PROPOSTA N.º 32 / 2018

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1 PROPOSTA N.º 32 / 2018 ASSUNTO: Aprovar a atribuição de apoio financeiro e não financeiro ao Boa-Hora Futebol Clube, no âmbito do evento Centenário do Boa-Hora Futebol Clube, bem como aprovar a respetiva minuta de Contrato-Programa de Desenvolvimento Desportivo. Pelouro: Desporto - Vereador Duarte Cordeiro Serviços: Departamento Atividade Física e do Desporto (DAFD) Considerando que: 1. O Município de Lisboa tem adotado uma política de apoio a clubes e coletividades da cidade de Lisboa, bem como a outras entidades sem fins lucrativos que atuem na área desportiva, com vista à sua capacitação e organização, de forma a proporcionar-lhes meios adicionais para suportar os encargos decorrentes do desenvolvimento da prática desportiva; 2. O Boa-Hora Futebol Clube, com sede na Rua Aliança Operária, n.º 41 C, em Lisboa, portadora do cartão de pessoa coletiva n.º , identificada na Base de Dados para Atribuição de Apoios do Município de Lisboa, sob o registo BDAA n.º (entidade validada), é uma associação de direito privado, sem fins lucrativos, que muito tem contribuído para o desenvolvimento e incremento da prática desportiva no concelho de Lisboa; 3. O Boa-Hora Futebol Clube solicitou apoio financeiro e não financeiro à Câmara Municipal de Lisboa com vista à organização, no ano de 2018, do evento «Centenário do Boa-Hora Futebol Clube»; 4. De acordo com o registo histórico oficial do Clube: A História do Clube remonta a 1913 quando um grupo de rapazes adeptos do Futebol, que se juntavam nas imediações da Boa-Hora, na Freguesia da Ajuda, idealizavam formar uma equipa de Futebol que, mais tarde, levasse à criação de um Clube desportivo no próprio bairro. Como se tratava de rapazes muito jovens, na maioria com idade para prestar o serviço militar, foram, entretanto, incorporados e pouco tempo depois integrados num contingente de tropas para combater na Primeira Grande Guerra. Por esse motivo, só em 13 de julho de 1918, após o seu regresso e reencontro, se formalizou a tão ambicionada ideia do nascimento desse Clube, ao qual foi dado o nome de BOA-HORA FOOT BALL CLUB ;. 5. Em 1920, o Boa-Hora Futebol Clube teve a sua primeira sede social na Travessa do Machado, no Bairro da Ajuda e as reuniões, efectuadas à noite, eram iluminadas a candeeiro a petróleo. Nesse mesmo ano passou para o Largo da Boa-Hora. A quota mensal, nessa altura, era de 60 reis, a qual ajudava a manter as despesas do Clube. Em março de 1925, o Boa-Hora Futebol Clube mudou a sua Sede para a Rua do Calhariz; seguindo-se nova mudança, em abril de 1935, para a Rua 1

2 Aliança Operária e, ainda, em agosto de 1951, para a Rua D. Vasco. Em 1967, fixou a sua Sede social na Calçada da Boa-Hora. Estas mudanças eram motivadas pelo anseio, das Direcções de então, de melhorar as condições de reunião dos associados; 6. Em maio de 1970, foi construído um Ginásio nas lojas situadas no edifício da Sede, tendo sido inaugurado em 9 de setembro de 1970 pelo Governador Civil de Lisboa. Por volta dos anos 40, a Câmara Municipal de Lisboa cedeu, a título precário, o terreno onde hoje está implantado o Parque Desportivo. Nessa altura foi construído um campo de Basquetebol. 7. Em 1949, junto desse campo, foi montado um Palco de grandes dimensões, com a finalidade de se realizarem várias manifestações culturais, tais como: espetáculos de teatro, variedades e outros. Assim, com a construção daquele palco, surgiu a ideia da vinda ao nosso Clube das Marchas Populares de Lisboa, e, nos terrenos anexos, funcionou uma pequena feira Popular (mais conhecida pela verbena do Boa-Hora Futebol Clube), onde havia circo, carroceis e barracas de diversões; 8. Depois deste arranque, começaram a surgir pequenos espetáculos de fados e variedades, o que tornou esta verbena um ponto de encontro da população e, talvez, nessa época «A maior sala de espetáculos de Lisboa», a qual se enchia completamente, muito especialmente, quando por ali passaram nomes como: Amália Rodrigues, Hermínia Silva, Max, Francisco José, Alberto Ribeiro, Humberto Madeira, Maria da Graça, Toni de Matos, Fernando Maurício, Alfredo Marceneiro e tantos outros nomes do fado e da canção, assim como várias orquestras, com destaque para uma orquestra feminina inglesa; 9. Com a construção do Campo de Basquetebol, o Boa-Hora desenvolveu a sua atividade desportiva nesta modalidade, na qual atingiu um nível de grande projecção, conquistando alguns títulos em várias categorias e classificadas como das melhores equipas que disputavam os respectivos campeonatos, chegando mesmo à Divisão de «Honra», onde permaneceu durante uns anos. Por esse facto, foi-lhe dada a honra de representar a nossa Cidade, jogando com uma equipa da então cidade de Lourenço Marques, que se deslocou a Lisboa, a convite dos Organismos Oficiais. 10. Mas foi na modalidade «Andebol» que o Boa-Hora Futebol Clube conta, no seu historial, com mais títulos regionais e nacionais, além de vários troféus conquistados no País e no Estrangeiro Espanha, França, Bélgica e Inglaterra tendo sempre dignificado o desporto Nacional. A categoria de «Seniores» participou, durante vários anos, no Campeonato Nacional da 1.ª Divisão, onde tiveram atuação de realce vários Atletas. Por esse facto, foram chamados a integrarem selecções nacionais: Artur Ferreira, Frederico Adão, João Romana, Raúl Lopes, Tobel e João Branco Lopes. Presentemente mantém em ctividade equipas de vários escalões etários e disputa o Campeonato Nacional da 2.ª Divisão, na categoria de «Seniores»; 2

3 11. O incremento das atividades do Clube, durante muitos anos, contou com o dinamismo do saudoso Presidente, Francisco Mateus. O Boa-Hora Futebol Clube ficou a dever-lhe uma acção meritória e eficaz que muito o engrandeceu. O seu nome ficou a perpetuar a sua memória no nosso Parque Desportivo. Também não se poderá deixar de recordar os nomes de José Matosa, Luís Tavares e António Pires que, com a sua dedicação, acompanharam toda a acção do Clube. 12. Em 11 de junho de 1985, a Câmara Municipal de Lisboa, aprovou por unanimidade, a cedência dos terrenos onde se encontra instalado o nosso Parque Desportivo. Em 3 de junho de 1992, foi celebrada a escritura de cedência definitiva dos referidos terrenos. A cerimónia da primeira fase de construção do Parque Desportivo, teve lugar em 4 de novembro de 1962 e estiveram presentes várias autoridades desportivas. A inauguração desta obra ocorreu em 17 de novembro de As instalações desportivas foram ampliadas com a remodelação do Campo Polidesportivo e respetiva iluminação. Estes melhoramentos foram inaugurados em 24 de setembro de 1988, data em que também se realizou a cerimónia do lançamento da primeira pedra da Piscina, a qual foi inaugurada em 24 de junho de 1989 pelo Vereador do Pelouro de Desporto da Câmara Municipal de Lisboa; 13. As instalações atuais integram de um Campo de Futebol, um Polidesportivo, campos de ténis. Todos estes espaços estão devidamente apoiados por cabines, posto médico, bar e serviços administrativos. O Boa-Hora Futebol Clube, foi considerado Instituição de Utilidade Pública pelo Decreto-Lei 460/77. Foi também agraciado com a Medalha de Mérito Desportivo pelo Despacho 32/ME/93, publicado no Diário da República de 6 de Abril de Série; 14. Atualmente o Clube dedica-se à prática das seguintes modalidades: Andebol, Futebol, Ténis, Ténis de Mesa, Artes Marciais e Ballet, além de outras actividades não federadas, sempre dirigidas aos escalões de formação» 15. O apoio à organização deste evento assume, no presente ano, uma importância acrescida e relevante dado que Lisboa venceu a candidatura a «Capital Europeia do Desporto 2021». Este galardão, atribuído pela ACES Europe - Associação das Capitais e Cidades Europeias do Desporto, tem como objetivo essencial a dinamização do Princípio do Desporto para Todos, que se encontra plasmado na Constituição da República Portuguesa (CRP), com vista ao alargamento e incremento da prática da atividade física e, consequentemente, à melhoria dos níveis de saúde e qualidade de vida das populações; 16. Efetivamente, o importante, por ora, não é apenas e unicamente o foco no ano de 2021 mas, sobretudo e essencialmente, a caminhada que até lá se terá de fazer. O que interessa, pois, é o caminho, o «Road to 2021»; 17. Constitui objetivo da autarquia, durante este período, duplicar o número de pessoas que realizam uma prática desportiva regular, seja de iniciação, de formação ou de manutenção. Este objetivo só pode ser alcançado com o empenho, dedicação e compromisso responsável e direto das Juntas de Freguesia, 3

4 das associações desportivas, dos clubes, dos seus dirigentes, associados, técnicos e famílias. E é este o repto que o Município lança a todos os agentes e atores desportivos; 18. Os serviços do Departamento da Atividade Física e do Desporto procederam à verificação do cumprimento das formalidades previstas na lei e regulamentos aplicáveis e à análise da documentação constante da instrução do procedimento das quais se destacam, em particular: a) A apreciação e análise do pedido de apoio de acordo com os critérios de seleção definidos no n.º 4 do artigo 9.º do RAAML; b) Elaboração do parecer fundamentado dos serviços e sua submissão à competente decisão superior; c) Encontra-se dispensada a prévia consulta à Junta de Freguesia, de acordo com a exceção propugnada no n.º 2 do artigo 10.º do RAAML, dado que os eventos e iniciativas dizem respeito a toda a população de Lisboa e não se encontram limitados a uma zona geográfica da cidade; 19. Em face da análise dos serviços, o valor do apoio financeiro a atribuir no ano de 2018, ao Boa-Hora Futebol Clube para organização e realização do evento denominado «Centenário do Boa-Hora Futebol Clube» é de ,00 (vinte e quatro mil euros). O apoio não financeiro a atribuir ascende a 5.000,00 (cinco mil euros); 20. Nos termos das alíneas o) e u), do n.º 1, do artigo 33.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, epigrafado «Competências materiais», compete ao órgão executivo: «Deliberar sobre as formas do apoio a entidades e organismos legalmente existentes, nomeadamente com vista à prossecução de obras ou à realização de eventos de interesse para o município, bem como à informação e defesa dos direitos dos cidadãos», bem como «Apoiar atividades de natureza social, cultural educativa e desportiva, recreativa ou outra de interesse para o município, incluindo aquelas que contribuam para a promoção da saúde e prevenção de doenças»; Assim, nos termos disposto nas alíneas o), e u) do n.º 1, do artigo 33.º da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, tenho a honra de propor que a Câmara Municipal de Lisboa delibere aprovar: 1. A atribuição ao Boa-Hora Futebol Clube, no ano de 2018, de: a) Apoio financeiro, e respetiva transferência de verba no montante global de ,00 (vinte e quatro mil euros). Esta verba tem enquadramento no Orçamento de 2018, na Rubrica Económica (transferências de capital instituições sem fins lucrativos), no Plano de Atividades B3.P da orgânica L21.02 com o cabimento n.º (em anexo); b) Apoio não financeiro até ao montante de 5.000,00 (cinco mil euros), que se concretiza na cedência de equipamentos e materiais logísticos, inserção de publicidade, isenção e descontos das taxas e preços aplicáveis, nos termos do disposto no n.º 5 do artigo 9.º e n.º 2 do artigo 4

5 12.º do Regulamento Geral de Taxas, Preços e Outras Receitas do Município de Lisboa (RGTPORML); 2. A minuta de Contrato-Programa de Desenvolvimento Desportivo relativa ao apoio financeiro e não financeiro a atribuir ao Boa-Hora Futebol Clube que faz parte integrante da presente proposta. Lisboa, 26 de janeiro de O Vereador Duarte Cordeiro 5