EXCELENTÍSSIMO (ª) SENHOR (ª) DOUTOR (ª) JUIZ (ª) DE DIREITO DA VARA _ DE RELAÇÕES DE CONSUMO DA COMARCA DE SALVADOR - BAHIA.

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1 fls. 1 EXCELENTÍSSIMO (ª) SENHOR (ª) DOUTOR (ª) JUIZ (ª) DE DIREITO DA VARA _ DE RELAÇÕES DE CONSUMO DA COMARCA DE SALVADOR - BAHIA. MAURÍCIO LIMA TAVARES GONÇALVES, brasileiro, casado, aposentado, CPF n , residente e domiciliado à Rua Júlio Rodrigues, n. 31, Pituaçu, Salvador Bahia, CEP n , pelo advogado adiante assinado, constituído pela procuração anexa, com escritório na Rua Itatuba, 201, Edif. Cosmopolitan Mix, salas 1.109/1.110, vem propor a seguinte Ação Ordinária em face da Fundação Petrobrás de Seguridade Social PETROS, fundação com atividade assistencial e previdenciária, situada na Avenida Tancredo Neves, 620, Edif. Mundo Plaza, sala 218, Caminho das Árvores, Salvador, Bahia - CEP n , CNPJ / e Petróleo Brasileiro S/A PETROBRÁS, sociedade de economia mista federal, com endereço na Avenida Antônio Carlos Magalhães, 1113, Pituba, Salvador, Bahia, CEP n , CNPJ / , pelo que aduz: I. PRELIMINARMENTE O Acionante assevera que possui 65 (sessenta e cinco) anos de idade, compatível, portanto, com o requisito para a fruição do direito de PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO de seu processo conforme dispõe o art.1 c/c o art. 71 do Estatuto do Idoso

2 fls. 2 - Lei nº / A, in verbis: Direito corroborado ainda pelo digesto processual comum, em seu Artigo Artigo A - Os procedimentos judiciais em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, ou portadora de doença grave, terão prioridade de tramitação em todas as instâncias Por todo o exposto, em virtude dos Princípios da Economia e da Celeridade Processual, a fim de impedir o perecimento do direito em razão do tempo, preconizados nos do art.1 c/c o art. 71 do Estatuto do Idoso - Lei nº /2003, REQUER A PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO no presente feito. O Acionante declara, ainda, que não tem condições financeiras de prover a demanda sem prejuízo próprio ou de sua família (Declaração de Pobreza - anexo), requerendo, desde logo, que lhe sejam concedidos os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA, nos termos da lei. Por oportuno, faz-se mister esclarecer que a matéria sub judice versa sobre obrigações de trato sucessivo, posto que decorre de uma situação jurídica que já foi reconhecida (Direito de receber aposentadoria no mesmo valor dos salários de quem se encontra trabalhando - vide o Regulamento do Fundo de Previdência PETROS), destarte, o direito de crédito renova-se no tempo e a prescrição recomeça cada vez que nasce a obrigação seguinte, conforme preceitua o c. Superior Tribunal de Justiça: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE E ECONOMIA

3 fls. 3 PROCESSUAL. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE. PREENCHIMENTO. REVISÃO DO PATAMAR INICIAL DE COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PRESTAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL QUE NÃO ATINGE O FUNDO DE DIREITO. INOVAÇÃO RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DA MATÉRIA. RECURSO NÃO PROVIDO. 1. Em face do caráter manifestamente infringente dos embargos de declaração, é possível recebê-lo como agravo regimental em homenagem aos princípios da fungibilidade recursal e da celeridade processual. 2. A análise do mérito do recurso especial pressupõe o cumprimento dos pressupostos de admissibilidade, o que restou preenchido no caso. 3. Nas ações em que se postula a complementação da aposentadoria ou a revisão do benefício, o prazo prescricional quinquenal previsto na Súmula 291 não incide sobre o fundo de direito, mas atinge tão somente as parcelas anteriores ao cinco anos de propositura da ação. 4. A caracterização de inovação recursal impede, no ponto, a análise da alegação. 5. Embargos de declaração recebido como agravo regimental a que se nega provimento. (EDcl no REsp /RS, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 15/08/2013, Dje 21/08/2013) (Grifos nossos) Isto posto, tratando-se de pedido de diferença de complementação de aposentadoria decorrente de norma coletiva, o instituto aplicável ao caso é a PRESCRIÇÃO PARCIAL, sucumbindo tão-somente as parcelas anteriores ao quinquênio, não atingindo o direito de ação.

4 fls. 4 II. MÉRITO ISONOMIA ENTRE ATIVOS E APOSENTADOS. O Autor foi admitido na PETROBRÁS e, como decorrência do contrato de trabalho, inscreveu-se na PETROS, instituição de previdência privada criada e patrocinada por aquela. O Acionante foi jubilado na data indicada na Carteira de Trabalho e Previdência Social (cópia da CTPS - anexa), a partir de quando, então, passou a receber da PETROS a suplementação de aposentadoria, mas, sempre, em valor inferior ao que tem direito. O reajustamento de suplementações de aposentaria e pensões é na forma do prometido no artigo 41 do Regulamento de Benefícios da PETROS e item 4 da Resolução 32-B, ou seja, os mesmos reajustamentos gerais praticadas para salários da PETROBRÁS e nas mesmas épocas, de modo que o associado perceba, na inatividade, o que perceberia se estivesse na ativa. O art. 41 do Regulamento da PETROS assegura a isonomia dos empregados inativos com os ativos quanto aos reajustes salariais, de modo que o associado perceba, na inatividade, o que perceberia se estivesse na ativa. Mas, ao longo dos últimos anos, a PETROBRÁS e a PETROS vêm adotando artifícios para burlar a repercussão pretendida pelo art. 41 do Regulamento da PETROS e pela Resolução 32-B.

5 fls. 5 DIFERENÇAS DE COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA: PCAC DE 2007 E REMUNERAÇÃO MÍNIMA POR NÍVEL E REGIME RMNR E REAJUSTAMENTOS DOS ANOS DE 2008 E No Acordo Coletivo de Trabalho estabelecido em 2007, com vigência a partir de 1º de setembro de 2007, cláusula 35ª, constou que a Petrobrás praticaria para todos os seus empregados a Remuneração Mínima Por Nível e Regime RMNR. E o objetivo colocado no parágrafo 1º da cláusula 35ª do Acordo Coletivo de 2007, consistia no estabelecimento de um valor mínimo, por nível e região, de forma a equalizar os valores a serem percebidos pelos empregados da ativa, visando a isonomia constitucional. Acontece que também na cláusula 35ª, agora no parágrafo 2º, foi previsto um aumento geral, independente do nível que estavam os empregados da ativa, no percentual de 6,5%, a partir de 1º de setembro de Evidentemente, que ao praticar um só percentual de 6,5% para o reajustamento do RMNR, todos os empregados da Petrobrás foram agraciados com o mesmo aumento salarial. E pouco importava o nível que estavam, do menor até o maior nível, ocorreu um aumento geral de 6,5%. E este aumento geral para ativos foi novamente praticado pela Petrobrás na data-base posterior, através da cláusula 6ª do Termo Aditivo 2007/2009, e para vigorar a partir de 1º de setembro de 2008, no percentual de 9,8%. O mesmo aumento geral foi praticado a partir de 31 de agosto de 2009,

6 fls. 6 previsto no parágrafo 2º da Cláusula 36ª do Acordo Coletivo 2009/2011, na razão de 7,81%, também com a denominação de reajustamento da mencionada RMNR. Ora, os aumentos de níveis concedidos por meio dos ACT s 2004/2005, 2005/2007 e Termo Aditivo ao ACT 2005/2007 foram objeto de regulação pela SDI-1 do Tribunal Superior do Trabalho, que editou a OJ Transitória nº 62 nos seguintes termos: OJ Transitória Nº 62 PETROBRAS. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. AVANÇO DE NÍVEL. CONCESSÃO DE PARCELA POR ACORDO COLETIVO APENAS PARA OS EMPREGADOS DA ATIVA. EXTENSÃO PARA OS INATIVOS. ARTIGO 41 DO REGULAMENTO DO PLANO DE BENEFÍCIOS DA PETROS (DJe divulgado em 03, 04 e ) A prática a partir de valores em tabelas no Termo de Aceitação do Plano de Classificação e Avaliação de Cargos PCAC-2007 e Remuneração Mínima por Nível e Avaliação de Cargos, prevista na cláusula 11ª desse Termo e, também, a partir de , de a Petrobrás somente conceder a seus empregados da ativa o mesmo percentual, independentemente do nível em que estejam, na mesma época, caracteriza, sem sombra de dúvida, reajustamento geral para o pessoal da ativa, o que, de forma análoga àquela regulada pela OJ Transitória nº 62 da SDI-1 do TST, não pode ser aceita. Frise-se que o art. 41 do RPB leva em consideração na fórmula do Fator de Correção (FC) a variável SP, que significa exatamente O salário de participação valorizado pelas tabelas salariais da patrocinadora. A análise das novas tabelas salariais oriundas do PCAC-2007 revelam que todos os empregados da PETROBRAS de nível médio e superior foram reposicionados em níveis acima daqueles que ocupavam em dezembro de 2006, e de forma automática foram

7 fls. 7 agraciados com percentuais de aumento que variaram de 3% a 71,98%, dependendo do cargo e nível que ocupavam. Depois de reposicionados no PCAC-2007, os empregados da ativa foram agraciados com reajuste salarial de 6,5%, a partir de 01/09/2010, 9,8% a partir de 01/09/2008 e de 7,81%, a partir de 01/09/2009. Esses reajuste não foram repassados aos aposentados e pensionistas, sendo patente a desobediência à promessa de aumentos para os inativos pelos mesmos índices de aumentos gerais para ativos, que se obrigaram as reclamadas, por serem aumentos gerais, a reajustarem as suplementações de aposentadorias e pensões. Aumentos gerais de salários, como realizados através de níveis e RMNR, evidentemente por serem aumentos de salário têm natureza salarial, e tendo natureza salarial são dirigidos a aposentados e pensionistas, por força da promessa posta no art. 41 do Regulamento da PETROS e item 4 da Resolução 32-B, incorporando-se às suplementações de aposentadoria e pensão. III. PEDIDOS: Diante do exposto requer a citação das rés, via postal, com Aviso de Recebimento, para, querendo, contestarem a presente ação, sob pena de revelia e confissão, requerendo, a final, que sejam condenadas a: 1 solidariamente, proceder ao reajuste da suplementação de aposentadoria do Autor em virtude do reenquadramento funcional e salarial decorrente da implantação do novo Plano de Cargos e Salários da Petrobras PCAC-2007; 2 solidariamente, proceder ao reajuste da suplementação de aposentadoria

8 fls. 8 do Autor em virtude da implantação da RMNR Remuneração Mínima por Nível e Regime, nos anos de 2007, 2008, 2009 e subsequentes; 3 solidariamente, pagar ao Autor as diferenças de suplementação de aposentadoria, vencidas e vincendas, decorrentes dos pedidos formulados nos itens 1 e 2 supra, no vencido e no vincendo; 4 juros e correção monetária, e; 5 custas e honorários advocatícios no percentual de 20% sobre o valor da condenação. Protesta pela produção de todos os meios de provas em Direito admitidos, requerendo, desde logo, que as rés junte aos autos, sob pena de confissão, os seguintes documentos: 1 PETROS: o regulamento vigente à época de inscrição do Autor, Resolução 32-B e os recibos de pagamento da suplementação de aposentadoria do Autor a partir de janeiro de 2007 até a presente data; 2 PETROBRAS: a tabela salarial dos empregados da ativa, vigente até 2006, e as tabelas salariais do pessoal da ativa, decorrente da implantação do PCAC de 2007 e dos reajustes de RMNR dos anos subsequentes e Norma N 30-02/ outubro Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais), apenas para efeitos fiscais. Termos em que, pede e espera deferimento. Salvador, 06 de novembro de 2015.

9 fls. 9 NEI VIANA COSTA PINTO SORAYA B. COSTA PINTO OAB/BA 8361 OAB/BA 8858