O caso MOND e a Matéria Escura Duas teorias e duas formas de encarar um problema

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1 O caso MOND e a Matéria Escura Duas teorias e duas formas de encarar um problema Na cosmologia moderna, uma das mais intrigantes descobertas é que a matéria comum (de cunho ordinário) pode não ser responsável por fenômenos, como aceleração do universo, rotação de galáxias etc. É como se o universo tivesse mais massa do que o detectado por padrão. De fato ao se tentar metodologias para determinar a massa do universo existe uma discrepância entre resultados, em relação ao resultado gravitacional: o universo, repito, parece ter mais massa do que parece. A rotação de galáxias é um dos exemplos que sofrem com este efeito ao ser efetuada uma medição. Por este motivo os cientistas elaboraram uma teoria em que a maioria da massa do nosso universo é de uma origem estranha, não bariônica (bárion, partículas de matéria convencional, dotadas de três quarks). Esta matéria estranha seria denominada Matéria Escura. A matéria escura seria um tipo de matéria que tem influência gravitacional nos corpos, mas não seria detectada de forma tradicional como a matéria convencional (bariônica). Ela não emite nem reflete luz, por isso, não brilha como uma estrela. Basicamente, a matéria escura não pode ser vista os cientistas conseguem apenas imaginar onde ela está com base nos efeitos gravitacionais do que eles podem ver. (Site: How Stuff Works, ver link).

2 Esta matéria seria detectada, por efeitos gravitacionais discrepantes (rotação de galáxias não condizentes com a predição de teorias atuais), dentre outros meios. M104 - Galáxia do sombrero. Pensemos de forma bem hipotética: suponhamos que nossas teorias tragam a predição de uma rotação x em determinadas galáxias, então algumas medições mostram uma certa discrepância. Os astrônomos têm duas maneiras para determinar quanto de matéria preenche o Universo. Eles somam tudo que vêem. E medem a velocidade de movimento dos objetos visíveis, aplicam as leis da física e deduzem quanto de massa é necessário para gerar a gravidade que retém esses objetos. Desconfortavelmente, os dois métodos dão diferentes respostas. a maioria dos astrônomos conclui que alguma massa invisível se esconde lá fora a alusiva matéria escura. (Milgron, Mordehai. In: Scientific American Brasil, Ano 2, nº 17, outubro 2003). O que podemos conceber? As leis e teorias atuais estão erradas? Existe a necessidade de estabelecer a existência de uma determinada matéria? Para alguns cientistas (ao analisar resultados diversos de diversos métodos que vão desde o efeito gravitacional até investigações em raios-x de objetos astronômicos) torna-se patente estabelecer a existência de uma matéria. O problema está em estabelecer qual a sua natureza. Não é ilícito desconfiar da existência de um ente teórico. Este é um trabalho puramente científico. Por exemplo: antes da descoberta do DNA sabia-se que características genotípicas têm uma certa transmissão, mas qual seria a base bioquímica para

3 tal? Podería-se suspeitar sobre a existência de um mecanismo bioquímico embora não se conhecesse corretamente. [meuadsense] Ao estabelecer que existe uma matéria, que influencia gravitacionalmente, mas não se conhece sua natureza; pode-se hipotetizar que ou pode ser resultado de matéria convencional que não é capaz de refletir luz, embora tenha efeito gravitacional (no caso de estudos com raios-x) ou é uma matéria totalmente nova. Nesta segunda perspectiva, se imaginarmos que possa estar correta, há uma fascinante alternativa de uma nova matéria a ser estudada que não seria de cunho convencional (se ela existir, o Universo é composto mais por este tipo de matéria do que pela tradicionalmente já conhecidano qual). Entretanto pensemos da seguinte forma: se eu estiver complicando e incluíndo entes não necessários e criando uma matéria que não existe? Espero que se torne claro o sentido deste artigo: quero enfatizar que na ciência existem, muitas vezes ao mesmo tempo, o desenvolvimento de dois tipos de visão; a visão de que determinadas informações (empirias) podem representar uma variação na teoria geral estabelecendo uma nova teoria (como a que prediz a matéria escura), ou uma outra que motiva a revisão de leis estabelecidas por uma teoria já existente como é o caso da MOND. A MOND (Modified Newtonian dynamics, ou Dinâmica Newtoniana Modificada) é uma tentativa teórica em alterar a segunda lei de Newton, que trata sobre a aceleração. Nesta alternativa não seria, a priori, necessária a existência de uma matéria escura. a MOND ainda está em análise e existe ao mesmo tempo no qual as pesquisas sobre a matéria escura progridem de forma voraz. Aparentemente a teoria da matéria escura está bem mais aceita

4 que a MOND, embora esta tenha uma boa faixa de acerto em relação a rotação de galáxias. Poderíamos nos perguntar: já que estas duas imagens de natureza e de ciência estão em conjunto, a ponto de existirem pesquisas como a MOND e outra como a da matéria escura que procuram estabelecer o porquê das discrepâncias gravitacionais, onde é que está aplicada a navalha de Occam? Ora na definição (de Navalha de Occam) encontrada na nossa enciclopédia livre é: O princípio afirma que a explicação para qualquer fenómeno deve assumir apenas as premissas estritamente necessárias à explicação do fenómeno e eliminar todas as que não causariam qualquer diferença aparente nas predicções da hipótese ou teoria (NAVALHA DE OCCAM. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation, Disponível em: < ldid= >. Acesso em: 11 jan ) É lógico que a navalha de Occam pede que deixemos as explicações mais simples (e ao meu ver, mais elegantes) e não necessariamente simplórias (neste caso poderíamos ignorar a existência real de entes taxados como desnecessários). Parece que de fato uma aplicação leviana da navalha seria capaz de levar-nos a essa situação descrita como simplória, entretanto creio que uma interpretação fidedigna da navalha é para simplificar e não simplorizar. Bem, voltemos a MOND e a matéria escura: será que realmente existe uma matéria escura, ou as discrepâncias que dão as pistas de sua existência são nada mais do que uma falha de nosso produto científico (no caso as leis)? Será que simplificamos e aplicamos a navalha de Occam ao trabalhar com a MOND? Ou será que estamos deixando tudo mais simplório a ponto de ignorar a existência de uma matéria não

5 bariônica? Segundo o criador da MOND, Mordehai Milgom, a mudança de leis, como a sugerida pela MOND, já teria sido efetuada duas vezes na física newtoniana: Essa modificação não existiria sem precedentes. Duas mudanças drásticas na física newtoniana já provaram ser necessárias. A primeira elevou a dinâmica newtoniana à teoria da relatividade tanto a teoria especial ( ) como a geral ( ). A segunda levou à teoria quântica, que explica o comportamento de sistemas microscópicos e mesmo de sistemas macroscópicos em certas circunstâncias. (Milgrom, M. In:Scientific American Brasil, Ano 2, nº 17, outubro 2003 p. 22). Segundo o mesmo, a MOND reproduz observações chaves de galáxias com notável precisão (Idem, p. 25). Entretanto a MOND padece do problema de possuir uma característica ad hoc, ou seja sua alteração à lei newtoniana foi criada para explicar uma determinada discrepância. A problemática aqui, neste artigo, é que um cientista que prefira trabalhar com uma ou outra possibilidade está no fim ligado a uma visão de natureza e de ciência. Talvez possamos fazer uma interpretação frouxa de paradigma neste caso (o que poderia sugerir a maior aceitabilidade da matéria escura em detrimento de uma correção, considerada ad hoc, de uma determinada lei). Se voltarmos ao exemplo do quarto escuro dado em outro ensaio, podemos imaginar as duas possibilidades: da existência de x, ou da inexistência de x. Podemos estar criando uma definição de matéria onde não existiria ou estar ignorando a existência da mesma, ao adotar uma forma de visão de natureza e de ciência. Poderíamos nos perguntar, onde está a navalha? Na teoria que evita uma ente teórico adicional (matéria escura)

6 ou na que evita uma alteração ad hoc? Particularmente creio que na ciência cabe as duas possibilidades para geração de teorias e conforme o trabalho científico prosseguir a probabilidade de uma das duas ser falseada será maior, justificando uma outra. Gráfico da correspondência de MOND com a curva de rotação de galáxias. Retirado de Entretanto uma coisa gostaria de ressaltar: que embora uma ou outra seja corroborada, não nos dá uma fórmula geral para agirmos com a próxima bifurcação teórica (e em ciência existem muitas). Creio que os dois trabalhos são necessários para a geração de teorias, embora um dia há possibilidade de uma apenas sobreviver. Talvez seja sóbrio pensar, que as duas possibilidades não são ilícitas na ciência (alterar leis ou propor existências novas, desde que emparelhadas de um bom sistema metodológico para evitar abusos). Embora uma ou outra seja mais aceita (como um possível resultado de si mesmas como teorias eficientes ou de paradigmas vigentes) é interessante que as duas continuem em consante desenvolvimento. Aumenta, assim, a riqueza da ciência: e apartir do momento que uma ou outra for falseada, estaremos, talvez, mais perto do que é tal como é no nosso Universo. Arnaldo Vasconcellos

7 Alterações Ad hoc Limites entre o lícito e o ilícito (Série pseudociências Parte 4#) Quando falamos a respeito do Falseacionismo Ingênuo (ou falseacionismo dogmático), estabelecemos que existe um problema sério para demarcar até que ponto é lícito as alterações ad hoc que podem incluir novas, ou alterar antigas hipóteses. Em outro ensaio, também estabelecemos, que existe um problema de demarcação entre o que é ou não pseudociência. De forma geral, como diz na publicação Crítica na Rede, O problema da demarcação consiste em distinguir a ciência das disciplinas não científicas que também pretendem fazer afirmações verdadeiras sobre o mundo (Achinstein, Peter in: Crítica na Rede. Ver link). Este termo teria sido utilizado, primariamente, por Popper e podemos afirmar que sua pesquisa de um falseacionismo seria justamente demarcar o que é científico. O problema da demarcação é um problema de âmbito epistemológico (demarcar qual produto do conhecimento pode ser considerado científico). Pensadores podem até ter desenvolvido formas de fazer tal demarcação, mas ainda assim encontra-se problemas residuais acerca disto. Se Popper desenvolveu uma filosofia da ciência em que o que é teoria científica é refutável, isto é um avanço entretanto existe ainda o problema residual: se formos dogmáticos no falseacionismo, assumiremos que toda e qualquer alteração ad hoc é ilícita; entretanto isto é um sério problema epistemológico, pois como poderíamos chegar a construir uma teoria consistente, caso toda e qualquer hipótese refutada fosse capaz de falsear toda

8 a teoria? Ora essas duas formas que expus acima são apenas duas faces de um mesmo problema. Se é problemático definir, penso, até que ponto é lícito alterações ad hoc também temos um problema em definir com precisão o que é científico. Evidente que alguns casos saltam como exemplos claros. Carl Sagan no livro O mundo assombrado pelos demônios (do qual já escrevi um artigo a respeito) fala do exemplo do dragão na minha garagem. Se eu quero provar para você que existe um dragão na minha garagem e, você que é um cético, questiona de todas as formas possíveis a minha afirmação e eu rebato o tempo inteiro com alterações ad hoc transformando a afirmação inicial em uma outra afirmação durante o processo, é claro que esta não será uma afirmação de minha parte que tenha caráter científico. Uma teoria pseudocientífica, no entanto, pode-se utilizar de forma abusiva das alterações ad hoc. Mas qual é o nível desse abuso? Se olharmos a história da ciência encontramos o caso da teoria do Éter, no qual a luz se propagaria numa onda num meio muito tênue, o éter. Hendrik Antoon Lorentz As tentativas experimentais para detectar o éter falharam ao apontar a natureza do mesmo (ver experimentos de Michelson e Morley). Explicações sobre o funcionamento da luz no éter então surgiram. Estes tipos de alterações foram ad hoc. Ora, claro que ainda neste meio tempo a eficácia de uma teoria ou outra pudessem ser questionadas, mas os experimentos tinham boa base teórica (leia: tinham boa coerência com a teoria) e nenhum deles foi capaz de detectar o éter, mesmo com a

9 condição da coerência teórica. A saída foi alterar a teoria do éter para explicar o porque que mesmo os experimentos estando em coerência com a teoria não foram capazes de detectá-lo. As alterações nestas teorias, sobretudo as re-interpretações de um cientísta chamado Lorentz salvaram a teoria do éter por um tempo, mas ao mesmo tempo abriu bagagem teórica para o desenvolvimento de outro aparato teórico: a teoria da relatividade, por Albert Einstein. Albert Einstein [meuadsense] Ora a teoria do éter, com alterações ad hoc estava de certa forma, mesmo alterada, novamente no páreo da falseabilidade. A teoria da relatividade foi proposta. Talvez possamos dizer que a navalha de occam foi aplicada (parece que sim) e a teoria da relatividade especial entrou no páreo científico. A teoria do éter foi caindo em descrédito e hoje é tomada como falseada. Foi substituída por outras teorias como a Relatividade e as equações de Maxwell. Entretanto seu status

10 de teoria científica não pode ser diminuída embora esteja completamente falseada. Agora, se sempre fosse efetuadas alterações, para mesmo com um conjunto de teorias concorrentes e mais sofisticadas, ela não desaparecer, poderíamos esbarrar na pseudociência. Uma pseudociencia, mesmo com um conjunto de teorias mais eficazes e falseamento sucessivo na área empírica, continua por estabelecer alterações ad hoc para continuar como ativa. O problema da pseudociência é que estas alterações são para que a mesma continue com alguma correspondencia com os resultados, mesmo perante o escrutínio científico. Mas estas alterações acabam por tirá-la do campo científico (porque as torna irrefutáveis devido a possibilidade de alterações sucessivas). Este movimento é um tanto interessante, pois ao acontecer tal fato, suponho, é que a dita teoria tenta continuar a ser creditada como científica tornando-se pseudociência. Ou esta teoria se torna pseudociência, ou será uma mera teoria não científica (caso não tenha a pretensão de continuar ser ciência). Ora, o fato de deixar de ser científica significa que a garantia teórica buscada (corroborar ou falsear) não pode ser apontada naquele sistema. Alguns exemplos de áreas que são potenciais pseudociências são enormes, como a numerologia, quiromancia etc. Entretanto, assim como já falamos, é fácil estabelecer uma distinção entre extremos, alguns casos podem se tornar complicados para uma possível demarcação necessitando de mais critérios. Ao longo de nossos ensaios, podemos notar que uma teoria científica não só está conectada a pontos empíricos, mas também a uma sofisticada coerência entre dados indiretos, outras teorias etc (e é justamente isso que faz o falseacionismo ingênuo ser problemático).

11 Existe, portanto um limite entre alterações ad hoc lícitas ou ilícitas parece-me ser que, caso for a alteração de uma hipótese mais afastada do núcleo de coerência da teoria, e em um número não tão elevado, permitindo ainda pontos falseadores ela é permitida (mesmo com moderação). Entretanto se é demasiada, altera o núcleo da teoria, com o intuito de apenas salvar a teoria e não permitir pontos falseadores, é ilícita do ponto de vista do método científico. Arnaldo Vasconcellos O Falseacionismo Ingênuo e a solução fantástica (Série pseudociências Parte 3#) Para começar esta postagem, vou fazer uma analogia, que já usei em conversas em outros blogs. Lógico que este exemplo encerra apenas parte do que quero dizer e não é completo, mas tento elucidar um pouco sobre a complexidade das teorias no processo científico. Imagine que você está num quarto escuro. Em pleno escuro. Sabe que apenas existe um interruptor para acender uma luz. Você inicia uma série de hipóteses: 1) Deve existir ao menos uma lâmpada neste quarto. 2) Se existir ao menos uma lâmpada, ela deve ser acionada por um interruptor. 3) O interruptor deve ficar numa das paredes do quarto. Você então começa a tatear o quarto. Aparentemente está longe

12 das paredes. Então começa a tatear objetos em busca de uma parede. Encontra um sofá e portanto deduz que atrás deste sofá deve existir uma parede. Chega a parede (confirmando sua hipótese). Tateando a parede descobre na parede subsequente uma cortina. [.meuadsense] Deduz que atrás da cortina deve existir uma janela e ao abrir irá iluminar, mesmo que parcialmente, o quarto ajudando a achar o interruptor. Para sua felicidade sua hipótese auxiliar está corroborada e existe uma janela. Entretanto ela está trancada e não pode ser aberta. Em seguida continua a tatear até achar uma porta. A mesma está trancada. Deduz que perto da porta deve existir um interruptor. Para seu desânimo você não encontra interruptor. A partir de então deve tomar uma decisão, o fato de não encontrar um interruptor não é sinal de que ele não exista. a) ele pode existir próxima a esta porta e não tateei corretamente. b) ele pode não existir próxima a esta porta e estar próxima a outra. c) ele pode não estar próxima a nenhuma porta. d) ele pode não existir. Poderia falsear logo aí toda a minha teoria, ou poderia refazer apenas as hipóteses que estão com problemas. Como podemos perceber existe dois extremos pessimistas: se eu descartar logo de primeira corro o risco de estar no caminho certo e mudar repentinamente, ou estar no caminho errado e tentar continuar insistindo num caminho que não representa verossemelhança com o mundo e gastar tempo com algo que nada irá me resultar.

13 Popper desenvolveu uma teoria da ciência, que ao invés da verificação de uma teoria, o cientista deve tentar falseá-la. Uma teoria falseável é plenamente científica. Quando observações vão contra a teoria a mesma é falseada. Caso não corram contra a teoria, ela é corroborada. Ora, o falseacionismo ingênuo é aquele em que acredita-se que uma ou qualquer observação contrária é capaz de falsear uma teoria. O falseacionista ingênuo (ou dogmático) poderia tachar excessivamente uma alteração ad hoc (uma alteração após observação) na teoria. Entretanto Popper não era um mero falseacionista ingênuo. Existe um problema da demarcação: até que ponto é lícito alterar ad hoc teorias para que se sustentem. E Popper sabia deste problema. Não é acertado colocar o pensamento de Popper como um falseacionista ingênuo, como pode-se pensar numa primeira passagem. O falseacionista ingênuo acredita, de certa forma, que toda a teia de teoria observacionais. científica relaciona-se com dados Mas não é bem isso que encontramos na ciência. Podemos encontrar teorias conectadas a outras teorias e estas a outras e estas últimas sim a dados observacionais. Não só de correspondência vive a ciência, mas sim também de coerência entre teorias. Ora, pode acontecer de hipóteses auxiliares serem refutadas num experimento (ou observação), mas um centro teórico ainda parecer coeso. Por este motivo, um outro pensador, Lakatos, desenvolveu uma filosofia em que existem programas de pesquisa científica. Elas podem possuir um núcleo duro que é mais coeso e difícil alteração e extremidades de hipóteses auxiliares que podem ser alteradas conforme a confrontação.

14 Pode acontecer ainda uma teoria não ser correta e realmente acontecer uma refutação no cerne da mesma. Como podemos, então, demarcar o procedimento a adotar? Creio que o falseacionismo ingênuo, apesar de, aparentemente, ser fantástica a sua solução (refutou qualquer coisa, descarte) não é plenamente válida. Descobrir a natureza requer paciência e muito cuidado. Da mesma forma modificar eternamente uma teoria, face as confrontações, pode acabar por deixá-la totalmente disforme. Participo do pensamento em que os dois extremos não são bem vindos: a) alterar uma teoria demais pode ser sinal claro de que a mesma não está funcionando bem, portanto deverá ser bem analisada se suas alterações são em hipóteses profundas, se mantém coerência, se as obsevações (se puderem ser) repetidas reportam o mesmo grau de refutação, etc; então esta teoria é seria candidata a ser falseada e uma salvação da mesma pode torná-la pseudociência (e este é um caminho comum nas pseudociências). b) Achar que toda a ciência está relacionada de forma direta a uma observação. E que uma observação contrária pode já refutar TODA uma teoria, sem antes analisar a natureza da observação, a qualidade da mesma, se a refutação é ou não a nível auxiliar. Penso que uma teoria errada, acaba no passar dos anos não se sustentando. Encontramos isto na história da teoria do éter e no surgimento da teoria da relatividade. Deve-se ter um meio termo entre o salvador de teorias e o falseacionista ingênuo (por mais fantástico que este último possa parecer). UPDATE (OBS)

15 Encontrei algumas pessoas com pensamento de cunho de falseacionismo ingênuo que considerariam que hipóteses auxiliares seriam formas de minimizar a importância da descoberta científica (ver link supracitado). De antemão: hipóteses auxiliares não reduzem a importância da descoberta científica, apenas descrevem o funcionamento da dinâmica científica que o falseacionista ingênuo pode deixar passar despercebido. Arnaldo Vasconcellos. UPDATE Pronto, depois de publicar este e outros artigos, mostrando que o uso errôneo e não popperiano do falseacionismo, como encontrado no blog A Lógica do Sabino o mesmo modificou sua postagem (atualizou) sem indicar quando e onde houve atualizações (como eu faço aqui neste blog). Pronto criou um frankstein em sua postagem original, acusando-me de ingenuidade, só pra responder e não querer ficar por baixo É óbvio que fazer tais atualizações não explícitas para parecer como se fosse uma postagem original é desonestidade. Ocorrem deturpações do que é o falseacionismo, do que são hipótesesauxiliares e, obviamente, o indivíduo faz isto só pra garantir que irá convencer leitores inadvertidos dos métodos de deturpação do referido blog. Aqui fica o recado: devemos ter muito cuidado na internet com as deturpações de teorias, técnicas e conceitos. Pseudociências Série de

16 Ensaios (Parte #2) As Protociências Neste ensaio veremos brevemente o que são protociências, suas distinções entre pseudociências e a possibilidade entre as dinâmicas protociência-ciência, protociência-pseudociência. Vamos considerar, neste ensaio, que protociência é uma definição diferente de pseudociência. Tomaremos como base que protociências são teorias, hipóteses ou argumentos aspirantes a ciência (e todo seu cabedal de método) e que estariam em fase de estruturação científica, tal como a mesma é concebida em relação aos métodos de falseacionismo e corroboração. Assim a pseudociência, cuja definição pesquisamos em artigos passados, não é sinônimo de uma protociência. Alguns leitores poderiam considerar a protociência como uma área atuação que teria dado origem histórica a alguma ciência isto pode não ser falso, visto que historicamente alguns pensamentos deram origens a ciências, como é o caso da alquimia. Entretanto não é a própria alquimia que se tornou a química. Sua estrutura sofreu mudanças e hoje temos algo bem diferente, embora tenha-se uma ligação histórica. [.meuadsense] Como estes conceitos não são estanques, a definição encontrada neste artigo não é definitiva. E não quero encerrar uma definição cabal. (Tenho que pensar mais sobre o assunto assim este ensaio é só um ensaio, não encontra-se aqui uma solução ao problema). Portanto o que me resta é não adotar, neste ensaio, o termo protociência para estes tipos de movimentos históricos. Até porque adotar esta posição permite que mesclemos num mesmo tempo e espaço casos em que uma protociência foi uma pseudociência.

17 Entretanto, a natureza semântica que me refiro a protociência é algo relacionado a um argumento (entenda-se teoria) que ainda não possui crivo do método ciêntífico, mas o almeje e esteja a tal caminho. Neste sentido uma pseudociência que teria derivado uma ciência, pode não ser bem uma protociência, mas sim sua reformulação a seria. Não impede também o outro lado: que uma pseudociência teria resultado uma ciência, no âmbito em que aceitaria o crivo do método científico (assim podendo ser enquadrada como protocientífica). Até agora teríamos analisado o movimento protociência-ciência. Entretanto é plausível o movimento protociência-pseudociência. Na segunda semântica apresentada teríamos uma teoria aspirante a teoria científica, mas que ao ser refutada, diversas vezes, seus seguidores ingressariam argumentos ad hoc, ou seja, salvando a teoria, mesmo contra as observações dadas a tal ponto a complicar exaustivamente a teoria apresentada originalmente. Como falamos de uma teoria que ainda não estaria ingressada como científica, ela não estaria propriamente corrigindo hipóteses auxiliares, mas sim ela mesma por completo. Neste caso uma protociência seria uma boa candidata a se tornar uma pseudociência. E este é um caminho muito fácil, porém suponho ser um tanto duvidoso. UPDATE ( ) Relendo este artigo algo pareceu soar-me estranhamente. Eu disse o seguinte: Alguns leitores poderiam considerar a protociência como uma área atuação que teria dado origem histórica a alguma ciência isto pode não ser falso, visto que historicamente alguns pensamentos deram origens a ciências, como é o caso da alquimia. Entretanto não é a própria alquimia que se tornou a química. Sua estrutura sofreu mudanças e hoje temos algo bem

18 diferente, embora tenha-se uma ligação histórica. Como pode alguem (e neste caso eu ) ter falado alguma coisa do tipo? É como se dissesse que a química atual não tivesse nascido dos esforços dos primeiros alquimistas. Mas, e este é o ponto, analisando o que eu mesmo disse é possível notar que eu não assumo conceitos estanques; portanto num nível histórico a química atual descende dos primeiros esforços alquímicos, que mudando suas perspectivas e imagens de natureza/ciência resultaram na química atual. Quando eu afirmo que a química tem como protocência, a nível histórico, a alquimia é reconhecendo estes esforços que culminaram em desenvolver e adotar o método científico nesta ciência. Mas o que gostaria de enfatizar que uma protociência histórica tem diferença em uma protociência atuante. Como assim? muitos poderiam perguntar-me. Uma das definições de protociência é o que antecede uma ciência, anterior a ela e esta definição é de cunho histórico; mas não é esta definição que estou usando neste artigo. E por isso prefiro chamar esta definição não apenas de protociência, mas sim de protociência histórica. Utilizo na análise, neste artigo, uma definição mais voltada a aceitabilidade do método científico dentro de um argumento atuante. Nesta definição, que seria conhecimento que aspira o grau de ciência e está disposta a utilizar o método científico, ela não é sinônimo de protociência histórica. Entendem a diferença? A protociência histórica, teria dado, por algum motivo, origem a uma ciência, mas não estaria em sua base a necessidade ou a conveniência de aceitar o método científico. Já uma protociência, na segunda definição (e a que adotamos neste artigo), representa uma pretensão e objetivo de ser ciência, não apenas pela garantia social científica, mas sobretudo pela aceitabilidade do uso do método científico e

19 todo seu arcabouço. Assim, a alquimia seria uma protociência histórica, mas não teria sido uma protociência atuante. Desta mesma maneira uma protociência histórica pode ser ao mesmo tempo uma pseudociência, mas por definição auto-excludente, uma protociência (a metodológica) não pode ser uma pseudociência. Pois uma esta a assumir o cabedal metodológico, enquanto outra apenas está em busca da garantia social científica (abordado em outro artigo, já supra-linkado). Mesmo assim é possível o movimento de passagem de uma protociência em pseudociência, caso o método revele que seu conteúdo é falso, mas seus integrantes não aceitem e partam para via da utilização da garantia social científica. Existe também a alternativa de uma protociência morrer, caso rechaçada pelo método científico, seus desenvolvedores não se arrisquem a se manterem no terreno do pseudocientífico. Nesta forma de encarar a protociência (metodológica) podemos ver que então a alquimia teria dado origem a uma outra etapa, talvez muito rápida, e transicional, de argumentações e pretenções (com imagens de ciência/natureza diferentes) que se analisadas frente-a-frente com a alquimia não seria estruturalmente a mesma coisa, seria a química momentos antes de estar consolidada como ciência, entretanto ainda em desenvolvimento inicial. Esta sim seria a protociência metodológica, que teria sido derivada de uma protociência histórica (alquimia), mas que teria estrutura diferente dela. A partir do ponto em que o método científico já empregado e corroborando com a existência do maquinário teórico da química esta seria passada a ser ciência. Este movimento poderia ser similar em outras ciências. Entretanto poderíamos argumentar que a aceitabilidade da mudança de imagens de natureza/ciência já em si uma mudança e trata de uma aceitabilidade do método; entretanto penso que este processo já transmuta o primeiro estágio apresentado

20 (protociência histórica) em outra coisa que não é ela mesma estruturalmente (protociência metodológica). Arnaldo Vasconcellos. Do que podemos conhecer? Outro dia estava eu conversando com um amigo meu. Nesta conversa abordei o trabalho do cientista apoiado num método, (que não significa necessariamente restringir o conteúdo criativo do mesmo). Pude notar, de certa forma que a palavra método desperta em algumas pessoas uma posição um tanto desconfortável, pois parece que a ciência possui uma rigidez que inflexibiliza a criação. Não que este meu amigo tenha apontado isto, mas passou em minha cabeça, pela forma com que ele falava. A atividade de um cientista é envolta em investigação, mas não é de sua exclusividade, por tanto existem outras áreas que são investigativas mas não são como a atual ciência se estrutura. A filosofia é um exemplo de investigação, mas podemos notar que cada área da filosofia, e até mesmo cada filósofo pode divergir de forma a investigar (embora haja a investigação). O que então distingue o trabalho do cientista? O método empregado na ciência. Embora este método possa ser multifacetado, variando conforme cada ciência, ele possui pontos tangíveis que se relacionam com as imagens de natureza e de ciências estabelecidas (como já afirmei em outros artigos). O método então permite um foco de pesquisa que impede de sair deste último. Isto permite uma pesquisa a um ponto específico,

21 mas não impede a criatividade. Se enxergarmos as teorias como criações (existem visões diferentes do que são teorias, mas podemos adotar este ponto de vista) é perfeitamente plausível notarmos, mesmo com um método, uma infinidade de possibilidades de teorias sobre um mesmo ponto ou aspecto. Assim, se formos falseacionistas, talvez somos levados a pensar que estas teorias serão testadas por observações diretas ou indiretas em outras teorias. Uma teoria que passa em tais testes é CORROBORADA e não tomada como VERDADE (assim assume-se que sua verossemelhança com o que pode ser real é muito próximo, mas não garante que seja verdade absoluta, pois pode ser falseada a qualquer momento). A garantia lógica de uma corroboração não é a mesma coisa de dizer que ela, a teoria, é cabalmente assim na realidade (sempre poderá ser falseada ou ter hipóteses auxiliares falseadas, modificando a teoria). Parece que assim, portanto, é difícil sabermos como é realmente e fielmente a realidade, mas parece que a cada momento de método aplicado nos aproximamos, mesmo que em algum grau de erro, dela. Mas sem tocá-la com toda sua extensão. A negação de uma teoria, seu falseamento, também nos fala de como a realidade é na verdade de como não o é e isso é importante. Sabermos como as coisas são, com escalas de erro e aproximações, é uma tarefa muito difícil e hérculea, do qual a ciência é usada para tal. E o método é unicamente um instrumento para este fim. Olhando por este ponto de vista, o método não é um restritor de criatividade, mas sim um prumo para que nossa criatividade seja em pensar em consonância do que as coisas são e não divagar apenas. Alguns leitores me perguntarão: e por que o título do artigo? Ora, creio que aquilo do que podemos conhecer é muito ligado

22 em como podemos conhecer: e neste ponto o método é figura essencial, mesmo que seja para conhecermos a passos do que são as coisas em graus de acerto e erro. Método tem sua origem no idioma grego e seu significado está estritamente ligado com o verbete caminho. Portanto, assumo que usar um método, no caso da ciência, (o método científico) é ter um instrumental investigativo para aquilo que estiver na possibilidade de conhecermos daquilo do que podemos conhecer. Arnaldo Vasconcellos Análise ao artigo sobre pesquisa de Schweitzer a A Análise abaixo é para esclarecer um pouco mais a teoria de Schweitzer, que após publicada, se tornou mal interpretada e um alvoroço intelectual muito utilizada por criacionistas (os grifos são todos meus)(1): Análise ao artigo Ciência: Tiranossauro tem colágeno parecido com o de aves modernas do site: Análises químicas sofisticadas podem ter revelado um dos mistérios que mais intrigam a humanidade: que gosto tinha uma coxinha de tiranossauro. Seria seguro apostar num sabor de frango, dizem cientistas americanos. Ao menos é o que indica a composição da primeira proteína a ser obtida de um fóssil de 65 milhões de anos o colágeno dos ossos de um Tyrannosaurus rex, cuja composição aparenta ter grandes

23 semelhanças com o presente nos frangos de hoje. O presente artigo faz referência as descobertas de Schweitzer. Aqui, já no início, o artigo mostra as implicações desta descoberta para comparações de tiranossauros e aves: baseada na suspeita de que aves evoluiram de dinossauros. Contrariando a idéia de que fósseis tão antigos não passariam de rocha em forma de osso, os pesquisadores conseguiram obter quantidades pequenas, mas significativas, de proteína. Aqui, o autor(a) mostra que a idéia de fósseis antigos sem quantidade de proteína é uma idéia defasada e que podem em certos casos (que imaginam ser mais numerosos) ter proteínas preservadas. Ou seja, contrariaram a hipótese auxiliar de um fóssil antigo sem proteínas. Portanto é possivel as duas possibilidades: somente rocha e com proteínas. [meuadsense] E dizem que é possível repetir a façanha com outros fósseis bem-preservados, o que pode, no futuro, revolucionar a compreensão que temos sobre a evolução dos seres vivos. O revolucionar não parece ser sinônimo de refutar, mas sim de aperfeiçoar a teoria da evolução que está ainda em aberto e sendo aperfeiçoada. Todo mundo sempre assumiu que, em qualquer fóssil com mais de 1 milhão de anos de idade, não haveria mais traços de biomoléculas, contou em entrevista coletiva a americana Mary Higby Schweitzer, paleontóloga da Universidade do Estado da

24 Carolina do Norte e uma das líderes da pesquisa. Mas o fato é que o microambiente desses fósseis acabou contrariando essa predição. Schweitzer e seu colega John Jack Horner, da Universidade do Estado de Montana, assombraram o mundo em 2005, quando revelaram ter obtido vasos sangüíneos e células de tiranossauro de um fêmur (osso da coxa) do animal. Ora, parece que a cientista deixa claro quanto a hipótese que parece não coincidir: de que fósseis com esta duração não tivessem mais tais proteínas (informação divulgada em alguns blogs sensacionalistas). Além do mais, os dados empíricos da duração do colágeno não são necessariamente da teoria da evolução, são auxiliares. Mesmo assim podemos assumir que as predições de que a proteína não seria achada era na verdade uma predição aceita temporariamente e não em definitivo além de ser uma hipótese auxiliar e não necessariamente participar do núcleo duro da teoria. O trabalho atual é uma continuação dessa fase de descoberta. Nele, os pesquisadores mergulharam ainda mais nas moléculas componentes do fóssil, em busca de algum traço das proteínas que compunham o osso durante a vida do dino carnívoro. E, para sua própria surpresa, eles conseguiram obter colágeno um dos principais componentes não-minerais dos ossos, e relativamente resistente à degradação química que normalmente ataca as moléculas dos seres vivos após a morte. A proteína em questão parece ser relativamente resistente, apesar de sofrer degradação. Como veremos na citação abaixo a quantidade encontrada é muito pequena. Isto parece sugerir que o dinossauro é realmente muito velho. Mas, como veremos na citação abaixo, o ponto da pesquisa é comparar este animal com outros:

25 A quantidade de proteína era ridiculamente pequena, mas suficiente para que os pesquisadores, com a ajuda de análises estatísticas sofisticadas, pudessem comparar os fragmentos de colágeno do fóssil com os componentes da proteína encontrados em bichos vivos hoje. (Uma análise parecida também foi feita com um fóssil de mastodonte, primo extinto dos atuais elefantes, morto entre 160 mil e 600 mil anos atrás.) Agora, na citação abaixo, vem o núcleo duro da investigação: A comparação foi reveladora: as principais semelhanças do colágeno de dinossauro foram com a mesma proteína encontrada em galinhas modernas. Trata-se da primeira confirmação molecular (e pode-se até dizer genética, já que as proteínas são codificadas pelo DNA) do parentesco próximo entre aves e dinossauros, uma ligação aceita quase universalmente pelos paleontólogos hoje. Ou seja, a teoria leva em consideração que estas proteínas, que são codificadas pelo DNA são muito similares a de aves. Isto é mais um dado no mundo que gira em torno do parentesco entre aves e dinossauros; o que é um indício de que as aves podem ser evoluídas de dinossauros. Criacionistas que dizem que esta pesquisa é suficiente para refutar o evolucionismo, devem, portanto, estar agora de acordo que esta pesquisa está é correlacionando evolução de espécies e não o contrário. No mínimo, o trabalho mostra que é possível ressuscitar moléculas dinossaurianas e usá-las para estudar uma série de questões difíceis sobre os bichos, como seu parentesco com animais modernos e extintos ou até sua fisiologia.

26 Este trecho deixa bem claro, quanto a orientação da pesquisa: comparações de animais e seus parentescos. O problema é saber se vai ser possível obter outras proteínas entre as que compunham originalmente os ossos dos dinos muitas das quais em pequenas quantidades mesmo em vida. Conforme a tecnologia for ficando mais sensível no futuro, poderemos tentar responder a essas perguntas, disse Schweitzer. Fica claro aqui o problema atual de obter essas proteínas em pequenas proporções. Que foi agora possível, justamente pela implementação tecnológica, o que dá esse otimismo a Schweitzer de que detectaremos ainda mais com a tecnologia que deve se aperfeiçoar. Ainda no artigo vemos: Para Jack Horner, o achado pode mudar radicalmente a maneira de os paleontólogos trabalharem. As pessoas vão começar a buscar espécimes realmente bem preservados, soterrados por várias dezenas de metros de rocha, que não foram expostos à atmosfera ou à água. Fica claro aqui, que o co-autor da pesquisa aponta para uma boa preservação das espécimes e que obedecendo certos critários soterrado a dezenas de metros, não expostos a atmosfera ajudariam a preservar tais proteínas, mesmo que em pequeniníssimas quantidades. O que corrobora que há um fenômeno (ou conjunto de fenômenos) particular a preservar este fóssil e outros. Este estado pode ter sido o do presente fóssil encontrado. Ele ainda continua dizendo: Nessas condições, acho que vamos descobrir que esses

27 fósseis são bastante comuns, afirma ele. A partir daí, a chave vai ser fazer a extração de moléculas rapidamente, para evitar que elas se desfaçam no contato com o ar. Vamos começar uma busca por esse tipo de fóssil em vários lugares do mundo, de Montana à Mongólia. Fica claro que ele se remete a um fator de proteção, até porque ao achar tais fósseis devem ser preservados (as suas estruturas protéicas) do contato com o ar. Não é de se admirar que fósseis possam ser preservados assim seguindo fatores de proteção. Não estaria surpreso se me falare que salamandras preservadas achadas na Espanha estão tão bem preservadas por causa do local onde foram encontradas. (Ver caso das salamandras preservadas em: Parece ficar claro que a pesquisa de Schweitzer gira em torno de comparar evolutivamente animais (por tratar de proteínas, que são geradas por informações de DNA) do que tentar invalidar a teoria da evolução, como alguns blogs criacionistas tentaram, deturpadamente, dizer. Caso queiram posso citar os blogs que deturparam o sentido da pesquisa de Schweitzer. UPDATE Ainda tenho alguns dados aos blogueiros de plantão que deturparam ao anunciar erroneamente a pesquisa. Abaixo um trecho do site: ca/colageno-de-dinossauro.htm. Este trecho mostra-se muito elucidativo (grifos meus).

28 Em vez de escavar o fóssil no local, Mary Schweitzer, da Universidade da Carolina do Norte, e colegas removeram a peça junto com a camada de arenito que a envolvia. O bloco foi selado e transportado para o laboratório da cientista, de modo a evitar contaminação. Essa amostra específica foi escolhida por ter se encaixado nos critérios necessários em relação às condições em que foi enterrada, o que ocorreu rapidamente e em arenito profundo, disse a pesquisadora. Notem que neste trecho acima, a própria pesquisadora demonstra que há uma predição de conservação de tais proteínas (uma teoria auxiliar observação). sobre as condições iniciais da Ainda no mesmo site encontramos: Sabemos que, a partir do momento em que o fóssil é retirado de seu equilíbrio químico no qual se encontra há milhões de anos, qualquer resíduo orgânico que esteja preservado imediatamente se torna suscetível à degradação. Quanto mais rapidamente pudermos passá-lo de onde se encontra para o tubo de ensaio, mais chances teremos de identificar tecidos e moléculas originais, explicou. Existe portanto condições iniciais da observação que podem deteriorar tais proteínas. Se o fóssil extraído for preservado com a tecnologia apropriada, tais condições iniciais de observação (existência de proteínas) são conservadas. Continuemos na mesma fonte: Amostras do fóssil foram enviadas a diversos laboratórios para análises independentes. Os pesquisadores usaram microscopia de tunelamento de elétrons para examinar a aparência e a estrutura dos tecidos. Também usaram espectrometria de massa e testes contra anticorpos para

29 identificar proteínas. Segundo os cientistas, os resultados das análises indicaram a presença de colágeno cujas sequências de aminoácidos são mais semelhantes às da proteína dos tecidos conectivos de aves do que dos crocodilos, por exemplo. Ou seja, trata-se de mais uma evidência do possível parentesco entre aves e dinossauros. Comparemos novamente com o trecho que já destaquei, mas cito novamente (grifos meus) do site A quantidade de proteína era ridiculamente pequena, mas suficiente para que os pesquisadores, com a ajuda de análises estatísticas sofisticadas, pudessem comparar os fragmentos de colágeno do fóssil com os componentes da proteína encontrados em bichos vivos hoje. (Uma análise parecida também foi feita com um fóssil de mastodonte, primo extinto dos atuais elefantes, morto entre 160 mil e 600 mil anos atrás.) A comparação foi reveladora: as principais semelhanças do colágeno de dinossauro foram com a mesma proteína encontrada em galinhas modernas. Trata-se da primeira confirmação molecular (e pode-se até dizer genética, já que as proteínas são codificadas pelo DNA) do parentesco próximo entre aves e dinossauros, uma ligação aceita quase universalmente pelos paleontólogos hoje. No mínimo, o trabalho mostra que é possível ressuscitar moléculas dinossaurianas e usá-las para estudar uma série de questões difíceis sobre os bichos, como seu parentesco com animais modernos e extintos ou até sua fisiologia. O problema é saber se vai ser possível obter outras proteínas entre as que compunham originalmente os ossos dos dinos muitas das quais em pequenas quantidades mesmo em vida. Conforme a tecnologia for ficando mais sensível no futuro, poderemos

30 tentar responder a essas perguntas, disse Schweitzer. Para Jack Horner, o achado pode mudar radicalmente a maneira de os paleontólogos trabalharem. As pessoas vão começar a buscar espécimes realmente bem preservados, soterrados por várias dezenas de metros de rocha, que não foram expostos à atmosfera ou à água. Nessas condições, acho que vamos descobrir que esses fósseis são bastante comuns, afirma ele. Podemos, portanto levar a cabo que: 1) Neste caso, desta pesquisa científica, encontramos: a) Colágeno pode sim sobreviver a tanto tempo, desde que o fóssil esteja em locais bem conservados esta é uma premissa que a pesquisadora se apoiou para estabelecer a retirada dos fósseis com a tecnica supracitada. b) A forma tradicional de retirar fósseis retira o equilibrio químico de certos fósseis, acabando com a pequena quantidade de colágeno existente. O colágeno achado no presente dinossauro foi possível devido a uma nova tecnologia, que retira o fóssil em um grande bloco, para depois cuidadosamente se preservar tais proteínas. (Se esta técnica foi desenvolvida deve haver uma Teoria que prevê a existência destas proteínas, pois aparatos tecnológicos são como teorias condensadas ). c) O MAIS IMPORTANTE: o colágeno encontrado aponta para que aves são ligadas genéticamente aos dinossauros isso é uma evidência do evolucionismo. Verifico assim que alguns blogs criacionistas que encontrei omitem, deturpam e interpretam mal os dados da pesquisa científica em prol da tentativa de dizer que a teoria da evolução não é consistente. Como podemos ver a presente pesquisa está mais para estabelecer a consistência da teoria da evolução, do que a negar (como quer alguns blogueiros que visitei).

31 Uma das minhas conclusões pessoais, é que é obvia: não acredite em qualquer mídia que lê. Algus blogs vem deturpando a bel prazer dados com os mais obscuros objetivos. 1. A pesquisa original está em mas para ler tem que assinar a revista. 2. Os blogs a deturpar são: -paradigma-vale-mais-do-que-a-evidenciaempirica/#comment entifica-fragiliza-evolucao-outra-vez/ Além de outros sem-número de blogs que copiaram informações enganosas uns dos outros. (1) Atenção, visite a pesquisa original e leiam com cuidado. Cuidado com as interpretações maldosas dadas à pesquisa. O fato de utilizar neste presente artigo citações diretas à publicações acerca da pesquisa deve-se ao fato de deixar o assunto mais palatável a um público leigo (público tal, que a meu ver, se tornou alvo daqueles pseudo comunicadores que deturparam a pesquisa original). Favor ler a pesquisa original assim que possível. Arnaldo Vasconcellos

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