Análise De Contração, Inchamento e Retratibilidade Linear De Espécies de Interesse Florestal
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- Amadeu Sales Avelar
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1 Análise De Contração, Inchamento e Retratibilidade Linear De Espécies de Interesse Florestal Aline Delfino Germano 1, João Vitor Frigeri 1, Sandra Mara Krefta 1, 1 UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina. germanoad@outlook.com.br Resumo O objetivo do presente trabalho foi determinar o volume, contração, inchamento e retratibilidade linear em madeiras de ( angustifólia) e Itaúba (Mezilaurus itaúba). Os corpos de prova (CP) apresentavam as dimensões de: 2,0x 2,0 x10 cm sendo a última medida no sentido longitudinal. Os CP foram enumerados da seguinte maneira: 1.1, 1.2 e 1.3 para Itaúba e 2.1, 2.2 e 2.3 para a. Foram avaliados os CP em três diferentes momentos de umidade relativa (UR) (i.e. 12%, saturada e 0%). Utilizou-se paquímetro analítico, para obter-se o volume, pelo método estereométrico. Como resultados notou-se que a Itaúba apresentou menor contração e inchamento e apresentou coeficientes de retratibilidade maior, todavia a araucária ocorreu o inverso, sendo que os motivos que esta é menos densa que a madeira de Itaúba. Para a foi indicada a sua utilização em locais onde a variação do tempo possam sofre constantes modificações, e para a espécie Itaúba recomendou-se locais onde apresenta temperaturas e umidade relativas estáveis. Palavras-chave:, Itaúba, espécies florestais. 1. Introdução A cobertura florestal mundial em 2001 totalizou 3,9 bilhões de hectares com grande parte desta distribuição localizada na Europa e América do Sul. Os destinos da madeira de plantios florestais são diversos, onde pode-se citar: produção de chapas, lâminas, compensados, aglomerados, carvão vegetal, madeira serrada, celulose, móveis e entre outros produtos (SOARES; CARVALHO e VALE, 2003; JUVENAL; MATTOS, 2002). A retratibilidade é um fenômeno ligado à variação dimensional da madeira, devido a troca de umidade do material com o meio que o envolve, até que o equilíbrio higroscópio seja atingido. A resposta da madeira em relação à retratibilidade tem grande diferença entre espécies e o volume da madeira pode variar de 0% a 28%, devido à esta capacidade de adsorção (OLIVEIRA et al., 2010; MORESCHI, 2005). Uma característica a ser considerada da madeira é a de ser um material anisotrópico, ou seja, cujas propriedades variam com a direção considerada. O conhecimento da anisotropia das espécies é importante, uma vez que tais conhecimentos serão de grande valia para os procedimentos de secagem, extinguindo ou minimizando os defeitos de secagem da madeira, proporcionando um produto final de qualidade (SILVA et al., 2003). O presente trabalho teve como objetivo determinar a densidade, o volume, contração, inchamento e retratibilidade linear em madeiras das espécies ( angustifólia) e Itaúba (Mezilaurus itaúba). 2. Material e Métodos O trabalho foi conduzido no Laboratório de Anatomia e Química da Madeira do Departamento de Engenharia Florestal da Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Dois Vizinhos. A região é fisiograficamente chamada de terceiro planalto paranaense possuindo altitude de 520 m, latitude de Sul e longitude de Oeste, sendo o clima do tipo subtropical (Cfa) com verões quente, segundo a classificação de Koppen (ALVARES et al. 2013).
2 Volume (cm³) Para os procedimentos foram utilizados corpos de prova (CP) das seguintes espécies: angustifolia () (Bertol.) Kuntze e Mezilaurus itaúba (Itaúba). Esses CP possuíam as dimensões de: 2,0x 2,0 x10 cm sendo a última medida no sentido longitudinal. Os CP possuíam superfície lisa, lados paralelos e ausência de fendas. As espécies trabalhadas como Itaúba apresenta suas características sensoriais de densidade alta, grã ondulada ou revessa de textura média e superfície irregularmente lustrosa. Já a espécie araucária apresenta características sensoriais densidade baixa, grã direita, textura fina. Os CP foram enumerados da seguinte maneira: 1.1, 1.2 e 1.3 para Itaúba e 2.1, 2.2 e 2.3 para a. Inicialmente, os CP foram medidos, temperatura e umidade ambientes (com aproximadamente, 12% de UR), utilizando paquímetro analítico, obtendo-se o volume, por método estereométrico. Após o término das medições os CP foram colocados para saturar. Após uma semana em saturação foram analisados e medidos novamente, com os mesmos procedimentos. Em seguida os corpos de provas foram levados para a estufa, e ficou tempo onde suficiente para chegar a 0% de umidade. Os dados obtidos durante a medição dos CP foram lançados no programa Microsoft Office Excel, para o cálculo em relação à densidade, volume, fator de contração, inchamento e retratibilidade das espécies estudadas. 3. Resultados e Discussão Ao analisar os dados referente a umidade em relação do volume, notou-se que a espécie Itaúba com 12% e com 0% obteve maior volume ao ser comparado com, todavia o volume da mesma foi menor totalmente saturada (Figura 1) Itaúba % Saturada Seca Umidade Relativa Figura 2- Densidade (g/cm³) em função do teor de umidade Através das medidas obtidas tornou-se possível a comparação das propriedades físicas da madeira, como representados na tabela 1.
3 Tabela 1: Propriedades físicas da madeira de Itaúba e. CP Contração Inchamento Coef. de retrat. Tg Coef. de retrat. R Coef. de retrat. L Peso Itaúba 1.1 3,162 3,265 0,389 0,130 0,029 52, ,438 5,750 0,141 0,251 0,093 52, ,669 7,146 0,230 0,314 0,024 51,370 Médias 5,089 5,387 0,253 0,231 0,049 52, ,262 10,208 0,506 0,000 0,010 31, ,070 9,975 0,240 0,066 0,005 30, ,470 3,595-0,025 0,365 0,032 23,840 Médias 7,268 7,926 0,240 0,144 0,016 28,460 Comparando a contração a araucária apresentou 7,26 % e a Itaúba com 5,08% que significa que a araucária perdeu mais moléculas de água do que a Itaúba para atingir o PSF. Estes dados não se assemelham com os resultados encontrados por Oliveira (2003) para que foi 13,2%. A araucária apresentou um inchamento de 7,29% e a Itaúba 5,36%, isto ocorreu, pois, a araucária tem mais espaços vazios (porosa), de tal modo considerando-a uma madeira com os afastamentos das micelas e regiões amorfas e consequentemente está alterando as dimensões da madeira. Este resultado condiz com resultados da literatura sendo que conforme Resende (1995), essa diferença existe em função da posição e retirada da amostra no disco, sendo que quanto mais perto do centro, menor será esta diferença. Moreschi (2005) ainda ressalta que a diferença nos três planos dos corpos de prova existe em função de estruturas microscópicas e submicroscópicas, que fazem com que as maiores variações ocorrem no sentido tangencial, pois neste tem mais parede celular o que faz contrair e inchar mais, além de que no sentido radial, os raios funcionam semelhante as travas. Todavia estes coeficientes de contração e de inchamento são inviáveis para métodos práticos, sendo a madeira jamais se comporta de madeira que seca a 0% de teor de umidade. Contudo sendo o mais utilizado de 6% a 10% em estufa e de 11% a 15% no ar. O coeficiente de retratibilidade (coef. de retrat) da madeira permite que os cálculos da contração ou de inchamento em qualquer situação entre a 0%. Com o uso deste coeficiente de retratibilidade da madeira poderemos observar o quanto esse material irá contrair ou inchar de uma umidade de equilíbrio para outra. Comparando os dois resultados da Itaúba e da araucária sendo o coef. de retrat. na face tangencial da Itaúba de 0,2532 e para Coef. de retrat. na face tangencial da de 0,2403 notou-se que a Itaúba tem maior coeficiente de retratibilidade na face tangencial, sendo assim criando esta forma de interpretar os dados:
4 Onde: tgi> tga> ri> ra> li> la tgi - coeficiente de retratibilidade tangencial Itaúba tga- coeficiente de retratibilidade tangencial ri- coeficiente de retratibilidade radial Itaúba ra- coeficiente de retratibilidade radial li - coeficiente de retratibilidade longitudinal Itaúba la- coeficiente de retratibilidade longitudinal Portanto a densidade interfere diretamente na retratibilidade da madeira, sendo a densidade aparente da Itaúba de 960 kg/m³ e a básica de 800 kg/m³ maior que dá araucária de 550 kg/m³ aparente e 458 kg/m³ básica, de acordo com a literatura, sendo este o motivo de que a araucária incha e contrai menos do que a Itaúba, pelo fato que a Itaúba apresenta mais células e consequentemente apresenta mais espaços vazios. Com base nos dados amostrado no presente estudo (tabela 2) a araucária também apresentou menor densidade que Itaúba, sendo que os valores da araucária em a 12% UR foi menor que a saturada, onde ocorreu uma variação de 25,89%. Tabela 2: Densidade da araucária e Itaúba em diferentes umidades. Itaúba Densidade 12% Densidade saturada Densidade Seca 0% 1.1 0, , , , , , , , , Médias 0, , , , , , , , , , , , Médias 0, , , Com base nos dados amostrado da tabela 2 a Itaúba também apresentou maior densidade que araucária. Estudos com Araucaria angustifolia realizados por Santini, Halesen e Gatto (2000) mostraram médias de densidade de 0,40 g/cm 3, valores semelhantes aos encontrados com exceção do estado saturado. 4. Conclusões Conclui-se que a Itaúba apresenta menor contração e inchamento da madeira, todavia apresenta maior coeficiente de retratibilidade, que indica o quanto a madeira trabalha com a modificações de umidade, já a araucária tem o papel inverso onde apresenta maior inchamento
5 e contração e nos coeficientes de retratibilidade apresentam menores resultados, que significa que a madeira trabalha menos com as modificações de umidade. Isso se dá pela madeira da araucária ser menos densa do que a da Itaúba. Assim a madeira da Itaúba tem maiores chances de contração e inchamento, sendo recomendadas para locais onde a não há variação do tempo como umidade relativa do ar sofre constantes modificações, pois a mesma contrai e incha muito, por apresentar muitas células (espaços vazios) 5. Referências ALVARES, Clayton Alcarde et al. Köppen's climate classification map for Brazil. Meteorologische Zeitschrift, v. 22, n. 6, p , JUVENAL, T. L.; MATTOS, R. L. G. O setor Florestal no Brasil e inportância do reflorestamento. Rio de Janeiro -RJ: [s.n.]. v. 5 MORESCHI, J. C. Propriedades da madeira. Propriedades Tecnológicas da madeira, Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal da UFPR, Curitiba-PR, OLIVEIRA, J. T. da S.; TOMAZELLO FILHO, M.; FIEDLER, N. C. Avaliação da retratibilidade da madeira de sete espécies de Eucalyptus. Revista Árvore, Viçosa-MG, v. 34, n. 5, OLIVEIRA, A. de S. Madeira: Uso Sustentável na Construção Civil. São Paulo, 60 p, 2003 REMADE. A retratibilidade da madeira Disponível em: < de&title=a%20retratibilidade%20da%20madeira>. Acesso em: 30 agosto de RESENDE, M. D. V.; ARAÚJO, A. J.; SAMPAIO, P. T. B.; WIECHETECK, M. S. S. Accuracy, confidence ranges and variance of response associated to 22 selection methods in Pinus caribaea var. hondurensis. Revista Floresta, Curitiba, v. 24, p , 1995 SILVA, J. C; OLIVEIRA, J. T. S.; TOMAZELLO FILHO, M.; KEINERT JÚNIOR, S.; MATOS, J. L. M. Influência da idade e da posição radial na massa específica da madeira de EucalyptusgrandisHill ex. Maiden. Revista Floresta, v. 34, n. 1, SOARES, T. S.; CARVALHO, R. M. M. A.; VALE, A. B. DO. Avaliação econômica de um povoamento de Eucalyptus grandis destinado a multiprodutos. Revista Árvore, v. 27, n. 5, p , SANTINI, E. J.; HASELEIN, C. R.; GATTO, D. A. Análise comparativa das propriedades físicas e mecânicas da madeira de três coníferas de florestas plantadas. Revista Ciência Florestal, Santa Maria, v.10, n.1,, p.85-93, 2000.
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