OS PARADIGMAS E METÁFORAS DA PSICOLOGIA SOCIAL
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- Yan Van Der Vinne Vidal
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1 OS PARADIGMAS E METÁFORAS DA PSICOLOGIA SOCIAL A Natureza do Paradigma A noção de paradigma foi, introduzida por Kuhn (1970) em seu livro A Estrutura das Revoluções Científicas, para explicitar natureza e o progresso de uma ciência. Para esse autor, o progresso da ciência ocorreria de acordo com os seguintes estágios: Estágio Ciência Crise Nova Ciência Nova Pré-científico Normal Revolução Normal Crise Evolução Científica A atividade desorganizada que precede a formação da ciência (Estágio Pré-científico) torna-se eventualmente estruturada quando a comunidade científica concentra-se em um único paradigma (Estagio da ciência normal); 1
2 Um paradigma é um conjunto de suposições teóricas e metodológicas adotadas por uma comunidade científica específica (Chalmers, 1993); McGuire (1980) utiliza o conceito de teoria-guia para sistematizar as orientações teóricas em psicologia social. As teorias-guia são um conjunto de pressupostos que orientam a pesquisa sobre o comportamento humano. Tal como os paradigmas, cada teoria-guia passa por uma fase de emergência, uma fase normal e uma fase de declínio, que leva a uma nova teoria-guia; Para Morgan (1986), os paradigmas geram metáforas que inspiram escolas de pensamento e se desdobram em teorias e estratégias conceituais e metodológicas de resolução de problemas: as orientações paradigmáticas; A concepção de Morgan (1986) sobre as orientações paradigmáticas não inclui o pressuposto sobre a superação de um paradigma por outro. Essa noção se coadunar melhor com a prática da pesquisa em psicologia social, uma vez que no interiro dessa disciplina co-existem diversas orientações paradigmáticas. 2
3 Conclusão Segundo Vala (1996), a história das idéias mostra dois conjuntos de pressupostos metafóricos sobre o homem e o comportamento humano. O primeiro é concernente à natureza da relação conhecimento-ação. A segunda dimensão trata das relações indivíduo-sociedade. A primeira dimensão opõe as teorias que enfatizam uma concepção de homem como sujeito ativo às teorias que descrevem uma concepção de homem como sujeito passivo. Essa dimensão sintetiza, num dos pólos, a influencia da tradição filosófica, conhecida como racionalismo alemão, que identifica o pensamento como sendo a origem das ações dos atores sociais e, no outro pólo, a tradição filosófica, conhecida como empirismo inglês, que descreve o pensamento como uma conseqüência das ações desses atores. A segunda dimensão opõe a anterioridade do indivíduo sobre a sociedade à imagem do homem como um ser socialmente dependente. Essa dimensão sintetiza, num dos pólos, a imagem do homem como sujeito pré-social à visão do homem como indissociável dos seus vínculos sociais (anterioridade do social). 3
4 As Orientações Paradigmáticas Da articulação entre essas duas dimensões, Vala (1996) identificou quatro orientações paradigmáticas subjacentes às principais teorias em Psicologia Social, representando-as através de metáforas que caracterizam o posicionamento de cada uma dessas teorias nas duas dimensões citadas: Máquina de Reações: a metáfora do homem como máquina de reações, própria do modelo S R, representa as teorias que destacam a primazia do indivíduo em relação ao social e, concomitantemente, sublinham o papel passivo do sujeito em suas ações sociais. 4
5 Sonambulismo Social: Essa metáfora é empregada para descrever teorias que enfatizam a natureza social do sujeito, mas que o concebe como um agente passivo na execução de suas ações sociais. Homem como Computador: Essa metáfora foi empregada para descrever orientações teóricas que destacam a atividade do sujeito enquanto autor de seu meio social, considerando esse sujeito como uma máquina, não de reações, mas de processamentos de informações. Essa orientação paradigmática é mais conhecida como o modelo O- S-O-R, característico da abordagem da cognição social. Orquestra de Jazz: Essa metáfora foi utilizada para descrever teorias que enfatizam a atividade do sujeito enquanto construtor da realidade social e, ao mesmo tempo, salientam a interdependência desse sujeito em relação aos seus laços sociais. Nessa metáfora, Vala (1996) descreve a cognição não como uma atividade individual, mas como produções sóciocognitivas dos atores sociais. Nesse sentido, a metáfora da orquestra de jazz se contrapõe às outras metáforas porque o homem não pode ser comparado a uma máquina de reações, pois é sujeito de conhecimento, nem a um computador defeituoso, pois os vieses que ele produz no processamento das informações são produtos de suas Representações Sociais (Moscovici, 1986). 5
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