Ascenty constrói dois datacenters no Brasil simultaneamente

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1 Ascenty constrói dois datacenters no Brasil simultaneamente Analista: Jeff Paschke 4 de junho de 2013 A Ascenty, que tem sede no Brasil, está crescendo rapidamente com a construção de mais dois datacenters ao mesmo tempo, ambos localizados próximo a São Paulo - em Hortolândia e Jundiaí e com inauguração prevista para até o final do ano, o que representa forte evidência de que o mercado de centros de dados compartilhados de alta confiabilidade (multi-tenant datacenter) está mal servido no Brasil. A empresa também firmou recentemente uma parceria estratégica com a Latisys, nos Estados Unidos. 451 Research conversou com Chris Torto, CEO da Ascenty, sobre os planos de expansão da empresa. Expansões e bases do datacenter da Ascenty O primeiro datacenter da Ascenty está localizado em Campinas, que fica a aproximadamente 96 quilômetros da maior cidade do Brasil, São Paulo, com uma população metropolitana de aproximadamente 20 milhões.

2 No entanto, Campinas não é uma cidade pequena: sua população metropolitana é de cerca de 2,9 milhões de habitantes. A primeira unidade da empresa tem metros quadrados de área total e foi projetada em três módulos, com o primeiro inaugurado em outubro de Recentemente, a Ascenty teve que adicionar um segundo módulo à unidade, após vender rapidamente a capacidade do primeiro. A empresa está recebendo uma demanda tão forte que começou a construir dois datacenters adicionais, para inaugurar até o final do ano. Sua segunda unidade está sendo construída em Hortolândia, que é um pouco mais longe de São Paulo do que Campinas (aproximadamente 20 quilômetros de Campinas). Essa unidade tem metros quadrados de área total e a empresa está construindo uma subestação de 20MVA próxima a ela. A Ascenty está investindo 150 milhões de reais (70,5 milhões de dólares) na unidade de Hortolândia, que vai suportar inicialmente 5MW da carga de TI. A Ascenty também está construindo um terceiro datacenter, em Jundiaí, a aproximadamente 67 quilômetros ao norte de São Paulo. Essa terceira unidade está sendo construída simultaneamente à de Hortolândia e, próxima a ela, a Ascenty está construindo uma subestação de 25MVA. A unidade de Jundiaí será construída em três fases, sendo que a primeira fase, prevista para ser inaugurada até o final do ano, suportará 4MW de carga de TI. A Ascenty planeja conectar os dois novos datacenters à sua rede própria de fibra óptica, que tem mais de mil quilômetros com topologia em anel e que liga Campinas a várias outras cidades na região - incluindo conexões com diversos datacenters em São Paulo.

3 A Ascenty indica que já tem alguns clientes iniciais para ambos os datacenters em construção. A empresa também está avaliando outros locais no Brasil para futuros datacenters. Parceria com Latisys Além da construção de dois novos datacenters em andamento, a Ascenty anunciou recentemente uma parceria estratégica com a Latisys. Sob os termos da parceria, a Latisys ganha acesso ao mercado brasileiro para seus clientes instalados principalmente nos EUA, enquanto a Ascenty ganha acesso ao mercado dos EUA para seus clientes brasileiros. As duas empresas firmaram a parceria após reconhecer uma visão e abordagem semelhantes para a entrega de serviços de datacenter. Tanto a Latisys como a Ascenty construíram datacenters de alta densidade que servem como uma plataforma para colocation, hosting gerenciado e serviços na nuvem (cloud). Além disso, ambas as empresas são apoiadas pelo fundo de investimento privado (private equity) Great Hill Partners. A parceria inclui colaboração formal em várias áreas, como melhores práticas em plataforma de infraestrutura como serviço (IaaS), estratégias de mercado, projeto e engenharia do datacenter, seleção de tecnologia e modelos de suporte ao cliente. A Ascenty também teve sua equipe de operações e gerenciamento trabalhando em estreita colaboração com a equipe de engenharia, operações e gerenciamento da Latisys, durante o ano passado, com o objetivo de padronizar procedimentos e projeto de infraestrutura. A Ascenty já tem clientes brasileiros buscando uma base nos EUA e a Latisys também tem clientes buscando uma base brasileira; assim, a parceria expande mercados de maior interesse para ambas as empresas.

4 Mix de negócios da Ascenty Os datacenters da Ascenty oferecem três tipos de serviços aos clientes: colocation, serviços de nuvem e hosting gerenciado. A empresa também fornece serviços de rede para os clientes utilizando sua rede de fibra óptica. O mix de receita atual da empresa está distribuído em 45% para serviços de colocation, 25% para hospedagem gerenciada e 15% para serviços de cloud - as receitas remanescentes são provenientes dos serviços de rede. A concorrência e o mercado no Brasil Em março, publicamos nossa avaliação Mercado de Datacenter Compartilhado no Brasil: Fornecedores e Fornecimento (Brazil Multi-Tenant Datacenter Market Assessment: Supply and Providers), relatório que analisa o mercado brasileiro nessa área. O Brasil é um mercado de datacenter compartilhado de alta confiabilidade (MTDC) emergente, o que significa que é mal atendido pelas unidades MTDC e tem algumas poucas unidades neutras além disso, o Brasil não tem atualmente provedores de serviços de datacenter no atacado. A Ascenty está focando essa lacuna de venda por atacado, fazendo alguns grandes acordos nesse sentido. O Brasil também é um país grande, com 22 áreas metropolitanas com população de mais de um milhão de pessoas. No entanto, a capacidade de datacenters compartilhados está concentrada nas duas principais metrópoles: São Paulo e Rio de Janeiro. Nós não conseguimos encontrar fornecedores MTDC em nove das 22 principais metrópoles no Brasil.

5 Identificamos mais de 25 provedores no Brasil oferecendo serviços de colocation. Apenas três fornecedores de datacenter com sede nos EUA têm unidades no Brasil: Equinix (por meio da aquisição da ALOG Data Centers do Brasil), Terremark (uma empresa Verizon) e Level 3 Communications (por meio da aquisição da Global Crossing). A maioria dos fornecedores de serviços de datacenter no Brasil são empresas locais, de operadoras de telecomunicações (telcos), como a Global Village Telecom (GVT), Oi Brasil Telecom e Telium Networks, a empresas de TI, como TIVIT e Ativas, e provedores de serviços de Internet (ISPs), como a Matrix Internet. A Ascenty concorre com a Algar, que tem um datacenter em Campinas que está perto do limite de capacidade, mas tem espaço para expansão. A Algar é uma empresa de serviços de TI com seus serviços de infraestrutura de Internet mais focados em hospedagem, mas também oferece serviços de colocation - a divisão é de aproximadamente 80% de hospedagem e 20% colocation. Na área de colocation, a Ascenty concorre principalmente com a ALOG e Terremark, com unidades de datacenter em São Paulo. UOL Diveo e TIVIT também oferecem serviços de colocation em São Paulo, mas a Ascenty indicou que não os vê realmente como concorrentes em muitos negócios. A empresa também enfrenta a concorrência de várias empresas de telecomunicações com datacenters em São Paulo, que oferecem serviços de colocation. Mas várias dessas empresas de telecomunicações estão mais focadas em serviços de hospedagem/nuvem e a Ascenty indica que as tem visto como concorrentes em apenas alguns negócios. Acreditamos que a Level 3 Communications é a concorrente de colocation mais provável, entre as empresas de telecom, que a Ascenty vai enfrentar. A Tomada 451

6 A Ascenty está crescendo rapidamente, face a um mercado MTDC claramente mal atendido no Brasil e com forte demanda, fazendo com que a empresa avance na construção de dois datacenters ao mesmo tempo. Nós atribuímos essa forte demanda à situação de fornecimento MTDC apertada no Brasil, com a utilização de mais de 80% da capacidade e algumas unidades existentes sendo mais antigas e não projetadas para suportar densidades mais altas.

7 Nós estamos cientes da existência de vários fornecedores de datacenter com sede nos EUA, como CyrusOne, IO e Digital Realty Trust, assim como fornecedores em outros países na América Latina, que têm analisado o mercado brasileiro com interesse, mas ainda precisam entrar nele. Acreditamos que isso se deve ao fato de o Brasil ser um lugar complexo e caro para se fazer negócios, o que tem impedido outras empresas de entrar rapidamente no mercado brasileiro. No entanto, o país também tem grandes oportunidades com a crescente demanda por serviços de datacenter, hospedagem e cloud, bem como serviços tradicionais de outsourcing de TI, em função do aumento dos gastos com TI. Temos expectativa de que outros fornecedores entrarão no mercado; é apenas uma questão de quando. Continuaremos a observar a Ascenty com interesse, como a empresa que reconhece a oportunidade, e esperamos ver expansões adicionais da empresa ao longo dos próximos anos.

8 Reproduzido com permissão do The 451 Group; Este relatório foi originalmente publicado dentro de 451 Research s Daily T1R. Para informações adicionais sobre 451 Research ou para solicitar acesso experimental, acesse: