DE AMANDO FONTES. A proposta deste artigo é analisar, num ângulo mais abrangente possível, as nuances
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- Pedro Lucas Teixeira Fartaria
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1 1 AS PERSONAGENS FEMININAS DO ROMANCE "RUA DO SIRIRI" DE AMANDO FONTES Leide Diana Correia Santos 1 1 INTRODUÇÃO A proposta deste artigo é analisar, num ângulo mais abrangente possível, as nuances presentes das personagens femininas que protagonizam o romance Rua do Siriri, do escritor Amando Fontes, por representar, com determinismo, histórias de vida ambientadas no tempo contemporâneo do autor, e pelo excelente trabalho deste em fazer uso de uma técnica narrativa bem elaborada como o discurso direto, empregado nas falas das personagens, como modo caracterizador, recurso que atribui maior agilidade ao texto. É visto que as personagens têm pontos de aproximação e distanciamento, distribuídos no campo psicológico e social, daí focalizar o neo-realismo, período literário que tem como propósito relatar o homem a partir da observação do seu meio ambiente e de seus costumes, preocupando-se com o nacionalismo, o momento presente e com o passado histórico faz da literatura um instrumento de denúncia social. Os personagens do romance neo-realista representam artisticamente os problemas concretos desse tempo, e renovam a arte ao focalizarem o cotidiano, fatos que não são 1 Licenciada em Letras Português pela Universidade Tiradentes, pós-graduanda em Letras-Português pela Faculdade Pio Décimo e disciplina de mestrado do NPGL/UFS; dianinha4@hotmail.com
2 2 somente literários, mas fatos de vida que passam a ser muito parecidos com pessoas comuns e representam sempre uma classe social. Estas reflexões, aqui indicadas são decorrentes da leitura do romance, que retrata o início de uma sociedade urbanizada a partir da posição das prostitutas no contexto da formação da sociedade aracajuana, fato este relevante para compreender as questões sociais e econômicas em que vivia determinada população. 1.1 O CONTEXTO HISTÓRICO E LITERÁRIO DO ROMANCE DE 30 Diante das transformações vividas pelo país com a revolução de 1930, chefiada por Getúlio Vargas, as quais representaram momentaneamente a aliança entre as classes médias urbanas, os tenentes e as oligarquias rurais marginalizadas pela política governamental de apoio a burguesia cafeeira, os efeitos da crise econômica mundial, os choques ideológicos no qual o Brasil passava pelo ingresso industrial, como o fracasso do ciclo do algodão, a seca e a conseqüente guerra de Canudos e as terras do famoso Contestado, e que refletiram a situação crítica do Nordeste marginalizado e, portanto, aderente a soluções arcaicas. O Brasil crescia à custa de graves desequilíbrios, passava pelo momento de urbanização, em conseqüência, ocorreu um engrossamento nas fileiras da pequena classe média, da classe operária e do subproletariado. Neste cenário, Sergipe era o quarto estado do Nordeste em número de operários e de fábricas, e os sindicatos que se organizavam contando com a proteção do interventor, nem sempre cumpriam seu papel, pois toda oposição era reprimida. Tempo esse difícil para a situação do proletariado e das camadas urbanas, que viviam em condição extrema de miséria e submissão.
3 3 Assim, cada escritor passou a refletir sobre essa época de angústia à sua maneira. Trata-se de uma literatura que reflete problemas sociais marcantes no momento em que os romances foram escritos. 1.2 O AUTOR O escritor Amando Fontes, embora sendo paulista de Santos, vivenciou toda sua infância e adolescência em Aracaju, de onde sua família é oriunda. Anos mais tarde passou a exercer um cargo de função política do estado, contato que lhe deu agudo poder. Tempo depois, Amando Fontes, seguiu para Minas Gerais onde exerceu um cargo público menos comprometedor, fato que lhe permitiu acentuar as tendências para letras. Assim, mediante a Revolução de 30, Amando Fontes passou a dedicar a composição freada dos Os Corumbas, seu primeiro livro publicado em 1933, reconhecido pela crítica, que lhe deu agudo poder de se incluir no grupo de romancista nordestino e sergipano. Nos meados de 1937, passa a escrever Rua do Siriri, publicado em fins do mesmo ano, numa espécie de continuação do primeiro, só com uma temática mais definida, a prostituição, que é vivenciada por cada personagem feminina. Este último é referente ao propósito deste artigo. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Do ponto de vista artístico, o período literário do romance de 30, considerado pelos críticos como romance regionalista delimitou ainda mais as questões de ordem sociológica do país, uma série de escritores dessa época chamados de neo-realista, como: Jorge Amado, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Rachel de Queiroz, José Américo de Almeida, este
4 4 último, que assim como Amando Fontes foi autor de poucas obras. Esses escritores passaram a enfocar na prosa literária as preocupações locais, mas sempre se voltando para o interior da personagem como aponta Massaud Moisés. No decênio de 30, ainda produz obra digna de registro uma série de escritores genericamente identificados pela tendência à análise introspectiva. (...) preconizando um conceito de arte desinteressada, ou engajada em direção oposta à ideologia revolucionária ostensiva ou subjacente na obra dum Jorge Amado ou dum Amando Fontes, inclinam-se mais para mais para o equacionamento dos problemas subjetivos que da coletividade, mais para sondagem psicológica que a descrição de exterioridade... (MOISÉS, 1996, p.245). Coube aos romancistas de 30, registrarem em nossa literatura a nova estética, revelando, no seu histórico, uma adesão profunda aos problemas de nossa terra e as particularidades de cada região. Interessa aqui o escritor neo-realista, Amando Fontes e sua obra Rua do Siriri. Nesse romance, Amando Fontes, espontaneamente, deixa nítido que o seu interesse está voltado mais para a mostragem dos fatos e hábitos que visam provar a dependência do homem à fatalidade das leis naturais, que à descrição dos implicados na trama. Essa obra nos revela um determinismo de cunho racionalista que a vincula à moda do Naturalismo. Em termos de linguagem crítica, paradoxalmente, Massaud Moisés, em seu livro História da literatura brasileira, faz uma referência ao autor Amando Fontes e suas obras: Paradoxalmente, o autor desenvolve no romance seguinte e último (Rua do Siriri, 1937) a faceta mais saliente dos (sic) Corumbas a prostituição -, o que é uma redundância, perfeitamente desnecessária e comprometedora de seu poder inventivo e de seu provável intuito denunciatório.nem mesmo o concentra-se no dia-a-dia das rameiras, apenas sugerido no romance inicial por intermédio das filhas do casal de retirantes, (...) E como não se bastasse, Rua do Siriri contém o lugar comum, perenemente cinzento, cansativamente repetido (...), do viver miserável das mulheres da vida em Aracaju, igual ao de quaisquer outras pelo mundo fora.(moisés, 1996, p ).
5 5 Observa-se, assim, um desejo intenso de pesquisar a realidade social, espiritual e cultural que transformou tanto as artes plásticas quanto na literatura. É nesse contexto que o realismo, corrente literária anterior ao modernismo, fundamentava-se nas questões cientificas e filosóficas, que buscava atender às necessidades impostas pelo contexto social e histórico da época. Nesse mesmo período, houve o surgimento de outra tendência, a Naturalista, o que limitou o Realismo ficcionista literário, ao incidir sobre o caráter das personagens e os motivos humanos que dominam a ação, retratando e interpretando a vida contemporânea, conforme aponta Afrânio Coutinho: (...) Sua preocupação é com homens e mulheres, emoções e temperamentos, sucessos e fracassos da vida do momento. Esse senso de contemporâneo é essencial ao temperamento realista, do mesmo modo que o romântico se volta para o passado ou para o futuro. Ele encara o presente, nas minas, nos cortiços, nas cidades, nas fábricas, na política, nos negócios, nas relações conjugais, etc. Qualquer motivo de conflito do homem com seu ambiente ou circunstante é assunto para o realista. (COUTINHO, 2004, p.10) Assim, o realismo junto com a corrente Naturalista repudiava as idéias dos românticos caracterizando-se na prosa literária uma literatura com precisão na descrição, imitação da realidade na medida do possível. No Manual de Teoria Literária, Rogel Samuel aponta: Os autores realistas seguem a filosofia determinista de Taine e subordinam a arte e o homem aos três fatores _momento, meio, raça_ como se o ser humano pudesse estar sujeito às mesmas leis que regem os fenômenos físicos, inserindo-se o homem na ordem natural, na medida em que seu corpo e seu espírito se situam em condicionamentos inevitáveis. (SAMUEL, 1996, p.152) Dessa forma, o Naturalismo, atendendo uma visão exagerada do movimento realista buscava apoio na ciência para a visão pessimista da realidade, principalmente no que se diz respeito aos aspectos patológicos, anormais, conduzindo ao obsceno, reconhecendo um desejo humanitário de mudar as condições de existência social.
6 6 [...] o Naturalismo introduz a ciência no plano da obra de arte e faz desta um meio de demonstração de teses cientificas especialmente de psicopatologia. Assim, os romancistas naturalistas procuravam alcançar uma apreensão mais cientifica dos fatos e se encaminhavam para uma visão patológica das personagens. (SAMUEL, 1996, p.153) Neste sentido, a obra não pode ser analisada fora do contexto social, pois ela é lugar de contradições e conflitos. Dessa forma, é preciso compreender o contexto histórico aliado às peculiaridades de cada personagem do romance Rua do Siriri. Partindo da análise exaustiva das personagens literárias do romance, pretende-se chegar à compreensão da prosa registrada nos chamados romances de 30. A abordagem com que é elaborada a personagem no romance, mesmo que coordenada por orações e frases que caracterizam suas falas, gestos, e todo jogo de imagem, desde aspectos físicos e psicológicos, constitui uma maneira fragmentada, já que é préestabelecida pelo seu criador. A nossa interpretação dos seres vivos é mais fluida, variando de acordo com o tempo ou as condições da conduta. No romance podemos variar relativamente a nossa interpretação da personagem, mas o escritor lhe deu desde a linha e a natureza do seu modo de ser. Daí ser ela relativamente mais lógica, mais fixa do que nós. (CÂNDIDO, 1998, p.58-59). Uma obra literária como o romance muitas vezes leva o leitor associar as personagens a seres humanos, numa ação que se possa comparar estas ao que se conhece da vida levando em conta essa questão: A personagem deve dar a impressão de que vive? Poderia então a personagem ser transplantada da realidade, para que o autor atingisse esse alvo? Em outras palavras, pode-se copiar no romance um ser vivo e, assim, aproveitar integralmente a sua realidade? Em resposta a essa questão aponta Antônio Cândido: Por isso, quando toma um modelo na realidade, o autor sempre acrescenta a ele, no plano psicológico, a sua incógnita pessoal, graças à qual procura revelar a incógnita
7 7 da pessoa copiada. Noutras palavras, o autor é obrigado a construir uma explicação que não corresponde ao mistério da pessoa viva, mas que é uma interpretação deste mistério; interpretação que elabora com sua capacidade de clarividência e com a onisciência do criador, soberanamente exercida... (CÂNDIDO, 1998, p.65). Dessa forma, entende-se que a personagem é inventada para manipular a realidade e construir a ficção já que a ação das personagens é desvendada pelo romancista, pois no mundo fictício, as personagens obedecem a uma lei própria. Essas têm contorno definido são mais nítidas e mais conscientes obviamente diferentes do caos da vida, de modo que há nelas uma lógica pré-estabelecida pelo autor, que as tornas paradigmas e eficazes. Assim, para o enriquecimento dos dados analisados do romance, torna-se essencial compreender o estilo literário empregado pelo autor e a elaboração de suas personagens. 3 ANÁLISE INTROSPECTIVA DA OBRA A Rua do Siriri narra à história das cortesãs, Mariana e suas companheiras que foram intimadas a se retirarem do centro da cidade e se transferirem para a Rua do Siriri, local onde transcorre o penoso cotidiano das prostitutas. Mariana, que mal sabia soletrar, pediu à amiga: Como é, mesmo, que diz? Leia pra gente Ora essa declarou a outra, torcendo a boca e encolhendo os ombros com desdém Como é que diz?só isto que dentro de oito dias, quer chova quer faça sol, a gente tem de se mudar... Tita, uma esguia sarará, muito moça ainda, com rosto sem expressão, mas que se distinguia pelas formas ressaltantes e rijas de seu corpo, opinou: Mas isso assim aí por demais... Então, quem não arranjar casa, quem não tiver dinheiro, como é que vai fazer? (FONTES, 1937, p.9). A técnica narrativa é composta de um narrador onisciente que, embora não participando da história, conhece os temperamentos mais internos das personagens, tendo como ponto característico a observação dos detalhes exteriores e interiores.
8 8 As personagens femininas do romance Rua do Siriri vivem através das ações e das palavras e possuem a missão de desenvolver a narrativa, são seres que se caracterizam por comportamentos humanos, identificando-se com a realidade social. O retrato da situação social revela os padrões de conduta e os valores de uma sociedade em transformação, movida, sobretudo, pela influência do meio na formação do comportamento humano, dando ênfase às fatalidades dos fatos. Nessa perspectiva, as personagens são determinadas pelo confronto do indivíduo com a sociedade. O escritor Amando Fontes, não deixou de transparecer, com reverência, a temática que ainda retratada por outros, nenhum relatou o drama da prostituição tão bem demonstrado, e sofrido que tem como se não bastasse o aliado sofrimento por ter trilhado o caminho de um cotidiano tão penoso. Essa obra expressa a técnica naturalista à medida que as mostragem dos fatos ocorrem desde o passado narrado pelas personagens até o momento em que essas se encontram na condição de mulher cortesã. Em relação à descrição das personagens é observável que no primeiro plano o narrador exibe os aspectos físicos para depois definir o seu interior, posto que o exterior, ainda antes das ações e intenções, define suas personagens. 4 PROSTITUIÇÃO X SOCIEDADE Nas décadas iniciais do séc. XX Aracaju passava por uma principiante urbanização. E de acordo com a conduta moral da época, para que se concretizasse tal mudança era
9 9 necessário estabelecer o remanejamento dos espaços destinados à classe pobre composta por: ambulantes, prostitutas e mendigos. As prostitutas não se enquadravam nas normas baseadas nos costumes das famílias, sobretudo da classe média e burguesa, que determinava o padrão comportamental da mulher, que deveria ser criada para se casar e cuidar do ambiente familiar. Como as prostitutas não se adequavam ao sistema, criaram-se os espaços físicos em que elas eram obrigadas a morar. [...] Todas as mulheres de vida fácil que hoje residem nas Ruas de Arauá, Estância, Própria e Santa Luzia a se mudarem, no prazo improrrogável de oito dias, para a Rua do Siriri, no trecho compreendido entre as ruas de Laranjeira e Maroim (sic). Aracaju, 1º de dezembro de (FONTES, 1937, p.9). Assim, fica explícito que a retirada das prostitutas do centro da cidade era vital para preservar a moralidade, pois os valores sociais não deveriam ser abalados. Era preciso afastar o meretrício símbolo de indecência da vista das moças e esposas, já que atacavam a ética familiar. A invenção dessa mudança vem prejudicar a todo o mundo! Essa gente da policia só nasceu pra aumentar as aflições de quem padece! Que mal faz que uma mulher receba um homem dentro de sua casa e vá com ele pra cama? As casadas daqui do lado, de defronte não fazem o mesmo com os que são maridos delas? (FONTES, 1937, p.97). Nota-se, portanto, que o romance retrata o perfil da mulher mundana em oposição ao da mulher honesta, casada, fiel e moças de família. Já que para a sociedade a prostituição simboliza a negação dos valores morais. Por isso, foi necessário restringir o espaço de tolerância vigiado pelas autoridades policiais para que não influenciassem principalmente as moças de classe nobre.
10 10 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Destinado a provocar a conscientização, tanto o romance neo-realista quanto o regionalista giram em torno do cotidiano. Por isso, as personagens na ficção estão em contínua desarmonia com as convenções sociais e as imposições da família. As personagens femininas do romance Rua do Siriri apresentam duas manifestações em relação ao aspecto crítico social. O primeiro aspecto está na estrutura narrativa do romance, trata-se de uma obra em terceira pessoa, em que o narrador através da técnica do discurso direto dá voz às personagens traduzindo o seu diálogo, de acordo com seu ponto de vista. No segundo aspecto, refere-se à oposição individuo x sociedade, no romance as personagens femininas ora insurgem contra as imposições da sociedade, ora satisfazem essas mesmas convenções, quando cede aos desejos, à dominação masculina e quando expõe nitidamente seu modo de pensar em relação à condição que vive. Obra madura, apresentando um autor crítico, não só da sociedade como também da própria escola literária. Em muitos momentos da obra aparecem características que se aproximam das tendências realistas e naturalistas. Como a visão crítica que as prostitutas demonstram sobre si e mediante as convenções sociais e a demonstração das fatalidades dos fatos. Para identificação destes aspectos, buscou-se primordialmente analisar as personagens no romance Rua do Siriri. Embora essas personagens tenham caráter fictício, através delas há algo que representa artisticamente uma realidade, principalmente quando se trata de um romance feito em técnicas neo-realista e naturalista, com um retrato de um meio regional que
11 11 busca através de uma análise social ou de grupos marginalizados, questiona o coletivo, já que nada é idealizado, apenas descreve ou exibe. Assim, o papel da personagem é fundamental para desvendar os mistérios da narrativa. Pois, tais personagens não são apenas caricaturas, mas histórias de vidas que desvendam uma sociedade em uma determinada categoria, que não estão aí só para mostrar a formação social diante de um mundo urbanizado e submisso ao capitalismo, uma vez que estas não são melhores nem piores, são conseqüências do meio, que exclui, determina e seleciona.
12 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CÂNDIDO, António; ROSENFELD, Anatol; PRADO, Décio de Almeida. A personagem de ficção: São Paulo: Perspectiva, COUTINHO, Afrânio. A literatura no Brasil. 7 ed. São Paulo: Global, FONTES, Amando. Rua do Siriri. São Paulo. Ediouro, MOISÉS, Massaud. História da literatura brasileira: Modernismo. São Paulo: Cultrix,1996. MOISÉS, Massaud. História da literatura brasileira: Realismo.São Paulo: Cultrix, SAMUEL,Rogel. Manual de Teoria Literária. 8ª ed.petrópolis: Vozes,1996.
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