PROCESSO TRT-8ª/SE/TUTELA CAUTELAR ANTECEDENTE

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Sabina Paiva Azeredo
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1 PODER JUDICIÁRIO JUSTIÇA DO TRABALHO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 8ª REGIÃO Gab. Des. Vicente Malheiros TutCautAnt REQUERENTE: FEDERACAO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES ROD DA REGIAO NOR REQUERIDO: SINDICATO DOS TRAB RODOVIARIOS EM EMPRESA DE TRANSP DE PROCESSO TRT-8ª/SE/TUTELA CAUTELAR ANTECEDENTE AUTORES: FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES RODOVIÁRIOS DA REGIÃO NORTE - FETRANORTE ÁGUAS LINDAS LTDA. AUTOVIÁRIA PARAENSE LTDA. BARATA TRANSPORTES LTDA. TRANSPORTES PINHEIROS LTDA. VIAÇÃO FORTE LTDA. VIALOC TRANSPORTES DE PASSAGEIROS LTDA. VIA METROPOLITANA LTDA. E ROSÁRIO DE FÁTIMA TRANSPORTES LTDA Advogado (s): Dr. Mario Sérgio Pinto Tostes e outros RÉU: SINDICATO DOS TRABALHADORES EM TRANSPORTES RODOVIÁRIOS EM EMPRESAS DE TRANSPORTES DE PASSAGEIROS DOS MUNICÍPIOS DE ANANINDEUA E MARITUBA - SINTRAN D E C I S Ã O

2 Vistos etc... I - FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES RODOVIÁRIOS DA REGIÃO NORTE - FETRANORTE, ÁGUAS LINDAS LTDA., AUTOVIÁRIA PARAENSE LTDA., BARATA TRANSPORTES LTDA., TRANSPORTES PINHEIROS LTDA., VIAÇÃO FORTE LTDA., VIALOC TRANSPORTES DE PASSAGEIROS LTDA., VIA METROPOLITANA LTDA. e ROSÁRIO DE FÁTIMA TRANSPORTES LTDA, por seu ilustre representante, ajuizaram o presente pedido de Tutela Cautelar Antecedente (Ação Ordinária com Obrigação de Não Fazer com Pedido de Tutela Antecipada em Caráter Antecedente), com fundamento no art. 9º, da Constituição Federal, art. 8º, da CLT, e arts. 13 e 14, da Lei nº 7.783/1989, e art. 303, do CPC/2015, em face do SINDICATO DOS TRABALHADORES EM TRANSPORTES RODOVIÁRIOS EM EMPRESAS DE TRANSPORTES DE PASSAGEIROS DOS MUNICÍPIOS DE ANANINDEUA E MARITUBA - SINTRAN, com vistas que a entidade profissional "se abstenha da sórdida prática, que impede a população de trabalhar, determinando que se eles resolveram deflagrar qualquer movimento paredista, o façam dentro dos ditames da Lei de Greve" (Id. 7cbac61 - Pág. 5). II - As requerentes relatam que "o sindicato requerido na data de 30/06/2017 organizou paralisação denominada 'Greve Geral' impulsionadas pelos Dirigentes do Sindicato dos Rodoviários. Primeiramente, na manhã do dia 30/06/2017, sem qualquer aviso prévio, na BR 316 e avenida almirante barroso iniciou-se um movimento de paralisação das vias públicas com a queima de pneus e interdição da pista sentido Ananindeua/Belém e Belém/Ananindeua, tornando totalmente inviável o tráfego nestas vias, impedindo todos os cidadãos de fazer seu trajeto normal, causando transtorno imensurável ao trânsito e itinerário normal de todos. Os dirigentes sindicais lá chegaram e de forma arbitrária, violenta e abusiva, impuseram a paralisação das atividades dos demais rodoviários e fecharam a mais importante via de acesso da cidade. Sem que fossem apresentados quaisquer motivos plausíveis" (Id. 7cbac61 - Pág. 1). III - Prosseguem a aduzir que "não obstante as paralisações nas vias de acesso à cidade, os grevistas de maneira completamente arbitrária e abusiva impediram a saída dos coletivos das respectivas garagens das empresas requerentes, lesando de forma direta o princípio constitucional de ir e vir, além de usar de forma irresponsável o seu direito a greve" (Id. 7cbac61 - Pág. 2). IV - Enfatizam que "o Sindicato dos Rodoviários não apresentou qualquer justificativa ou reivindicação que possam sustentar um movimento paredista, bem como não deu ciência inequívoca para a direção do sindicato. Portanto, não há dúvida que estão agindo de forma contrária à lei. ATE PORQUE, REGISTRE-SE, EXISTE NORMA COLETIVA EM PLENA VIGÊNCIA; NÃO É PERÍODO DA DATA BASE DA CATEGORIA, E NÃO EXISTE QUALQUER MOTIVO QUE JUSTIFIQUE O MOVIMENTO PAREDISTA DE TÃO GRAVES CONSEQUÊNCIAS PARA A POPULAÇÃO, QUAISQUER REIVINDICAÇÕES CONFORME ASSEGURA A LEI DE GREVE DEVEM SER FEITAS RESPEITANDO O BEM ESTAR SOCIAL

3 E NÃO DA FORMA COMO ESTA SENDO DEFLAGRADA, VISTO QUE O MOVIMENTO TEM GERADO TRANSTORNOS E SE MOSTRADO VIOLENTO E TRUCULENTO. Ademais o sindicato não apresentou nenhuma proposta reivindicatória, simplesmente impuseram tal movimento desorganizado e abusivo, sem qualquer medida ou aviso prévio que possibilitasse qualquer ação por parte dos patronos para evitar maiores transtornos para os seus usuários e prejudicando as empresas e principalmente a população que depende desse serviço de grande relevância no município" (Id. 7cbac61 - Pág. 2). V - Analiso. VI - O art. 9º, 1º, da Carta Magna, proclama que "a lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade". VII - O art. 9º, da Lei nº 7.783/1989, estabelece que durante a greve, o sindicato ou a comissão de negociação, mediante acordo com a entidade patronal ou diretamente com o empregador, manterá equipes de empregados com o propósito de assegurar os serviços, cuja paralisação resulte em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível de bens, máquinas e equipamentos, "bem como aqueles essenciais à retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento". O transporte coletivo é considerado, nos termos do art. 10, V, serviço ou atividade essencial. E, não obstante o direito de greve seja direito assegurado na Constituição (art. 9º), é certo que nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores "ficam obrigados de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade", diz o caput do art. 11, da Lei de Greve. O parágrafo único desse dispositivo reza que "são necessidades inadiáveis da comunidade aquelas que, não atendidas, coloquem em perigo a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população". Por fim, o caput, do art. 7º, da Lei nº 7.783/1989, declara que as relações obrigacionais durante o período de greve serão regidas "pelo acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho". VIII - Entendo perfeitamente caracterizados os pressupostos do fumus boni iuris e do periculum in mora, invocados pelas requerentes, inclusive em face dos registros fotográficos carreados aos autos eletrônicos e de amplo conhecimento público, pois veiculados em meios de comunicação. IX - ANTE O EXPOSTO, DEFIRO a tutela de urgência pleiteada na presente medida, inaudita altera pars, requerida por FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTES RODOVIÁRIOS DA REGIÃO NORTE - FETRANORTE, ÁGUAS LINDAS LTDA., AUTOVIÁRIA PARAENSE LTDA., BARATA TRANSPORTES LTDA., TRANSPORTES PINHEIROS LTDA., VIAÇÃO FORTE LTDA., VIALOC TRANSPORTES DE PASSAGEIROS LTDA., VIA METROPOLITANA LTDA. E ROSÁRIO DE FÁTIMA TRANSPORTES LTDA, para determinar: (a) que o requerido SINDICATO DOS TRABALHADORES EM TRANSPORTES

4 4 RODOVIÁRIOS EM EMPRESAS DE TRANSPORTES DE PASSAGEIROS DOS MUNICÍPIOS DE ANANINDEUA E MARITUBA - SINTRAN garanta imediatamente a prestação dos serviços indispensáveis, no que diz respeito ao transporte coletivo, no âmbito dos Municípios de Ananindeua e Marituba, com pelo menos cinquenta por cento (50%) dos empregados das empresas que trabalhem nestes setores, devendo o sindicato profissional apresentar o número de empregados suficientes para o serviço, nos termos ora determinados, durante o período de duração da greve; (b) que na hipótese de o sindicato profissional não liberar da greve os empregados na quantidade acima estabelecida, as empresas farão convocação para a complementação de pessoal, comunicando o fato ao sindicato profissional e ao Presidente do Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, para as providências legais; (c) que as empresas ficam impedidas de contratar trabalhadores, salvo se o Sindicato profissional não liberar os empregados necessários ao cumprimento do item "a" (parágrafo único, do art. 7º, da Lei nº 7.783/1989); (d) que seja o requerido notificado dos termos da presente ação, no endereço indicado na inicial, para que a conteste, no prazo legal, querendo, bem como para que tenha ciência do deferimento da liminar; (e) que em caso de desobediência ou descumprimento à ordem judicial, o sindicato recalcitrante pagará a multa no valor de R$ ,00 (cinquenta mil reais) por dia, a ser revertida em favor do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), sem prejuízo da responsabilização civil e criminal, a ser suportada pelo(s) responsável(eis) pelo não cumprimento. X - Dê-se ciência, publique-se e cumpra-se com urgência, dando-se, ainda, ampla divulgação na imprensa, para conhecimento da comunidade. Belém (PA), 30 de junho de Vicente José Malheiros da Fonseca Desembargador do Trabalho - Relator

5 BELEM, 30 de Junho de 2017 VICENTE JOSE MALHEIROS DA FONSECA Desembargador(a) do Trabalho Assinado eletronicamente. A Certificação Digital pertence a: [VICENTE JOSE MALHEIROS DA FONSECA] /ConsultaDocumento/listView.seam

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