ENERGIA. Matrizes, Ofertas e Tendências
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- Márcia Leão Fonseca
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1 ENERGIA Matrizes, Ofertas e Tendências
2 Consumo Energético Global 5% 6%1% 34% Petróleo Carvão Mineral Gás Natural Termonuclear Hidreletricidade Combustíveis Renováveis 24% 30% Fonte: BP. Statistical Review of the World Energy, In:
3 Petróleo Ainda Reina Petróleo Ainda Reina Grande parte da manutenção da matriz energética baseada no petróleo está vinculada a sua versatilidade para os diversos tipos de motores. Em segundo notamos o forte Lobby das empresas petrolíferas frente as posições dos governos e no controle de tecnologias que possam substituir sua exclusividade. As alianças construídas ao longo do século XX, ao redor do petróleo, possibilitaram a formação de grandes empresas pela interferências dos Estados, pela fusão entre empresas e pelas guerras. Na maioria dos casos os três agentes eram sinérgicos.
4 Países com Elevado Consumo de Petróleo Grande parte da utilização do petróleo como matriz energética está associada as economias mais desenvolvidas, onde o nível de consumo é amplificado pelo poder de compra da população. Contudo devemos destacar o papel dos países emergentes (em especial os BRIC) que vem ampliando seu poder econômico e de inserção de uma camada significativa da sociedade como consumidores (expansão da classe média). Na atualidade notamos que parte significativa da utilização do petróleo como combustível poderia ser substituído por novas tecnologias, em especial para automóveis. Grande parte do consumo de petróleo na atualidade está vinculado ao setor petroquímico, onde este representa a principal matéria-prima da fase atual do capitalismo, gerando uma forte influência no setor industrial.
5 Maiores Consumidores 30 22,5 21,5 % do total (Barris/dia) 15 7,5 10, ,9 3,7 3,1 2,9 2,9 2,9 EUA China Japão Índia Rússia Arábia Saudita Alemanha Brasil Coréia do Sul Fonte: BP. Statistical Review of the World Energy, In:
6 Principais Produtores e a Geopolítica da Matriz Atualmente notamos uma concentração desta matriz no Oriente médio, contudo grande parte dos grandes produtores não estão na região. Dentre os maiores produtores de petróleo não temos exclusivamente os países que possuem as maiores reservas. A produção encontra-se muitas vezes associada as necessidades produtivas, econômicas e a abertura para a exploração por corporações do ramo.
7 13 12,9 Maiores Produtores 12 9,75 % do total (Barris/dia) 8,7 6,5 5,2 3,25 3,7 4,2 3,7 3,3 3,2 3,1 0 Arábia Saudita Rússia EUA Irã China Canadá EAU México Venezuela Kuwait Fonte: BP. Statistical Review of the World Energy, In:
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11 Carvão Mineral: O Combustível do Dragão O consumo de carvão mineral está sendo reduzido entre os países. A Alemanha vem alterando suas termelétricas a carvão mineral para gás natural (Rússia - Gazprom). Contudo o consumo Chinês vem aumentando, e representa a principal matriz do país. Este fato está relacionada as reservas (3 maior do mundo) reservas existentes na Manchúria, o custo baixo de sua mineração e a mão-de-obra disponível.
12 A Energia do Dragão
13 Países com Elevado Consumo de Carvão Mineral 50 EUA Rússia Austrália Índia China 48 37, ,5 4 9 % do Total 7 0 Fonte: BP. Statistical Review of the World Energy, In:
14 Geopolítica da Matriz Atualmente notamos uma forte pressão sobre a China para que o país altere sua matriz energética e reduza os investimentos nas termelétricas a gás. Grande parte da pressão internacional está na certificação ISO (certificação de responsabilidade/sustentabilidade). Ter se tornado um país fábrica amplia a pressão sobre as condições de produção (mão-de-obra)e matriz energética do país.
15 Gás Natural: A Dependência Européia A necessidade européia por energia, está associada a sua população majoritariamente urbana, a alta atividade industrial e a demanda por calefação das casas no inverno. Contudo devemos lembrar da carência européia por fontes energéticas, em especial as de baixo impacto ambiental. Atualmente a Alemanha e França mostram-se como as mais carentes energeticamente, em função da atividade industrial intensa e elevado contingente populacional, em especial do gás e petróleo da Rússia.
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17 Geopolítica da Matriz Atualmente notamos uma forte preocupação da Rússia com a tentativa européia de se desvincular do fornecimento exclusivo do país por sua Coluna Vertebral de Aço. A consolidação da TRACECA (Transport Corridor Europe Caucasus Asia) e do oleogasoduto Irã-Iraque-Síria (NABUCCO) possibilitaria a Europa livrar-se da exclusividade do fornecimento russo.
18 Gasoduto Nabucco: Uma das Saídas Européias
19 Brasil e o gasoduto Brasil-Bolívia Grande parte das termelétricas a carvão mineral, especialmente no Sul do país, foram convertidas para gás. A oferta de gás foi possibilitada pelo gasoduto Brasil-Bolívia, fixado pela Petrobrás. A partir da entrada de Evo Morales no poder notamos a alteração nos acordos de petróleo e gás do país, com a nacionalização da exploração dos hidrocarbonetos na Bolívia. A Petrobrás sofreu com a nacionalização e revisão dos acordos, onde o gás vendido ao Brasil teve seu preço amplificado. Grande parte desta ação boliviana foi potencializada pelos levantes populares que derrubaram o governo do país em suas tentativas de privatização da água (em Cochabamba)
20 2000 até Bolívia: O Neoliberalismo não Funcionou!
21 Energia Termonuclear As usinas nucleares representam parte significativa da energia utilizada por alguns países com alto desenvolvimento econômico e recursos energéticos inexpressivos em seu território. Matriz baseada em alta tecnologia controlada por países centrais e alguns países emergentes A França e o Japão estão entre os maiores utilizadores desta matriz energética em suas economias, porém os EUA é o principal produtor deste tipo de energia. No entanto, a energia elétrica produzida nas termonucleares representam somente 8,6% da energia gerada/utilizada nos EUA, enquanto na França representa 38% de toda a energia gerada/utilizada no país. Contudo esta matriz mostra-se muito cara,visto a necessidade de mão-deobra altamente qualificada, a estocagem do material radioativo após sua utilização e as medidas de prevenção de acidentes.
22 Geração de Eletricidade em Termonucleares (% do total mundial 2010) 23% 31% 3% 5% 5% EUA Japão Coréia do Sul Canadá França Rússia Alemanha Resto do mundo 6% 11% 16% Fonte: BP. Statistical Review of the World Energy, In:
23 Usinas Nucleares no Brasil: O Início do Fim da Ditadura O Brasil passou a desenvolver um projeto nuclear próprio a partir da década de 1970, com a assinatura de acordos com a Alemanha Ocidental de forma secreta. O processo possibilitaria o repasse tecnológico ao Brasil. Contudo, o vazamento das informações possibilitou aos EUA interferir no processo, visto seus interesses e sua influência no hemisfério. O projeto nuclear daria ao Brasil a possibilidade de enriquecer urânio na proporção desejada: para fins médicos, energéticos e militares. Neste período o regime militar estava caminhando para um modelo desenvolvimentista/nacionalista, não agradando os interesses de Washington.
24 Problemas da Matriz Os acidentes de Three Mile Island (EUA), Chernobyl (URSS - Atual Ucrânia) e Fukushima (Japão) demonstram os riscos e diminuíram a credibilidade do modelo para o mundo. Alguns países como a Alemanha estão revendo sua política energética, com grande possibilidade de desativar as usinas nucleares. França e Japão estão revendo sua política de segurança e Risco quanto as usinas nucleares.
25 Hidreletricidade Esta matriz energética está associada a existência de bacias hidrográficas com grande velocidade de vazão (Ep = m.g.h). Somente os países com grande dimensão ou com passagem de uma grande bacia por seus território têm potencial hidrelétrico. Em função da escassez de outros recursos e a pressão sobre a utilização de fonte menos poluentes, notamos que a hidreletricidade vem se tornando uma das matrizes mais exploradas. A China representa um destes casos, a partir construção da hidrelétrica das Três Gargantas. O Brasil está entre os maiores utilizadores desta matriz na geração de eletricidade. A usina binacional de Itaipú representa um marco, visto as relação entre dois países no desenvolvimento de um gigantesco projeto de engenharia para a maior geração de eletricidade dentre as hidrelétricas existentes.
26 Matriz Energética Brasileira 3% 46% Petróleo Carvão Mineral Gás Natural Termonuclear Hidreletricidade Fontes Renováveis 38% 1% 8% 5% Fonte: BP. Statistical Review of the World Energy, In:
27 Instabilidade na Relação Brasil-Paraguai A construção da hidrelétrica de Itaipú teve o Brasil como o principal financiador e responsável técnico pela obra. A parte paraguaia foi financiada pelo Brasil, que teve como garantia a compra da energia excedente a preço de custo. Esta clausula do contrato de construção da usina, possibilitou ao Brasil comprar energia elétrica a baixo custo durante anos, visto que o Paraguai consome somente 5% da energia gerada (10% de sua parte). Contudo, Fernando Lugo, baseou sua campanha para presidente na proposta de revisão do contrato de venda de energia a partir de valores atualizados. O Brasil aceito rever o contrato e ampliou o preço da energia excedente comprada do Paraguai. Na atualidade, após o golpe (impedimento) que depôs Fernando Lugo, notamos uma forte oposição dos países sul-americanos contra o atual presidente Federico Franco. Parte da ameaça deste sobre os acordos de Itaipú representam uma pressão sobre o Brasil e sua postura contrária ao atual governo e uma ação populista (internamente).
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