Trabalho teológico: A Paróquia sobre a visão da Sociologia. Guido Campos

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Benedicta Ribas
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1 Trabalho teológico: A Paróquia sobre a visão da Sociologia. Guido Campos Taubaté SP 2011

2 O artigo começa demonstrando a importância de uma paróquia voltada para o mundo no sentido de missão, e atenta para as questões sociais, não no sentido de resolver os problemas sociais, mas de participar das soluções e não ficar centrada em si mesma. Fala também da necessidade da mudança de fala, ou seja, levar para cidade um vocabulário propicia a cidade e sair dos tempos da Idade Media, pois, à paróquia herdando de seus antepassados levou para a cidade uma metodologia aprendida em um sistema feudal. A sociologia por ser uma ciência que trabalha com o empirismo, nos meios mais tradicionais da Igreja sempre foi vista com certa desconfiança, mas seu papel na teologia é de suma importância quando a mesma aponta para problemáticas enfrentadas que podem ser solucionadas. Pois, a paróquia não é uma sociedade a parte, mas a mesma faz parte de um todo e interagem com ela, por isso os recursos da sociologia propiciam material adequado na qual a Igreja pode usufruir para estar presente na sociedade. Segundo o autor a cristandade foi um movimento vivido pela Igreja nos séculos IX- XI, onde se nota uma construção autoritária e um sistema que enquadrava os povos. Onde a Igreja se mostrava pouco tolerante com os nãos cristãos, protestantes, judeus e pensadores livres, onde a mesma havia se esquecido de que já fora uma pequena comunidade perseguida. E com isso, agora sendo poderosa passará a perseguir. Naquela época a cristandade, ou, ser cristão era mais do que uma fé professada, a inserção à Instituição implicava em atos e comportamentos fidedignos ao evangelho. Já no século XVI a Igreja espalha seus missionários por toda Europa na tentativa de espiritualizar o comportamento de seus fieis, mas por ser a cristandade um efeito contraditório à Pastoral missionaria tudo vai por agua baixo frente ao mundo prémoderno. Mas isso não quer dizer que a paróquia não seja capaz de acolher o fiel, devido à tradição, a mesma tem a possibilidade de explorar sua potencialidade com a qualidade de seus lideres, porém, para isso é necessário deixar de ser algo centralizado e abandonar as raízes feudalistas e se abrir para o mundo. A paróquia por ser uma organização de massa, onde o relacionamento entre os membros são exceções, faz com que as celebrações não se tornem assembleia de participantes e sim ritos individualistas. Segundo o artigo à paróquia está mais ligado a um sistema organizado como sociedade, do que como comunidade, uma vez que se entende por comunidade uma associação vital e orgânica, fruto de uma vontade natural; surgindo como efeito a vontade de estar

3 junto de forma mais ou menos prolongada, com características de intimidade, confiança e partilha de vida¹. A secularização contribuiu com este fenômeno, justamente quando a cultura do individualismo esta enraizada em nossa sociedade moderna. Deve-se tomar cuidado para que a paróquia não se torne apenas um lugar (espaço físico), e deixar a questão espiritual em nível de importância secundaria. Na verdade a paróquia deve ser um local (espaço físico), onde os fieis usam fenômenos ontológicos para contribuírem na coletividade, ao invés de ser um local onde se busca preencher necessidades privadas. Quando afirmamos que a paróquia é uma comunidade viva, esta deve ter características onde as pessoas se interessam umas pelas outras, onde o fiel se sinta acolhido e próximo dos demais a ponto do outro se envolver em seu destino. O culto é a principal função da paróquia, pois a partir do mesmo ela tem a possibilidade de celebrar os sacramentos. O pároco é responsável por ministrar os sacramentos a nível que os fieis compreendam os sacramentos e seus significados, a ponto do fiel se sensibilizar e espiritualizar trazendo para sua vida esta dimensão. A centralização do culto e de seus ritos é algo arcaico e de herança dentro da Igreja, os próprios fieis com essa cultura fazem diferenciações entre a missa do padre e a missa do ministro, ao mesmo tempo em que os dias santos (domingo) ganham nova conotação na atualidade migrando do dia da reunião comunitária para a reunião entre família e amigos, fazendo que o religioso se transfira para algo privado. A paróquia surgiu em um contexto social tradicional onde se buscava uma organização referente a uma ordem dada (hierárquica), prevalecendo à igualdade continua do sistema Institucional. Apesar da desigualdade a paróquia forjava uma unicidade inexistente por algumas vezes. A partir do humanismo, Iluminismo e liberalismo, se tem uma nova visão de mundo, se focando no individuo, então teremos a divisão entre Igreja e Estado. Com isso em primeiro momento a Igreja tentou conservar regime antigo e tradicional. Hoje a paróquia tem a difícil missão de reformular seus conceitos e de se adequar a uma sociedade pluralista e rica em ideologias. Com isso não são poucos o conflito entre fieis e Igreja, pois algumas vezes suas ideologias se chocam e a paróquia se encontra na difícil missão de proporcionar um lugar de unidade e unicidade. A figura do pároco representa o apoio do culto e por isso tudo se centraliza no mesmo. Sendo ele responsável por todo andamento de sua paróquia, tanto na área administrativa quando em relação aos sacramentos e eventos eu a mesma realiza.

4 O mesmo tem autonomia de delegar cargos sempre observando as normas do direito canônico. Muitas são as obrigações dos párocos, pois existem no seio da paróquia obrigações que somente ele poderá executar. Em meio ao mundo Novo muita coisa poderia ser revista, mas ainda estamos inseridos em uma Igreja onde a hierarquia prevalece com isso o novo pode despontar, mas o velho existe em não morrer. Existe toda uma estrutura de controle no que diz respeito a questão financeira da paróquia, claro que nela passa o volume e depois é transpassado para as dioceses e finalmente se chega na Santa Sé. A uma evolução nos últimos tempos na questão dos investimentos da paróquia, a distribuição vem sendo seletiva e aplicada em áreas realmente que necessitam de investimento, por exemplo, as ações missionarias. O crescimento do leigo neste setor também evoluiu e a transparência esta cada vez mais acentuada. Os conselhos pastorais também contribuem para esta evolução, e cada vez mais, vemos uma paróquia autônoma no sentido de que o pároco seguindo o Código pode e deve montar seu próprio conselho. Enfim, parece um olhar pessimista em primeira instancia quando vemos uma analise segundo a sociologia, a sociologia se baseia em teorias e estudos e com isso a visão é cientifica e multifocal, mas se entende também a evolução da paróquia e ilustra o caminho que a mesma pode caminhar. Assim, devemos aqui reconhecer o trabalho importante e de formiga que tem as paróquias renovadas que assumem a tarefa de articular lideranças pessoais, ministérios, grupos, serviços, pastorais e movimentos. E deixar claro que mesmo a Igreja sendo Antiga e Tradicional se torna jovem diante da modernidade e suas peculiaridades. Portanto, é não só de responsabilidade do pároco quanto também do fiel trabalhar para tornar sua paróquia um lugar de portas abertas para o mundo.

5 Referencia bibliográfica: Almeida. AJ. Paróquia, comunidade e pastoral urbana, São Paulo, Paulinas, Cap. II.

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