Arquivo Municipal de Lisboa: percursos de medievalidade
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- Liliana Carlos Borba
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1 Arquivo Municipal de : percursos de medievalidade Adelaide Brochado Abordagem de teor informativo sobre documentação produzida e acumulada no âmbito do exercício de funções da Câmara Municipal de (período medieval) com particular enfoque nos conjuntos documentais, que neste contexto, espelham, a articulação entre a coroa e a administração periférica. Divulgação de procedimentos a observar (meios para acesso) de forma a direcionar para obtenção de resultados (consulta) em ambiente web e via presencial. Adelaide Brochado é licenciada em História (1993) pela Universidade Autónoma de e Seminário em Paleografia e Diplomática Estudo de Cartas de Mercê e Propriedade de Ofício de 1561 a Curso de Pósgraduação em Ciências Documentais (variante Arquivo) concluído em 1996, com estágio curricular realizado na Rede Império (Direção de Gestão Documental). Técnica superior da Câmara Municipal de, exercendo funções na Divisão de Arquivo Municipal desde 2000, como coordenadora de Tratamento Documental de ( ), como gestora do Processo de Política de Gestão Documental de 2011 a 2012 e atualmente como responsável pela equipa técnica de apoio à Gestão Documental. Autora em publicações na área de investigação Foral Manuelino de, Cartulário Pombalino, Portugal Aflito e Conturbado, Poderes concorrentes na entrada régia de 1581 e de artigos técnicos para diversas publicações periódicas. Participação e colaboração em projetos, e ações de formação na área de arquivística e de gestão de informação.
2 O Arquivo Nacional da Torre do Tombo e a disponibilização on-line de documentação medieval Silvestre Lacerda Silvestre de Almeida Lacerda é licenciado em História (1982) pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto e especializado em Ciências Documentais, opção Arquivo, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (1988). Presidente do Conselho Diretivo Nacional da Associação Portuguesa de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas ( ). Diretor-geral de Arquivos e Diretor do Arquivo Nacional da Torre do Tombo ( ). Subdiretor da Direção-geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, exercendo também as funções de Diretor do Arquivo Nacional da Torre do Tombo ( ). A partir de 22 de Julho de 2015 é Diretor-geral da Direção-geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas. Integra o Grupo de Peritos em Arquivos, junto da Comissão Europeia, denominado EAG European Archival Group e representa Portugal no EBNA European Board of National Archives (2005).
3 A documentação medieval do Arquivo Municipal do Porto: experiência(s) de tratamento arquivístico e divulgação Maria Helena Gil Braga O Arquivo Histórico do Porto detém no seu acervo vários documentos da Idade Média, produzidos pelo Município do Porto. No entanto nas últimas décadas, o património documental tem vindo a ser enriquecido através da aquisição de vários arquivos de origem medieval. A autora apresentará a metodologia utilizada no tratamento arquivístico da documentação medieval, nomeadamente os procedimentos de descrição e de indexação por assuntos, e dará a conhecer também as intervenções de conservação e restauro que foram levadas a efeito na instituição. Finalmente destacará as potencialidades oferecidas por esta documentação, nomeadamente para a investigação da história medieval, partilhando as iniciativas que têm vindo a ser promovidas pelo Arquivo Municipal do Porto no que se relaciona com a exploração e divulgação junto dos investigadores e do público em geral. Maria Helena Gil Braga é licenciada em História (1983) e especializada em Ciências Documentais, com opção Arquivo (1991). Entre ( ) coordenou e exerceu docência em diversos Cursos de Técnicos Profissionais de Arquivo. Participou como conferencista em diversos Encontros e Congressos de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas e em Ciclos relacionados com a História da Cidade do Porto. Apresentou comunicações sobre a atividade do Arquivo Municipal do Porto e sobre temas de História local. Coordenou e comissariou diversas exposições documentais, de âmbito local e nacional. Fez parte dos Corpos Gerentes do Conselho Diretivo Regional da Delegação Norte da Associação de Bibliotecários, Arquivistas e Documentalistas. Coordenou várias publicações de caráter técnico e de história local. É Técnico Superior no Arquivo Histórico Municipal do Porto ( ) e desde 1996 que exerce o cargo de Chefe da Divisão Municipal de Arquivo Histórico da Câmara Municipal do Porto.
4 Historiar um arquivo: conceitos e métodos Filipa Roldão O arquivo, enquanto lugar de intervenção humana, permite ser historiado como se de um qualquer outro objecto de estudo se tratasse. O historiador poderá procurar conhecer o seu processo de construção, diacronicamente, ou deter-se num dado momento de vida do arquivo. Em qualquer destas circunstâncias, o arquivo é fonte de conhecimento de si mesmo, assim como dos agentes que o detêm e o controlam. Abordaremos alguns conceitos operativos para o estudo de um arquivo, como o de paisagem documental, assim como reflectiremos sobre a percepção e compreensão das três principais vias pelas quais a conservação documental tem lugar num arquivo: o depósito, a reprodução e a preservação dita latente. Filipa Roldão é licenciada em História (2003) pela Faculdade de Letras da Universidade de e mestre em Paleografia e Diplomática (2007), pela mesma instituição, com a dissertação Escrita e Poderes Urbanos nos concelhos de Coimbra, Santarém e ( ). Obteve o seu doutoramento em História, especialidade em História, pela Universidade de, em 2011, com a tese A memória da cidade. Administração urbana e práticas de escrita em Évora ( ). Desde 2012, desenvolve um projecto de pós-doutoramento, sob o tema Cidades do Reino, Cidades da Ásia: modelos e práticas de administração municipal (séculos XVI-XVII). De Évora a Cochim e Macau, sob patrocínio da FCT. Na sua investigação, têm-se dedicado ao estudo da história institucional e da cultura escrita das cidades medievais portuguesas e, mais recentemente, também das cidades ultramarinas, debruçando-se sobre práticas de comunicação escrita e conservação da memória. Tem desenvolvido também trabalhos nas áreas da Diplomática municipal, tradução latina e edição de textos. É membro integrado do Centro de História da Sociedade e da Cultura da Universidade de Coimbra e do Centro de História da Universidade de, e colaboradora do Instituto de Estudos Medievais, da Universidade Nova de.
5 O Arquivo Municipal de : uma janela para o conhecimento da cidade medieval Mário Farelo A importância do acervo documental relativo à Idade Média conservado no Arquivo Municipal de é reconhecida por todos aqueles que se dedicaram, de forma mais global, ao estudo da sociedade medieval portuguesa e, de forma mais específica, ao conhecimento da cidade de nesse período. No entanto, a visão que os estudiosos elaboraram (e continuam a elaborar) desta última não é estática, antes evolui consoante a crescente disponibilidade do acesso à documentação e a evolução temática e metodológica da medievalística portuguesa. O périplo aqui proposto, tendo como guia a documentação medieval conservada no Arquivo Municipal de, pretende ser simultaneamente historiográfico, temático e programático. Caraterizando a visão da medieval transmitida pela investigação nos últimos cinquenta anos, a presente intervenção procurará tipificar as potencialidades da referida documentação para as abordagens futuras da história da medieval. Mário Farelo é mestre em História pela Faculdade de Letras da Universidade de com uma dissertação intitulada O Cabido da Sé de e os seus cónegos ( ) (2004), tendo desenvolvido nos cinco anos seguintes um projeto de doutoramento, na mesma instituição, o qual culminou na defesa da tese A oligarquia camarária de ( ). Entre 2009 e 2014 desenvolveu um projeto de pós-doutoramento em torno do Reino de Portugal e do Intervencionismo do Papado de Avinhão ( ) subsidiado pela FCT e acolhido pelo Instituto de Estudos Medievais, pelo Centro de Estudos de História Religiosa e pelo Laboratoire de Médiévistique Occidentale de Paris. Professor auxiliar convidado do Departamento de História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, assume igualmente a coordenação do grupo de investigação «Territórios e Poderes» pertencente ao Instituto de Estudos Medievais. Para além da história da medieval, as suas áreas de investigação incidem sobre a história eclesiástica, urbana, administrativa e cultural do reino de Portugal no período medieval.
6 A circularidade documental entre a coroa e os arquivos municipais: perdas coevas e recuperações historiográficas Amélia Aguiar Andrade Adelaide Millán Costa Na Idade Média, muitos documentos transitavam fisicamente entre o arquivo da coroa e os arquivos municipais, seguindo percursos múltiplos que, não raras vezes, culminavam em perdas (reais ou alegadas). Mas desenrolava-se também uma circulação mais profunda de conteúdos documentais, potenciada pelo mecanismo das públicas formas e das cópias exaradas nos livros de registo das várias instâncias locais e centrais. Este último tipo de circulação permite que, hoje, os medievalistas sejam surpreendidos com inesperadas novidades sobre a própria família real, insertas em fontes que um pequeno arquivo municipal guarda. Em contrapartida, e em muito maior grau, o conhecimento produzido sobre as cidades e vilas medievais é devedor da recuperação de informações conservadas no arquivo da coroa. Amélia Aguiar Andrade é professora catedrática de História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de. Diretora do Instituto de Estudos Medievais, integra desde 2008 o comité científico da European Association for Urban History. A sua investigação centra-se em torno da articulação entre espaços e poderes, nomeadamente ao nível dos contextos urbanos no Portugal medieval. Dirigiu dois projetos de investigação subsidiados pela FCT, participando regularmente em projetos de investigação no estrangeiro. É autora, coautora e editora de 19 livros e várias dezenas de artigos. Adelaide Millán da Costa é doutora em História medieval pela Universidade Aberta onde exerce funções como professora auxiliar. É membro do Instituto de Estudos Medievais, no qual assegura um dos cargos de subdiretora, participando igualmente na comissão editorial da revista ista online. Investigadora responsável por um projeto subsidiado pela FCT, a sua produção científica enquadra-se, fundamentalmente, em torno das problemáticas ligadas à história urbana e à história dos poderes, em específico, aos poderes na cidade e à comunicação política estabelecida entre as câmaras municipais e a Coroa.
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