vigilância epidemiológica da gripe sazonal época 2017/2018, foi construído com base nos seguintes dados e respetivas fontes de informação:

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1 Região de Saúde do Norte Gripe sazonal - Vigilância epidemiológica Semana 4 de 217 a semanaa 7 de 218 (2 de outubro de 217 a 18 de fevereiro de 218) 1. Nota metodológica Este relatório, com dados de vigilância epidemiológica da gripe sazonal época 217/218, foi construído com base nos seguintes dados e respetivas fontes de informação: - Procura dos cuidados de saúde primários por síndrome gripal, tendo como fonte a pasta Monitorização Temperaturas Extremas do Sistema de Informação das Administrações Regionais de Saúde (SIARS), dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde; - Procura dos serviços de urgência hospitalares por síndrome gripal, tendo como fonte a pasta Monitorização Temperaturas Extremas do Sistema de Informação das Administrações Regionais de Saúde (SIARS), dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, com exclusão dos dados relativos aos Serviços de Urgência Básica; - Vigilância laboratorial, tendo como fonte de dados os resultados laboratoriais do laboratório do Centro Hospitalar São João, E.P.E.; - Mortalidade por todas as causas do projeto Vigilância Diária da Mortalidade, do de Epidemiologia do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Alguns dados utilizados neste relatório sofrem atualizações, pelo que os números agora apresentados poderão ser diferentes dos apresentados em relatórios anteriores. 1

2 2. Dados de procura dos Cuidados de Saúde Primários por síndrome gripal (consultas codificadas com R8) Entre a semana 4 de 217 e a semana 7 de 218 foram registadas consultas por síndrome gripal nos Cuidados de Saúde Primários (CSP). A sua distribuição por semana encontra-se no quadro 1 e figura 1. Mantem-se a tendência decrescente, verificada nas últimas semanas, com uma diminuição de 21% no número de consultas entre a semana 6 e 7 de 218. Quadro 1 Número de consultas semanais por síndrome gripal em Cuidados de Saúde Primários (CSP) e variação percentual, semana 4 de 217 a semana 7 de 218, região de saúde do Norte (Fonte: SIARS) Ano Semana Período Nº Consultas Variação % 4 De 2/1 a 8/ De 9/1 a 15/ % 42 De 16/1 a 22/ % 43 De 23/1 a 29/ ,5% 44 De 3/1 a 5/ % 45 De 6/11 a 12/ % 46 De 13/111 a 19/ % 47 De 2/111 a 26/ % 48 De 27/111 a 3/ ,4% 49 De 4/12 a 1/ % 5 De 11/12 a 17/ % 51 De 18/12 a 24/ % 52 De 25/122 a 31/ % 1 De 1/1 a 7/ % 2 De 8/1 a 14/ % 3 De 15/1 a 21/ % 4 De 22/1 a 28/ % 5 De 29/1 a 4/ % 6 De 5/2 a 11/ % 7 De 12/2 a 18/ % 2

3 Figura 1 Evolução do número de consultas semanais por síndrome gripal em Cuidados de Saúde Primários (CSP), semana 4 de 217 a semana 7 de 218, região de saúde do Norte (Fonte: SIARS) No quadro 2, encontra-se registada a evolução semanal do número de consultas por síndrome gripal, por ACES/ULS. No quadro 3, observamos a distribuição do número de consultas por síndrome gripal por grupo etário, registadas nos mesmos serviços. 3

4 ARS Norte, I.P. Quadro 2 Número de consultas semanais por síndrome gripal por ACeS/ULS, semana 45 de 217 a semana 7 de 218, região de saúde do Norte (Fonte: SIARS) ACES/ULS ULS Alto Minho ACES Feira /Arouca ACES Vale do Sousa Sul ACES Aveiro Norte ACES Gerês/Cabreira 4 8 ACES Barcelos/Esposende 9 9 ACES Braga ACES Baixo Tâmega ACES Famalicão ACES Vale do Sousa Norte ULS Matosinhos ACES Porto Ocidental ACES Porto Oriental ACES Póvoa do Varzim/Vila do Conde 6 8 ACES Santo Tirso/Trofa 13 1 ACES Gaia ACES Marão e Douro Norte ACES Alto Tâmega e Barroso ACES Douro Sul 5 6 ACES Espinho/Gaia ACES Alto Ave ACES Gondomar ACES Maia/Valongo 3 54 ULS Nordeste 17 9 Total Semana

5 Quadro 3 Distribuição do número semanal acumulado de consultas por síndrome gripal nos ACES/ULS por grupo etário, semana 4 de 217 a semana 7 de 218, região de saúde do Norte (Fonte: SIARS) Grupo etário Total Semana < 1 ano 1-5 anos 6-18 anos > 65 anos anos anos Total <1 ano 1-5 anos 6-18 anos anos 6-64 anos >=65 anos Figura 2 Evolução do número de consultas semanais por síndrome gripal em Cuidados de Saúde Primários (CSP), por grupo etário, semana 4 de 217 a semana 7 de 218, região de saúde do Norte (escala logarítmica) (Fonte: SIARS) Os dados do quadro 3 e da figura 2 indicam que a diminuição no número de consultas por síndrome gripal verificou-se em todos os grupos etários, menos expressiva no grupo das crianças com menos de 1 ano de idade. 5

6 3. Dados de procura dos serviços de urgência hospitalares por síndrome gripal (consultas codificadas com 487) Entre a semana 4 de 217 e a semana 7 de 218 registaram-se 8972 consultas por síndrome gripal nos serviços de urgência hospitalares. A sua evolução semanal encontra-se no quadro 4 e na figura 3, a sua distribuição por grupos etários encontra-se no quadro 5 e na figura 4 e a sua distribuição por centro hospitalar/hospital encontra-se no quadro 6. Entre a semana 6 e a semana 7 de 218 verificou-se um aumento de 2% no número de consultas por síndrome gripal, comportamento transversal a todos os grupos etários. Durante o período em análise, as consultas por síndrome gripal representaram entre,26% a 2,53% do total de consultas efetuadas nos serviços de urgência. Do total de 8972 consultas hospitalares por síndrome gripal registadas entree a semana 4 de 217 e a semana 7 de 218, 12 originaram internamento hospitalar, representando 1,1% do total de consultas. Quadro 4 Número de consultas semanais por síndrome gripal em serviços de urgência de alguns hospitais e variação percentual (ver quadro 6), semana 4 de 217 a semana 7 de 218, região de saúde do Norte (Fonte: SIARS) Ano Semana Período Nº Consultas Variação % 4 De 2/1 a 8/ De 9/1 a 15/ ,3% 42 De 16/1 a 22/ ,5% 43 De 23/1 a 29/ % 44 De 3/1 a 5/ % 45 De 6/11 a 12/ % 46 De 13/11 a 19/ % 47 De 2/11 a 26/ % 48 De 27/11 a 3/ % 49 De 4/12 a 1/ % 5 De 11/12 a 17/ % 51 De 18/12 a 24/ % 52 De 25/12 a 31/ % 1 De 1/1 a 7/ % 2 De 8/1 a 14/ % 3 De 15/1 a 21/ % 4 De 22/1 a 28/ % 5 De 29/1 a 4/ % 6 De 5/2 a 11/ % 7 De 12/2 a 18/ % 6

7 Figura 3 Evolução do número de consultas semanais por síndrome gripal em serviços de urgência de alguns hospitais (ver quadro 6), semana 4 de 217 a 7 de 218, região de saúde do Norte (SIARS) Quadro 5 Distribuição do número semanal acumulado de consultas por síndrome gripal em serviços de urgência de alguns hospitais (ver quadro 6), semana 4 de 217 a semana 7 de 218, região de saúde do Norte (Fonte: SIARS) Grupo etário Total Semana < 1 ano 1-5 anos 6-18 anos > 65 anos anos anos Total

8 Figura 4 Evolução do número de consultas semanais por síndrome gripal em serviços de urgência de alguns hospitais (ver quadro 6) ), por grupo etário, semana 4 de 217 a semana 7 de 218, região de saúde do Norte (escala logarítmica) (Fonte: SIARS) 8

9 ARS Norte, I.P. Quadro 6 Número de consultas semanais por síndrome gripal em serviços de urgência de alguns hospitais, por centro hospitalar, semana 45 de 217 a semana 7 de 218, região de saúde do Norte (Fonte: SIARS) Centro Hospitalar 46 Hospital Santa Maria Maior 2 ULS Matosinhos 5 CH Póvoa de Varzim/Vila do Conde 7 ULS Alto Minho 2 ULS Nordeste 2 CH do Médio Ave 11 CH de Vila Nova de Gaia/Espinho 8 CH Tâmega e Sousa 35 CH de São João 5 CH do Porto 12 Hospital São José - Fafe 11 Hospital da Senhora da Oliveira - Guimarães 15 Total 151 Semana

10 4. Dados de vigilância laboratorial De acordo com os dados que nos foram enviados pelo Centro Hospitalar de São João (CHSJ) e que respeitam ao período decorrido entre a semana 4 de 217 e a semana 7 de 218, em 1184 pedidos de deteção do vírus Influenza, relativos a 1112 doentes, 175 foram positivos para o vírus Influenza, representando 14,8% do total das amostras processadas. A evolução semanal do número de pedidos laboratoriais observa-se no quadro 7. Entre a semana 6 e a semana 7 de 218 verificou-se um aumento no número de pedidos, assim como um aumento no número e proporção de amostras positivas para o vírus Influenza. O valor da proporção de amostras positivas encontrado na semana 7 de 218 aproximou-se do valor mais elevado registado na presente época gripal (Semana 52 de 217, 26%). Quadro 7 Número de pedidos de deteção de vírus Influenza e número de resultados positivos, por semana, no laboratório do Centro Hospitalar de São João, semana 4 de 217 a 6 de 218, região de saúde do Norte (Fonte: CHSJ) Ano Semana Período Nº pedidos Positivos 4 De 2/1 a 8/ De 9/1 a 15/ De 16/1 a 22/ De 23/1 a 29/ De 3/1 a 5/ De 6/11 a 12/ De 13/111 a 19/ De 2/111 a 26/ De 27/111 a 3/ De 4/12 a 1/ (12%) 5 De 11/12 a 17/ (17%) 51 De 18/12 a 24/ (21%) 52 De 25/122 a 31/ (26%) 1 De 1/1 a 7/ (17%) 2 De 8/1 a 14/ (2%) 3 De 15/1 a 21/ (18%) 4 De 22/1 a 28/ (7%) 5 De 29/1 a 4/ (15,3%) 6 De 5/2 a 11/ (22,7%) 7 De 12/2 a 18/ (25,9%) Na semana 7 de 218, dos 222 resultados positivos para o vírus Influenza, 3 eram do tipo B e 19 do tipo A 12 do subtipo A(H1N1)pdm9, 2 do subtipo A(H3) e 5 não subtipados. Três dos resultados positivos para o vírus Influenza provinham de doentes internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI): um da UCI do Serviço de Medicina Interna, num doente do sexo masculino, de 57 anos de idade, infetado com vírus do subtipo A(H1N1)pdm9, um da UCI do Serviço de Cardiologia, num doente do sexo feminino, de 73 anos de idade, infetado com o subtipo A(H1N1)pdm9 e um outro proveniente da UCI do Serviço de Pediatria, numa criança do sexo feminino, de 1 ano de idade, infetada com vírus do tipo A (não subtipado). 1

11 Da totalidade dos vírus Influenza detetados e tipados desde o início da época gripal, 115 eram do tipo B, correspondendo a 66% do total (79% até à semana 5 de 218), e 6 eram do tipo A, sendo treze A(H3), trinta e sete A(H1)pdm9 e onze sem identificação do subtipo. Na figura 5 pode observar-se a evolução semanal dos subtipos de vírus Influenza identificados A B A+ +B Figura 5 Evolução da distribuição semanal do subtipo dos vírus Influenza identificados no laboratório do Centro Hospitalar de São João, semana 48 de 217 a 7 de 218, região de saúde do Norte (Fonte: CHSJ) Ao longo das semanas sob vigilância, foram ainda identificados outros vírus respiratórios, dos quais se destaca o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) (Quadro 8), tendo-se ainda registado a identificação do Metapneumovírus em duas amostras e o Adenovírus numa amostra. A maioria das amostras com identificação de VSR na semana 7 de 218, pertenciam a crianças com menos de 2 anos de idade (12/16). 11

12 Quadro 8 Evolução da identificação de vírus respiratórios (exceto vírus Influenza) nas amostras processadas semanalmente no laboratório do Centro Hospitalar de São João, semana 4 de 217 a 7 de 218, região de saúde do Norte (Fonte: CHSJ) Ano Semana Período Nº pedidos Vírus Sincicial Adenovírus Respiratório 4 De 2/1 a 8/ De 9/1 a 15/ De 16/1 a 22/ De 23/1 a 29/ De 3/1 a 5/ De 6/11 a 12/ De 13/11 a 19/ De 2/11 a 26/ De 27/11 a 3/ De 4/12 a 1/ De 11/12 a 17/ De 18/12 a 24/ De 24/12 a 31/ De 1/1 a 7/ / De 8/1 a 14/ De 15/1 a 21/ De 22/1 a 28/ De 29/1 a 4/ De 5/2 a 11/ De 12/2 a 18/ Parainfluenza

13 5. Vigilância diária da mortalidade Na figura 6 podemos observar a evolução semanal do número de óbitos por todas as causas registados na região Norte, nas épocas gripais de 215/216 e 216/217 e na presente época gripal, entre as semanas 4 de 217 e a semana 6 de Mortalidade Semanal Observada na Região Norte Nº de óbbitos / / / Semana Figura 6 Evolução da mortalidade absoluta por todas as causas nas últimas 3 épocas gripais (VDM Vigilância Diária da Mortalidade). Região de saúde do Norte (Fonte: VDM) Registou-se na semana 6 de 218 um aumento no número de óbitos por todas as causas, tendo sido atingido um valor superior ao registado na mesma semana das duas épocas gripais anteriores. 13

14 6. Conclusões Os dados apresentados nestee relatório indicam que na região de Saúde do Norte a atividade gripal continua a diminuir. Globalmente o vírus Influenza B predomina em circulação desde o início da época gripal, no entanto, na três últimas semana sob vigilância verificou-se um aumento muito relevante nas amostras com identificação do vírus Influenza do tipo A, com particular expressão na semana 7 de 218, na qual se verificaram, para o tipo A, números semelhantes aos verificados na semana de maior atividade para o vírus B (semana 2 de 218). Verificou-se também a manutenção da tendência crescente no número de doentes com gripe, internados em UCI. A procura dos serviços de saúde dos CSP por síndrome gripal continuou a decrescer. De realçar que a procura das urgências hospitalares por síndrome gripal, apesar de manter a tendência decrescente registada desde a semana 1 de 218, tem sofrido oscilações nas últimas semanas, à custa do aumento da procura por crianças com menos de seis anos de idade e de pessoas do grupo etário 6-64 anos. Mantem-se a circulação de outros vírus respiratórios, com destaque para o VSR, atingindo maioritariamente crianças com menos de dois anos de idade. A mortalidade por todas as causas subiu na semana 6 de 218, depois de ter vindo a descer nas semanas precedentes. Os dados publicados pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge relativos à semana 6 de indicam que em Portugal a atividade gripal registou baixa intensidade e tendência decrescente nessa semana. Manteve-se a circulação simultânea dos vírus do tipo A e B, com predomínio da circulação do vírus do tipo B, tendo-se registado, desde a semana 3 de 218, uma diminuição dos vírus da gripe detetados. Foram reportados 17 casos de gripe em doentes internados em 24 UCI. O padrão de mortalidade por todas as causas apresentou valores de acordo com o esperado. Na Europa, na semana 6 de a atividade gripal, maioritariamente de intensidade média, estava disseminada na maioria dos países. Manteve-se a circulação simultânea de vírus Influenza dos tipos A e B, com predomínio do B e diferentes padrões de circulação do subtipo A nos diversos países. A proporção de amostras positivas para o vírus Influenza diminuiu comparativamente à semana precedente. Os dados disponibilizados pelo projeto Europeu EuroMomo 3, indicam que se mantem o padrão de mortalidade observado nas semanas anteriores, com um excesso de mortalidade no grupo etário dos com mais de 65 anos, atingindo os países da Europa Ocidental. Ainda segundo a mesma fonte, estimativas preliminares de eficácia vacinal do Canadá, Estocolmo, Finlândia, Alemanha, Espanha e Estados Unidos da América apontam para valores da ordem dos 15-46%. A eficácia contra o vírus B situa-se entre 35-67% %, apesar da linhagem em circulação não estar incluída na maior parte das vacinas trivalentes em uso. Até ao final da semana 7 de 218 tinham sido administradas e registadas doses de vacina contra a gripe nos ACeS e ULS da região de saúde do Norte. Apesar de a atividade gripal estar a diminuir na região de saúde do Norte, o recente predomínio de circulação do vírus Influenza A e a sua aparente maior gravidade obrigam a 1 Informação disponível em 2 Informação disponível em 3 Informação disponível em 14

15 uma atenção redobrada por parte dos serviços de saúde em relação à necessidade de utilização precoce dos inibidores da neuraminidase, no tratamento de doentes com diagnóstico de gripe e com risco acrescido de complicações e nos doentes com sintomas graves ou rapidamente progressivos. Mantem-se a recomendação das medidas de prevenção da gripe, nomeadamente a vacinação e a disponibilização nos serviços de saúde de máscaras de proteção para os utentes com sintomatologia sugestiva de gripe, reforçando-se ainda a importância das medidas de afastamento social e promoção da etiqueta respiratória e da higiene das mãos. Em caso de sintomas sugestivos de gripe deve ainda dar-se prioridade à utilização do SNS 24 ( ) e ao contacto com a equipa de saúde familiar do Centro de Saúde. Porto, 21 de fevereiro de 218 Ana Maria Correia Rui Capucho 15