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Rafael Aranha
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7 fls. 339 ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADORA MARIA IRANEIDE MOURA SILVA Processo: Procedimento Ordinário Autor: Município de Fortaleza Réu: União dos Trabalhadores em Educação do Ceará - UTE DECISÃO MONOCRÁTICA O MUNICÍPIO DE FORTALEZA ajuizou Ação Ordinária com pedido de tutela antecipada em face da UNIÃO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO CEARÁ UTE, buscando a declaração de ilegalidade/abusividade de greve deflagrada no dia pelos profissionais da educação por período indeterminado, arguindo que o promovido não está cumprindo as exigências legais para fins de desencadear o movimento paredista. Esta Relatoria concedeu os efeitos práticos da tutela jurisdicional (fls. 186/191), determinando o imediato retorno ao trabalho, bem como que os grevistas se abstenham de impedir a entrada nas escolas públicas municipais de alunos, funcionários e dos professores, sob pena de multa diária no importe de R$ ,00 (cem mil reais), bem como não efetue ato ou manifestação a menos de 500 (quinhentos) metros das escolas municipais, possibilitando a ministração das aulas de forma segura e adequada. O SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO MUNICÍPIO DE FORTALEZA SINDIFORT, requer a inclusão no feito na qualidade de litisconsorte passivo necessário, alegando, para tanto, que a UNIÃO DOS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO DO CEARÁ UTE, entidade associativa, sem caráter sindical, pode representar apenas seus filiados e desde que expressamente autorizada, conforme dispõe art. 5º, XXI, CF/88., ocasião em que esta Relatoria deferiu o pedido. Na audiência de tentativa de conciliação, as partes transigiram sobre a maioria dos pontos, restando, entretanto, infrutífera a autocomposição Este documento foi liberado nos autos em 11/03/2016 às 12:50, é cópia do original assinado digitalmente por MARIA IRANEIDE MOURA SILVA. Para conferir o original, acesse o site informe o processo e código 683B30.

8 fls. 340 ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADORA MARIA IRANEIDE MOURA SILVA tão somente acerca da reposição das aulas, que ficou para decisão desta Relatoria. Eis, um breve relato. Decido. Cediço que, a CF/88 enunciou com especial proteção no art. 6º o direito fundamental social à educação, como também previu no art. 205 ser a educação um direito de todos e dever do Estado e da família, promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, objetivando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo com vistas ao exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Calha destacar, que Administração Pública deve cumprir a exigência contida na Lei de Diretrizes e Bases da educação quanto à carga horária (Lei nº 9.394/96), de modo a recompor o calendário e a carga horária mínima exigida, motivo pelo qual os profissionais do magistério sujeitam-se à reposição das aulas. Nesse contexto, sendo a educação um direito social (art. 6º, CF/88), a paralisação de seus serviços, a meu sentir e ver, deve ser o último recurso a ser utilizado como estratégia das campanhas de melhoria salarial e outras reivindicações, de sorte que, a reposição das aulas não ministradas por ocasião do movimento paredista constitui obrigação dos docentes e direito dos alunos, cumprindo, assim, o calendário escolar previsto, resguardando-se a continuidade do serviço, que diga-se de passagem é essencial, e a supremacia do interesse público. Dessa forma, a reposição das aulas não garante apenas os interesses dos professores, mas, sobretudo, dos alunos, na medida em que os discentes têm direito aos conteúdos mínimos para sua formação integral. A Lei nº 5.895, de , diploma que dispõe sobre o Estatuto Este documento foi liberado nos autos em 11/03/2016 às 12:50, é cópia do original assinado digitalmente por MARIA IRANEIDE MOURA SILVA. Para conferir o original, acesse o site informe o processo e código 683B30.

9 fls. 341 ESTADO DO CEARÁ PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DESEMBARGADORA MARIA IRANEIDE MOURA SILVA do Magistério do Município de Fortaleza, quando preconiza no 6º, do art. 88, que "somente serão computadas como faltas as aulas não recuperadas até o último dia letivo de cada ano", emite um comando normativo relativamente discricionário, permitindo certa margem ao Poder Executivo, dentro, portanto, da conveniência e oportunidade da gestão administrativa. EX POSITIS, fulcrado nos princípios da economicidade, eficiência e no direito à educação dos alunos, constitucionalmente consagrado, bem como levando-se em consideração o disposto no 6º, do art. 88, da Lei nº 5.895, hei por bem determinar que a reposição das aulas deverá ocorrer aos segundos e/ou quartos sábados do mês, ou através do quinto tempo, para aqueles impedidos por motivo religioso e os docentes que cursam alguma especialização ou curso, mediante prévia comprovação formal. Determino, ainda, que a reposição das aulas deverá ocorrer até o final do mês de novembro de Publique-se e cumpra-se. Comunicações de estilo. Expedientes necessários. Fortaleza, 11 de março de Desembargadora MARIA IRANEIDE MOURA SILVA Relatora Este documento foi liberado nos autos em 11/03/2016 às 12:50, é cópia do original assinado digitalmente por MARIA IRANEIDE MOURA SILVA. Para conferir o original, acesse o site informe o processo e código 683B30.

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