ALIENAÇÃO PARENTAL COM FALSA ACUSAÇÃO DE ABUSO SEXUAL
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- Isaac Balsemão da Fonseca
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1 ALIENAÇÃO PARENTAL COM FALSA ACUSAÇÃO DE ABUSO SEXUAL CHAVES, LINDÉIA RESUMO O presente trabalho traz maior enfoque a analise da lei nº /10 que trata do Instituto da Alienação Parental através da denunciação caluniosa em abuso sexual. Esta lei estende as medidas de proteção contra os atos de alienação parental a quaisquer condutas que dificultem a convivência da criança ou adolescente com o genitor. Dessa forma, busca-se a solução do problema sob o aspecto prático e como o Direito está atuando para coibir as falsas denúncias de abuso sexual. Palavras-chave:Alienação. Falsa acusações. ABSTRACT This work bringsmasthe analysis of the law n /10, dealing with the Institute of Parental Alienation by the calumnious denunciation in sexual abuse. This law extends the protection measures against acts of parental alienation to any conduct that make it difficult the coexistence of child or teen with the parent.this way, we seek the solution of the problem from the practical aspect and how the law is working to restrain the false allegations of sexual abuse. Keywords: Alienation. False accusations. INTRODUÇÃO Para a compreensão da lei /2010é importante esclarecer que alienação é o afastamentodo filho de um dos seus pais pelo guardião e que a falsa denúncia de abuso sexual é uma forma de implantar ideias fantasiosas por parte do alienador, onde as crianças/adolescentes são forçadas a mentir, sendo emocionalmente
2 manipuladas. Essa falsa denúncia, começa a fazer parte de suas vidas e por isso terão de encarar vários procedimentos para que seja concluída a verdade. Dias entende que o artigo 2º da lei /10 trata da alienação parental como sendo a interferência abusiva na formação psíquica da criança ou adolescente para que repudie genitor ou cause prejuízo à manutenção de vínculos com este. (DIAS, 2010, p.65). FUNDAMENTAÇÃO No Brasil ainda são poucas as pesquisas quanto a falsos relatos por parte do genitor alienador já que os processos tramitam na vara da infância e juventude, e em segredo de justiça, que impede um levantamento da quantidade real de tal situação. O assunto da falsa denúncia de abuso sexual é também uma forma de abuso infantil, pois atinge a criança, na maioria das vezes de forma irreversível, envolvida na mentira. O artigo 6º da lei em comento estabelece instrumentos de proteção direta às crianças e aos adolescentes envolvidos na situação. Além disso, as medidas de proteção e efetividade não serão punitivas, mas sim de preservação ao equilíbrio da criança e do adolescente em sua convivência familiar. A síndrome de alienação parental quando diagnosticada, passa por uma série de enquadramentos que o juiz estabelece através de acompanhamento regular para o tratamento psicológico diante da suspeita de uma falsa acusação de abuso sexual. O psicólogo deve estar atento ao analisar cada passo que a criança relatou sobre a situação de possível abuso e comparar com o que já foi dito por ela e pelo alienador. (BUOSI, 2010, p.92). Essa análise é de suma importância para derrubar as falsas acusações, pois, neste ínterim, haverá a constatação decontrovérsia que não se estabelecerá o alinhamento do discurso entre um e outro.a importância do diálogo com a criança ou adolescente com linguagem acessível para o entendimento deles e, em particular. O que acontece no mundo jurídico é que o juiz, ao receber uma denúncia tão grave resolve de pronto suspender ou reduzir as visitas, visando melhor interesse da criança. Por mais preparados que estejam os operadores do direito, incluindo
3 assistentes sociais e psicólogos, sempre haverá uma dificuldade em provar diante o depoimento de uma criança a total inocência do genitor alienado. Para Dias (2010, p.49-50) existem diferenças que podem ajudar a diagnosticar se a acusação de abuso é falsa ou não, segue abaixo tabela publicada: Diferenças abuso sexual / síndrome de alienação parental Abuso Sexual O filho lembra o que ocorreu sem nenhuma ajuda externa. As informações que transmite têm credibilidade, com maior quantidade e qualidade de detalhes. Os conhecimentos sexuais são impróprios para sua idade: ereção, ejaculação, excitação, sabor do sêmen etc. Costumam aparecer indicadores sexuais: condutas voltadas ao sexo, conduta sedutora com adultos, jogos sexuais precoces e impróprios com semelhantes (sexo oral), agressões sexuais a outros menores de idade inferior, masturbação excessiva etc. Costumam existir indicadores físicos do abuso (infecções, lesões). Costumam aparecer transtornos funcionais: sono alterado, transtornos de alimentação. Costuma apresentar atrasos educativos: dificuldade de concentração, de atenção, falta de motivação, fracasso escolar. Costuma apresentar alterações no padrão de interação: mudanças conduta bruscas, isolamento social, consumo de álcool ou drogas, agressividade física e/ou verbal injustificada, roubos etc. Costuma apresentar desordens emocionais: sentimentos de culpa, estigmatização,sintomas depressivos, baixa autoestima, choro sem motivo, tentativas de suicídio. Síndrome de Alienação Parental O filho programado não viveu o que seu progenitor denuncia precisa se recordar As informações que transmite têm menor credibilidade, carecem de detalhes e inclusive são contraditórias entre os irmãos. Não tem conhecimentos sexuais de caráter físico: sabor, dureza, textura etc. Não aparecem indicadores sexuais. Não existem indicadores físicos. Não costuma apresentar transtornos funcionais que o acompanhem. Não costuma apresentar atraso educativo em consequência da denúncia. O padrão de conduta do sujeito não se altera em seu meio social. Não aprecem sentimentos de culpa, ou estigmatização, ou condutas de autodestruição.
4 Sente culpa ou vergonha do que declara. As denúncias de abuso são prévias à separação. O progenitor percebe a dor e a destruição de vínculos que a denúncia provocará na relação familiar. Seria esperado que um progenitor que abusa de seus filhos pudesse apresentar outros transtornos em diferentes esferas de sua vida. Um progenitor que acusa o outro de abuso a seus filhos costuma acusá-lo também de abusos a si mesmo. Fonte: DIAS, Os sentimentos de culpa ou vergonha são escassos ou inexistentes. As denúncias de abuso são posteriores à separação. O progenitor não leva em conta, nem parece lhe importar, a destruição dos vínculos familiares. Um progenitor alienador aparenta estar são nas diferentes áreas de sua vida. Um progenitor programado só denuncia o dano exercido aos filhos. CONCLUSÃO Por fim, o tema alienação parental é um assunto novo e delicado, mas nos últimos tempos vem tomando bastante força no âmbito jurídico, mesmo assim, ainda são poucos os julgados encontrados que tratam das disputas familiares decorrentes dos comportamentos e atitudes tomadas pela mãe ou pelo pai, que não se conformando com o fim de um relacionamento usa seus filhos como formas estratégicas para atingir o outro progenitor. Alei nº /2010 surge para regulamentar a alienação parental e aplicar sanções para o genitor alienador. Os operadores do direito com a nova lei terão como analisar e identificar a alienação parental e proteger a criança e assim punir os pais pela terrível ameaça que é a alienação parental. Os juízes terão mais segurança para decidirem sobre questões como a guarda, bem como poderão tomar de ofício, decisões que visam o bem estar da criança. (BRASIL, 2010) A lei não tem como propósito punir penalmente o genitor alienador, e sim em caráter socioeducativo e restaurar a família para que a criança possa viver em ambiente tranquilo e saudável. Vê-se que a criança é avítima da manipulação e o Estado tem o dever de analisar novos caminhos para reparar o dano que recai sobre a criança e sobre o alienado. A responsabilização civil e a criminal do alienador podem representar um freio ao ódio descontrolado que produz a transformação do amor.
5 O alienador, como todo violador, é um ladrão da infância, que usa da inocência da criança para atacar o outro. Assim, rouba a inocência e a infância e, uma vez roubadas, não podem mais ser devolvidas. REFERÊNCIAS BRASIL. Projeto de Lei nº 4.053, de [2008a]. Dispõe sobre a alienação parental. Disponível em: em: 15 març Lei nº , de 26 de agosto de [2010]. Alienação Parental. Legislação Federal. Disponível em: < Acesso em: 01 abr BUOSI, Caroline de Cássia Francisco. Alienação Parental: uma interface do direito e da psicologia. Curitiba: Juruá, CARVALHO, K. G. Direito Constitucional. 15.ed. Belo Horizonte: Del Rey, DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das Famílias. 5.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, Incesto e Alienação Parental: realidades que a Justiça insiste em não ver. 2.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, Manual de Direito das Famílias. São Paulo: Revista dos Tribunais, FILHO Alienado. Disponível em: Acesso em: 10 abr
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