PROJETO OBSERVATÓRIO DA EDUCAÇÃO 1
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- Juan Carneiro Silva
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1 PROJETO OBSERVATÓRIO DA EDUCAÇÃO 1 Maria Madalena Dullius madalena@univates.br Professora do Centro Universitário UNIVATES Doutora em Ensino de Ciências Lajeado/RS - Brasil Claus Haetinger chaet@univates.br Professor do Centro Universitário UNIVATES Doutor em Matemática Lajeado/RS - Brasil Eixo temático: Formação de Educadores 1 Este projeto conta com apoio financeiro da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível superior - CAPES - Brasil
2 Por que este projeto? Pelos índices apresentados e divulgados pelos meios de comunicação, é possível perceber a situação alarmática em que se encontra a aprendizagem da Matemática, tanto no Rio Grande do Sul quanto no Brasil como um todo e, portanto, o grande desafio é melhorar a qualidade da educação de nossos alunos. Há alguns anos, a preocupação estava focada no acesso à escola, no aumento do número de vagas, na construção de escolas, mas esta questão já está em grande parte resolvida, principalmente no RS, escopo de abrangência desse projeto. O desafio de expandir o acesso à educação escolar é uma tarefa bem mais simples, e que pode ser resolvida em um intervalo de tempo menor do que o de melhorar a qualidade do processo ensino-aprendizagem, pois essa não se consegue simplesmente construindo uma escola, aumentando o número de matrículas ou contratando mais professores. Geralmente, em todos setores, melhorar a qualidade é muito mais difícil do que melhorar a quantidade, e na área de educação não é diferente, pois não existe uma fórmula pronta, é preciso primeiro muita investigação para poder propor ações, o que é um processo muito demorado e exige muitos estudos. A questão também é cultural, pois a própria sociedade se preocupa muito mais com o fator quantidade do que qualidade, por exemplo, a população reclama da falta de transporte escolar, da falta de salas de aula ou da falta professores, mas poucas vezes reclama da qualidade do ensino e da aprendizagem. O governo do estado do RS já tem algumas iniciativas de melhoria da qualidade da educação neste estado, por exemplo, em junho de 2008 lançou o Programa Estruturante Boa Escola para Todos, com os projetos: Sistema de Avaliação Educacional do Rio Grande do Sul (SAERS); Professor Nota 10; Escola Legal; Sala de Aula Digital e Centros de Referência na Educação Profissional. Melhorar a qualidade da educação é muito mais que investir em estrutura física, instalar laboratório de informática nas escolas. Não adianta ter um laboratório de informática na escola que geralmente é usado por um profissional específico da área de computação e, os professores responsáveis pelas diferentes áreas de conhecimento continuarem a não utilizar softwares educacionais. Mas também é preciso lembrar que esses professores precisam ser capacitados para usarem essa tecnologia como recurso didático em suas aulas. Pois não existe escola de qualidade sem professor de qualidade, com boa formação e comprometido com a aprendizagem de seus alunos. Para isso, é necessário também poder contar com uma formação continuada em consonância com a expectativa dos professores. Quem ensina é quem mais precisa aprender. Os resultados das avaliações externas realizadas na última década, entre as quais o SAEB, a PROVA BRASIL, o ENEM, indicam que os esforços e recursos aplicados na capacitação em serviço dos professores não têm impactado positivamente o desempenho dos alunos. Essa falta de relação entre educação continuada do professor e desempenho dos alunos explica-se pelo fato de que os conteúdos e formatos da capacitação nem sempre têm referência naquilo que os alunos desses professores precisam aprender e na transposição didáticas desses conteúdos. É preciso ter claro o que se quer que os alunos aprendam e o que e como ensinar para que essas aprendizagens realmente aconteçam. Não é simplesmente transmitir conteúdos para que se produzam aprendizagens. O processo necessita passar por uma transposição didática para se transformar em aprendizagem. No ensino de Matemática, os objetivos, as situações, os procedimentos propostos e os recursos utilizados devem proporcionar o desenvolvimento da capacidade de resolver problemas.
3 O professor deve ser problematizador, isto é, propor a seus alunos a resolução de situações- problema desafiadoras que despertem a curiosidade, que proporcionem o desenvolvimento da criatividade, a construção da autonomia e a autoconfiança, através das quais os alunos podem aprender a valorizar a Matemática e a apreciar a sua natureza e a sua beleza. Contextualizando as situações propostas e considerando os conhecimentos de seus alunos, bem como suas experiências do dia a dia, respeitando-o como um sujeito que pensa e deve ter liberdade de expressar suas opiniões, de debater, e argumentar, o professor estará contribuindo para o desenvolvimento do aluno, dando-lhe uma perspectiva de futuro. É necessário enfatizar que a Matemática deve ser uma experiência significativa que vai além da simples memorização e aplicação de fórmulas e definições que rapidamente caem no esquecimento. Organizar situações de aprendizagem nas quais os conteúdos sejam tratados em contexto requer relacionar o conhecimento científico a questões reais da vida do aluno, ou a fatos que o cercam e lhe fazem sentido. Ao planejar as ações da sala de aula, é fundamental que o professor tenha segurança para selecionar experiências de aprendizagem ricas e diversificadas que proporcionem o desenvolvimento das habilidades e competências para ler, escrever, bem como para analisar e resolver problemas, para raciocinar e comunicar suas idéias e descobertas, tendo presentes os conceitos e os modos de pensar da Matemática. A resolução de problemas, em Matemática, constitui a base das experiências de aprendizagem. São situações desafiadoras que propõem questões que instigam e promovem a investigação na busca de respostas e soluções. O professor não deve ser um fornecedor de respostas e sim fazer provocações, problematizar, estimular seus alunos a buscá-las. O professor precisa ter claro que para aprender o aluno precisa ter uma participação ativa no processo ensino-aprendizagem e cabe ao professor a tarefa de motivar o aluno para que ele se sinta convidado a participar desse processo. Para isto é imprescindível que ele, como professor goste de Matemática, que ele se encante ao resolver um problema, que tenha entusiasmo por aprender e por ensinar, buscando constantemente, atualizar-se. A formação do professor implica uma complexa rede de conhecimentos que devemos levar em conta ao concebermos o currículo de formação sustentado no desenvolvimento de competências profissionais. O domínio dos conteúdos matemáticos é fundamental para o desenvolvimento dessas competências, entretanto, não suficiente para a formação do professor, tendo em vista os desafios inerentes à sua atuação profissional. O professor, além de conhecimento de conteúdos específicos, deve ter sólida formação pedagógica que o permita realizar a transposição didática dos conteúdos, levando em consideração as necessidades, motivações e nível de desenvolvimento dos aprendizes dos ensinos fundamental e médio. O domínio de conhecimentos pedagógicos diz respeito ao processo de aprendizagem e produção de conhecimento num contexto de investigação em sala de aula. Saber como crianças, adolescentes e adultos estruturam seus pensamentos, como evoluem os conceitos, como as ideias são atreladas à ação efetiva de resolução de problemas culturalmente significativos para os alunos. O aluno de Licenciatura deve integralizar um conhecimento suficientemente sólido, que o permita promover produções nas escolas, por meio de sua recontextualização, resignificação e exemplificação, permitindo que os conteúdos abordados não sejam vistos como saber estático, mas que seja tratado em sala de aula como fonte de produção de conhecimento, de estruturas de pensamento e profundamente articulado à cultura, história, ética e diversidade.
4 Para que o professor possa ser um mediador da produção matemática de sua sala de aula, fazendo favorecer o desenvolvimento do espírito matemático de seus alunos, este profissional tem de, além de dominar os objetos de conhecimentos da Matemática, apropriar-se de habilidades que extrapolam o domínio matemático, levando em conta aspectos culturais, sociais, históricos, estéticos e éticos que estão associados ao processo de fazer matemática e utilizar deste conhecimento na atuação cidadã. O professor tem que desenvolver em sua formação universitária uma percepção acerca da produção matemática nos diversos contextos socioculturais que levem em conta a diversidade das formas de pensar e produzir Matemática. O professor tem que reconhecer em cada aluno formas lógicas próprias de pensar, de intuir, de modelar matematicamente fenômenos, que devem ser base da construção do conhecimento em sala de aula e fora dela. A formação precisa dar conta da aquisição de habilidades matemáticas e de habilidades psico-didático-pedagógicas, com as dimensões formativas desenvolvidas de forma equilibrada. O que não é justo é que se atribua a culpa do baixo índice no desempenho da área de Matemática somente aos alunos. Por isso temos a tarefa de influenciar nesse processo, considerando que estudos apontam que a metodologia dominante no contexto do ensino de Matemática ainda é a aula expositiva, mas os recursos hoje disponíveis permitem ir além, as necessidades indicam para outras possibilidades e, neste sentido pretendemos na presente pesquisa fomentar e explorar diferentes metodologias que possam auxiliar no processo de ensino de Matemática. Não é necessário grande esforço para perceber que pouco do conteúdo estudado no ensino médio e superior, da forma como é abordado, estimula o aluno a se envolver de forma significativa no processo ensino-aprendizagem. Além disso, percebe-se que as aulas seguem praticamente sempre a mesma metodologia, ou seja, aula expositiva onde o professor explica e os estudantes só realizam exercícios repetitivos, sem contextualização com a realidade em que vivem e/ou com as tecnologias disponíveis atualmente. Então nos vem a pergunta: o que estamos nós professores fazendo para mudar este cenário? Diversificar a forma de trabalho, usar várias técnicas no fazer pedagógico pode colaborar para facilitar a aprendizagem pois proporciona uma integração entre teoria e prática, busca caminho inverso, o de pesquisar informações e resolver problemas a partir de situações concretas e/ou contextualizadas. As diferentes estratégias favorecem o trabalho colaborativo entre os alunos, com atitudes de companheirismo e solidariedade, aprendendo uns com os outros. A relevância dessa proposta reside no acompanhamento e avaliação de propostas investigativa-reflexivas cujos resultados podem servir de referência para a definição de políticas e estratégias (acadêmicas ou administrativas) para a formação docente na área de Matemática, bem como de outras áreas da Educação Básica. Além disso, como a comunidade que investiga a evolução profissional de professores carece ainda de casos acompanhados com rigor a médio e longo prazos, acreditamos que a investigação dessa proposta pode contribuir na estruturação de um conhecimento sobre a formação de professores, mais complexo, aplicado e, portanto, generalizável. O contraste entre as hipóteses formativas da pesquisa e os resultados alcançados pode auxiliar na elaboração e avaliação de estratégias, atividades e demais formas concretas pelas quais os professores evoluem, buscando a superação de problemas profissionais práticos e carências da educação de docentes em geral. Conhecer os cursos de formação de professores, o perfil do docentes que atuam nesses cursos de licenciatura e dos docentes que atuam na educação básica é fundamental para propor ações de melhoria no processo de ensino da Matemática e
5 consequentemente da aprendizagem. È preciso verificar se as habilidades e competências necessárias para um bom desempenho nas provas de Matemática foram trabalhadas com os professores durante a sua formação inicial como professores de Matemática. Pois para intervir nesse cenário é preciso conhecê-lo. Pelo exposto, justifica-se a importância do desenvolvimento do presente trabalho, pois pretendemos fortalecer o diálogo entre a comunidade acadêmica e os diversos atores envolvidos no processo educacional, e através de ações de intervenção desenvolvidas nas escolas avaliar sua contribuição no desenvolvimento de habilidades e competências. Além disso, a divulgação da produção e dos resultados encontrados permitem compartilhar conhecimentos e boas práticas e a integração da pesquisa á dinâmica da Universidade e dos sistemas de Educação Básica. Objetivos e ações previstas Objetivo geral Analisar as habilidades e competências necessárias para um bom desempenho, no âmbito da Matemática, nas avaliações externas do SAEB, Prova Brasil, PISA, ENEM e ENADE, bem como verificar se a formação inicial e continuada dos professores contemplam tais habilidades e competências e a partir desses resultados propor ações e desenvolver atividades de intervenção pedagógica que, a médio e longo prazo, possam contribuir para melhoria dos índices de desempenho nas referidas provas. Quadro de ações Objetivos específicos Analisar as habilidades e competências necessárias para um bom desempenho nas provas de Matemática do SAEB, Prova Brasil, PISA, ENEM e ENADE. Mapear os cursos de Licenciatura de Matemática do RS a partir da base de dados do INEP. Verificar se os cursos de Licenciatura em Matemática do RS contemplam as habilidades e competências requeridas nas provas de Matemática do SAEB, Prova Brasil, PISA, ENEM e ENADE. Verificar qual é a formação dos professores que atuam nos cursos de Licenciatura em Matemática do RS. Verificar qual é a formação dos professores que estão atuando na área de Matemática nas Escolas de Educação Básica do RS. Ações Definição e estudo de referenciais teóricos sobre habilidade e competências. Categorização das habilidades e competências. Análise das provas segundo categorias teóricas construídas. Levantamento dos cursos de Licenciatura de Matemática do RS. Leitura e análise dos dados disponíveis no INEP sobre cursos de Licenciatura em Matemática do RS. Em caso de disponibilidade, fazer estudo in loco de alguns cursos. Leitura e análise dos dados disponíveis no INEP sobre a formação dos professores que atuam nos cursos de Licenciatura em Matemática do RS. Traçar um perfil do corpo docente que atua em cursos de licenciatura Leitura e análise dos dados disponíveis no INEP sobre a formação dos professores que estão atuando na área de Matemática nas Escolas de Educação Básica do RS.
6 Analisar o desempenho dos estudantes de Licenciatura em Matemática do RS nas provas de Matemática do ENADE. Propor e desenvolver ações de intervenção em escolas, considerando as diferentes habilidades competências necessárias para um bom desempenho nas provas citadas. Analisar as ações educativas desenvolvidas pelos bolsistas de licenciatura, pelos professores de escola e pelos mestrandos. Analisar as dificuldades e potencialidades na implementação de diferentes intervenções pedagógicas nas escolas de Educação Básica Propor e disseminar referenciais teóricos e metodológicos estudados durante o desenvolvimento da proposta de trabalho. Compartilhar os conhecimentos e as boas práticas propostas e desenvolvidas durante o projeto. Fortalecer o intercâmbio entre a comunidade acadêmica e escolas da Educação Básica. Fortalecer o intercâmbio entre instituições envolvidas direta ou indiretamente no projeto e outras instituições educacionais. Promover a articulação entre o curso de Licenciatura em Ciências Exatas e do Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Exatas da Univates e escolas de educação básica Propor ações para a renovação do curso de Licenciatura em Ciências Exatas e do Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Exatas da Instituição diretamente envolvida no projeto. Leitura e análise dos dados disponíveis no INEP sobre o desempenho dos estudantes de Licenciatura em Matemática do RS nas provas de Matemática do ENADE. Planejamento e desenvolvimento de ações de intervenção em escolas. Acompanhamento e avaliação de ações educativas desenvolvidas. Sistematização dos resultados e das análises a partir das investigações. Definição de indicadores que podem contribuir no desenvolvimento de habilidade e competências necessárias para melhorar os índices da educação desencadeadas pelas ações educativas. Promoção de encontros e seminários entre os pesquisadores, bolsistas e professores envolvidos no projetos e outros atores envolvidos com a Educação Matemática. Participação em eventos regionais, nacionais e internacionais da área. Participação dos eventos promovidos pelo INEP e CAPES. Disponibilização de materiais produzidos. Produção de divulgação de dissertações de mestrado envolvendo o tema Promoção de encontros e seminários entre os pesquisadores, bolsistas e professores envolvidos no projetos e outros atores envolvidos com a Educação Matemática. Participação em eventos regionais, nacionais e internacionais da área. Participação dos eventos promovidos pelo INEP e CAPES. Promoção de encontros e seminários entre os pesquisadores, bolsistas e professores envolvidos no projetos e licenciandos, mestrandos e professores da educação básica. Obtenção de subsídios para disciplinas de diversos cursos de graduação da UNIVATES, bem como para o Programa Pós-Graduação em Ensino de Ciências Exatas. Discussões envolvendo os coordenadores dos
7 Fortalecer o curso de Licenciatura em Ciências Exatas e do Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Exatas da Instituição proponente Organizar, sistematizar, produzir e avaliar materiais para o ensino de alguns tópicos específicos de Matemática, considerando o desenvolvimento de habilidades e competências analisadas nas provas citadas. referidos cursos. Disponibilização de materiais produzidos. Disponibilização de materiais produzidos e desenvolvidos nas intervenções pedagógicas, nas dissertações de mestrado. Os pesquisadores, bolsistas de mestrado, bolsistas de graduação e professores da Educação Básica terão reuniões periódicas (semanais ou quinzenais) na instituição e/ou na escola para discussões teóricas, análise de dados, preparação de ações de intervenção, troca de experiências, produção de materiais,. Metodologia O trabalho que estamos propondo deverá contar com intenso envolvimento de estudantes do curso de Licenciatura em Ciências Exatas com habilitação integrada em Física, Química e Matemática, do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências Exatas do Centro Universitário UNIVATES, e professores da Educação Básica da região do Vale do Taquari, que é a região onde está inserida a Instituição proponente desse projeto. Todas as análises e atividades a serem desenvolvidas serão estruturadas a partir da contribuição coletiva de pesquisadores, mestrandos, licenciandos e professores da Educação Básica. A ideia é garantir que um mesmo tema, foco, problema seja analisado com a articulação de diferentes olhares em níveis distintos de formação. Para a análise das habilidades e competências necessárias para um bom desempenho nas provas de Matemática do SAEB, Prova Brasil, PISA, ENEM e ENADE usaremos como fonte de dados o INEP e também da Secretaria Estadual de Educação do Rio Grande do Sul. Assim para possibilitar a compreensão das habilidades e competências a proposta metodológica da pesquisa abrangerá estudos de cunho mais qualitativo. Para esta análise pretendemos contar com pesquisadores externos, principalmente no que tange a discussões teóricas sobre habilidades e competências. O mapeamento dos cursos de Licenciatura de Matemática do RS a partir da base de dados do INEP será norteado por um estudo predominantemente quantitativo. Após este mapeamento procuraremos verificar se os referidos cursos de Licenciatura contemplam as habilidades e competências requeridas nas provas de Matemática do SAEB, Prova Brasil, PISA, ENEM e ENADE. Para isto contaremos com os dados disponíveis nas bases de dados referidas e se possível, faremos alguns estudo in loco com o objetivo de aprofundar alguma análise documental. Também pretendemos obter dados a partir de um questionário que será elaborado e enviado para os cursos de Licenciatura em Matemática do RS. A verificação da formação dos professores que atuam nos cursos de Licenciatura em Matemática do RS e dos professores que estão atuando na área de Matemática nas Escolas de Educação Básica do RS será um estudo quantitativo baseado nos dados disponíveis na base de dados do INEP. Após esta análise pretendemos traçar um perfil dos docentes e comparar se este contempla os itens de formação necessários para que os
8 mesmos possuam condições para desenvolver com seus alunos as habilidades e competências necessárias para um bom desempenho nas provas já mencionadas. A análise do desempenho dos estudantes de Licenciatura em Matemática do RS nas provas de Matemática do ENADE também será um estudo predominantemente quantitativo. Considerando os resultados obtidos com as análises citadas, faremos estudos com o objetivo de propor e desenvolver ações de intervenção em escolas, considerando as diferentes habilidades competências necessárias para um bom desempenho nas provas citadas. Estas ações serão desenvolvidas pelos professores pesquisadores desse projeto, pelos mestrandos, pelos alunos de graduação e pelos professores de escola com o intuito de considerar a visão das diferentes esferas no planejamento de práticas pedagógicas. As ações educativas serão desenvolvidas pelos mestrando, alunos de graduação e professores de escola e estarão em constante avaliação para verificar se permitem desenvolver habilidades e competências requeridas para um bom desempenho nas referidas provas. Também analisaremos, a partir de depoimentos dos envolvidos no processo, as dificuldades e potencialidades na implementação de diferentes intervenções pedagógicas nas escolas de Educação Básica. Este é um estudo com foco qualitativo. Para a coleta de dados, faremos cópia dos materiais produzidos pelos alunos da Educação Básica durante as intervenções pedagógicas realizadas e após faremos análise dos mesmos. Os estudos teóricos, metodológicos e as ações com resultados positivos no que tange ao desenvolvimento de habilidades e competências, nós pretendemos disseminar com o objetivo de compartilhar os conhecimentos e as boas práticas desenvolvidas. Essa disseminação pode ocorrer através de oficinas, assessorias, palestras, minicursos e também em aulas e reuniões do curso de Licenciatura em Ciências Exatas e do Mestrado em Ensino de Ciências Exatas. A partir dos resultados pretendemos propor ações para a renovação do curso de Licenciatura em Ciências Exatas e do Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Exatas da Instituição diretamente envolvida no projeto, objetivando contribuir na formação de recursos humanos na área de Educação Matemática. Estaremos constantemente incentivando o intercâmbio entre a comunidade acadêmica e escolas da Educação Básica e outras instituições educacionais. Finalmente, pretendemos sistematizar materiais para o ensino de alguns tópicos específicos de Matemática, considerando o desenvolvimento de habilidades e competências analisadas nas provas citadas. Resultados esperados O principal resultado esperado é contribuir para a melhoria da qualidade de ensino da área de Matemática, por meio dos objetivos e metas descritos anteriormente. Mais especificamente, destacamos: Produção de dissertações de Mestrado tendo como objeto de análise as experiências e os resultados obtidos durante o desenvolvimento do projeto. Análise da coerência na formação de professores da área de matemática e sua atuação profissional. Consolidação de indicativos que podem contribuir no desenvolvimento de habilidade e competências necessárias para melhorar os índices da educação desencadeadas pelas ações educativas. Criação de um Banco de Dados com os resultados obtidos a partir do desenvolvimento do projeto. Solidificação do programa de Mestrado em Ensino de Ciências Exatas.
9 Fortalecimento das relações entre universidade e escola de educação básica, reconhecendo-se como parceiros. Esperamos contribuir na melhoria da formação acadêmica dos licenciandos, preparação dos alunos e professores para a elaboração e desenvolvimentos de novas estratégias de ensino, inserção dos alunos em atividades de pesquisa, e no incentivo de professores para frequentar cursos de Mestrado em Ensino de Matemática Além disso, esperamos que as ações propostas favoreçam a aproximação dos estudantes, futuros professores, ao mundo do trabalho. Em relação aos professores da área de Matemática do Vale do Taquari, buscamos contribuir com a formação continuada, além de proporcionar e validar a aplicabilidade dos resultados nas escolas participantes, fortalecendo o diálogo entre a comunidade acadêmica e os diversos atores envolvidos no processo educacional, conforme orientação do INEP, PNE, CAPES, MEC, SBPC. Finalmente esperamos que mais professores da Educação Básica se motivem a participar de Programas de Mestrado, mais especificamente, que três dos bolsistas de graduação ou professores das escolas envolvidos no projeto iniciem o Mestrado em Ensino de Ciências Exatas no terceiro ano de desenvolvimento desse trabalho. Considerando que o projeto tem previsão de duração de quatro anos e o Mestrado de dois anos, no final do segundo ano desse projeto, os três mestrandos inicialmente contemplados com as bolsas concluem o Mestrado e abre vaga para outros três. Referencias Bibliográficas ABREU, M. Lições do Rio Grande Referencial Curricular para as escolas estaduais in Referenciais Curriculares do Estado do Rio Grande do Sul: Matemática e suas Tecnologias/Secretaria de Estado da Educação. -Porto Alegre: SE/DP, MELLO, GUIOMAR NAMO DE. Referenciais Curriculares da Educação Básica para o século 21 in Referenciais Curriculares do Estado do Rio Grande do Sul: Matemática e suas Tecnologias/Secretaria de Estado da Educação. -Porto Alegre: SE/DP, MACEDO, LINO DE. Por que competências e habilidades na educação básica? in Referenciais Curriculares do Estado do Rio Grande do Sul: Matemática e suas Tecnologias/Secretaria de Estado da Educação. -Porto Alegre: SE/DP, BALZANO, SONIA e BIER, SÔNIA. A gestão da escola comprometida com a aprendizagem in Referenciais Curriculares do Estado do Rio Grande do Sul: Matemática e suas Tecnologias/Secretaria de Estado da Educação. -Porto Alegre: SE/DP, GIGANTE, ANA MARIA BELTRÃO; SILVA, MARIA REJANE FERREIRA DA e SANTOS, MONICA BERTONI DOS. A área da Matemática in Referenciais Curriculares do Estado do Rio Grande do Sul: Matemática e suas Tecnologias/Secretaria de Estado da Educação. -Porto Alegre: SE/DP, 2009.
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