1 - TEORIA DA NORMA JURÍDICA

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1 1 - TEORIA DA NORMA JURÍDICA A experiência jurídica é uma experiência normativa. Nossa vida se desenvolve em um mundo de normas. Acreditamos estar livres, mas em realidade, estamos todos envoltos em uma trama de normas, de regras de conduta, desde o nascimento até a morte. EX:

2 História da humanidade Possível sob um ponto de vista normativo estudar e compreender a história da humanidade. As civilizações são caracterizadas, sob tal ponto de vista, pelos ordenamentos jurídicos das respectivas civilizações. A história se apresenta então como um complexo de ordenamentos normativos que se sucedem, se contrapõem, se integram. Ex Sacrifícios humanos, poligamia, bigamia, escrividão, propriedade privada.

3 CÓDIGO PHILIPINO LIVRO V 14ª ed, Vigência Dos mouros e judeus que andam sem sinal. Os mouros e judeus que em nossos reinos andarem com nossa licença, assim livres como cativos, trarão sinal por que sejam conhecidos, convém a saber, os judeus carapuça ou chapéu amarelo, e os mouros uma lua de pano vermelho de quatro dedos, cosida no ombro direito, na capa e no pelote. E o que não o trouxer, ou o trouxer coberto, seja preso e pague pela primeira vez mil réis de cadeia... pela terceira, seja confiscado, ora seja cativo, ora livre.

4 DOS QUE DIZEM MAL DEL-REI. O que disser mal de seu rei não será julgado por outro juiz, senão por ele mesmo ou pelas pessoas a quem o ele em especial cometer. E ser-lhe-á dada a pena conforme a qualidade das palavras, pessoa, tempo, modo e intenção com que forem ditas. A qual pena ss poderá estender até a morte inclusive, tendo as palavras tais qualidades por que a mereça.

5 MULTIPLICIDADE DE NORMAS Normas jurídicas Normas morais Normas religiosas Normas éticas Estado, família, entidade religiosa se constituem e se desenvolvem mediante um conjunto ordenado de regras de conduta. Característica comum: dirigir as ações dos indivíduos, do grupo a um fim desejado. Número incontável de regras jurídicas as quais nos submetemos no nosso cotidiano

6 Direito estatalista Direito visto como um conjunto de normas - instrumento estatal. 1 Consequência histórica do processo de centralização do poder normativo e coativo, que surgiu com o nascimento do Estado nacional moderno monarquias absolutistas. 2 Prevalência do pensamento de HEGEL, estado como ser terreno supremo, nada acima, a quem os indivíduos ou grupos devem obediência incondicional

7 Direito como fruto das relações sociais Direito como fenômeno social, que surge na sociedade. Oposição ao jusnaturalismo individualista e ao racionalismo abstrato. A realidade social é destacada da realidade dos indivíduos particulares que a compõem. Tal realidade social é fonte e base do direito, visto como ium conjunto de normas.

8 JUSTIÇA, VALIDADE E EFICÁCIA Três perspectivas distintas das normas jurídicas 1 - justa ou injusta, 2 válida ou inválida, 3 eficaz ou ineficaz. 1 - Pressuposto valores supremos objetivamente evidentes, igualdade, liberdade. Com a CRF 88, forte tendência, principalmente no Supremo, na plicação das normas, de alcançar em suas decisões tais valores fins. Jurisprudência dos valores. Segundo Norberto Bobbio, a questão justiça surge nas investigações que visam elucidar os valores supremos a que tende o direito, os fins sociais, surgindo a norma e o ordenamento jurídico como o instrumentos mais adequados de realização. TEORIA DA JUSTIÇA.

9 2 validade problema de existência da regra, independente do juízo de valor juízo de fato e não de valor. a) Autoridade de que emanou, procedimento legislativo, b) revogação, c) conflito de normas. Validade do ordenamento jurídico. Questão da validade, segundo Bobbio, determinação do direito como regra obrigatória e coativa, características do ordenamento. Enfoque nos meios e não nos fins, realização da justiça instrumentos de realização desse fim busca da justiça. TEORIA GERAL DO DIREITO.

10 3 Eficácia. Seguida ou não pelas pessoas. Questão dos meios coercitivos em decorrência da violação. Ex. das infrações de trânsito, trasitar nos corredores. Questão da aplicação das normas. Comportamento dos homens em sociedade, seus interesses ações e reações frente a autoridade. SOCIOLOGIA JURÍDICA.

11 DIREITO NATURAL, POSITIVISMO JURÍDICO E O REALISMO JURÍDICO 1 Direito Natural. Uma Lei para ser lei deve estar de acordo com o justiça. a) posição que pretende estabelecer o que é justo ou injusto de modo universalmente válido. b) Problema complexo, para Kant a liberdade era natural, para Aristóteles a escravidão. Para Locke era natural a propriedade, para Campanella natural era a comunhão de bens. c) Não há base na natureza para distinguir o justo do injusto de modo universal. 2 Outra questão. A quem cabe estabelecer o que é justo ou injusto. Valores contidos nas normas jurídicas 2 posições: quem exerce o poder em uma dada época, ou a sociedade. No entanto, partindo-se de tal posicionamento, é justo o que está na norma. O início do positivismo jurídico.

12 2 Positivismo jurídico. Reduz justiça à validade. Uma norma é justa se for válida. Ao contrário do jusnaturalismo, uma norma não é válida se não for justa. KELSEN: o que constitui o direito como direito é a validade. Ideais de justiça são subjetivos e irracionais. O problema da justiça é um problema ético e distinto do problema jurídico de validade. HOBBES: não existe critério do justo e do injusto fora da lei positiva, fora do comando do soberano.

13 Na passagem da do estado da natureza ao estado civil os indivíduos transmitem todos seus direitos naturais ao soberano, a quem cabe decidir o que é justo, de acordo com sua vontade. Nasce o direito positivo e o Estado. Não há justo por natureza, apenas justo por convenção. A doutrina de Hobbes tem um significado ideológico bem preciso justificação teórica do poder absoluto.

14 3 Realismo jurídico. Pensamento jurídico do século XX. Contra o jusnaturalismo concepção ideal do direito Contra o positivismo - concepção formal do direito. Enfoque no direito como é, não como deve ser. Direito posto vs direito aplicado; este o direito em sua concretude, passível de pesquisa por parte dos juristas. SAVIGNY já no século XIX - o direito não se deduz de princípios racionais, é um fenômeno histórico e social que nasce espontaneamente do povo. VOLKSGEIST. Direito consuetudinário como fonte primária do direito Surgimento de ideias sobre a livre apreciação do direito por parte dos juristas, o direito livre.

15 Eugene Erlich Lógica dos juristas. Juiz e juristas devem procurar soluções das controvérsias não tanto se apegando ao dogma da vontade estatal do texto de lei, e sim, no estudo do direito vivente que a sociedade em contínuo movimento permanente produz. Concepção realista americana meados do século XX. Oliver Wendell Holmes enfoque às teorias sociológicas direito consuetudinário. Roscoe Pound. Não existe direito objetivo, dedutível de dados determinados, sejam leis ou costumes. O direito é contínua criação do juiz no ato de decidir uma controvérsia.

16 Norma jurídica características: Bilateralidade; Generalidade; Abstratividade; Imperatividade: Hipotetividade; Coercibilidade; Proposta de um conceito. Comando dirigido às ações das pessoas físicas ou jurídicas e demais entes, na forma de regra de conduta social que tem por fim regular as atividades dos indivíduos nas suas relações sociais.

17 Traço distintivo: SANÇÃO, coerção estatal que destaca a norma jurídica de outras regras no campo dos costumes ou da moral. Possibilidade de aplicação forçada da sanção; ou uso de força ao cumprimento, reparação ou imposição de alguma penalização. Também conhecida com preceito secundário da norma. Sua função é fazer com que o receito primário seja obedecido.

18 1 - SANÇÕES: Civil nulidade, perda de direito; Penal privação da liberdade, pecuniária; Administrativo multa pena disciplinar. 2 Possibilidade de existência no ordenamento jurídico de norma sem sanção: normas explicativas; EX: conceito de funcionário público, art. 327 do CP.

19 Classificação das normas: Quanto à hierarquia constitucionais, complementares, delegadas, ordinárias; decretos portarias. Quanto à natureza materiais e instrumentais. LC art. 69, CRF matérias específicas, quórum qualificado. LD art. 59, IV e 68, da CRF, solicitação de delegação ao Congresso. Decr. Leg. - 59, VI, CRF Decr. Reg. - regulamenta lei ordinária

20 TEORIA DO ORDENAMENTO JURÍDICO 1 conjunto de todas as normas jurídicas; 2 Art. 59 da CRF: todas as espécies normativas; Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - emendas à Constituição; II - leis complementares; III - leis ordinárias; IV - leis delegadas; V - medidas provisórias; VI - decretos legislativos; VII - resoluções. Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis

21 2 ordenamento: ideia de estrutura, de relação entre normas, de regras de coexistência. 3 unidade o conjunto de normas deve manter-se em unidade; 4 estrutura hierárquica, piramidal art. 59 CRF; 5 sistema escalonado de normas jurídicas, a norma superior é sempre e sucessivamente o fundamento de validade da norma inferior relação de validade.

22 NORMA FUNDAMENTAL KELSEN: ordenamento jurídico como sistema unitário, como uma estrutura organizada e homogênea; HANS KELSEN ciência do direito tem o papel de explicar o funcionamento do ordenamento jurídico. Direito é uma ordem de coação, inclusive por meio de força física.

23 Sistema dinâmico constante transformação: Questão da revogação das leis, constitucionalidade, recepção, conflito aparente de normas

24 DIREITO ADMINISTRATIVO Direito Público e Direito Privado. A supremacia do interesse público. Conjunto harmônico de princípios e normas - jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatemente os fins desejados pelo Estado. (Hely Lopes Meirelles). Fontes: a lei, os costumes, a jurisprudência e doutrina.

25 Origem: marco, A teoria da separação dos poderes, desenvolvida por Montesquieu, em 1748, e acolhida pelos Estados de Direito. 1789, Revolução Francesa, permitiu a especialização das atividades estatais com a independência dos órgãos incumbidos de realizá-las. Surge, por decorrência, um órgão responsável por julgar atos da Administração, diverso dos órgãos que julgavam os particulares, de início, o Parlamento, depois, o Tribunal Administrativo.

26 Surge a Justiça Administrativa, e por decorrência, uma estrutura específica de um direito específico da Administração e administrados em suas relações recíprocas. Nasce o Direito Administrativo. Tal formato mantém-se até hoje na França e em muitos outros países. Questão da justiça federal. Sistema de Controle Administrativo e sistema de controle jurisdicional da Administração. Contencioso administrativo e jurisdição única.desde 1891 jurisdição única no Brasil. Desde 1891 jurisdição única no Brasil.

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28 Governo e Administração Atividade política e discricionária / atividade neutra, normalmente vinculada à lei ou à norma técnica. Administração direta é efetivada imediatamente pela União, Estados e Municípios e tem por características hierarquia e generalidades das atribuições. Indireta serviços atribuídos a pessoas jurídicas diversas do ente federado, públicas autarquias, e privadas, (empresas públicas, sociedades de economia mista), vinculadas à direta, mas administrativamente e financeiramente autônomas.