ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE AFC/CGU
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- Manoel Castanho Amado
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1 ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE AFC/CGU 2003/2004 (Prova aplicada em 18/01/2004) 08- Sobre a Contabilidade Pública no Brasil, não podemos afirmar que: a) é instrumento de registro e controle da execução do Orçamento aprovado pelo Poder Legislativo. b) registra a fixação da receita e a previsão da despesa c) não contabiliza praças e arruamentos. d) adota, para apuração de resultados, o regime contábil misto, isto é, regime de caixa para receitas e de competência para despesas. e) adota o sistema de partidas dobradas. Resposta correta: B Comentários: Não podemos afirmar que a Contabilidade Pública no Brasil registra a fixação da receita e a previsão da despesa, pois o que ocorre é exatamente o contrário, previsão das receitas e fixação das despesas. Vale ressaltar que de acordo com diversos autores, os estágios da receita e da despesa são: RECEITA PÚBLICA Previsão Lançamento Arrecadação Recolhimento DESPESA PÚBLICA Fixação Empenho Liquidação Pagamento 09- Sobre o campo de aplicação da Contabilidade Pública no Brasil, podemos afirmar que: a) não inclui as empresas estatais de capital aberto (sociedades de economia mista). b) os municípios, como esferas autônomas, não se submetem aos ditames da Lei nº 4.320/64. c) inclui o Sistema S ( SENAI, SENAC, SENAR, SENAT) por receberem recursos para fiscais. d) inclui a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), conforme definido na Constituição Federal de e) não inclui as fundações públicas. Resposta correta: A 1
2 Comentários: O campo de atuação da contabilidade pública abrange: A Administração Direta (Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário), Autárquica e Fundacional da União, Estados e Distrito Federal e a Administração Direta (Poderes Executivo e Legislativo), Autárquica e Fundacional dos Municípios; Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, quando utilizam recursos à conta do Orçamento Público. Essas entidades (empresas públicas e sociedade de economia mista) passam a fazer parte do campo de aplicação da contabilidade pública quando utilizam recursos à conta do orçamento público para despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, excluídos no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária (art. 2º, III, da LRF). Quando utilizam recursos do orçamento público para os fins supracitados, essas entidades passam a ser conhecidas como EMPRESAS ESTATAIS DEPENDENTES. As sociedades de economia mista, em via de regra, não estão incluídas no campo de aplicação da contabilidade pública. 10- Os créditos adicionais podem ser classificados como: a) suplementares, quando destinados a despesas urgentes e imprevistas. b) especiais, quando destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica. c) extraordinários, quando destinados a reforço de dotação orçamentária. d) complementares, quando destinados a reforço de dotação orçamentária. e) ordinários, quando destinados a despesas com créditos insuficientes. Resposta correta: B Comentários: Segundo o artigo 41 da Lei nº 4.320/64, há três tipos de créditos adicionais: Créditos Suplementares Créditos Especiais Créditos Extraordinários Créditos Suplementares: destinam-se ao reforço de dotação orçamentária já existentes. Créditos Especiais: destinam-se a atender a despesas para as quais não haja dotação orçamentária específica. Créditos Extraordinários: são destinados ao atendimento de despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública. 2
3 RESUMO DOS CRÉDITOS ADICIONAIS TIPOS FINALIDADE AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA S U P Necessidade de L Reforçar autorização E despesas já legislativa na M previstas no própria LOA ou E orçamento. em lei N específica. T A R E S E S P E C I A I S E X T R A O R D I N Á R I O S Atender a despesas não previstas no orçamento. Atender a despesas imprevisíveis e urgentes (ex:. guerra, comoção interna ou calamidade). Necessidade de autorização em lei específica. Independe ABERTURA E INCORPORAÇÃO Decreto (Executivo): incorporam-se ao orçamento adicionando-se à dotação orçamentária a que se destinou reforçar. Decreto (Executivo): incorporam-se ao orçamento, mas conservam sua especificidade demonstrando-se a conta dos mesmos, separadamente. Na União, abertura se dá por meio de Medida Provisória; Nos Estados, DF e Municípios, a abertura se dá por Decreto do Executivo ou por Medida Provisória, se houver previsão na Constituição do Estado ou na Lei Orgânica do Município. Se abertura ocorrer por meio de Decreto, este deverá ser enviado imediatamente ao Legislativo. Incorporam-se ao orçamento, mas conservam sua especificidade, demonstrando-se a conta dos mesmos separadamente. VIGÊNCIA No exercício em que foi aberto (até 31/12). No exercício em que foi aberto (até 31/12). No exercício em que foi aberto (até 31/12). PRORROGAÇÃO Improrrogável. Só para o exercício seguinte quando o ato de autorização tiver sido PROMULGADO nos últimos 04 (quatro) meses do exercício. Nesse caso, os saldos são incorporados, por decreto, ao orçamento seguinte (créditos com vigência plurianual). Só para o exercício seguinte quando o ato de abertura (MP ou Decreto) tiver sido editado nos últimos 04 (quatro) meses do exercício. Nesse caso, os saldos são incorporados, por decreto, ao orçamento seguinte (créditos com vigência plurianual). INDICAR FONTE (recursos) SIM SIM NÃO 3
4 IMPORTANTE A CF, em seu artigo 167, V, veda a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa ou sem indicações dos recursos correspondentes. A Lei nº 4.320/64 estabelece os recursos que servirão para abertura dos créditos suplementares e especiais, desde que não estejam comprometidos (art. 43, 1º ). São eles: 1 - SUPERÁVIT FINANCEIRO apurado em balanço patrimonial do exercício anterior; superávit financeiro é a diferença positiva entre o ativo financeiro e o passivo financeiro, conjugando-se, ainda: - os saldos dos créditos adicionais transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas; e, se já houver, o valor dos créditos adicionais abertos no próprio exercício, tendo como fonte o superávit financeiro, ou seja: SF = AF PF CAR + OCV CAE, onde: SF superávit financeiro; AF ativo financeiro; PF passivo financeiro; CAR valor dos créditos adicionais reabertos no exercício (créditos especiais ou extraordinários com vigência plurianual artigo 167, 2º da CF; OCV saldo das operações de crédito vinculadas aos créditos reabertos; CAE valor dos créditos adicionais já abertos no exercício, tendo como fonte o superávit financeiro do exercício anterior. 2 EXCESSO DE ARRECADAÇÃO: excesso de arrecadação é o saldo positivo das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada, considerando-se, ainda, a tendência do exercício. Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício. 3 ANULAÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE DOTAÇÕES orçamentárias ou de créditos adicionais, autorizados em Lei. Nessa fonte, inclui-se a Reserva de Contingência, que também é uma dotação orçamentária. 4 OPERAÇÕES DE CRÉDITO autorizadas, em forma que, juridicamente, possibilite ao Poder Executivo realizá-las. Neste caso, não basta a indicação de que as novas despesas serão financiadas por operações de créditos. É necessário que o Executivo demonstre a viabilidade jurídica e financeira para a realização do empréstimo (ex: demonstrar que a operação de crédito está cumprindo os requisitos estabelecidos pelas Resoluções do Senado Federal). 5 RECURSOS DO ART. 166, 8º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL são os recursos que ficaram sem despesas correspondentes em razão de veto, emenda ou rejeição da LOA. 8º do art. 166 da CF os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa. 11- Sobre a destinação de recursos públicos para o setor privado destinados a, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas, consoante os arts. 26, 27 e 28 da Lei de Responsabilidade Fiscal LRF, podemos afirmar que: 4
5 a) os valores transferidos não precisam atender às condições estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, devendo, porém, estar previstos no orçamento ou em seus créditos adicionais. b) não se aplica a sociedades de economia mista. c) não podem ser utilizados recursos públicos para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional. d) a LRF não proíbe que o Banco Central do Brasil conceda às instituições financeiras operações de redesconto e empréstimos de prazo inferior a trezentos e sessenta dias. e) não se aplica a empresas públicas. Resposta correta: D Comentários: A Lei de Responsabilidade Fiscal, em seu capítulo VI arts. 26 a 28, dispõe: CAPÍTULO VI DA DESTINAÇÃO DE RECURSOS PÚBLICOS PARA O SETOR PRIVADO Art. 26. A destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei específica, atender às condições estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias e estar prevista no orçamento ou em seus créditos adicionais. 1 o O disposto no caput aplica-se a toda a administração indireta, inclusive fundações públicas e empresas estatais, exceto, no exercício de suas atribuições precípuas, as instituições financeiras e o Banco Central do Brasil. 2 o Compreende-se incluída a concessão de empréstimos, financiamentos e refinanciamentos, inclusive as respectivas prorrogações e a composição de dívidas, a concessão de subvenções e a participação em constituição ou aumento de capital. Art. 27. Na concessão de crédito por ente da Federação a pessoa física, ou jurídica que não esteja sob seu controle direto ou indireto, os encargos financeiros, comissões e despesas congêneres não serão inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação. Parágrafo único. Dependem de autorização em lei específica as prorrogações e composições de dívidas decorrentes de operações de crédito, bem como a concessão de empréstimos ou financiamentos em desacordo com o caput, sendo o subsídio correspondente consignado na lei orçamentária. Art. 28. Salvo mediante lei específica, não poderão ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações de crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, ainda que mediante a concessão de empréstimos de recuperação ou financiamentos para mudança de controle acionário. 1 o A prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargo de fundos, e outros mecanismos, constituídos pelas instituições do Sistema Financeiro Nacional, na forma da lei. 2 o O disposto no caput não proíbe o Banco Central do Brasil de conceder às instituições financeiras operações de redesconto e de empréstimos de prazo inferior a trezentos e sessenta dias. 5
6 12- Sobre as Despesas Públicas da União não se pode afirmar que: a) são estágios da despesa orçamentária o empenho, a liquidação e o pagamento. b) o pagamento de juros e encargos da dívida se caracteriza como despesa corrente. c) amortização da dívida é uma despesa de capital. d) inversões financeiras são definidas como despesas de capital. e) investimentos são classificados como despesas correntes. Resposta correta: E Comentários: Investimentos são classificados como despesas de capital e não como despesas correntes. Vale ressaltar que, de acordo com o artigo 12 da Lei nº 4.320/64, a despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas: Despesas Correntes - Despesas de Custeio - Transferências Correntes Despesas de Capital - Investimentos - Inversões Financeiras - Transferências de Capital De acordo com a Portaria Interministerial nº 163/2001, a despesa pública será classificada assim: c g mm ee dd onde: c - Categoria econômica; g - Grupo de natureza da despesa; mm - Modalidade de aplicação; ee - Elemento de despesa; dd - Desdobramento, facultativo, do elemento de despesa. Categoria Econômica a classificação econômica possibilita analisar o impacto das ações governamentais em toda a economia. As despesas são classificadas nas seguintes categorias econômicas: despesas correntes e despesas de capital. Grupos de Natureza de Despesa entende-se por grupos de natureza de despesa a agregação de elementos de despesa que apresentem as mesmas características quanto ao objeto do gasto. Modalidade de Aplicação indica por meio de quem se realiza o gasto. Destinase a indicar se os recursos serão aplicados diretamente pela unidade detentora do crédito orçamentário, ou transferidos a outros entes públicos, órgãos, entidades etc. 6
7 Elemento de Despesa tem por finalidade discriminar os grupos em nível mais detalhado de agregação, identificando o objeto do gasto. Despesas Correntes (Categoria Econômica) - Pessoal e Encargos Sociais (Grupo de Natureza da Despesa) - Juros e Encargos da Dívida (Grupo de Natureza da Despesa) - Outras Despesas Correntes (Grupo de Natureza da Despesa) Despesas de Capital (Categoria Econômica) - Investimentos (Grupo de Natureza da Despesa) - Inversões Financeiras (Grupo de Natureza da Despesa) - Amortização da Dívida (Grupo de Natureza da Despesa) 13- Sobre as Receitas Públicas da União, indique a opção correta. a) a arrecadação consiste na entrega dos recursos ao Tesouro Nacional. b) como receitas correntes podemos citar as receitas tributárias e as oriundas de operações de crédito. c) como receitas de capital, podemos citar aquelas derivadas de alienações de bens imóveis e de recebimento de taxas por prestação de serviços. d) a remuneração das disponibilidades do Tesouro Nacional caracteriza-se como receita corrente. e) multas e juros de mora sobre impostos caracterizam-se como receitas correntes. Resposta correta: E Comentários: Multas e juros de mora são classificados como receitas correntes/outras receitas correntes. Cabe ressaltar que quanto às categorias econômicas, as receitas são assim classificadas: Receitas Correntes - Tributárias; - Contribuições; - Patrimoniais; - Agropecuárias; - Industriais; - Serviços; - Transferências Correntes; - Outras Receitas Correntes Tributárias é a resultante da cobrança de tributos pagos pelos cidadãos em razão de suas atividades, suas rendas, suas propriedades e dos benefícios diretos e imediatos recebidos do Estado. Contribuições são as provenientes de contribuições sociais e econômicas. 7
8 Patrimoniais são as rendas obtidas na exploração do patrimônio do Estado, tais como: aluguéis, juros, dividendos etc. Agropecuárias são receitas que resultam da exploração direta, por parte do Estado, de operações comerciais decorrentes de atividades agropecuárias. Industriais - são receitas que resultam da exploração direta, por parte do Estado, de operações comerciais decorrentes de atividades industriais. Serviços são receitas provenientes de serviços executados pelo Estado. Transferências Correntes são recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados ao atendimento de despesas correntes. Outras Receitas Correntes são provenientes de multas e juros de mora, cobranças da dívida ativa, restituições e indenizações etc. e outras que não tenham classificação específica. Receitas de Capital - Alienações de Bens; - Operações de Crédito; - Amortização de Empréstimos (concedidos); - Transferências de Capital; - Outras Receitas de Capital Alienações de Bens representa a conversão em espécie de bens e direitos. Operações de Crédito são receitas de capital provenientes de empréstimos e financiamentos, tais como: emissão de títulos da dívida interna ou externa, bem como de contratos com organismos financeiros nacionais e internacionais. Objetivam a cobertura do déficit orçamentário. Amortização de Empréstimos constitui receitas decorrentes do retorno de valores anteriormente emprestados a outras entidades de direito público. Transferências de Capital indicam os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinados a atender a despesas de capital. Outras Receitas de Capital trata-se de classificação que englobará as demais receitas de capital não previstas nos itens anteriores. 14- Entre as seguintes opções, indique a que caracteriza uma interferência passiva: a) cota recebida. b) despesas de capital. c) repasse concedido. d) desincorporações de bens e direitos. e) alienações de bens e direitos. Resposta correta: C 8
9 Comentários: De acordo com o livro Contabilidade Aplicada à Administração Pública, do Prof: Fernando Glauber Lima Mota, da editora Vestcon,... em decorrência da evolução ocorrida na área pública, com a implementação de novos procedimentos e conceitos, proporcionada com a utilização de sistemas de informática (Siafi e Siafem), encontramos novos conteúdos na demonstração das variações patrimoniais, destacados em negrito a seguir, que não foram previstos na Lei nº 4.320/64, senão vejamos: VARIAÇÕES ATIVAS: - Variações ativas orçamentárias: receitas orçamentárias, interferências ativas (transferências financeiras recebidas) e as mutações ativas de bens, direitos e obrigações, decorrentes da despesa. - Variações ativas extra-orçamentárias: receitas extra-orçamentárias, interferências ativas (transferências financeiras e patrimoniais recebidas) e os acréscimos patrimoniais decorrentes de incorporação de bens e direitos e desincorporação de obrigações. VARIAÇÕES PASSIVAS: - Variações passivas orçamentárias: despesas orçamentárias, interferências passivas (transferências financeiras concedidas) e as mutações passivas de bens, direitos e obrigações, decorrentes da receita. - Variações passivas extra-orçamentárias: despesas extra-orçamentárias, interferências passivas (transferências financeiras e patrimoniais concedidas) e os decréscimos patrimoniais decorrentes de desincorporação de bens e direitos e incorporação de obrigações.... As variações ativas orçamentárias representadas pelas interferências ativas apresentam valores oriundos da movimentação financeira decorrente da execução orçamentária (cotas, repasses e sub-repasses recebidos etc.). As variações passivas orçamentárias representadas pelas interferências passivas apresentam valores que têm origem na movimentação financeira pela execução do orçamento (cotas, repasses e sub-repasses concedidos etc.) As variações ativas extra-orçamentárias podem ser representadas pelas interferências ativas, que apresentam valores oriundos da movimentação financeira extra-orçamentária e de bens entre unidades gestoras do mesmo órgão/gestão. As variações passivas extra-orçamentárias podem ser representadas pelas interferências passivas, que apresentam valores oriundos também da movimentação financeira extra-orçamentária e de bens entre unidades gestoras do mesmo órgão/gestão. De acordo com o livro Contabilidade Pública de Diana Vaz de Lima e Róbison Gonçalves de Castro, da editora Atlas, temos: interferências passivas, correspondentes ao resultado orçamentário, representam as transferências financeiras concedidas, na forma de cota, repasse e sub-repasse concedidos. interferências passivas, correspondentes ao resultado extra-orçamentário, representam as transferências financeiras concedidas para atender a restos a 9
10 pagar (que pertencem ao orçamento do exercício anterior) e as transferências de bens e valores concedidos. interferências ativas, correspondentes ao resultado orçamentário, representam as transferências financeiras recebidas, na forma de cota, repasse e sub-repasse recebidos. interferências ativas, correspondentes ao resultado extra-orçamentário, representam as transferências financeiras recebidas para atender a restos a pagar (que pertencem ao orçamento do exercício anterior) e as transferências de bens e valores recebidos. De acordo com o livro acima, temos ainda: MOVIMENTAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS Com base na Programação Financeira Aprovada (PFA), o Órgão Central de Programação Financeira (STN/Cofin) procede à liberação de cota para a Setorial de Orçamentos e Finanças (COF). A partir desse momento, a Setorial dá início à movimentação dos recursos financeiros até o limite de sua cota, transferindo-os às unidades gestoras para a realização de despesas com projetos/atividades/operações especiais durante determinado período (geralmente um mês). A movimentação de recursos entre as unidades do sistema de programação financeira é executada através de liberações de cotas, repasses e sub-repasses: a) cota: é a primeira fase da movimentação dos recursos, realizada em consonância com o cronograma de desembolso aprovado pela STN. Esses recursos são colocados à disposição dos órgãos setoriais de programação financeira mediante movimentação intra-siafi dos recursos da Conta Única do Tesouro Nacional; b) repasse: é a liberação dos recursos realizada pelos órgãos setoriais de programação financeira para entidades da Administração Indireta e entre elas; e, ainda, da entidade da Administração Indireta para órgãos da Administração Direta, ou entre eles, se de órgãos diferentes; c) sub-repasse: é a liberação de recursos dos órgãos setoriais de programação financeira para as unidades gestoras de um mesmo Ministério, órgão ou entidade. Nessa questão, temos, entre os tipos de movimentação de recursos financeiros, a cota e o repasse. Tendo em vista que a opção da letra A apresenta cota recebida, temos aí um exemplo de interferência ativa e não passiva. A opção constante na letra B, que é repasse concedido é que caracteriza uma interferência passiva. 15- Por Mutações Ativas entende-se: a) variações patrimoniais ativas orçamentárias que caracterizam a aquisição de bens e direitos ou amortização de dívida passiva. b) variações patrimoniais ativas extra-orçamentárias que caracterizam a alienação de bens e direitos ou recebimento de dívida ativa. 10
11 c) variações patrimoniais passivas orçamentárias que caracterizam a aquisição de bens e direitos ou amortização de dívida passiva. d) variações patrimoniais passivas extra-orçamentárias que caracterizam a alienação de bens e direitos ou amortização de dívida passiva. e) variações patrimoniais ativas extra-orçamentárias que caracterizam a aquisição de bens e direitos ou amortização de dívida passiva. Resposta correta: A Comentários: Mutações ativas representam a parte do patrimônio recebida em troca da despesa executada referente aos fatos permutativos. Os valores das mutações ativas devem estar compatíveis com as Despesas de Capital (aquisições de bens e direitos ou amortização da dívida), exceto a decorrente de transferências de capital e com as Despesas Correntes decorrentes de aquisições de materiais para estoque. Toda despesa de capital é uma despesa por mutação patrimonial, exceto a decorrente de transferências de capital, como segue: * Exceção: Transferências de Capital é uma despesa de capital, porém não é considerada uma despesa por mutação patrimonial, visto que ocorre a saída de um numerário transferido para outro ente, com o propósito de aplicação em despesas de capital, creditando-se a conta Bancos, por exemplo, e debitando-se a conta de Despesas de Capital Realizada (Conta de Resultado). Assim, não ocasiona um fato permutativo, pois o patrimônio é diminuído por um valor (creditado na conta Bancos) sem a contrapartida de um débito em conta patrimonial, que aumente um outro ativo ou diminua um passivo. Toda aquisição de material de expediente ou consumo para estoque (almoxarifado), apesar de ser classificada como despesa corrente, também é considerada despesa por mutação patrimonial, como segue: * Exceção: Aquisição de Material de Consumo para Estoque é uma despesa corrente, classificada como Outras Despesas Correntes, porém não é uma despesa efetiva, visto que neste caso ocorre um fato permutativo, isto é, recebe-se o material, CONTABILIZANDO A DÉBITO NO SISTEMA PATRIMONIAL, mas em contrapartida contabiliza-se a saída de numerário (CAIXA ou BANCOS) para quitação da compra ou o reconhecimento da OBRIGAÇÃO (FORNECEDORES), NO SISTEMA FINANCEIRO. Obs.: Nesse caso, efetua-se lançamentos nos Sistemas Orçamentário, Financeiro e Patrimonial. Obs 2.: A compra de material para consumo imediato é classificada como despesa corrente (custeio) e despesa efetiva Em suma, temos: Toda despesa de capital é uma despesa por mutação patrimonial exceto a decorrente de transferências de capital, e toda aquisição de material de expediente ou consumo para estoque (almoxarifado), apesar de ser classificada como despesa corrente, também é considerada despesa por mutação patrimonial. 11
12 Toda despesa por mutação patrimonial é uma mutação ativa, conforme segue: Result. Exec. Orç. Receitas Corrente Capital Variação Ativa Mutação Patrim. Despesa Indep. Exec. Orç. Superveniência Ativa (incorporação de ativo) Insubsistência Passiva * (desincorporação de passivo) Toda receita por mutação patrimonial é uma mutação passiva, conforme segue: Result. Exec. Orç. Despesas Corrente Capital Variação Passiva Mutação Patrim. Receita Indep. Exec. Orç. Superveniência Passiva (incorporação de passivo) Insubsistência Ativa ** (desincorporação de ativo) * Denominação utilizada pela maioria dos autores, todavia, é válido destacar que o professor Lino Martins da Silva, em sua obra Contabilidade Governamental Um Enfoque Administrativo, da editora Atlas, adota a seguinte nomenclatura: Insubsistência Ativa, concordando o termo Ativa com a natureza da variação que é ativa. ** Denominação utilizada pela maioria dos autores, todavia, também é válido destacar que o professor Lino Martins da Silva, em sua obra Contabilidade Governamental Um Enfoque Administrativo, da editora Atlas, adota a seguinte nomenclatura: Insubsistência Passiva, concordando o termo Passiva com a natureza da variação que é passiva. Diante do exposto, concluímos que: Em relação à variação ativa: A maioria dos autores utiliza a expressão Insubsistência Passiva indicando que está ocorrendo uma variação ativa em virtude de uma perda de passivo. O professor Lino Martins, adota a expressão Insubsistência Ativa indicando que a perda ocorrida (de passivo) é uma coisa positiva. 12
13 Em relação à variação passiva: A maioria dos autores utiliza a expressão Insubsistência Ativa indicando que está ocorrendo uma variação passiva em virtude de uma perda de ativo. O professor Lino Martins adota a expressão Insubsistência Passiva indicando que a perda ocorrida (de ativo) é uma coisa negativa. Então, para concluirmos, segue: DK RK = MPD = MPA = MPR = MPP Onde: DK: Despesas de Capital; MPD: Mutação Patrimonial da Despesa; MPA: Mutação Patrimonial Ativa; RK: Receitas de Capital; MPR: Mutação Patrimonial da Receita; MPP: Mutação Patrimonial Passiva É claro que para fazermos tais afirmações, devemos atentar para as exceções, que são: DK = MPD = MPA Exceções: Transferências de Capital (concedidas): É DK, mas não é MPD. É considerada despesa efetiva. Material de Expediente ou Consumo para estoque (almoxarifado): é Despesa Corrente, porém é considerada MPD, e não despesa efetiva. RK = MPR = MPP Exceções: Transferências de Capital (recebidas): É RK, mas não é MPR. É considerada receita efetiva. Recebimento ou Cobrança da Dívida Ativa: é Receita Corrente, classificada como Outras Receitas Correntes, porém é considerada MPR e não receita efetiva. * Exceção: Transferências de Capital é uma receita de capital, porém não é considerada uma receita por mutação patrimonial, visto que ocorre a entrada de um numerário transferido de outro ente, com o propósito de aplicação em despesas de capital, debitando-se a conta Bancos, por exemplo, e creditando-se a conta de Receitas de Capital Arrecadada (Conta de Resultado). Assim, não ocasiona um fato permutativo, pois o patrimônio é aumentado por 13
14 um valor (debitado na conta Bancos) sem a contrapartida de um crédito em conta patrimonial, que diminua um outro ativo ou aumente um passivo. * Exceção: Cobrança (recebimento) de Dívida Ativa é uma receita corrente, classificada como Outras Receitas Correntes, porém é uma receita por mutação patrimonial, visto que neste caso ocorre um fato permutativo, isto é, recebe-se o valor da dívida, mas baixa-se o direito de recebê-la creditando a rubrica de Dívida Ativa no Sistema Patrimonial. Obs.: Nesse caso de recebimento de Dívida Ativa, efetua-se lançamentos nos Sistemas Orçamentário, Financeiro e Patrimonial. È válido ressaltar que as exceções apresentadas neste comentário são bastante cobradas em provas de concursos públicos. Toda receita de capital é uma receita por mutação patrimonial, exceto a decorrente de transferências de capital, e todo recebimento (também pode vir denominado na prova como COBRANÇA) de dívida ativa, apesar de ser classificado como outras receitas correntes, também é considerado receita por mutação patrimonial. IMPORTANTE: Classificação quanto à afetação patrimonial Receitas efetivas são aquelas que se integram ao patrimônio sem qualquer contrapartida de aumento do passivo ou diminuição do ativo, contribuindo, assim, para o aumento do patrimônio líquido. Ex: recebimento de impostos, aluguéis, dividendos etc. Receitas por mutação patrimonial são as oriundas de mutações que nada acrescem ao patrimônio líquido, constituindo simples entradas ou alterações nos elementos que o compõem. Ex: venda de bens (veículos, ações etc.), obtenção de um empréstimo etc. OBS: Para as despesas é exatamente o contrário, isto é, as despesas efetivas diminuem o patrimônio líquido, enquanto as despesas por mutação patrimonial nada decrescem ao patrimônio líquido, constituindo simples saídas ou alterações nos elementos que o compõem. 14
No que se refere ao funcionamento e às normas que regem a elaboração do orçamento público, julgue os próximos itens.
Observação: As questões foram analisadas antes da divulgação do gabarito pelo CESPE. No que se refere ao funcionamento e às normas que regem a elaboração do orçamento público, julgue os próximos itens.
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