A ACUMULAÇÃO E A CONCENTRAÇÃO DA PROPRIEDADE ESCRAVA NA VILA DE CANTAGALO (SÉCULO XIX).

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "A ACUMULAÇÃO E A CONCENTRAÇÃO DA PROPRIEDADE ESCRAVA NA VILA DE CANTAGALO (SÉCULO XIX)."

Transcrição

1 A ACUMULAÇÃO E A CONCENTRAÇÃO DA PROPRIEDADE ESCRAVA NA VILA DE CANTAGALO (SÉCULO XIX). RODRIGO MARINS MARRETTO 1 O presente trabalho tem por objetivo analisar as estruturas escravistas da Vila de Cantagalo, estabelecendo um padrão de posse de escravos. Para que possamos cumprir tal objetivo contaremos com um conjunto de documentos que incluem um acervo de 344 inventários post-mortem, compreendendo os anos de 1810 e Tais documentos são essenciais ao buscarmos identificar o padrão de posse de cativos e a estrutura escravista que compunha esta realidade. Para analisar esse corpo documental partimos da seguinte metodologia: dividimos os documentos de 10 em 10 anos e para estes períodos dividimos os proprietários em 5 categorias micro proprietários, 1 a 4 escravos; pequenos proprietários, 5 a 19 escravos; médios proprietários, 20 a 49; grandes proprietários, 50 a 99 e megaproprietários, possuidores de mais de 100 cativos. Utilizaremos os documentos e a metodologia supracitados para avaliar o impacto da segunda escravidão na Vila de São Pedro de Cantagalo, localizada na área Oriental da Bacia do Rio Paraíba. O conceito de segunda escravidão, forjado por Dale Tomich, refere-se, justamente, a atuação de um bloco histórico composto por EUA, Cuba e Brasil, empenhados na reestruturação do tráfico de escravos em escala e intensidade nunca antes aplicadas. Segundo o autor, o sul dos Estados Unidos, o Brasil e Cuba passaram a compor o mercado internacional em escala atlântica durante o desenvolvimento do capitalismo industrial, sob a influência política e econômica da Inglaterra que passava àquela época, a transformar a economia mundial (TOMICH, 2011). Cantagalo, em finais do século XVIII e início do século XIX, foi dominada pelas propriedades agroexportadoras, encaixando-se nos quadros do conceito de Tomich. Identificamos, através desse estudo, que a escravidão em Cantagalo se encontrava difundida pelos mais diversos estratos sociais que residiam na localidade, devido fundamentalmente ao tráfico internacional de escravos. Desta forma, o impacto do tráfico de escravos sobre a Vila de Cantagalo vai conformar um perfil de proprietários que ao longo do tempo vão acumular e concentrar um grande volume de cativos nas mãos de poucos senhores de escravos. 1 Universidade Federal Fluminense Doutorando em História Social/PPGH. Bolsista CAPES. 2 Os documentos citados neste trabalho encontram-se sob a guarda do Centro de Memória de Cantagalo. Agradecemos a Keith Barbosa pela digitalização e pela disponibilização de tal acervo.

2 A FORMAÇÃO DA VILA DE CANTAGALO A produção cafeeira na região de Cantagalo e Nova Friburgo passou por pelo menos três fases distintas: a formação, o auge e o período de grandeza e crise, acompanhando, guardadas as devidas peculiaridades, as vicissitudes do mercado cafeeiro internacional e as condições internas de produção. De fato, percebe-se que os dois primeiros períodos são concomitantes aos do resto do Vale, mas o momento de grandeza do café em Cantagalo parece ser mais duradouro do que em outras áreas. Percebemos, por exemplo, que mesmo ante o fim definitivo da escravidão em 1888 a produção cafeeira em Cantagalo permanece constante e adentra a primeira fase do Brasil republicano. Os períodos da economia cafeeira nas vilas de Cantagalo e Nova Friburgo relacionam-se com as vicissitudes da escravidão no quadro nacional. Tendo em vista esta perspectiva, identificamos três momentos essenciais, montagem ( ), expansão ( ), auge ( ) e o momento de grandeza ( ). Acreditamos que para abordar o período de crise da cafeicultura cantagalense precisaríamos estender o escopo temporal até o princípio do século XX e nos valer de outros conjuntos documentais somados a um aparato metodológico que dessem conta do fenômeno. Assim temos que, entre os anos de 1809 e 1831, a cafeicultura nas terras de Cantagalo formouse, podemos falar em sua montagem. A primeira data refere-se à constatação feita por um agente da Coroa de que o ouro na região de Cantagalo tinha se exaurido. O próximo movimento na região dialoga com a doação de sesmarias na região. A segunda data refere-se à primeira lei que deu fim formal ao tráfico de escravos africanos para o Brasil. Tal lei provavelmente preocupou os cafeicultores que acabavam de empregar seus capitais na montagem das grandes fazendas da região, mas que logo em seguida se regozijaram com a retomada em escala e intensidade nunca antes vistas, do tráfico de africanos para o Brasil. A segunda fase da cafeicultura da vila de Cantagalo refere-se ao seu período de auge. Trata-se do momento áureo da produção cafeeira, é também o período de consolidação do tráfico ilegal e da expansão da escravidão no Brasil e, principalmente, no Centro-Sul. Tal impacto reverberou em Cantagalo e o aumento do número de cativos impactou a produtividade nas unidades agrícolas da região. Para este período temos dados do Presidente de Província que indicam que a população da vila de Cantagalo em 1840 era composta por livres e escravos, respectivamente 44,72% e 55,28% dos residentes da vila. Os números demonstram que exatamente no período tratado, ínterim de tráfico ilegal, a população constituía-se de mais de 50% de cativos. O momento que vai de 1851 a 1870 comporta o que se pode definir como período de auge da cafeicultura cantagalense. O fim definitivo do tráfico de escravos desencadeou dois processos essenciais

3 para a compreensão do período, o primeiro deles identificado por Hebe Mattos como crioulização e o segundo caso trata de um processo de concentração da propriedade escrava na mão dos grandes proprietários de escravos da vila de Cantagalo. Vemos que o período de grandeza compreende, desta forma, os anos 1871 a AS ESTRUTURAS DA ESCRAVIDÃO NA VILA DE CANTAGALO Apesar de sua povoação tardia frente as outras vilas 3 (FANIA, 2011: 12-13), a escravidão em Cantagalo estava difundida pelos mais diversos estratos sociais que residiram na localidade, muito por conta do tráfico de escravos que propiciava um fluxo de mão de obra relativamente barata (SALLES, 2008:155). Em nossa análise identificamos o perfil dos planteis de escravos para Cantagalo. Seguindo a tipologia já apresentada, e analisando o gráfico 1, temos que 24% eram micro proprietários e 44% pequenos proprietários. Os médios proprietários representavam 19% do contingente, seguidos pelos grandes 6% e pelos mega proprietários que eram 7% dos possuidores de escravos entre 1810 e Desta forma, constatamos que 68% de todos os proprietários possuíam até 19 escravos, ou seja, a escravidão estava significativamente difundida entre os senhores da Vila. 3 Cantagalo virou vila em 1814, e cidade em 1857.

4 Gráfico 1 - Perfil dos Plantéis de proprietário de escravos Fonte: Inventários Post-mortem Centro de Memória de Cantagalo No entanto, para compreendermos a posse de escravos, precisamos ressaltar a quantidade de escravos que cada perfil de proprietários detinha. Assim, através do gráfico 2, identificamos uma inversão na relação apresentada anteriormente, mas que representa a posse de cativos. Desta feita, se considerarmos apenas os megaproprietários de escravos, que representavam apenas 7% dos senhores, percebemos que estes eram responsáveis por 53% dos escravos arrolados nos documentos pesquisados. Se para fins de análise somarmos a eles os grandes proprietários, perfazendo um total de 13% de senhores, concluímos que 66% dos cativos de Cantagalo pertenciam a esses dois estratos de senhores.

5 Gráfico 2 - Porcentagem de escravos por perfil de plantel Inventários Post-mortem Centro de Memória de Cantagalo Fonte: Ao olharmos para as outras categorias evidencia-se que apesar de constituírem-se como a maior quantidade de proprietários 68%, micro e pequenos proprietários possuíam apenas 15% dos escravos de Cantagalo. Os médios proprietários eram responsáveis por 19% dos cativos arrolados nos inventários cantagalenses. Diante disso, estamos constatando a concentração da propriedade escrava na Vila de Cantagalo, que possui características muito similares a da Vila de Vassouras (SALLES, 2008: 156), mas que guardava suas particularidades. Tal desenvolvimento pode ser melhor captado ao observarmos as séries de dez em dez anos e as transformações tanto no perfil dos proprietários quanto na posse de cativos. Assim, temos que entre 1810 e 1830 os arquivos revelaram quatro categorias: micro, pequenos médios e grandes proprietários; na série seguinte, a partir de 1831, todas as categorias passam a fazer parte da série. Desta forma, durante o período de montagem da empresa cafeeira ( ) temos a seguinte situação - Gráfico 3. Os micro proprietários representavam 37% dos senhores da vila, mas possuíam apenas 6% dos escravos e os pequenos 25% e 9% respectivamente. Os médios proprietários formavam um corpo de 25% dos senhores e detinham uma cifra de 38% dos cativos e os grandes proprietários representavam apenas 13% dos senhores, mas eram donos de

6 47% dos escravos do período. Neste momento, médios e grandes proprietários representavam juntos 38% dos senhores, ao mesmo tempo esses dois grupos possuíam 85% dos cativos. Gráfico 3 - Perfil dos plantéis e porcentagem de escravos Fonte: Inventários Post-mortem Centro de Memória de Cantagalo A partir de 1831 até 1850, com a expansão cafeeira em Cantagalo, temos entre os inventariados todas as categorias com as quais trabalhamos. Assim, 19% dos inventariados eram micro proprietários e detinham apenas 2% dos cativos; pequenos proprietários representavam 33% dos senhores e eram donos de 9% dos cativos. Os médios proprietários eram 26% e possuíam 26% dos cativos. Os grandes proprietários também representavam 11% dos senhores, mas eram possuidores de 19% dos cativos e, por fim, os megaproprietários somavam 11% dos possuidores, mas detinham 44% dos cativos da Vila - Gráfico 4. Se agruparmos grandes e megaproprietários juntos eles eram responsáveis pela posse de 63% dos escravos do período.

7 Gráfico 4 - Perfil dos plantéis e porcentagem de escravos Fonte: Inventários Post-mortem Centro de Memória de Cantagalo O início do período de auge da cafeicultura cantagalense coincide com o fim definitivo do tráfico de escravos para o Brasil e vai até a década de Em tal período, os micro proprietários alcançaram a cifra de 25% dos inventariados, mas detinham apenas 2% dos escravizados. Os pequenos representavam 43% com 15% dos escravos, os médios proprietários eram 21% dos inventariados e possuíam 24% dos escravos. Nos estratos superiores de senhores de escravos os grandes proprietários perfaziam 4% dos senhores e detinham 10% dos escravos, já os mega proprietários eram 7%, mas tinham 50% dos cativos. Assim sendo, 60% dos escravos estavam concentrados nas mãos dos grandes e mega proprietários Gráfico 5. 4 Ver: VINHAES, Eliana. Cantagalo: as formas de organização e acumulação da terra e da riqueza local. Rio de Janeiro, (IFCS/UFRJ), (Dissertação de mestrado). p. 110.

8 Gráfico 5 - Perfil dos plantéis e porcentagem de escravos Fonte: Inventários Post-mortem Centro de Memória de Cantagalo O último período, referente ao momento de grandeza da sociedade cantagalense compreende os anos de 1871 e A primeira data coincide com a assinatura da lei do Ventre Livre e a última coincide com o desabrochar do movimento abolicionista. Apesar da data limite encontrar-se no epicentro da crise do escravismo é exatamente neste período que percebemos a profunda concentração de cativos nas camadas superiores da sociedade. Neste período, os micro proprietários representavam 23% dos inventariados e possuíam 1% dos escravos. Pequenos proprietários compunham a metade dos indivíduos inventariados e 12% dos escravos. Essas duas categorias somavam 73% dos inventariados, mas apenas 13% dos escravos. Os médios proprietários representavam 15% dos senhores e eram possuidores de 13% dos cativos. Grandes proprietários correspondiam a 8% dos inventariados, mas eram donos de 14% dos cativos e megaproprietários equivaliam a 5% dos inventariados, mas em compensação eram senhores de 60% dos cativos arrolados nos inventários do período - Gráfico 6.

9 Gráfico 6 - Perfil dos plantéis e porcentagem de escravos Fonte: Inventários Post-mortem Centro de Memória de Cantagalo Diante do que expomos até aqui ficou nítido como o número de escravos inventariados ao longo do tempo passou a se concentrar nas categorias de grandes e mega proprietários. Tais categorias, a partir do período de expansão , passaram a responder por mais de 50% dos escravos inventariados, chegando ao auge entre 1871 e 1880 quando se tornaram responsáveis pela posse de 74% dos cativos. Com isso, torna-se essencial apresentar um quadro geral da evolução da propriedade escrava para Cantagalo. O gráfico 7 demonstra de forma irrefutável que a concentração de escravos nas mãos dos megaproprietários teve um crescimento vertiginoso. Dividimos a série em períodos de 10 anos para que esta ascensão ficasse ainda mais clara. Da aparição dos megaproprietários entre os anos de 1831 e 1840 para o decênio seguinte o número subiu, em números absolutos, apenas nove escravos, de 114 para 123. No decênio seguinte ele subiu quase três vezes. Deste registro para o seguinte o número de escravos cresceu quatro vezes, para quase dobrar no último período. Se formos observar o período , o crescimento da posse de cativos entre os megaproprietários cresceu 25 vezes. A despeito do crescimento vertiginoso da quantidade de escravos entre os megaproprietários, através dos gráficos apresentados percebemos que as três primeiras

10 categorias se mantiveram em crescimento como no caso dos pequenos proprietários. Ao analisarmos o caso dos médios proprietários percebemos que apesar do crescimento na primeira fase essa categoria apresentou um contínuo declínio de seus membros. Os grandes proprietários, desde o princípio, encontram-se em declínio conseguindo uma pequena recuperação no último decênio da série. Similarmente, os mega proprietários foram reduzindo a sua participação entre os inventariados para Cantagalo. Gráfico 7 - Evolução da porcentagem de escravos em inventários Fonte: Inventários Post-mortem Centro de Memória de Cantagalo Há que se ressaltar que, durante o período em questão a população escrava em Cantagalo não deixou de subir - Quadro 1. Entre 1840 e 1850 o número de livres cresceu 124% e a de escravos 81%, formatando um crescimento total de 185% da população. Já entre os anos de 1850 e 1856 o crescimento populacional como um todo estabilizou-se na casa dos 95%. No último período a população livre continua crescendo, enquanto a população escrava sofre uma queda de -17%, mas de qualquer maneira, considerando este último período, a 5 Utilizamos a linha de tendência polinomial para compreender a flutuação do número de escravos entre os megaproprietários.

11 população de Cantagalo ainda obtém um crescimento positivo com uma taxa de 31% - Quadro 1. Quadro 1 - Taxa de crescimento populacional de Cantagalo Ano T. de Cresc. T. de Cresc. T. de Cresc. Livres 124% 92% 112% Escravos 81% 96% -17% Total 185% 95% 31% Fonte: Relatório do presidente de província de 1856 e Censo de CONCLUSÕES Neste texto analisamos o fenômeno da acumulação e concentração da propriedade escrava na Vila de Cantagalo. Percebemos, através da investigação realizada nos inventários post-mortem, como, entre 1810 e 1880, os cativos foram se aglomerando nas mãos de um pequeno grupo de megaproprietários de escravos. Neste ínterim, a escravidão também se difundia entre as diversas camadas de proprietários. Também ocorreu, ao longo do período, um aumento do número de escravos entre os micro, pequenos e médios proprietários. Entretanto, no mesmo período grandes e megaproprietários tornaram-se detentores de mais de 50% dos cativos da Vila. Tal crescimento e concentração de cativos ocorreu concomitantemente as balizas temporais propostas pela perspectiva da segunda escravidão e ao período que denominamos de expansão da cafeicultura cantagalense. Tal fato ocorreu, segundo nossa perspectiva, exatamente por conta do incremento de escravos oriundos do tráfico transatlântico. As consequências para as das fazendas cafeeiras foi o aumento da intensidade do trabalho escravo e da produtividade, fatores que geraram duas Implicações. A primeira foi a ampliação das áreas produtivas aliada a novas técnicas de beneficiamento da rubiácea e a segunda um forte investimento em mão de obra cativa. Portanto, as dinâmicas das escravarias em Cantagalo responderam aos movimentos do tráfico transatlântico de escravos, as transformações do mercado mundial de café e, por consequência, ao enriquecimento dos grandes e mega senhores de escravos. Esses últimos, a medida que conformavam suas fortunas através da comercialização do café, investiam ainda

12 mais na obtenção de cativos e na expansão das suas fazendas. A reunião desses fatores nos apresenta uma característica marcante da Cantagalo do século XIX, o processo de concentração social da propriedade escrava e o enriquecimento via comercialização de café.

Cantagalo e Nova Friburgo: o desenvolvimento da cafeicultura escravista no contexto da segunda escravidão. RODRIGO MARINS MARRETTO

Cantagalo e Nova Friburgo: o desenvolvimento da cafeicultura escravista no contexto da segunda escravidão. RODRIGO MARINS MARRETTO Cantagalo e Nova Friburgo: o desenvolvimento da cafeicultura escravista no contexto da segunda escravidão. RODRIGO MARINS MARRETTO O presente trabalho tem por objetivo analisar o desenvolvimento da escravidão

Leia mais

Tráfico interno de escravos em Mariana: Ao longo do século XIX, as medidas referentes à proibição do tráfico atlântico

Tráfico interno de escravos em Mariana: Ao longo do século XIX, as medidas referentes à proibição do tráfico atlântico Tráfico interno de escravos em Mariana: 1861-1886. Camila Carolina Flausino 1 Ao longo do século XIX, as medidas referentes à proibição do tráfico atlântico africano para o Brasil fizeram com que o preço

Leia mais

A Cafeicultura em Minas Gerais: Uma Análise da Lista Nominativa de 1831 e do Censo de 1872 (Juiz de Fora e Mar de Espanha) Thiago Firmino de Souza *

A Cafeicultura em Minas Gerais: Uma Análise da Lista Nominativa de 1831 e do Censo de 1872 (Juiz de Fora e Mar de Espanha) Thiago Firmino de Souza * A Cafeicultura em Minas Gerais: Uma Análise da Lista Nominativa de 1831 e do Censo de 1872 (Juiz de Fora e Mar de Espanha) Thiago Firmino de Souza * Introdução Este trabalho é um desdobramento da minha

Leia mais

A expansão cafeeira no Brasil.

A expansão cafeeira no Brasil. A expansão cafeeira no Brasil. - A expansão cafeeira reforçou a importação de escravos africanos no Brasil e gerou capitais para investir na indústria e transporte. - O café chegou ao Brasil, na segunda

Leia mais

LUNA, Francisco Vidal. Estrutura de Posse de Escravos e Atividades Produtivas em Jacareí (1777 a 1829), Revista do Instituto de Estudos Brasileiros,

LUNA, Francisco Vidal. Estrutura de Posse de Escravos e Atividades Produtivas em Jacareí (1777 a 1829), Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, LUNA, Francisco Vidal. Estrutura de Posse de Escravos e Atividades Produtivas em Jacareí (1777 a 1829), Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, São Paulo, (28): 23-35, 1988. ESTRUTURA DE POSSE DE

Leia mais

ESRTRUTURA DE POSSE DE ESCRAVOS EM CAÇAPAVA ( ): PRIMEIRAS NOTAS DE PESQUISA

ESRTRUTURA DE POSSE DE ESCRAVOS EM CAÇAPAVA ( ): PRIMEIRAS NOTAS DE PESQUISA 48 ESRTRUTURA DE POSSE DE ESCRAVOS EM CAÇAPAVA (1821-1850): PRIMEIRAS NOTAS DE PESQUISA An d r é d o Na s c i m e n t o Co r r ê a 1 Mestrando do PPG em História da UFSM 2 andrecorreacp@gmail.com Este

Leia mais

História. Tráfico Transatlântico de Escravos para Terras Pernambucanas. Professor Cássio Albernaz.

História. Tráfico Transatlântico de Escravos para Terras Pernambucanas. Professor Cássio Albernaz. História Tráfico Transatlântico de Escravos para Terras Pernambucanas Professor Cássio Albernaz www.acasadoconcurseiro.com.br História TRÁFICO TRANSATLÂNTICO DE ESCRAVOS PARA TERRAS PERNAMBUCANAS Maquete

Leia mais

O COMÉRCIO DE ESCRAVOS EM RIBEIRÃO PRETO, PROVÍNCIA DE SÃO PAULO ( )

O COMÉRCIO DE ESCRAVOS EM RIBEIRÃO PRETO, PROVÍNCIA DE SÃO PAULO ( ) O COMÉRCIO DE ESCRAVOS EM RIBEIRÃO PRETO, PROVÍNCIA DE SÃO PAULO (1874 1885) João Vitor Rizzi 1 ; Célio Antônio Alcântara Silva 2 RESUMO: Buscou-se com esse estudo analisar o comércio de escravos nos finais

Leia mais

Resistência a Escravidão: suicídio de escravos em Campinas durante o período de 1871 a 1877.

Resistência a Escravidão: suicídio de escravos em Campinas durante o período de 1871 a 1877. Resistência a Escravidão: suicídio de escravos em Campinas durante o período de 1871 a 1877. Gabriela Tardelli Castro¹, Maria Aparecida Ribeiro Papali ² ¹ ²Universidade do Vale do Paraíba /Faculdade de

Leia mais

Para além de escravos e senhores: sociedade e economia paulistas entre 1750 e 1850

Para além de escravos e senhores: sociedade e economia paulistas entre 1750 e 1850 Para além de escravos e senhores: sociedade e economia paulistas entre 1750 e 1850 Ana Paula Medicci F rancisco Vidal Luna e Herbert Klein são estudiosos da história econômica brasileira e americana e,

Leia mais

RODRIGO MARINS MARRETTO 1

RODRIGO MARINS MARRETTO 1 O Barão de Nova Friburgo e a administração da Fazenda Aldêa: redes de sociabilidade no contexto da segunda escravidão. 1849-1874. RODRIGO MARINS MARRETTO 1 Em 1869 faleceu aos 74 anos, Antônio Clemente

Leia mais

Complexo cafeeiro paulista

Complexo cafeeiro paulista EAE0420 Formação Econômica e Social do Brasil II Complexo cafeeiro paulista Prof. Dr. Guilherme Grandi Complexo econômico Conjunto integrado de atividades econômicas, dentre elas a atividade principal

Leia mais

A industrialização no Brasil teve início a partir de. A vinda da Família Real propiciou a quebra do pacto colonial;

A industrialização no Brasil teve início a partir de. A vinda da Família Real propiciou a quebra do pacto colonial; PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA 1 Histórico de nossa industrialização A industrialização no Brasil teve início a partir de meados do século XIX; A vinda da Família Real propiciou a quebra do pacto

Leia mais

1. Distribuição de Terras na Montagem da Cafeicultura (c.1810)

1. Distribuição de Terras na Montagem da Cafeicultura (c.1810) A ESTRUTURA FUNDIÁRIA NO MÉDIO VALE DO PARAÍBA (BANANAL, 1800-1860) Breno Aparecido Servidone Moreno 1 Introdução A concentração de terras pelos latifundiários tem sido apontada pelos estudiosos como uma

Leia mais

OS SERTÕES DO LESTE DA PROVÍNCIA FLUMINENSE: CANTAGALO E NOVA FRIBURGO SOB O IMPACTO DA SEGUNDA ESCRAVIDÃO ( )1.

OS SERTÕES DO LESTE DA PROVÍNCIA FLUMINENSE: CANTAGALO E NOVA FRIBURGO SOB O IMPACTO DA SEGUNDA ESCRAVIDÃO ( )1. Rodrigo Marins Marretto Página 67 OS SERTÕES DO LESTE DA PROVÍNCIA FLUMINENSE: CANTAGALO E NOVA FRIBURGO SOB O IMPACTO DA SEGUNDA ESCRAVIDÃO (1820-1872)1. THE HINTERLANDS IN THE EAST OF THE FLUMINENSE

Leia mais

EMENTÁRIO HISTÓRIA LICENCIATURA EAD

EMENTÁRIO HISTÓRIA LICENCIATURA EAD EMENTÁRIO HISTÓRIA LICENCIATURA EAD CANOAS, JULHO DE 2015 DISCIPLINA PRÉ-HISTÓRIA Código: 103500 EMENTA: Estudo da trajetória e do comportamento do Homem desde a sua origem até o surgimento do Estado.

Leia mais

Panorama Municipal. Município: São Luís / MA. Aspectos sociodemográficos. Demografia

Panorama Municipal. Município: São Luís / MA. Aspectos sociodemográficos. Demografia Município: São Luís / MA Aspectos sociodemográficos Demografia A população do município ampliou, entre os Censos Demográficos de 2000 e 2010, à taxa de 1,57% ao ano, passando de 868.047 para 1.014.837

Leia mais

UMA RESENHA DA RIQUEZA PAULISTA POR MEIO DOS INVENTÁRIOS

UMA RESENHA DA RIQUEZA PAULISTA POR MEIO DOS INVENTÁRIOS UMA RESENHA DA RIQUEZA PAULISTA POR MEIO DOS INVENTÁRIOS Renato Leite Marcondes Doutor em Economia pela FEA-USR "Assim completos e minudenciosos, os inventários constituem depoimentos incomparáveis do

Leia mais

PLANO DE ENSINO DADOS DO COMPONENTE CURRICULAR HISTÓRIA

PLANO DE ENSINO DADOS DO COMPONENTE CURRICULAR HISTÓRIA 85 PLANO DE ENSINO DADOS DO COMPONENTE CURRICULAR Nome do COMPONENTE CURRICULAR: HISTÓRIA Curso:Técnico em Agroindústria Integrado ao Ensino Médio Série/Período: 2º Ano Carga Horária: 40 h/a (33 h/r) Docente

Leia mais

Segundo Reinado 2ª Fase e Crise. Prof. Thiago Aula 07 Frente C

Segundo Reinado 2ª Fase e Crise. Prof. Thiago Aula 07 Frente C Segundo Reinado 2ª Fase e Crise Prof. Thiago Aula 07 Frente C O Ouro Verde Inicialmente produzido no Vale do Paraíba (RJ/SP) depois se expande ao Oeste de São Paulo; Estrutura semelhante à da cana de Açúcar:

Leia mais

Mercado formal de trabalho no estado do Ceará e na região Nordeste

Mercado formal de trabalho no estado do Ceará e na região Nordeste Mercado formal de trabalho no estado do Ceará e na região Nordeste Leôncio José Bastos Macambira Júnior(*) RESUMO O presente trabalho tenta analisar o comportamento do emprego formal no período 1998-2002

Leia mais

EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA DA ESCRAVIDÃO NAS CHARQUEADAS PELOTENSES NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX: UMA PERSPECTIVA PARA O ESTUDO DA FAMÍLIA ESCRAVA

EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA DA ESCRAVIDÃO NAS CHARQUEADAS PELOTENSES NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX: UMA PERSPECTIVA PARA O ESTUDO DA FAMÍLIA ESCRAVA EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA DA ESCRAVIDÃO NAS CHARQUEADAS PELOTENSES NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX: UMA PERSPECTIVA PARA O ESTUDO DA FAMÍLIA ESCRAVA Bruno Stelmach Pessi Mestrando pelo Programa de Pós Graduação

Leia mais

A mão-de-obra nas lavouras de trigo sulinas: ciclo de vida dos chefes de domicílio e escravidão

A mão-de-obra nas lavouras de trigo sulinas: ciclo de vida dos chefes de domicílio e escravidão A mão-de-obra nas lavouras de trigo sulinas: ciclo de vida dos chefes de domicílio e escravidão Luciano Costa Gomes 1 Introdução A agricultura era uma atividade fundamental na capitania do Rio Grande de

Leia mais

A presença Africana: importância e significado para as pequenas propriedades do Alto do Termo da Borda do Campo Minas Gerais Século XIX.

A presença Africana: importância e significado para as pequenas propriedades do Alto do Termo da Borda do Campo Minas Gerais Século XIX. A presença Africana: importância e significado para as pequenas propriedades do Alto do Termo da Borda do Campo Minas Gerais Século XIX. Ana Paula Dutra Bôscaro * Introdução: O presente trabalho apresenta

Leia mais

ESCRAVIDÃO AO SUL DO BRASIL, CAÇAPAVA

ESCRAVIDÃO AO SUL DO BRASIL, CAÇAPAVA ESCRAVIDÃO AO SUL DO BRASIL, CAÇAPAVA 1821-1850 1 André do Nascimento Corrêa 2 Estrutura de posse de escravos em Caçapava Para esta pesquisa, foi criada uma planilha de dados no Excel for Windows 2007,

Leia mais

HISTÓRIA 2 ANO PROF. AMAURY PIO PROF. EDUARDO GOMES ENSINO MÉDIO

HISTÓRIA 2 ANO PROF. AMAURY PIO PROF. EDUARDO GOMES ENSINO MÉDIO HISTÓRIA 2 ANO PROF. AMAURY PIO PROF. EDUARDO GOMES ENSINO MÉDIO CONTEÚDOS E HABILIDADES Unidade IV Poder, Cultura e Tecnologia 2 CONTEÚDOS E HABILIDADES Aula 15.1 Conteúdos Segundo Reinado no Brasil -

Leia mais

LUNA, F. V. & KLEIN, H. S. Escravos em Sorocaba, São Paulo, FEA-USP/NEHD, 2004, 16 p. mimeografado.

LUNA, F. V. & KLEIN, H. S. Escravos em Sorocaba, São Paulo, FEA-USP/NEHD, 2004, 16 p. mimeografado. LUNA, F. V. & KLEIN, H. S. Escravos em Sorocaba, 1777-1836. São Paulo, FEA-USP/NEHD, 2004, 16 p. mimeografado. 1 ESCRAVOS EM SOROCABA (1777-1836). Francisco Vidal Luna e Herbert S. Klein A história da

Leia mais

O Império era o café

O Império era o café A U A UL LA MÓDULO 6 Acesse: http://fuvestibular.com.br/ O Império era o café Abertura Nossa viagem agora será pelos cafezais. Percorreremos antigas regiões de café dos atuais Estados do Rio de Janeiro

Leia mais

LUNA, Francisco Vidal. Estrutura da Posse de Escravos em Minas Gerais (1718), In: BARRETO, A. E. M. et alii. História Econômica: Ensaios, São Paulo,

LUNA, Francisco Vidal. Estrutura da Posse de Escravos em Minas Gerais (1718), In: BARRETO, A. E. M. et alii. História Econômica: Ensaios, São Paulo, LUNA, Francisco Vidal. Estrutura da Posse de Escravos em Minas Gerais (1718), In: BARRETO, A. E. M. et alii. História Econômica: Ensaios, São Paulo, IPE/USP, p. 25-41, 1983. ESTRUTURA DA POSSE DE ESCRAVOS

Leia mais

EXPANSÃO DO ATENDIMENTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E A EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO INFANTIL NO CONTEXTO DO FUNDEB

EXPANSÃO DO ATENDIMENTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E A EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO INFANTIL NO CONTEXTO DO FUNDEB EXPANSÃO DO ATENDIMENTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL E A EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃO INFANTIL NO CONTEXTO DO FUNDEB Dr. Joedson Brito dos Santos 1 Universidade Federal do Tocantins Apresentação e justificativa

Leia mais

Sobre o Estudo dos Escravos Velhos no Brasil: o Estoque de Escravos Idosos em Ribeirão Preto,

Sobre o Estudo dos Escravos Velhos no Brasil: o Estoque de Escravos Idosos em Ribeirão Preto, 31 eh Sobre o Estudo dos Escravos Velhos no Brasil: o Estoque de Escravos Idosos em Ribeirão Preto, 1860-1888 Luciana Suarez Lopes (*) Em 16 de outubro de 1875, era iniciado o processo de inventário de

Leia mais

Nas terras dos Barões: Repensando a estrutura agrária de Iguaçu na segunda metade do Oitocentos Rubens da Mota Machado 1.

Nas terras dos Barões: Repensando a estrutura agrária de Iguaçu na segunda metade do Oitocentos Rubens da Mota Machado 1. Nas terras dos Barões: Repensando a estrutura agrária de Iguaçu na segunda metade do Oitocentos Rubens da Mota Machado 1. O problema central deste artigo é discutir a organização na historiografia tradicional

Leia mais

Economia política da segunda escravidão. Resenha do livro Escravidão e capitalismo histórico no século XIX: Cuba, Brasil e Estados Unidos

Economia política da segunda escravidão. Resenha do livro Escravidão e capitalismo histórico no século XIX: Cuba, Brasil e Estados Unidos Economia política da segunda escravidão. Resenha do livro Escravidão e capitalismo histórico no século XIX: Cuba, Brasil e Estados Unidos Resenha do livro Escravidão e capitalismo histórico no século XIX:

Leia mais

A escravidão e o mundo rural

A escravidão e o mundo rural MÓDULO 2 A escravidão e o mundo rural Apresentação do Módulo 2 No Brasil escravista, eram múltiplas e diversas as atividades dos homens e das mulheres, livres e escravos, nas cidades e no mundo rural.

Leia mais

02- Quais fatores favoreceram o cultivo do café no oeste paulista? R.:

02- Quais fatores favoreceram o cultivo do café no oeste paulista? R.: PROFESSOR: EQUIPE DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA BANCO DE QUESTÕES - HISTÓRIA E GEOGRAFIA 5 ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ========================================================================== Consulte seu material

Leia mais

O golpe nada mais foi que a antecipação da maioridade de D. Pedro II, que contava então com um pouco mais de 14 anos.

O golpe nada mais foi que a antecipação da maioridade de D. Pedro II, que contava então com um pouco mais de 14 anos. GOLPE DA MAIORIDADE Desde 1838, estava claro tanto para os LIBERAIS, quanto para os CONSERVADORES que somente a monarquia plena poderia levar o país a superar a sua instabilidade política. O golpe nada

Leia mais

Uma Serra de almas negras: o tráfico de escravos e a reposição da mão de obra cativa nas pequenas propriedades da Serra da Mantiqueira Século XIX.

Uma Serra de almas negras: o tráfico de escravos e a reposição da mão de obra cativa nas pequenas propriedades da Serra da Mantiqueira Século XIX. Uma Serra de almas negras: o tráfico de escravos e a reposição da mão de obra cativa nas pequenas propriedades da Serra da Mantiqueira Século XIX. ANA PAULA DUTRA BÔSCARO Introdução: Como bem se sabe,

Leia mais

O BARÃO DE NOVA FRIBURGO E A FORMAÇÃO DA FAZENDA ALDEIA: SOCIABILIDADES E AMPLIAÇÃO DO COMPLEXO CAFEEIRO

O BARÃO DE NOVA FRIBURGO E A FORMAÇÃO DA FAZENDA ALDEIA: SOCIABILIDADES E AMPLIAÇÃO DO COMPLEXO CAFEEIRO O BARÃO DE NOVA FRIBURGO E A FORMAÇÃO DA FAZENDA ALDEIA: SOCIABILIDADES E AMPLIAÇÃO DO COMPLEXO CAFEEIRO. 1849-1874 Rodrigo Marins Marretto 1 Resumo: O objetivo deste artigo é analisar a trajetória da

Leia mais

Abolio da escravatura - Lei urea

Abolio da escravatura - Lei urea Abolio da escravatura - Lei urea Questo: 1 Abolição da Escravatura - Lei Áurea Introdução Na época em que os portugueses começaram a colonização do Brasil, não existia mão-de-obra para a realização de

Leia mais

Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2012: análise dos principais resultados de Goiás

Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2012: análise dos principais resultados de Goiás Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa 2012: análise dos principais resultados de Goiás A 5ª edição do Anuário do Trabalho na Micro e Pequena Empresa é um dos produtos elaborados por meio da parceria

Leia mais

TERRAS, ANIMAIS E CATIVOS: FORTUNAS DE DONOS DE ESCRAVOS DA VILA DE CASTRO ( )

TERRAS, ANIMAIS E CATIVOS: FORTUNAS DE DONOS DE ESCRAVOS DA VILA DE CASTRO ( ) TERRAS, ANIMAIS E CATIVOS: FORTUNAS DE DONOS DE ESCRAVOS DA VILA DE CASTRO (1825-1845) OLIVEIRA, Mariani Bandeira Cruz Mestranda em História- UNICENTRO Resumo: O presente trabalho investiga a sociedade

Leia mais

TRABALHO E SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

TRABALHO E SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 1 TRABALHO E SISTEMAS DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO O ser humano trabalha quando cria a vida ou melhora as condições de vida. O trabalho transforma a natureza O trabalho também serve a estratificação está

Leia mais

PADRÕES DEMOGRÁFICOS DA POPULAÇÃO EM CAMPINAS,

PADRÕES DEMOGRÁFICOS DA POPULAÇÃO EM CAMPINAS, PADRÕES DEMOGRÁFICOS DA POPULAÇÃO EM CAMPINAS, 1765-1830. Paulo Eduardo Teixeira Doutorando pela FFLCH-USP e bolsista pela Fapesp, A atual cidade de Campinas teve seu princípio a partir da formação de

Leia mais

O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO BRASILEIRA MÓDULO

O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO BRASILEIRA MÓDULO O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO BRASILEIRA MÓDULO 13 1.UM POUCO DE HISTÓRIA Os primeiros núcleos urbanos do país nasceram no século XVI, ao longo do litoral, funcionando como locais em que os produtos da colônia

Leia mais

BENS. São todas as coisas materiais produzidas para satisfazer as necessidades das pessoas.

BENS. São todas as coisas materiais produzidas para satisfazer as necessidades das pessoas. BENS São todas as coisas materiais produzidas para satisfazer as necessidades das pessoas. SERVIÇOS São todas as atividades econômicas voltadas para a satisfação de necessidades e que não estão relacionadas

Leia mais

Enidelce Bertin Doutoranda em História Social - FFLCH/USP

Enidelce Bertin Doutoranda em História Social - FFLCH/USP SLENES, Robert W. Na senzala uma flor: esperanças e recordações na formação da família escrava. Brasil Sudeste, século XIX. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999, 288p. Enidelce Bertin Doutoranda em História

Leia mais

ASPECTOS GERAIS DA DEMOGRAFIA CATARINENSE NA PRIMEIRA DÉCADA DO SÉCULO XXI

ASPECTOS GERAIS DA DEMOGRAFIA CATARINENSE NA PRIMEIRA DÉCADA DO SÉCULO XXI ASPECTOS GERAIS DA DEMOGRAFIA CATARINENSE NA PRIMEIRA DÉCADA DO SÉCULO XXI INTRODUÇÃO Beatriz Tamaso Mioto 1 A dinâmica demográfica brasileira apresentou mudanças significativas nos últimos trinta anos.

Leia mais

Senhores e escravos na sociedade piranguense oitocentista

Senhores e escravos na sociedade piranguense oitocentista Senhores e escravos na sociedade piranguense oitocentista Guilherme Augusto do Nascimento e Silva Mestrando UFSJ Orientador: Afonso de Alencastro Graça Filho Resumo: Neste artigo, trabalharemos a estrutura

Leia mais

Senhores e Escravos no Vale do Paraíba nas Últimas Décadas da Escravidão

Senhores e Escravos no Vale do Paraíba nas Últimas Décadas da Escravidão Senhores e Escravos no Vale do Paraíba nas Últimas Décadas da Escravidão Fernando Pozzobon* Introdução O estudo das fazendas históricas do Vale do Paraíba Fluminense nos leva a uma curiosidade especial:

Leia mais

SOB OS OLHOS DE DEUS: ESTRATÉGIAS ESCRAVAS, ARRANJOS MATRIMONIAIS E LAÇOS DE COMPADRIO NA FREGUESIA DE VITÓRIA-ES ( )

SOB OS OLHOS DE DEUS: ESTRATÉGIAS ESCRAVAS, ARRANJOS MATRIMONIAIS E LAÇOS DE COMPADRIO NA FREGUESIA DE VITÓRIA-ES ( ) SOB OS OLHOS DE DEUS: ESTRATÉGIAS ESCRAVAS, ARRANJOS MATRIMONIAIS E LAÇOS DE COMPADRIO NA FREGUESIA DE VITÓRIA-ES (1850-1871) Rafaela Domingos Lago 1 Graduando em História pela Universidade Federal do

Leia mais

Possibilidades de reprodução natural nas escravarias de Piranga oitocentista

Possibilidades de reprodução natural nas escravarias de Piranga oitocentista Possibilidades de reprodução natural nas escravarias de Piranga oitocentista Guilherme Augusto do Nascimento e Silva Doutorando em História UFMG Orientador: Douglas Cole Libby Resumo: Neste artigo, imbricamos

Leia mais

De traficante de escravos a Barão de Nova Friburgo: a trajetória de Antônio Clemente Pinto na primeira metade do oitocentos.

De traficante de escravos a Barão de Nova Friburgo: a trajetória de Antônio Clemente Pinto na primeira metade do oitocentos. De traficante de escravos a Barão de Nova Friburgo: a trajetória de Antônio Clemente Pinto na primeira metade do oitocentos. RODRIGO MARINS MARRETTO Neste estudo, o objetivo é fazer uma análise da trajetória

Leia mais

Demografia e escravidão no Recôncavo da Guanabara nos séculos XVIII XIX.

Demografia e escravidão no Recôncavo da Guanabara nos séculos XVIII XIX. Demografia e escravidão no Recôncavo da Guanabara nos séculos XVIII XIX. Rubens da Mota Machado A Baixada Fluminense tantas vezes estigmatizada por seus grupos de extermínio e seus políticos caudilhistas,

Leia mais

Os aldeamentos indígenas paulistas na representação cartográfica de Daniel Pedro Müller (1837)

Os aldeamentos indígenas paulistas na representação cartográfica de Daniel Pedro Müller (1837) Os aldeamentos indígenas paulistas na representação cartográfica de Daniel Pedro Müller (1837) Em 20 de agosto de 1798, o tenente-general José Arouche de Toledo Rendon (1756-1834) foi nomeado pelo então

Leia mais

SENTIDOS DE SENHORIO NO PÓS-ABOLIÇÃO: O PODER DO EX-SENHOR DEMONSTRADO NAS RELAÇÕES COM EX-ESCRAVOS

SENTIDOS DE SENHORIO NO PÓS-ABOLIÇÃO: O PODER DO EX-SENHOR DEMONSTRADO NAS RELAÇÕES COM EX-ESCRAVOS Página 401 de 490 SENTIDOS DE SENHORIO NO PÓS-ABOLIÇÃO: O PODER DO EX-SENHOR DEMONSTRADO NAS RELAÇÕES COM EX-ESCRAVOS Liliana de Almeida Nascimento Ferraz (UESB) Jorge Viana Santos (UESB) RESUMO Neste

Leia mais

Senhores e Escravos no Vale do Paraíba nas Últimas Décadas da Escravidão

Senhores e Escravos no Vale do Paraíba nas Últimas Décadas da Escravidão Senhores e Escravos no Vale do Paraíba nas Últimas Décadas da Escravidão Fernando Pozzobon Introdução O estudo das fazendas históricas do Vale do Paraíba Fluminense nos leva a uma curiosidade especial:

Leia mais

O Império da escravidão: Demografia escrava em um complexo de fazendas ao sul do Rio de Janeiro (c.1868-c.1880)

O Império da escravidão: Demografia escrava em um complexo de fazendas ao sul do Rio de Janeiro (c.1868-c.1880) O Império da escravidão: Demografia escrava em um complexo de fazendas ao sul do Rio de Janeiro (c.1868-c.1880) Prof. Dr. Thiago Campos Pessoa Universidade Federal Fluminense / FAPERJ (Pós-doutorando)

Leia mais

1. (Uerj 2014) A restituição da passagem

1. (Uerj 2014) A restituição da passagem 1. (Uerj 2014) A restituição da passagem As famílias chegadas a Santos com passagens de 3ª classe, tendo pelo menos 3 pessoas de 12 a 45 anos, sendo agricultores e destinando-se à lavoura do estado de

Leia mais

PALAVRAS-CHAVE: Escravismo. Riqueza. Sociedade campeira. Trabalho cativo. Vila de Castro.

PALAVRAS-CHAVE: Escravismo. Riqueza. Sociedade campeira. Trabalho cativo. Vila de Castro. TERRA, GADO E ESCRAVO: FORTUNAS ESCRAVISTAS NOS CAMPOS GERAIS PARANAENSE, 1826-1850 Mariani Bandeira Cruz Oliveira RESUMO O presente trabalho propõe-se a discutir o escravismo nos Campos Gerais Paranaense,

Leia mais

INVENTÁRIOS COMO FONTES PARA A HISTÓRIA DE ALAGOAS: LIMOEIRO DE ANADIA NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX

INVENTÁRIOS COMO FONTES PARA A HISTÓRIA DE ALAGOAS: LIMOEIRO DE ANADIA NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX INVENTÁRIOS COMO FONTES PARA A HISTÓRIA DE ALAGOAS: LIMOEIRO DE ANADIA NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX HÉLDER SILVA DE MELO * Objetivamos com este trabalho demonstrar as potencialidades de inventários

Leia mais

O direito do escravo e do liberto à posse da terra: O caso dos herdeiros de Casimiro Lúcio Ferreira

O direito do escravo e do liberto à posse da terra: O caso dos herdeiros de Casimiro Lúcio Ferreira O direito do escravo e do liberto à posse da terra: O caso dos herdeiros de Casimiro Lúcio Ferreira GUIMARÃES, Elione. Terra de preto. Usos e ocupação da terra por escravos e libertos (Vale do Paraíba

Leia mais

Palavras-chave: Escravidão; demografia, século XIX.

Palavras-chave: Escravidão; demografia, século XIX. DESENVOLVIMENTO POPULACIONAL DE UM CENTRO URBANO DO SUDESTE ESCRAVISTA: JUIZ DE FORA, 1831 A 1888 Caio da Silva Batista Programa de Pós-Graduação em História (Universidade Federal de Juiz de Fora) Palavras-chave:

Leia mais

Análise da Balança Comercial Brasileira jan-set/2011

Análise da Balança Comercial Brasileira jan-set/2011 Análise da Balança Comercial Brasileira jan-set/2011 Exportação mantém crescimento acelerado puxado pelas commodities No ano de 2011, até setembro, as exportações estão crescendo a uma taxa de 31,1%, em

Leia mais

INTRODUÇÃO. Conceito: Principal forma de trabalho do Brasil. Ausência de Liberdade / alienação Processo de coisificação Trabalho forçado

INTRODUÇÃO. Conceito: Principal forma de trabalho do Brasil. Ausência de Liberdade / alienação Processo de coisificação Trabalho forçado INTRODUÇÃO Conceito: Ausência de Liberdade / alienação Processo de coisificação Trabalho forçado Principal forma de trabalho do Brasil Imagem: Dono de Escravo sendo carregado pelos seus escravos. Gravura

Leia mais

Fundamentos econômicos da sociedade

Fundamentos econômicos da sociedade Fundamentos econômicos da sociedade Professora: Cristiane Vilela Disciplina: Sociologia Bibliografia: Introdução à Sociologia. Pérsio Santos de Oliveira. Introdução à Sociologia. João Guizzo. Na sociedade

Leia mais

OS PEQUENOS NEGÓCIOS NO RIO DE JANEIRO

OS PEQUENOS NEGÓCIOS NO RIO DE JANEIRO Estabelecimentos, emprego formal e rendimentos: NOTA CONJUNTURAL NOVEMBRO DE 2013 Nº26 OS PEQUENOS NEGÓCIOS NO RIO DE JANEIRO NOTA CONJUNTURAL NOVEMBRO DE 2013 Nº26 PANORAMA GERAL Esta nota analisa o perfil

Leia mais

URBANIZAÇÃO BRASILEIRA

URBANIZAÇÃO BRASILEIRA URBANIZAÇÃO BRASILEIRA Urbanização é um conceito geográfico que representa o desenvolvimento das cidades. Neste processo, ocorre a construção de casas, prédios, redes de esgoto, ruas, avenidas, escolas,

Leia mais

2º Reinado ( ) A MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA. Prof. Maria Auxiliadora

2º Reinado ( ) A MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA. Prof. Maria Auxiliadora 2º Reinado (1840-1889) A MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA Prof. Maria Auxiliadora A MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA Tendências gerais da economia brasileira durante a 2ª metade do século XIX Brasil nação agrícola baseada

Leia mais

XIX Semana De História: Conflitos nos séculos XX e XXI. Ribeirão Preto, 2015.

XIX Semana De História: Conflitos nos séculos XX e XXI. Ribeirão Preto, 2015. O CAFÉ COMO PRODUTO-MUNDO E CONSIDERAÇÕES SOBRE A ATIVIDADE CAFEEIRA NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO/SP (1900-1936) Ulysses de Paiva FALEIROS NETO 1 Dr. Carlo Guimarães MONTI 2 APRESENTAÇÃO: É um desafio

Leia mais

O aumento da escravidão no Norte da Província Fluminense no século XIX Marlon Barcelos Ferreira/PROAFRO/UERJ Marlon Barcelos Ferreira

O aumento da escravidão no Norte da Província Fluminense no século XIX Marlon Barcelos Ferreira/PROAFRO/UERJ Marlon Barcelos Ferreira O aumento da escravidão no Norte da Província Fluminense no século XIX Marlon Barcelos Ferreira/PROAFRO/UERJ Marlon Barcelos Ferreira A Província Fluminense no decorrer do século XIX sofreu importantes

Leia mais

SENHORES E ESCRAVOS NOPARANÁ PROVINCIAL: OS PADRÕES DE RIQUEZA EM GUARAPUAVA 1850/1880 FERNANDO FRANCO NETTO

SENHORES E ESCRAVOS NOPARANÁ PROVINCIAL: OS PADRÕES DE RIQUEZA EM GUARAPUAVA 1850/1880 FERNANDO FRANCO NETTO SENHORES E ESCRAVOS NOPARANÁ PROVINCIAL: OS PADRÕES DE RIQUEZA EM GUARAPUAVA 1850/1880 FERNANDO FRANCO NETTO A população escrava esteve presente desde o início da ocupação dos Campos de Guarapuava, visto

Leia mais

Capítulo 1 Justiça do Trabalho no Brasil, os primeiros 70 anos

Capítulo 1 Justiça do Trabalho no Brasil, os primeiros 70 anos 16 17 Capítulo 1 Justiça do Trabalho no Brasil, os primeiros 70 anos 18 19 Em 24 anos de existência, o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, sediado na cidade de Campinas, em São Paulo, consolidou-se

Leia mais

HISTÓRIA REVISÃO 1 REVISÃO 2 REVISÃO

HISTÓRIA REVISÃO 1 REVISÃO 2 REVISÃO HISTÓRIA REVISÃO 1 REVISÃO 2 REVISÃO 3 Revolução Industrial Inicia-se na Inglaterra em 1700. País torna-se fornecedor de produtos para Impérios Coloniais. Forte migração do campo para as cidades mão de

Leia mais

CARTA ESPECIAL MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO

CARTA ESPECIAL MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO Observatório Unilasalle: Trabalho, Gestão e Políticas Públicas. CARTA ESPECIAL MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO (edição 2014) A Carta Especial Mulheres no Mercado de Trabalho é produzida pelo Observatório

Leia mais

EMENTAS DAS DISCIPLINAS

EMENTAS DAS DISCIPLINAS COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO EMENTAS DAS DISCIPLINAS A leitura como vínculo leitor/texto, através da subjetividade contextual, de atividades de retextualização e de integração com estudos lexicais e gramaticais

Leia mais

Revista de História ISSN: Universidade de São Paulo Brasil

Revista de História ISSN: Universidade de São Paulo Brasil Revista de História ISSN: 0034-8309 revistahistoria@usp.br Universidade de São Paulo Brasil dos Santos, Marco Aurélio MEDRADO, JOANA. TERRA DE VAQUEIROS: RELAÇÕES DE TRABALHO E CULTURA POLÍTICA NO SERTÃO

Leia mais

O CAFÉ E OS ESCRAVOS: UM ESTUDO DOS EFEITOS DO DESENVOLVIMENTO DA CAFEICULTURA SOBRE A POPULAÇÃO CATIVA DA ZONA DA MATA MINEIRA NO SÉCULO XIX.

O CAFÉ E OS ESCRAVOS: UM ESTUDO DOS EFEITOS DO DESENVOLVIMENTO DA CAFEICULTURA SOBRE A POPULAÇÃO CATIVA DA ZONA DA MATA MINEIRA NO SÉCULO XIX. O CAFÉ E OS ESCRAVOS: UM ESTUDO DOS EFEITOS DO DESENVOLVIMENTO DA CAFEICULTURA SOBRE A POPULAÇÃO CATIVA DA ZONA DA MATA MINEIRA NO SÉCULO XIX. Resumo Fernando A. Alves da Costa Doutorando em História Econômica

Leia mais

A Formação Territorial do BRASIL

A Formação Territorial do BRASIL A Formação Territorial do BRASIL Descobrimento da América O surgimento do que denominamos de Brasil foi produto de um processo mais amplo, denominado de Expansão Marítimo Comercial europeia, desencadeado

Leia mais

Evolução do capitalismo

Evolução do capitalismo Evolução do capitalismo EVOLUÇÃO DO CAPITALISMO Prof. JÚLIO CÉSAR GABRIEL http://br.groups.yahoo.com/group/atualidadesconcursos Modo de produção Maneira como o seres humanos se organizam para produzirem

Leia mais

A ESCRAVIDÃO NA FRONTEIRA Um estudo da escravidão negra numa "boca de sertão" paulista. Lençóes, Edson Fernandes

A ESCRAVIDÃO NA FRONTEIRA Um estudo da escravidão negra numa boca de sertão paulista. Lençóes, Edson Fernandes A ESCRAVIDÃO NA FRONTEIRA Um estudo da escravidão negra numa "boca de sertão" paulista. Lençóes, 1860-1887 Edson Fernandes Resumo Através da análise de inventários post-mortem procuramos caracterizar o

Leia mais

RECUPERAÇÃO PARALELA PREVENTIVA DE HISTÓRIA 7º ANO

RECUPERAÇÃO PARALELA PREVENTIVA DE HISTÓRIA 7º ANO RECUPERAÇÃO PARALELA PREVENTIVA DE HISTÓRIA 7º ANO QUESTÃO 1. Quando se fala em Queda do Império Romano, deve-se entender que se trata da queda do Império Romano do Ocidente, isto é, a porção do vasto

Leia mais

REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA Especial 8 de Março Dia Internacional da Mulher

REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA Especial 8 de Março Dia Internacional da Mulher REGIÃO METROPOLITANA DE FORTALEZA Especial 8 de Março Dia Internacional da Mulher Edição Especial INSERÇÃO DAS MULHERES DE ENSINO SUPERIOR NO MERCADO DE TRABALHO Introdução De maneira geral, as mulheres

Leia mais

HISTORIOGRAFIA, DOCUMENTAÇÃO, FONTES E PERSPESTIVAS DE PESQUISAS NAS GERAIS DOS SÉCULOS XVIII E XIX

HISTORIOGRAFIA, DOCUMENTAÇÃO, FONTES E PERSPESTIVAS DE PESQUISAS NAS GERAIS DOS SÉCULOS XVIII E XIX HISTORIOGRAFIA, DOCUMENTAÇÃO, FONTES E PERSPESTIVAS DE PESQUISAS NAS GERAIS DOS SÉCULOS XVIII E XIX Aurelino José Ferreira Filho UFU / Campus Pontal Esta comunicação é parte integrante das atividades do

Leia mais

Carga Horária das Disciplinas e Atividades Acadêmicas

Carga Horária das Disciplinas e Atividades Acadêmicas Carga Horária das Disciplinas e Atividades Acadêmicas LICENCIATURA PLENA EM HISTÓRIA - Grade Curricular Sugerida (C/H) Primeiro Período Seminário, Educação e Sociedade 40 Introdução aos Estudos Históricos

Leia mais

O Brasil possui uma população de , com uma densidade demográfica de 22,42 hab/km²;

O Brasil possui uma população de , com uma densidade demográfica de 22,42 hab/km²; A POPULAÇÃO BRASILEIRA Características Gerais O Brasil possui uma população de 191.715.083, com uma densidade demográfica de 22,42 hab/km²; A população brasileira ocupa o território de modo bastante irregular.

Leia mais

O FINANCIAMENTO HIPOTECÁRIO DA CAFEICULTURA NO VALE DO PARAÍBA PAULISTA ( )

O FINANCIAMENTO HIPOTECÁRIO DA CAFEICULTURA NO VALE DO PARAÍBA PAULISTA ( ) O FINANCIAMENTO HIPOTECÁRIO DA CAFEICULTURA NO VALE DO PARAÍBA PAULISTA (1865-1887) Renato Leite Marcondes * (versão preliminar) O crédito assumiu papel fundamental no desenvolvimento da economia cafeeira

Leia mais

Migrações - Mobilidade Espacial. Externas, internas, causas e consequências.

Migrações - Mobilidade Espacial. Externas, internas, causas e consequências. Migrações - Mobilidade Espacial Externas, internas, causas e consequências. Classificação Internas: dentro de um país. Externas: de um país para outro. De retorno: de volta ao país de origem Imigração:

Leia mais

Prof. Clésio Farrapo

Prof. Clésio Farrapo Prof. Clésio Farrapo Podemos dividir a área agrícola em dois tipos de Iavoura: cultura permanente e cultura temporária. No primeiro caso, as culturas Ievam mais de um ano para produzir; podem ser retiradas

Leia mais

70ª Reunião Anual da SBPC - 22 a 28 de julho de UFAL - Maceió / AL História / História do Brasil

70ª Reunião Anual da SBPC - 22 a 28 de julho de UFAL - Maceió / AL História / História do Brasil 7.05.05 - História / História do Brasil LEVANTAMENTO E ANÁLISE DOS BENS INVENTARIADOS NA CAPITANIA DE SERGIPE DEL REI (1800-1822) Ana Cláudia Pereira 1, Carlos de Oliveira Malaquias 2 1. Estudante do curso

Leia mais

OBSERVATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL BANCO DE DADOS REGIONAL. Variável: Produção Agropecuária 1

OBSERVATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL BANCO DE DADOS REGIONAL. Variável: Produção Agropecuária 1 OBSERVATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL BANCO DE DADOS REGIONAL Variável: Produção Agropecuária 1 A variável Produção Agropecuária do Banco de Dados Regional reúne dados estatísticos relativos aos principais

Leia mais

A CONCESSÃO JURÍDICA DA LIBERDADE NO BRASIL ESCRAVISTA: SENTIDOS DE LIBERDADE E PATRIMONIALIDADE DO LIBERTO 1

A CONCESSÃO JURÍDICA DA LIBERDADE NO BRASIL ESCRAVISTA: SENTIDOS DE LIBERDADE E PATRIMONIALIDADE DO LIBERTO 1 165 de 368 A CONCESSÃO JURÍDICA DA LIBERDADE NO BRASIL ESCRAVISTA: SENTIDOS DE LIBERDADE E PATRIMONIALIDADE DO LIBERTO 1 Lucas Silva Resende * (Uesb) Jorge Viana Santos ** (Uesb) RESUMO Este trabalho procura

Leia mais

GEOGRAFIA HISTÓRICA DO BRASIL CAPITALISMO, TERRITÓRIO E PERIFERIA ANTÔNIO CARLOS ROBERT DE MORAES

GEOGRAFIA HISTÓRICA DO BRASIL CAPITALISMO, TERRITÓRIO E PERIFERIA ANTÔNIO CARLOS ROBERT DE MORAES GEOGRAFIA HISTÓRICA DO BRASIL CAPITALISMO, TERRITÓRIO E PERIFERIA ANTÔNIO CARLOS ROBERT DE MORAES A GEOGRAFIA HISTÓRICA DO CAPITALISMO I) Espacialidade do Modo de produção capitalista - a valorização do

Leia mais

PERFIL ÉTNICO DOS ESCRAVIZADOS EM SÃO LUÍS DO MARANHÃO, COM BASE NO RECENSEAMENTO FEITO EM 1855.

PERFIL ÉTNICO DOS ESCRAVIZADOS EM SÃO LUÍS DO MARANHÃO, COM BASE NO RECENSEAMENTO FEITO EM 1855. PERFIL ÉTNICO DOS ESCRAVIZADOS EM SÃO LUÍS DO MARANHÃO, COM BASE NO RECENSEAMENTO FEITO EM 1855. Resumo: A partir do Recenseamento de 1855 para cidade de São Luís do Maranhão, verificamos que houve mudanças

Leia mais

6. EXEMPLOS DE ESTUDOS RECENTES QUE UTILIZARAM INDICADORES SOCIAIS

6. EXEMPLOS DE ESTUDOS RECENTES QUE UTILIZARAM INDICADORES SOCIAIS 6. EXEMPLOS DE ESTUDOS RECENTES QUE UTILIZARAM INDICADORES SOCIAIS ESTUDO DO IPEA SIGNIFICÂNCIA DAS METRÓPOLES ESTUDADAS No dia 5 de agosto de 2008, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) apresentou

Leia mais

TERRA, TRABALHO E ESCRAVO: FORTUNAS ESCRAVISTAS NOS CAMPOS GERAIS PARANAENSE ( ).

TERRA, TRABALHO E ESCRAVO: FORTUNAS ESCRAVISTAS NOS CAMPOS GERAIS PARANAENSE ( ). TERRA, TRABALHO E ESCRAVO: FORTUNAS ESCRAVISTAS NOS CAMPOS GERAIS PARANAENSE (1826-1850). MARIANI BANDEIRA CRUZ OLIVEIRA Mestranda em História - UNICENTRO marianibandeira@gmail.com INTRODUÇÃO Os Campos

Leia mais

Capital mercantil e parentesco nas origens de um sistema agrário-exportador : Minas Gerais : * *Mônica Ribeiro de Oliveira 1

Capital mercantil e parentesco nas origens de um sistema agrário-exportador : Minas Gerais : * *Mônica Ribeiro de Oliveira 1 1 Capital mercantil e parentesco nas origens de um sistema agrário-exportador : Minas Gerais : 1780-1870* *Mônica Ribeiro de Oliveira 1 Abstract: Este artigo destina-se a investigar as origens do sistema

Leia mais

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO. VESTIBULAR UNIFICADO PUC-SP/2014 (Verão) Gabarito da Prova do dia 01/12/2013

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO. VESTIBULAR UNIFICADO PUC-SP/2014 (Verão) Gabarito da Prova do dia 01/12/2013 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO VESTIBULAR UNIFICADO PUC-SP/2014 (Verão) Gabarito da Prova do dia 01/12/2013 Língua Port Física História 1 B 16 A 31 B 2 A 17 * 32 D 3 E 18 E 33 A 4 C 19 C

Leia mais

ESTUDO TÉCNICO N.º 11/2015

ESTUDO TÉCNICO N.º 11/2015 ESTUDO TÉCNICO N.º 11/2015 Principais resultados da PNAD 2014 potencialmente relacionados às ações e programas do MDS MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME SECRETARIA DE AVALIAÇÃO E GESTÃO

Leia mais

Escravismo, campesinato e desigualdade na economia de Minas Gerais no século XIX. Mariana: Leandro Braga de Andrade Mestrando UFMG

Escravismo, campesinato e desigualdade na economia de Minas Gerais no século XIX. Mariana: Leandro Braga de Andrade Mestrando UFMG Escravismo, campesinato e desigualdade na economia de Minas Gerais no século XIX. Mariana:1820-1850 Leandro Braga de Andrade Mestrando UFMG 1- Introdução: Economia Mineira no século XIX O texto que se

Leia mais