DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
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- Vítor Gabriel Frade
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1 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Elementos de Conexão. Aquisição e Perda do. Pluralidade e Ausência de Professora Raquel Perrota
2 - Hoje o Brasil adota o domicílio como elemento de conexão (antes adotava-se a nacionalidade). LINDB, Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
3 - A alteração se deu em virtude da Segunda Guerra Mundial, pois, na época, os países do Eixo Alemanha, Itália e Japão possuíam muitos de seus nacionais domiciliados no Brasil. - Vários foram os conflitos foram ocasionados e que envolviam o Brasil e os referidos países.
4 - A alteração do elemento de conexão vem para evitar a aplicação da legislação da nacionalidade desses agentes envolvidos nos conflitos internos. - A adoção do domicílio como elemento de conexão possibilitou a aplicação da lei brasileira nesses casos.
5 - O domicílio como elemento de conexão é da lavra de Teixeira de Freitas, que seguiu as pegadas de Savigny. - Para o Direito brasileiro, o domicílio pode ser o local onde a pessoa estabelece sua residência definitiva, ou local onde a pessoa exerce suas atividades profissionais.
6 - Maria Helena Diniz atribui grande importância ao conceito (jurídico) de domicílio, por ser o local onde a pessoa responde permanentemente por suas obrigações e negócios jurídicos, possuindo especial relevo para fixar o lugar onde se devam celebrar tais atos, exercer direitos, propor ação judicial e responder pelas obrigações.
7 - Sílvio Venosa entende que o domicílio possui um sentido metafísico, por caracterizar o local em que a pessoa vive e, em razão disso, passa a integrar o próprio sentido de sua personalidade.
8 - Segundo Venosa, o domicílio significa o lugar onde o indivíduo se estabelece com estabilidade, construindo aí o centro de suas próprias atividades, ainda que deste local se ausente temporariamente ou, ainda, possua interesses patrimoniais em outro local.
9 CC, Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
10 - Washington de Barros Monteiro nos aponta a reconhecer ao menos dois tipos de domicílio: o residencial e o profissional. a) o residencial, onde a pessoa reside com ânimo definitivo, e no qual concentra suas atividades e relações jurídicas familiares, patrimoniais e pessoais, não relacionadas, porém, com atividade profissional; b) o domicílio profissional, onde a pessoa concentra toda as relações jurídicas dessa natureza.
11 a) voluntário - É aquele do lugar que a pessoa escolhe para morar. - É constituído por dois elementos: subjetivo (animus de morar de modo definitivo); e objetivo (a residência). - Pode o brasileiro ter mais de um domicílio, entretanto, para o Direito Internacional considera-se apenas o domicílio geral.
12 b) necessário - É o domicílio imposto por lei. - O domicílio necessário pode ser do funcionário público (lugar onde presta serviço), do militar (lugar onde serve ou presta serviço) e do preso (presídio ou cadeia onde está recolhido).
13 Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.
14 - Quanto as pessoas jurídicas, também vem a determinar os seus respectivos domicílios, como bem preceitua o art. 75 do Código Civil.
15 CC, Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: I - da União, o Distrito Federal; II - dos Estados e Territórios, as respectivas capitais; III - do Município, o lugar onde funcione a administração municipal; IV - das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
16 CC, Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: (...) 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. 2o Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.
17 c) relativo - relativo é aquele do incapaz, que deve ser obrigatoriamente o do pai ou o da mãe; podendo, ainda, nas demais hipóteses, ser o domicílio do tutor ou do curador.
18 CC, Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.
19 Da pluralidade de domicílios - Importante notar que a pluralidade de domicílios é uma realidade em nosso ordenamento. Como aponta Sílvio Venosa, o princípio da unidade obrigatória de domicílio foge à realidade da atual vida em sociedade, haja vista o desenvolvimento das comunicações e dos meios de transporte.
20 - Dessa forma, é plenamente possível que uma pessoa resida com habitualidade em mais de um local, sendo apenas um o seu centro principal de negócios. - Por outro lado, contudo, uma pessoa pode, efetivamente, viver alternadamente em diversas residências, todas com ânimo definitivo, sem que possamos identificar apenas uma delas como seu centro principal.
21 - Nesse caso o Direito brasileiro nos socorre ao prever que será considerado domicílio qualquer uma dessas residências (art. 71, CC).
22 CC, Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
23 - Há, ainda, a previsão do art. 72 do Código que admite, ainda, o domicílio profissional, para as relações concernentes à profissão, no lugar onde esta é exercida. - Espelhando a realidade, ainda, o parágrafo único deste dispositivo acrescenta que se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
24 Da ausência de domicílio - A lei admite, ainda, que o indivíduo não possua um centro onde exerça suas atividades, nem residência habitual em qualquer parte, a exemplo dos ambulantes e dos circenses que, segundo previsão contida no art. 73 do CC/02, terão seu domicílio no local em que sejam encontrados.
25 CC, Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.
26 - É a consagração da teoria do domicílio aparente ou ocasional que estabelece que, sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, este será demandado onde for encontrado ou no foro do domicílio do autor.
27 - Em que pese uma primeira leitura do art. 73 do CC possa nos levar a crer que o dispositivo desnatura o conceito de domicílio, que exige a intenção de permanência, a regra se justifica em razão de interesse superior, consubstanciado na exigência legal de que todos tenham um lugar em que possam ser encontrados, ainda que consagrando uma aparência, mormente a necessidade de segurança jurídica e de proteção dos direitos de terceiros.
28 Da alteração do domicílio - O domicílio pode ser alterado quando também é alterada a residência em conjunto com a manifesta intenção de o mudar. - Nesses termos a previsão do art. 74 do Código Civil.
29 CC, Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar. Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.
30 - Importante frisar que, no Brasil, adota-se o concurso sucessivo em relação ao elemento de conexão. - Em primeiro lugar, o domicílio. Na sua falta, a residência. Inexistindo esta, o lugar onde a pessoa se encontra (art. 7º, 8º da LINDB).
31 LINDB, Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre.
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