THALITA MIDORI KIMURA

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1 THALITA MIDORI KIMURA ANÁLISE QUALITATIVA IN VITRO POR MEIO DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL DE UMA RESINA COMPOSTA RESTAURADORA APÓS UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES TÉCNICAS E DE MATERIAIS DE ACABAMENTO E POLIMENTO Londrina 2016

2 THALITA MIDORI KIMURA ANÁLISE QUALITATIVA IN VITRO POR MEIO DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL DE UMA RESINA COMPOSTA RESTAURADORA APÓS UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES TÉCNICAS E DE MATERIAIS DE ACABAMENTO E POLIMENTO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Odontologia da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do Título de Cirurgiã-Dentista. Orientador: Prof. Dr. Wagner José Silva Ursi Londrina 2016

3 THALITA MIDORI KIMURA ANÁLISE QUALITATIVA IN VITRO POR MEIO DE MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL DE UMA RESINA COMPOSTA RESTAURADORA APÓS UTILIZAÇÃO DE DIFERENTES TÉCNICAS E DE MATERIAIS DE ACABAMENTO E POLIMENTO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Odontologia da Universidade Estadual de Londrina, como requisito parcial à obtenção do Título de Cirurgiã-Dentista. BANCA EXAMINADORA Orientador: Prof. Dr. Wagner José Silva Ursi Universidade Estadual de Londrina - UEL Prof. Dr. Hebert Samuel Carafa Fabre Universidade Estadual de Londrina - UEL Londrina, de de

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5 AGRADECIMENTOS Gostaria de agradecer aos meus pais Jorge Yoshimi Kimura e Valdines Kimura, sem eles nada disso seria possível, todo o sacrifício em manter uma filha estudando em uma cidade distante, mantendo sempre o mesmo amor e proteção. A Deus, por sempre guiar meus passos e me abençoar sempre. Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Wagner José Silva Ursi, não somente pela constante orientação neste trabalho, mas por toda sua paciência durante toda a pesquisa. Ao Prof. Dr. Hebert Samuel Carafa Fabre, por aceitar ser parte da banca avaliadora deste trabalho de conclusão de curso que encerra este periodo importante que é a graduação. A minha eterna dupla de clínica, Maiara Sugeta, por suportar todos os ataques de pânico, tensão, angústias, mas também por me proporcionar momentos de alegria durante todo este tempo. Ao meu namorado, João Barp Neto, por ser compreensível, sempre solícito a me ouvir e dar forças em todos os momentos.

6 Foi o tempo que dedicastes à tua rosa que a fez tão importante Antoine de Saint-Exupéry

7 KIMURA, Thalita Midori.Análise qualitativa IN VITRO por meio de uma microscopia eletrônica de varredura da rugosidade superficial de uma resina composta restauradora após a utilização de diferentes técnicas e de diferentes materiais de acabamento e polimento fls. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Odontologia Universidade Estadual de Londrina, Londrina, RESUMO A busca pelo restabelecimento da função, da estética e da forma dos elementos dentários ao final de um procedimento restaurador sempre esteve presente, além disso a procura por um sorriso harmônico e natural cresceu consideravelmente. Uma restauração precisa tanto reproduzir de forma satisfatória as características ópticas e a textura do dente quanto apresentar durabilidade. Fundamentais, o acabamento e o polimento objetivam regularizar as margens e alisar as superfícies irregulares, fazendo com que a restauração esteja em perfeita continuidade com os tecidos dentários. Essa lisura superficial minimiza o acúmulo do biofilme e de outras possíveis alterações/incômodos vindos das restaurações. A fim de se obter um protocolo de acabamento e polimento para resinas compostas para a Universidade Estadual de Londrina foi realizado um estudo in vitro utilizando uma resina nanoparticulada (Filtek Z350) disponível na Clínica Odontológica Universitária. Para tanto, 70 amostras foram confeccionadas e divididas em grupos de 10 amostras, sendo, então, submetidas a procedimentos de acabamento e polimento e analisadas qualitativamente sob microscopia eletrônica de varredura. Dentro das características deste trabalho, observamos que nenhum dos procedimentos e materiais conseguiu devolver a lisura superficial derivada do uso da matriz de poliéster. O pior resultado qualitativo proveio do grupo em que as pontas abrasivas foram utilizadas isoladamente, já os melhores, vieram dos grupos onde as pontas abrasivas siliconadas e discos de acabamento foram empregados. Palavras-chave: Materiais Dentários, Polimento Dentário, Microscopia Eletrônica de Varredura.

8 KIMURA, Thalita Midori. Qualitative analysis in vitro by a scanning electron microscopy on surface roughness of a composite resin restorative after use different techniques and finishing and polishing materials fls. Completion of course work submitted to the School of Dentistry, State University of Londrina, Londrina, ABSTRACT The search for the restoration of function, aesthetics and shape of the dental elements at the end of a restorative procedure was always present, and the search for a harmonious and natural smile grew considerably. A restoration needs to both satisfactorily reproduce the optical characteristics and texture of the tooth and to provide durability. Fundamentally, the finishing and polishing aims to regularize the margins and smooth the uneven surfaces, making the restoration in perfect continuity with the dental tissues. This superficial smoothness minimizes the accumulation of the biofilm and other possible alterations / discomforts coming from the restorations. In order to obtain a finishing and polishing protocol for composite resins for the State University of Londrina, an in vitro study was carried out using a nanoparticulate resin (Filtek Z350) available at the University Dental Clinic. For this purpose, 70 samples were prepared and divided into groups of 10 samples, and then submitted to finishing and polishing procedures and analyzed qualitatively under scanning electron microscopy. Within the characteristics of this work, we observed that none of the procedures and materials were able to return the surface smoothness derived from the use of the polyester matrix. The worst qualitative result came from the group in which the abrasive tips were used alone, but the best ones came from the groups where the siliconized abrasive tips and finishing discs were used. Key words: Dental Materials. Dental Polshing. Microscopy, Electron, Scanning

9 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Quadro 2.1 Características da resina composta Quadro 2.2 Resultado do sorteio dos corpos de prova Quadro 2.3 Materiais utilizados em cada Grupo para Acabamento e Polimento...18 Figura 2.1 Tiras de lixa de poliéster utilizadas previamente à polimerização em todos os grupos Figura 2.2 Materiais utilizados no Grupo B e C Figura 2.3 Materiais utilizados no Grupo D Figura 2.4 Discos de Lixa utilizados no grupo E Figura 2.5 Materiais utilizados no Grupo F Figura 2.6 Materiais utilizados no Grupo G Figura 2.7 Pasta Diamantada utilizada nos Grupos C e E Figura 2.8 Método utilizado nos grupos B e C para uso das tiras de lixa Figura 2.9 Ponta Diamantada 2135F Figura 2.10 Broca Carbide Multilaminada 9214FF Figura 2.11 Disco de Lixa Diamond master granulação grossa Figura 2.12 Disco de Lixa Diamond master granulação média Figura 2.13 Disco de Lixa Diamond master granulação fina Figura 2.14 Disco de Feltro Diamond Master Figura 2.15 Disco de Silicone Abrasivo 8092F (KG Sorensen) Figura 2.16 Disco de Silicone Abrasivo 8092FF (KG Sorensen) Figura 2.17 Disco de Lixa Sof-Lex Pop On (3M ESPE) granulação grossa Figura 2.18 Disco de Lixa Sof-Lex Pop On (3M ESPE) granulação média Figura 2.19 Disco de Lixa Sof-Lex Pop On (3M ESPE) granulação fina Figura 2.20 Disco de Lixa Sof-Lex Pop On (3M ESPE) granulação ultrafina Figura 3.1 Aspecto da superfície dos corpos de prova utilizando apenas a matriz de poliéster sob a resina anteriormente a fotopolimerização representando o grupo A Figura 3.2 Aspecto da superfície da resina composta após acabamento com tiras de lixa Sof-Lex de granulação grossa e média ( 3M ESPE), grupo B Figura 3.3 Aspecto da superfície na qual foram empregadas as tiras de lixa para acabamento e polimento Sof-Lex (3M ESPE) em conjunto com a pasta diamantada Diamond Gloss (KG Sorensen) grupo C... 29

10 Figura 3.4 Aspecto da superfície na qual foram empregada a ponta diamantada 2135F (KG Sorensen) e a broca multilaminada 9214FF (Kavo) grupo D...30 Figura 3.5 Aspecto da superfície na qual foi empregada a ponta diamantada 2135F (KG Sorensen) e a broca multilaminada 9214FF (Kavo) e posteriormente a sequência de discos Diamond Master (FGM) grupo E Figura 3.6 Aspecto da superfície na qual foi empregada a ponta diamantada 2135F (KG Sorensen) e a broca multilaminada 9214FF (Kavo) e posteriormente os discos de silicone abrasivos (KG Sorensen) 8294F e 8294FF grupo F...31 Figura 3.7 Aspecto da superfície na qual foram empregada a ponta diamantada 2135F (KG Sorensen) e a broca multilaminada 9214FF (Kavo) e posteriormente os discos de Lixa Sof-Lex Pop On (3M/ESPE) grupo G Quadro 3.1 Protocolo de escolha de materiais de acabamento e polimento disponíveis na COU-UEL de acordo com a área...33

11 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS UEL COU MEV Universidade Estadual de Londrina Clínica Odontológica Universitária Microscopia Eletrônica de Varredura

12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO DESENVOLVIMENTO REVISÃO DE LITERATURA MATERIAIS E MÉTODOS Obtenção dos corpos de prova Acabamento e Polimento dos Corpos de Prova Obtenção de fotomicrografias por microscopia eletrônica de varredura RESULTADOS E DISCUSSÃO CONCLUSÃO REFERÊNCIAS...35

13 12 1 INTRODUÇÃO Nos dias de hoje a preocupação com a estética dentária cresceu consideravelmente, isso porque o apelo estético do sorriso, a busca por um sorriso harmônico e natural passou a ser objeto de desejo de muitas pessoas existindo portanto uma preferência por materiais restauradores estéticos que reproduzam as características ópticas dentárias, além proporcionar uma boa textura. A resina composta é um desses materiais e por possuir uma grande variedade de cores e baixo custo, quando comparado a outros materiais estéticos, se torna o material de escolha pela maioria dos dentistas nas restaurações estéticas diretas 5,19. Com o intuito de indicar este material corretamente surgiu então a necessidade de maiores pesquisas, que vem gerando mudanças na composição das resinas, principalmente quanto ao tipo, tamanho, forma e quantidade das partículas inorgânicas. Estes fatores são determinantes na rugosidade superficial das restaurações com resina composta, logo fundamentais quando objetivamos durabilidade do procedimento restaurador. 8,9 Considerando que uma superfície rugosa tem a capacidade de reduzir a durabilidade da restauração, devido a maior exposição ao acúmulo de biofilme, além de possibilitar o desenvolvimento de um processo carioso secundário, manchamento na interface dente/restauração, mudança precoce de cor, irritação tecidual gengival vinda das agressões sofridas pelo periodonto, ainda afeta o brilho e estética final resultando na necessidade de sua substituição. Podemos então afirmar que a lisura superficial influencia na durabilidade clínica. 4, 18 Uma etapa crucial no sucesso da restauração dentária com resina composta é então o momento do acabamento e polimento, essa etapa visa regularizar as margens, corrigir imperfeições, alisar superfícies irregulares, fazendo com que ao fim deste processo exista uma continuidade da restauração com o remanescente dental. 5 Uma maneira de se obter uma maior lisura superficial seria utilizando previamente a fotopolimerização uma tira de poliéster sobre a resina, no entanto, o seu uso é limitado clinicamente devido à complexidade da anatomia dental e da técnica restauradora. 10 Na literatura encontramos vários estudos sobre testes utilizando várias resinas compostas e diferentes técnicas e materiais de acabamento e polimento que apontam grandes diferenças entre os materiais e a rugosidade superficial obtida nas restaurações, ficando evidente portanto, a importância de se estabelecer um protocolo de acabamento e polimento para a Clínica Odontológica da Universidade Estadual de Londrina baseado em evidências científicas. Hoje possuímos diversos

14 13 materiais para acabamento e polimento de resina composta na lista de materiais solicitados aos alunos da graduação, entretanto, não possuímos um protocolo de quais materiais utilizar, qual sequência utilizar, sendo que os alunos acabam utilizando de forma aleatória os materiais sem embasamento científico. Sendo de grande interesse então, saber qual método confere menor rugosidade superficial nas restaurações de resina composta para estabelecê-lo como protocolo. Assim sendo, o objetivo deste trabalho foi avaliar a rugosidade superficial de restaurações de resina composta após acabamento e polimento com diferentes técnicas e materiais por meio de análise utilizando microscopia eletrônica de varredura

15 14 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 REVISÃO DE LITERATURA A odontologia estética está constantemento evoluindo, o surgimento e desenvolvimento de novos materiais exigem que o cirurgião-dentista se mantenha atualizado a fim de proporcionar o melhor atendimento possível para o paciente. Sendo de extrema importância o conhecimento de que quanto maior a rugosidade superficial da resina composta maior serão seus efeitos indesejáveis como a presença de manchamento e menor longevidade clínica. 14 A retirada dos excessos de uma restauração é conhecida pelo termo redução inicial, acabamento, quando após sua finalização obtemos partículas maiores que 25 µm e polimento, quando obtemos partículas menores que 25 µm. A lisura proporciona a visualização de uma superfície polida e advém do processo de polimento através do refinamento, lustro ou brilho. 8 As resinas compostas são classificadas de forma diferente quanto ao tipo, ao tamanho e a porcentagem de carga inorgânica incorporada à matriz orgânica. Desta forma, estes fatores podem interferir significantemente na rugosidade de superfície. 2 Na literatura estão disponíveis vários estudos comparando diferentes resinas compostas e diferentes técnicas de acabamento e polimento. TAPIA 16 et al. (2012) avaliou a rugosidade superficial de resinas nanoparticuladas e microparticuladas após polimento com tira de poliéster (grupo controle), disco de óxido de alumínio(oa), ponta diamantada CVD acoplada a ultrassom, CVD+OA, ponta diamantada de acabamento extrafino(pd), PD+OA. A partir da análise com rugosímetro observou-se que o uso de discos de óxido de alumínio e a tira de poliéster foram os métodos que obtiveram maior lisura superficial das resinas compostas. ALVES 2 et al (2013) realizaram um estudo em que cinco resinas compostas diferentes foram utilizadas (Filtek Z350, Master Fill, Vênus, Charisma e Durafill VS), confeccionando 90 corpos de prova distribuídos em 6 grupos (n:15): SP: sem polimento; TB: ponta de borracha abrasiva; DL: disco de lixa em três granulações; FP: disco de feltro com pasta diamantada; ECS: escova de carbeto de silício; PS: ponta de silicone abrasiva. Após os polimentos, foram realizadas as análises da rugosidade com auxílio de um rugosímetro e da topografia de superfície com a

16 15 microscopia de força atômica. Os valores foram tabulados e analisados estatisticamente pelos testes de Kruskal-Wallis, DUNN e ANOVA (α = 0,05). As médias variaram entre 0,01 µm (Filtek Z TB) e 0,27 µm (Charisma - ECS). Concluiu-se que para todas as resinas testadas o melhor método de polimento foi o feltro com pasta diamantada. COSTA 4 et al. (2013) avaliou o efeito do polimento com Sof-Lex (sequência laranja) comparado ao polimento com Optrapol em resinas nanoparticuladas e observou a partir da realização de análise com rugosímetro, microscópio eletrônico de varredura (MEV) e microscópio de força atômica (MFA) que o sistema de polimento Optrapol demonstrou maior rugosidade que o Sof-Lex. Da Silva 5 et al (2016) compararam quatro técnicas diferentes de polimento em resina composta. Na fase experimental, realizou-se polimentos em 60 corpos de prova de resina composta divididos em quatro grupos por técnica de polimento: discos de lixa, pontas de silicone, discos de feltro com pasta abrasiva e discos de lixa juntamente com discos de feltro. Após a avaliação dos resultados constatou-se que não houve diferença estatística entre as técnicas quanto à superioridade de uma sobre as outras. SAHBAZ 12 et al. (2016) realizaram um estudo para examinar a superfície de três diferentes tipos de resina após realização de procedimentos de acabamento e polimento. As resinas utilizadas foram: Filtek P60, Clearfil Majesty Posterior and Cavex Quadent Posterior Dense, e três diferentes materiais de acabamento e polimento: diamond finishing burs, tungsten carbide burs e Sof-Lex discos foram utilizados nesse estudo. Cada amostra possuía 5mm de diametro e 2mm de altura. O método de polimento Sof-Lex teve mais sucesso quando comparado ao método utilizando diamond e carbide burs no acabamento e polimento das restaurações. BARBOSA 3 et al. (2005) avaliaram a rugosidade superficial (Ra, μm) de 2 resinas compostas microparticuladas (Durafill; Perfection), 1 híbrida (Filtek Z250) e 2 compactáveis (Surefil; Fill Magic), antes e após a realização de 8 técnicas de acabamento e polimento. Para todas as resinas, a maior rugosidade foi produzida com o emprego das pontas diamantadas (Ra: μm). O menor valor de rugosidade foi obtido com o sistema Sof-Lex (Ra: μm). A Durafill apresentou melhor lisura que a Perfection e a Z250, que apresentaram melhor lisura que as resinas compactáveis. A sequência completa de discos Sof-Lex produziu a melhor lisura para todas as resinas. Em áreas sem acesso aos discos, as pontas de

17 16 borracha e pastas de polimento produziram lisura de superfície satisfatória para as resinas híbridas, enquanto as brocas carbide produziram polimento adequado para as resinas compactáveis. 2.2 Materiais e Métodos Neste estudo foi utilizada a resina composta Filtek Z350 (3M/ESPE), as característica desta resina fotopolimerizável seguem no Quadro 2.1 Material Tipo/cor Filtek A2 Z350 esmalte Composição Orgânica BisGMA UDMA TEGDMA BIS- EMA Carga Inorgânica Zircônia Sílica Quadro 2.1 Características da resina composta Porcentagem de Partículas Tamanho médio Fabricante 78,5% em Nanoparticulada, 3M/ESPE peso nanopartículas de sílica não aglomeradas de 20nm e nanoaglomeradas em partículas de zircônia/sílica com tamanho médio de 5-20 nm Fonte: site da empresa fabricante Obtenção dos corpos de prova Setenta corpos de prova foram confeccionados, com auxílio de uma matriz metálica bipartida, esta matriz possuía secção circular e superfícies planas, com 2mm de altura por 7mm de diâmetro. Foi posicionada uma lâmina de vidro sobre uma superfície plana juntamente com uma tira de poliéster, a cima da tira então, foi posicionada a matriz metálica. O objetivo do uso da tira de poliéster tanto na superfície superior quanto na inferior da resina é evitar a formação de uma camada de inibição do oxigênio. Após inserção na matriz metálica, os corpos de prova começaram a ser confeccionados em um único encremento, sob cada incremento novamente houve o posicionamento da tira de poliéster na superfície, posicionamento de uma nova lâmina de vidro e acima de todo o conjunto um peso de gesso foi utilizado para escoar os excessos de resina e padronizar as superfícies, isso ocorreu devido a força axial aplicando o gesso contra a lâmina de vidro superior

18 17 por 30 segundos. A resina foi fotoativada por 40 segundos com fotopolimerizador Ultra light III (Sanders Medical) com potência medida em radiômetro de 1200 mw/cm², com entrada de V e Hz Acabamento e Polimento dos Corpos de Prova Os métodos de acabamento e polimento dos corpos de prova foram previamente estabelecidos, para tanto os corpos de prova foram fixados individualmente em uma lâmina de vidro utilizando cianoacrilato e/ou cola quente. Após a fixação, as lâminas foram enumeradas de um à setenta e então, foi realizado um sorteio para formação de sete grupos chamados aqui de A à G, cada grupo foi formado por dez corpos de prova Segue o Quadro 2.2 com o resultado do sorteio e a enumeração dos grupos: Grupo A Grupo B Grupo C Grupo D Grupo E Grupo F Grupo G 56, 60, 66, 63, 55, 69, 9, 62, 57, 31 19, 29, 3, 34, 25, 47, 65, 30, 8, 4 10, 48, 64, 42, 16, 7, 44, 37, 60, 52 12, 18, 11, 21, 67, 20, 27, 36, 59, 51 61, 17, 15, 23, 46, 40, 32, 28, 53, 26 68, 43, 22, 41, 58, 38, 6, 39, 70, 13 45, 54, 24, 2, 49, 33, 1, 35, 5, 14 Quadro 2.2 Resultado do sorteio dos corpos de prova Determinou-se que cada grupo receberia um tipo de acabamento e polimento diferente através da utilização de diferentes materiais, sendo o grupo A o grupo controle. Segue o Quadro 2.3 com a divisão dos grupos e os respectivos materiais de escolha para cada tipo de acabamento e polimento.

19 18 Grupo Material Marca A CONTROLE - B TIRAS DE LIXA GROSSA/MÉDIA Sof-Lex 3M ESPE C TIRAS DE LIXA GROSSA/MÉDIA + PASTA DIAMANTADA D PONTA DIAMANTADA + BROCA CARBIDE E IDEM GRUPO D + DISCOS DE LIXA + PASTA DIAMANTADA F IDEM GRUPO D + PONTAS ABRASIVAS SILICONIZADAS G IDEM GRUPO D + DISCOS DE LIXA Sof-Lex 3M ESPE Diamond Gloss- KG Sorensen 2135F Kavo 9214 FF Kavo 2135F Kavo 9214 FF Kavo Kit Diamond Master- FGM Diamond Gloss- KG Sorensen 2135F Kavo 9214 FF Kavo Kit de acabamento e polimento viking- KG Sorensen Sof-Lex Pop On 3M ESPE Quadro 2.3 Materiais utilizados em cada Grupo para Acabamento e Polimento Figura 2.1 Tiras de lixa de poliéster utilizadas previamente à polimerização em todos os grupos

20 19 Figura 2.2 Materiais utilizados no Grupo B e C Figura 2.3 Materiais utilizados no Grupo D Figura 2.4 Discos de Lixa utilizados no grupo E Figura 2.5 Materiais utilizados no Grupo F

21 20 Figura 2.6 Materiais utilizados no grupo G Figura 2.7 Pasta Diamantada utilizada nos Grupos C e E Após a divisão dos grupos e a determinação de qual material seria aplicado em cada grupo iniciou-se o processo de acabamento e polimento dos corpos de prova, realçando que o grupo A foi mantido como controle a fim de avaliar qualitativamente a superfície dos corpos de prova desse grupo utilizando somente a tira de poliéster previamente a fotopolimerização Todos os procedimentos foram realizados por um único operador calibrado. O primeiro grupo a receber polimento foi o grupo B, em que foram utilizadas as tiras de lixa Sof-Lex para acabamento e polimento (3M ESPE) de granulação grossa, estabelecendo dez movimentos de vai e vem, trocando de tira após cada corpo de prova, seguindo com o mesmo processo para as tiras de granulação média, dez movimentos de vai e vem, trocando de lixa a cada corpo de prova. Com a finalidade de obter um acabamento uniforme em toda a extensão do corpo de prova, cada tira de lixa foi manuseada em conjunto com um cabo de espelho bucal de superficie plana.

22 21 Figura 2.8 Método utilizado nos grupos B e C para uso das tiras de lixa O segundo grupo foi o grupo C, estabeleceu-se o mesmo uso das tiras de lixa Sof-Lex para acabamento e polimento (3M ESPE) explicado no grupo B, tanto nas tiras de granulação grossa quanto na média, porém sob a superfície de cada corpo de prova a pasta diamantada Diamond Gloss (KG Soreasen) foi aplicada antes de iniciar os movimentos de vai e vem, e após o uso das tiras de lixas de granulação grossa, lavou-se e secou-se a superfície para então aplicar novamente a pasta diamantada e finalizar realizando o procedimento com a tira de lixa de granulação média. O grupo D recebeu acabamento vindo do uso da ponta diamantada 2135 F (KG Sansorean), estaleceu-se a execução de cinco movimentos da esquerda para a direita e lavagem e secagem dos corpos, posteriormente a broca carbide multilaminada 9214 FF (Kavo) foi empregada, cinco movimentos da esquerda para a direita também foram realizados e lavagem e secagem dos corpos. Os procedimentos realizados no grupo D também foram realizados nos grupos E, F, G, previamente a utilização de outros materiais de acabamento e polimento.

23 22 Figura 2.9 Ponta Diamantada 2135F sendo empregada Figura 2.10 Broca Carbide Multilaminada 9214FF sendo empregada Os corpos de prova do grupo E receberam acabamento já explicado no grupo D vindo da ponta diamantada 2135 F (KG Soreasen) e broca carbide multilaminada 9214 FF (Kavo), juntamente com o uso dos discos de lixa Diamond Master (FGM), os quatro discos foram utilizados em cada corpo baseado em sua granulação, da maior para a menor, cinco movimentos da esquerda para à direita. O ultimo disco, com feltro, foi empregado em conjunto com a pasta diamantada Diamond Gloss ( KG Soreasen), realizando os mesmos cinco movimentos e subsequentemente lavagem e secagem, para finalizar o polimento deste grupo. Salientando que cada disco foi substituido a cada cinco corpos de prova.

24 23 Figura 2.11 Disco de Lixa Diamond master granulação grossa Figura 2.12 Disco de lixa Diamond Master granulação média Figura 2.13 Disco de Lixa Diamond Master de granulação fina

25 24 Figura 2.14 Disco de Feltro Diamond Master No grupo F após realizado o mesmo acabamento do grupo D os corpos de prova receberam sobre a sua superficie os discos de silicone abrasivos 8092F ( KG Sorensen), cinco movimentos da esquerda para a direita, e 8092FF ( KG Sorensen), cinco movimentos da esquerda para a direita. Os dois tipos de discos foram substituídos a cada cinco corpos de prova. Figura 2.15 Disco de Silicone Abrasivo 8092F (KG Sorensen)

26 25 Figura 2.16 Disco de Silicone Abrasivo 8092FF (KG Sorensen) O grupo G assim como os últimos dois grupos recebeu o mesmo acabamento proveniente do grupo D, posteriormente os discos de lixa Sof-Lex Pop On ( 3M ESPE) foram empregados da maior granulação para a menor. Cada disco foi aplicado em cinco movimentos da esquerda para a direita, sendo substituídos a cada cinco corpos de prova em cada etapa. Figura 2.17 Disco de Lixa Sof-Lex Pop On (3M ESPE) granulação grossa Figura 2.18 Disco de lixa Sof-Lex Pop On (3M ESPE) granulação média

27 26 Figura 2.19 Disco de Lixa Sof-Lex Pop On (3M ESPE) granulação fina Figura 2.20 Disco de Lixa Sof-Lex Pop On (3M ESPE) granulação ultra-fina Após a confecção dos corpos de prova e realização das etapas de acabamento e polimento, um novo sorteio foi realizado para escolha de um corpo de prova de cada grupo ser analisado utilizando a microscopia eletrônica de varredura Obtenção de Fotomicrografias por microscopia eletrônica de varredura As amostras selecionadas receberam uma cobertura de ouro na superfície tornando-a condutiva, este procedimento é necessário para que se obtenha imagens em alta resolução. O equipamento utilizado no recobrimento foi um metalizador modelo SCD 050, fabricante: BAL-TEC. A camada de ouro sobre as amostras foi de aproximadamente

28 27 20 nm. E assim obtivemos sete micrografias que foram registradas num aumento de 200x. Para a obtenção das imagens utilizamos um Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) modelo "Quanta 200", fabricante Philips-FEI. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A dificuldade em se obter restaurações bem contornadas nos leva à necessidade de realizar procedimentos de acabamento e polimento das restaurações estéticas. 6 Visualizando as micrografias obtidas nos corpos de prova selecionados de cada grupo conseguimos comparar o resultado final do acabamento e polimento entre as lâminas. As resinas compostas denominadas nanoparticuladas apresentam tamanho médio de carga à escala nanométrica, o que confere alta lisura de superfície, e percentual de carga próximo a 60%, o que promove alta resistência ao desgaste torres. Este tipo de resina possui um bom polimento, comparável com as resinas compostas microparticuladas, e superior aos das resinas compostas microhibridas, sendo que sua superfície é mais regular. 14 No grupo A, controle, ilustrado pela figura 3.1 nota-se a presença de uma superfície lisa e regular na maioria da área, essa quebra de continuidade proveio de algum resíduo sob o corpo de prova que pode ser descartado. Esta micrografia nos proporciona uma ideia da superfície de todos os corpos de prova após sua confecção utilizando apenas a matriz de poliéster na superfície. Idealmente, as restaurações não deveriam sofrer os procedimentos de acabamento e polimento e sim, deveriam ser deixadas como se apresentam após a remoção da tira matriz, mas isso nem sempre é possível em razão de excessos do material restaurador, além da anatomia dental que não permite o uso da tira de poliéster em todas as faces dentais. Segundo alguns autores, embora a superfície deixada pela tira matriz seja a mais lisa, é também a mais rica em matriz orgânica, podendo ser desgastada e manchada mais rapidamente. 6,19

29 28 Figura 3.1 Aspecto da superfície dos corpos de prova utilizando apenas a matriz de poliéster sob a resina anteriormente a fotopolimerização representando o grupo A A fabricante 3M/ESPE indica as tiras de lixa de granulação grossa e média para acabamento nas superfícies proximais dos dentes restaurados com resina composta e ionômero de vidro, para tanto, essas tiras possuem um centro neutro para facilitar a introdução das tiras nas regiões interproximais. Os grupos B, ilustrado pela figura 3.2 e C, ilustrado pela figura 3.3 em que as tiras de lixa sem e com pasta diamantada respectivamente foram utilizadas, podemos observar que o grupo B assim como o grupo C mostraram uma superfície uniforme, porém o grupo B apresentou uma superfície mais rugosa visto que, mostrou ranhuras com maior profundidade e desnivelamento. O grupo C apresentou uma superfície com as ranhuras em menor profundidade, sugerindo que a combinação de uso da pasta diamantada + tiras de lixa proporciona uma maior lisura superficial do que o uso das tiras isoladamente.

30 29 Figura 3.2 Aspecto da superfície da resina composta após acabamento com tiras de lixa Sof-Lex de granulação grossa e média, grupo B ( 3M ESPE) Figura 3.3 Aspecto da superfície na qual foram empregadas as tiras de lixa para acabamento e polimento Sof-Lex (3M ESPE) em conjunto com a pasta diamantada Diamond Gloss (KG Sorensen), grupo C

31 30 O grupo D, ilustrado pela figura 3.4 em que foram utilizadas a ponta diamantada 2135F (KG Sorensen) e a broca multilaminada 9214FF (Kavo) observamos marcas mais espaçadas e profundas, o que resultaria em uma superfície com maior rugosidade. Pressupõe-se que nos grupos E, F e G anteriormente à adição de outros métodos e materiais de acabamento e polimento, estes, se encontravam de maneira semelhante a esta. O uso das brocas é muito comum na prática clínica da COU-UEL, as brocas permitem a regularização das superfícies, remoção de excessos, melhora na estética das restaurações, e devido a falta de experiência, de manejo, esses ajustes são rotineiros. Sabendo disso, optouse por avaliar qualitativamente a superfície da resina após a complementação do acabamento e polimento utilizando outros materiais. Figura 3.4 Aspecto da superfície na qual foram empregada a ponta diamantada 2135F (KG Sorensen) e a broca multilaminada 9214FF (Kavo), grupo D

32 31 Figura 3.5 Aspecto da superfície na qual foi empregada a ponta diamantada 2135F (KG Sorensen) e a broca multilaminada 9214FF (Kavo) e posteriormente a sequência de discos Diamond Master (FGM), grupo E Figura 3.6 Aspecto da superfície na qual foi empregada a ponta diamantada 2135F (KG Sorensen) e a broca multilaminada 9214FF (Kavo) e posteriormente os discos de silicone abrasivos (KG Sorensen) 8294F e 8294FF, grupo F

33 32 Figura 3.7 Aspecto da superfície na qual foram empregada a ponta diamantada 2135F (KG Sorensen) e a broca multilaminada 9214FF (Kavo) e posteriormente os discos de Lixa Sof-Lex Pop On (3M/ESPE), grupo G Ao avaliar os grupos E ilustrado pela figura 3.5, F ilustrado pela figura 3.6 e G ilustrado pela figura 3.7 podemos notar que tanto o grupo F quanto o G obtiveram uma boa lisura superficial, partindo do princípio que estes possuíam as mesmas ranhuras encontradas no grupo D. A sequência de discos Diamond Master apresentou maior lisura quando comparada ao uso isolado das brocas, porém seu resultado foi inferior ao uso dos discos de silicone abrasivos (KG Sorensen) e dos discos de lixa Sof-Lex Pop On (3M/ESPE), talvez porque os discos Sof-Lex Pop On (3M/ESPE) promovam com maior eficiência o desgaste do topo das partículas irregulares expostas durante o procedimento de polimento, resultando em uma superfície mais regular. Porém, os discos de lixa Sof-Lex Pop On (3M/ESPE) não está relacionado na lista de materiais dos alunos de graduação sendo utilizado neste estudo com a finalidade de comparação com os materiais solicitados. Segue o Quadro 3.1 com um protocolo básico de material de escolha para acabamento e

34 33 polimento de acordo com a área envolvida durante o processo, isto claro, de acordo com os materiais requeridos aos alunos desde o primeiro ano da graduação. Enfatizando que este protocolo foi baseado na análise qualitativa obtida através da microscopia eletrônica de varredura. Tipo da Restauração Restaurações em superfície oclusal de molares e pré-molares Restaurações em área interproximal (com a presença de um dente adjacente) Restaurações em área interproximal (sem a presença de um dente adjacente) Restaurações em superfícies lisas (vestibular e lingual de todos os dentes) Material de escolha Pontas diamantadas para acabamento de granulação fina + brocas multilaminadas para acabamento + discos de silicone abrasivos (KG Sorensen) Tiras de lixa de granulação grossa/média (3M/ESPE) + pasta diamantada (KG Sorensen) Pontas diamantadas para acabamento de granulação fina + brocas multilaminadas para acabamento + tiras de lixa de granulação grossa/média (3M/ESPE) + pasta diamantada (KG Sorensen) Pontas diamantadas para acabamento de granulação fina + brocas multilaminadas para acabamento + discos de silicone abrasivos (KG Sorensen) ou kit de discos de lixa Diamond Master (FGM) + pasta diamantada Quadro 3.1 Protocolo de escolha de materiais de acabamento e polimento disponíveis na COU-UEL de acordo com a área

35 34 4 CONCLUSÃO Ao avaliar qualitativamente os corpos de prova ficou evidente que nenhum dos materiais conseguiu devolver a lisura superficial obtida com o uso da matriz de poliéster, o pior resultado foi proveniente do grupo em que as pontas abrasivas foram utilizadas isoladamente, já os melhoros resultados foram encontrados nos grupos em que foi empregado os Discos de Lixa Sof-Lex Pop On (3M/ ESPE) e as borrachas abrasivas para acabamento( KG Sorensen). No entanto, devido a pequena amostragem avaliada através da microscopia eletrônica de varredura torna-se necessário a realização de maiores estudos sobre o tema.

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