo de saneamento financeiro contemplou 22 fornecedores da Câmara Municipal de Santa Cruz e totalizou o montante de ,07. Da consulta do processo original, consta, verifica-se que o enquadramento legal tem por base a alínea b) do número 4º do artigo 3º do Decreto-Lei n.º 38/2008, de 7 de Março, segundo a qual constituem fundamentos da necessidade de recurso a empréstimo para saneamento financeiro ( ) a existência de dívidas a fornecedores de montante superior a 40% das receitas totais do ano anterior. 5
6 3- Montante e Destinatários do Empréstimo Quadro 1- Pagamentos por fornecedor FORNECEDOR VALOR (euros) IGA - INVESTIMENTOS E GESTAO DE AGUA, S.A ,27 FDO-CONSTRUÇÕES S.A ,34 TECNOVIA MADEIRA - SOCIEDADE DE EMPREITADAS, S.A ,91 VALOR AMBIENTE - GESTAO RESIDUOS DA MADEIRA, SA ,56 EDIMADE, EDIFICADORA DA MADEIRA S.A ,91 ECOATLÂNTICO-ENGENHARIA ECOLOGICA, LDA ,65 AVELINO FARINHA & AGRELA, S.A ,53 CONSTROPLANTE - CONSTRUÇÕES PLANTAÇÕES E ARBORIZAÇÕES, LDA ,67 FLORASANTO AGRICULTURA E SILVICULTURA, LDA ,71 SANTOS E ORNELAS, LDA ,59 LOSOMECANICA CANICENSE, SA ,48 JAIME RIBEIRO E FILHOS, S.A ,28 EDIPLANEL-CONSTRUCOES E PLANEAMENTO LDA ,51 CONSTRUTORA DO TÂMEGA MADEIRA, S.A ,00 LEIRISLENA ENGENHARIA E CONSTRUÇOES S.A ,56 CONSTRUTORA DO TÂMEGA, S.A ,17 JOSÉ AURÉLIO PESTANA - SOCIEDADE UNIPESSOAL, LDA ,00 BRASILITE, LDA ,63 SERLIMA AMBIENTE (AMBIMADEIRA), S.A ,25 EMPRESA DO DIÁRIO DE NOTICIAS ,59 SECUFOGO, LDA 6.797,83 SILVA & BETTENCOURT, LDA 4.838,63 TOTAL DO EMPRÉSTIMO ,07 6
7 Gráfico1: Fornecedores abrangidos pelo empréstimo Fornecedores abrangidos pelo empréstimo de saneamento AFA Brasilite Constroplante Tâmega, S.A. Tâmega, Madeira Ecoatlântico Edimade Ediplanel Diário de Noticias FDO Florasanto IGA Jaime Ribeiro & Filhos, S.A. José Aurelio Pestana Leirislena Losomecânica Canicense Santos & Ornelas, Secufogo Serlima Ambiente Silva & Bettencourt Tecnovia Valor Ambiente. 1 7
8 4- Plano Financeiro do Empréstimo Reportado a 30/06/2014, o plano financeiro para amortização de capital, para o prazo remanescente do empréstimo, é o seguinte: Quadro 2 Plano Financeiro do empréstimo Ano Saneamento Financeiro / CGD Total por amortizar a 30/06/ Montante amortizado até 30/06/ Total empréstimo No fim do primeiro semestre de 2014, o capital pago ascende a , o que corresponde a cerca de 42,9% do total do capital utilizado do empréstimo. Está por pagar o valor de , correspondente a cerca de 57,1%. A amortização de capital e o consequente acompanhamento do plano terão o seu término no ano
9 5- Evolução dos Indicadores constantes do Plano de Saneamento Financeiro De acordo com o estipulado no Plano de Saneamento Financeiro (P SF) e tendo como base o período decorrido entre 2008 e os primeiros seis meses do ano de 2014, demonstram-se, nos indicadores elencados no PSF, a sua evolução. De salientar que o presente relatório, sempre que possível, baseia-se nos dados que constam do supracitado Relatório de Auditoria do Tribunal de Contas ao Plano de Saneamento Financeiro (PSF) Medidas de redução de despesa com pessoal Suspender as alterações ao quadro de pessoal O Município registou a diminuição de 48 trabalhadores face à situação de partida, (31/12/2008). No primeiro semestre do ano em curso registaram-se 4 saídas. O pessoal do quadro, reportado à DGAL, considerando efectivos, pessoal em licença sem vencimento e sem eleitos locais, totaliza 357 trabalhadores a 30/06/ Reafectar o pessoal excedentário a outras unidades orgânicas onde se denote falta de recursos humanos para o exercício de funções compatíveis Dada a natureza da medida, de difícil quantificação e face à ausência de dados sobre a situação de início do Plano de Ajustamento Financeiro, não é possível quantificar o cumprimento desta medida. O novo Regulamento Orgânico e respetivo Organograma foi publicado no Diário da República, 2.ª Série n.º 85 de 5 de maio de
10 Alterar o posicionamento remuneratório nas respetivas categorias apenas quando legalmente obrigatório O relatório do Tribunal de Contas relativo ao processo de acompanhamento ao plano de saneamento financeiro de 2013 refere que "como a mudança de posição remuneratória não era obrigatória, conclui-se que a autarquia não cumpriu com o acordado com o Plano de Ajustamento Financeiro". Não é conhecimento dos serviços internos do Município o resultado de "Auditoria de fiscalização concomitante aos Municípios da RAM com vista a apurar a legalidade das alterações de posição remuneratória por opção gestionária efetuadas nos anos de 2009 e de 2010, Processo n.º 09/13-Aus/FC." Recorrer o menos possível a prestações de serviços para a elaboração de estudos, pareceres e consultadoria Para apuramento da meta da redução de 2% ao ano das despesas afectas à rubrica " estudos, pareceres e consultadoria", procede-se seguidamente à comparação entre os valores constantes do Plano de Ajustamento Financeiro e ofício n.º de 30/10/2008 relativo a esclarecimentos, com o processamento de faturas, por data e ano de emissão, conforme quadro utilizado no Relatório do Tribunal de Contas sobre o Plano de Saneamento. 10
11 Quadro 3: Evolução das despesas registadas na rubrica estudos, pareceres e consultadoria Ano Despesa anual Previsão do PAF Poupança Valor de Faturas processadas, por ano Diferença apurada entre o faturado e o previsto ,27 0, , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , TOTAL , , , ,98 Quadro 4: Por acumulado ou somatório entre 2008 a : Somatório 2007 a Previsão do PSF Despesa anual Poupança Acumulada estimada Valor de Faturas processadas, por ano - acumulado Diferença acumulada apurada entre o faturado e o previsto , , , ,98 Reportado à situação a 30/06/2014, o Município apresentou menos despesas acumuladas afectas a aquisição de serviços de estudos, pareceres e consultadoria, de ,98, sendo que, somente o ano de 2012 registou faturação superior ao constante nas previsões do plano, por motivo de realização de projectos de 11
12 execução de empreitadas que serviram de objecto de candidaturas a fundos comunitários ao abrigo do PRODERAM. De realçar que o ano de 2014, apresenta despesas referentes a aquisição de serviços de revisão e certificação de contas (despesa que decorre de legislação em vigor) e despesas com a aquisição de serviços de serviços de jurídicos, decorrentes da auditoria de gestão em curso Flexibilidade, dinamismo e inovação Esta medida não é quantificável, nem mensurável Redução já em 2008, das despesas com utilização de viaturas, horas extraordinárias e telecomunicações Despesas com viaturas Não tendo sido definidas metas quantificáveis concretas, optou-se, por utilizar o mapa, tal como consta do Relatório do Tribunal de Contas sobre o Plano de Saneamento Financeiro, identificando, através da contabilidade analítica e orçamental, através do registo e demonstração da evolução das despesas associadas a viaturas, quer com aquisição de serviços de oficinas, aquisição de peças e ainda aquisição de combustível, procedendo-se à sua atualização à data de 30/06/
13 Quadro 5: Evolução das despesas com viaturas, desde 2008 Viaturas Variação entre / 2008 Águas , , , , , ,59 0, ,53 Ambiente , , , , , ,15 29, ,52 ASAD , , , , , , , ,32 Bombeiros , , , , , , , ,84 Desporto 1 699, ,75 493,31 3,00-0,00 0,00-699,37 Fiscalização , , , ,60 574,39 863,27 410, ,41 GIS , , , , ,82 915,21 826,62-231,94 Presidência , , , , , ,68 504, ,33 RS , , , , , , , ,18 SLU , ,95 101,36 0,00 0,00 Renting , , , , ,16 Subtotal , , , , , , , ,28 Combustível , , , , , , , ,66 Total geral , , , , , , , ,94 O Município, no período de 01/01/2014 a 30/06/2014, processou faturas referentes a manutenção, seguros e outras despesas com viaturas no valor de ,28, o que indica que o valor total a suportar este ano, deverá ser superior ao ano de 2013, o que poderá colocar em causa o cumprimento desta medida do Plano de Saneamento Financeiro. O início da execução do contrato de renting automóvel de 8 viaturas adstritas ao serviço Municipal de Recolha de Resíduos Sólidos será um dos motivos dos valores apresentados. Quanto às faturas referentes a combustível, o valor do ano de 2013 importou o montante de 367,958,68. Nos primeiros seis meses do ano em curso, deram entrada facturas de combustível no valor de ,88, estimando-se pois a redução desta despesa. 13
14 Despesas com horas extraordinárias O Município comprometeu-se a reduzir as despesas na rubrica " Horas extraordinárias" na proporção de 1% ao ano. Utilizou-se o quadro constante no Relatório do Tribunal de Contas referente ao Plano de Saneamento Financeiro e o nosso ofício n.º de 30/10/2008 relativo a esclarecimentos, atualizando a data de reporte do presente relatório. Os valores apresentados dizem respeito aos pagamentos efetuados nos primeiros seis meses do ano em curso, na rubrica orçamental Quadro 6: Evolução das despesas pagas com Horas Extraordinárias Ano Despesa Anual Previsão do PSF Poupança Pagamentos Variação pagamentos / previsão ,60 0, ,60 0, , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , Total , , , ,52 14
15 Em resumo, Quadro 7: Evolução das despesas pagas com Horas Extraordinárias: resumo Somatório 2007 a Despesa anual Previsão do PSF Poupança Acumulada prevista Valor de pagamentos acumulados efectuados Diferença acumulada apurada entre o faturado e o previsto , , , ,52 A partir do ano de 2012 e 2013 é que se regista uma diminuição dos pagamentos face à previsão constante do Plano de Saneamento. Os valores pagos acumulados estão abaixo dos valores previstos em cerca de ,52 Despesas com telecomunicações Os valores apresentados têm como base as faturas processadas, por ano e classificadas na rubrica orçamental Comunicações. Quadro 8: Evolução das despesas com telecomunicações Ano Despesa Anual Previsão do PSF Poupança Faturado Variação faturado / previsão ,43 0, , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,72 - Total , , , ,07 15
16 Em resumo, Quadro 9: Evolução das despesas com telecomunicações - resumo Somatório 2007 a Despesa anual Previsão do PSF Poupança Acumulada Valor de Faturas processadas, acumuladas Diferença acumulada apurada entre o faturado e o previsto , , , ,07 Os valores considerados por ano, dizem respeito às faturas registadas por ano na rubrica orçamental " telecomunicações" Considerando os valores acumulados entre 2007 e , o Município está abaixo da despesa prevista em ,07. Realça-se que o ano de 2013 foi o primeiro ano que registou valores abaixo do previsto no Plano de Saneamento Financeiro e nosso oficio n.º de 30/10/ Medidas de redução de despesa corrente Não arrendar mais espaços físicos para funcionamento dos serviços autárquicos O Relatório do Tribunal de Contas sobre o Saneamento Financeiro refere que: "Apesar da despesa com rendas ter atingido o montante de cerca de 137 mil euros em 2012 (11 mil euros por mês), verificou -se que após a implementação do PSF não foi arrendado mais nenhum imóvel pelo que se considera que a medida foi cumprida". De modo a facilitar o controlo deste tipo de despesa, logo desta medida, adopta-se quadro semelhante aos anteriores, tendo em consideração os pagamentos processados em cada ano económico, nas rubricas Locação de Edifícios e Locação de Outros Bens (terrenos). 16
17 Quadro 10: Evolução das despesas com rendas Ano Pagamentos: rubrica Pagamentos: rubrica Total pagamentos Diferença , , ,10 0, , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , Total , , , ,50 Não foi efectuado nenhum contrato de arrendamento nos primeiros seis meses do ano em curso. Em 7 anos e seis meses, o Município processou o valor de ,16, o que representa uma média mensal de cerca de 15 mil euros Reforçar as condições de base para a inovação e o empreendedorismo Esta medida não é quantificável, nem mensurável Minimizar custos uniformizando documentos existentes Esta medida não é quantificável, nem mensurável. 17
18 Elaborar orçamentos anuais detalhados e realistas Tendo como base o quadro constante no Relatório do Tribunal de Contas sobre o Plano de Saneamento Financeiro, acrescentaram-se os dados correspondentes ao ano de 2014, quanto às dotações, e aos primeiros seis meses, no que toca à execução e compromissos assumidos. Quadro 11: Evolução dos valores e taxas de execução orçamental Designação (em euros) Orçamentada , , , , , , ,52 Receita Cobrada , , , , , , ,55 % Execução 63% 47% 47% 46% 48% 74% 37% Orçamentada , , , , , , ,52 Despesa Cobrada , , , , , , ,99 % Execução 64% 46% 46% 48% 47% 72% 35% Grau de Cobertura das despesas (1) Receita cobrada Despesa Assumida , , , , , , , , , , , , , ,63 % Cobertura 84% 59% 59% 56% 51% 59% 50% Quanto a estes indicadores, transcreve-se seguidamente parte do capítulo da introdução do relatório do Orçamento Municipal, que ajuda a explicar os valores apresentados, nomeadamente os valores da dotação: 18
19 Contexto: O orçamento do município de Santa Cruz 2014, não pode deixar de refletir a situação de rutura financeira, ou desequilíbrio financeiro estrutural em que se encontra a Câmara Municipal de Santa Cruz. Durante a elaboração do orçamento municipal, os serviços financeiros e o executivo permanente aguardam a formalização do Programa de Apoio à Economia Local, (PAEL), onde estão incluídos os empréstimos do PAEL e Reequilíbrio Financeiro. Após a assinatura de contratos, ainda no mandato anterior, aguarda-se o visto do Tribunal de Contas. Mais que a comparação entre anos, capítulos (que costuma ser o trabalho comum à elaboração de orçamentos e relatórios financeiros), importa salientar o seguinte: a proposta de orçamento inicial para 2014 contempla o total das faturas por pagar na posse dos serviços, reclamadas por fornecedores, acrescido das despesas obrigatórias para 2014, como despesas com pessoal, empréstimos, despesas de fornecimento contínuo e contratos celebrados cujo período de faturação abrange o ano de Engloba ainda o valor de 2,5 milhões de euros referentes a processos judiciais, que à presente data, não possuem acordo ou homologação judicial. Se, defendem as normas legislativas, o orçamento deve somente contemplar a média dos valores efetivamente cobrados e recebidos nos últimos 24 meses precedentes ao mês da elaboração do orçamento, sustentam também as entidades que tutelam e fiscalizam as contas do município, através dos princípios contabilísticos enumerados no POCAL, que não podem existir faturas/despesas sem a correspondente dotação orçamental 1. O empolamento do orçamento da receita ocorrerá somente até ao momento em que o valor da dívida esteja dentro do valor da verdadeira execução do orçamento. É uma desconformidade necessária para o registo integral do valor reclamado por fornecedores. 1 Conforme apontado no ponto 3.3 do Relato do Tribunal de Contas com a designação Auditoria ao cumprimento do plano de saneamento financeiro da Câmara Municipal de Santa Cruz 2008 a
20 O valor do orçamento da receita, logo da despesa, deveria ser de 16 milhões de euros, acrescido de contratos de financiamento de fontes externas à Câmara, como os contratos programa, lei de meios e fundos comunitários. Só o valor das faturas na posse dos serviços financeiros, cuja conformidade está a ser verificada, através da auditoria de gestão que se encontra em curso, é de cerca de 27,4 milhões de euros. Valor que poderá aumentar, caso sejam considerados, em Tribunal, diversos processos, na ordem dos 2,9 milhões de euros, a somar a outro tanto, reconhecido, mas em análise da já citada auditoria. É propósito deste executivo, reduzir o valor da dívida. Neste primeiro ano de mandato, deverá ser o critério da evolução da dívida, o principal indicador de gestão e de tomada de decisões. A auditoria de gestão, o apuramento de responsabilidades, será acompanhada, por um novo paradigma de gestão. As despesas de funcionamento deverão diminuir, os prazos de pagamento devem ser cumpridos, os concursos devem ser públicos e os preços devem diminuir. Numa meta de médio/longo prazo, a redução das despesas de funcionamento, permitirão o reforço das intervenções e projetos de investimento. O retorno ao recurso da mão-deobra própria, à pesquisa e reforço de candidaturas a projetos comunitários, contribuirá para a melhoria da situação financeira. Ao nível da receita, os regulamentos deverão ser revistos. Os procedimentos de receita devem ser uniformizados e todos os munícipes, utentes, turistas, devem ser tratados de forma idêntica. Igualdade, transparência e critério do utilizadorpagador, devem nortear a ação dos serviços municipais, em particular, os serviços emissores de receita. Todas as taxas e tarifas devem possuir a adequada e obrigatória fundamentação económica e financeira, e paralelamente, estarem ajustadas à realidade social e económica que atravessamos. Para cumprir as competências respeitantes exclusivamente ao município, não fazer despesa que não seja imposta por legislação, ou que ponha em causa a saúde, 20
21 segurança de pessoas e bens, os órgãos municipais deverão, ter sempre em linha de conta, a necessidade imperiosa de redução do endividamento e a redução dos prazos médios de pagamento. Das primeiras prioridades a ter em conta, salientam-se a gestão da recolha de resíduos sólidos, bem como, a gestão do parque de viaturas. A existência de planeamento, fundamentação das necessidades, o controlo do combustível e do estado das viaturas serão metas e objetivos a cumprir. Depois da primeira fase, de urgência face à desfasada realidade financeira, bem como de desfragmentação de orgânicas, funcionários e falta de procedimentos, darse-á prioridade ao planeamento de despesas e atividades. Com planeamento, muitas das atuais urgências, deixarão de o ser Restringir novos contratos de prestação de serviços individuais / avenças O Relatório do Tribunal de Contas sobre o Plano de Saneamento Financeiro aponta que esta medida não é avaliável face aos termos amplos e não quantificados em que foi definida. Optou-se pois, por elaborar quadro com histórico de pagamentos efectuados por ano na rubrica " Pessoal em regime de tarefa ou avença", para o acompanhamento da evolução ao longo do período de vigência do plano. 21
22 Quadro 12: Evolução dos pagamentos da rubrica " Pessoal em regime de tarefa ou avença": Ano Pagamentos: Diferença ,10 0, , , , , , , , , , , , , , , Total , ,15 Em 2013 diminuíram os valores pagos com contratos de avença, face aos anos de 2012, 2011 e Em 2014, esta rubrica orçamental deverá aumentar face ao ano anterior, tendo por justificação a contratação de serviços jurídicos e de contencioso Planear recursos humanos de acordo com necessidades efetivas Esta medida não é quantificável, nem mensurável Reforçar a função de controlo financeiro ao nível orçamental Esta medida não é quantificável, nem mensurável. 22
23 Garantir a satisfação do princípio da economia, eficiência e eficácia na aquisição de bens Esta medida não é quantificável, nem mensurável face a ausência de indicadores e metas definidas no estudo Utilizar viaturas para o serviço estritamente necessário Esta medida não é quantificável, nem mensurável face a ausência de indicadores e metas definidas no estudo Reduzir os prazos de pagamento Tendo como base o quadro constante no Relatório do Tribunal de Contas sobre o Plano de Saneamento Financeiro, acrescentaram-se os dados correspondentes ao ano de Quadro 13: Evolução dos Prazos Médios de Pagamento (PMP) Ano PMP Variação (%) ,67% ,76% ,25% ,77% ,94% ,51% * * Não disponibilizado 23
24 Tendo por base os dados apresentados, consultando a DGAL e o Anuário financeiro dos Municípios Portugueses de 2013, o Município de Santa Cruz, é o que apresenta o 4.º pior registo entre os 308 Municípios Portugueses, necessitando em média, de 1049 dias para pagamento de facturas. Para esta situação contribui o elevado montante da dívida global e do nível percentual de endividamento. Por outras palavras, o Município não tem conseguido obter receitas que possibilitem o pagamento da dívida e o pagamento de novas despesas. Tem-se financiado à conta da dívida a fornecedores. A expectável concretização do PAEL e REEQUILIBRIO, que ao nível da utilização do capital para pagar dívidas, quer numa segunda fase, no aumento de receitas, poderá contribuir para diminuir os prazos de pagamento. De realçar que, a recepção e registo de juros de mora 2 contribui para o aumento do prazo médio de pagamentos e para o não pagamento a 90 dias, conforme estipulado na Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso Reduzir o ciclo de caixa com a antecipação de receitas Quadro 14: Dívidas de terceiros, curto prazo Ano Dividas de terceiros, curto prazo Variação (%) , ,51 4,74% ,55 26,63% ,98-24,41% ,06-27,64% ,91-23,41% * * Valores não apurados à presente data 2 Não se compreende a falta de legislação que proteja as autarquias locais e demais entidades públicas, em situação de ruptura financeira e situação de desequilíbrio financeiro estrutural, em clara diferenciação com o sector empresarial privado, dando como exemplo a apresentação de juros de mora e a reestruturação da dívida. 24
25 Os dados utilizados têm como base o quadro constante do Relatório do Tribunal de Contas referente ao Saneamento Financeiro e os valores inscritos nos Balanços dos respectivos anos económicos. É de salientar que, dos valores considerados, fazem parte contas de ordem referentes a cauções e garantias por liberar que, por norma, não se transformam em receita e são devolvidos a terceiros. À presente data, os dados patrimoniais não foram apurados Negociação com fornecedores visando obter melhores prazos de pagamento Conforme exposto no Relatório do Tribunal de Contas sobre o Plano de Saneamento: "Esta medida não foi avaliada por estar em contradição com a medida 10 e com o próprio propósito do PSF". 25
26 6- Outros Indicadores PLANO DE SANEAMENTO FINANCEIRO Neste capítulo apresentam-se outros indicadores que julgamos ser pertinentes para o acompanhamento da situação financeira do Município Situação de Pagamentos em Atraso No final do primeiro semestre o valor dos pagamentos em atraso era de ,43. Este indicador evoluiu favoravelmente Situação de FUNDOS DISPONÍVEIS A Lei n.º 8/2012 de 21 de Fevereiro (Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso) e posterior legislação que veio estabelecer regras relativas à assunção de compromissos e efetuar despesa, obriga à determinação da situação de FUNDOS DISPONIVEIS. Grosso modo, este conceito, visa apurar a situação entre receitas e despesas num período de três meses. A 31/12/2013, a situação de FUNDOS DISPONIVEIS, era NEGATIVA em ,86. A 30/06/2014, a situação de FUNDOS DISPONIVEIS, permanecia NEGATIVA, embora com tendência favorável, em ,17 26
27 6.3.- Evolução das receitas cobradas Quadro 15: Evolução das receitas cobradas desde 2001 Ano Correntes Capital Outras receitas Total A 30/06/2014, há a ter em conta que as receitas arrecadas consideram, as verbas já utilizadas dos empréstimos do PAEL e REEQUILIBRIO, no valor de
28 6- Conclusão A análise do processo de saneamento é indissociável da análise da situação financeira da câmara. Para além de terem passado cerca de sete anos, cerca de dois mandatos, o Município recorreu ao PAEL, o que contribuiu, para além da entrada em vigor de nova legislação, da qual se destaca a Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso, para a introdução de novas medidas de contenção de despesa e arrecadação de receita. O Município de Santa Cruz tem apresentado, desde 2013 até à presente data, melhorias na maioria dos indicadores apresentados. Globalmente, o valor da dívida total diminuiu. A dívida a fornecedores, exigivel a curto prazo, foi transformada em médio e longo prazo, com a utilização da primeira tranche do empréstimo do PAEL e do REEQUILIBRIO, o que tem implicações positivas nos indicadores de pagamentos em atraso e nos Fundos Disponiveis que, no entanto, permanecem negativos, ou seja, a não exisitirem receitas que possibilitem o pagamento da divida e de despesas correntes obrigatórias e à luz da Lei dos Compromissos e Pagamentos em Atraso, não devem ser realizadas novas despesas, e caso o sejam, devem os órgãos municipais ter em atenção a sua fundamentação e adequação à legislação em vigor. A existência de cerca de 3,5 milhões de provisões constituídas à data de 30/06/2014 é um aspecto que poderá prejudicar a situação financeira do Município. Como aspectos a ter ainda em conta, os serviços financeiros não podem deixar de realçar os seguintes, sempre com o objectivo de melhoria da situação financeira do Município e do aumento do sistema de controlo interno: A necessidade de aumentar ou concretizar as medidas ao nível do orçamento municipal da receita, destacando que algumas acções encontram-se em curso. Neste item, destaca-se: 28
29 Ao nível das receitas correntes: O aumento da eficiência e eficácia nos procedimentos a adoptar serviços emissores de receita, garantindo que todos os serviços ou bens prestados ou vendidos são cobrados, universalmente e sem expecpção e em condições de adequação aos regulamentos em vigor; Maximização dos preços cobrados pelo município, através da reapreciação dos tarifários. Destaca-se dentro desta medida, o aumento de tarifário de águas deliberado em sede de Assembleia Municipal a 27/06/2014; O aperfeiçoamento dos processos e do controlo sobre os factos suscetíveis de gerarem a cobrança de taxas e preços municipais, bem como ao nível da aplicação de coimas e da promoção dos processos de execução fiscal a cargo do município A exploração do património imóvel do Município; Avaliação e estudo do Imposto Municipal de Imóveis no Concelho; Concessão de exploração de parques de estacionamento e parquímetros; Ao nível de receitas extraordinárias: A venda de património definido do PAEL e/ou outro que não seja imprescindivel à operacionaldiades dos serviços municipais; A recuperação do IRS de 2009 e
30 7- Proposta Submetido a despacho do Senhor Vice-Presidente da Câmara, através da informação interna n.º de 30/07/2014, propomos que ao presente relatório deverá ser dada continuidade nos seguintes termos: a) Remeter DGAL, em cumprimento com a alínea c) do n.º 5.º do artigo n.º 59.º da Lei n.º 73/2013 de 03 de Setembro; b) Dar conhecimento aos membros do Governo responsáveis das Finanças e Autarquias Locais, em cumprimento do art.º 6.º do Decreto-Lei n.º 38/2008, conjugado com o n.º 7.º do art. º 59.º da Lei n.º 73/2013 de 03 de Setembro; c) Remeter para apreciação da Câmara Municipal e Assembleia Municipal, em cumprimento do n.º 6 do art.º 59.º da Lei n.º 73/2013 de Setembro; d) Publicar no Sítio da internet do Município, após apreciação da Assembleia Municipal; e) Dar conhecimento à Secção Regional da Madeira do Tribunal de Contas; Santa Cruz, aos 30 de Julho de 2014 O Chefe de Divisão Financeira Nuno César Cabaços Cruz 30
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