APLICAÇÃO DO PONTO 10.1 DO PROCEDIMENTO N.º 12 DO MANUAL DE PROCEDIMENTOS DA GESTÃO GLOBAL DO SISTEMA DO SETOR ELÉTRICO (MPGGS) NOTA INTERPRETATIVA
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1 APLICAÇÃO DO PONTO 10.1 DO PROCEDIMENTO N.º 12 DO MANUAL DE PROCEDIMENTOS DA GESTÃO GLOBAL DO SISTEMA DO SETOR ELÉTRICO (MPGGS) NOTA INTERPRETATIVA Fevereiro 2017 ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS
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3 ÍNDICE 1 ENQUADRAMENTO PROCESSO DE APURAMENTO DA CURVA TRIMESTRAL DE PREÇOS HORÁRIOS AJUSTADOS Condições para o ajustamento de preços Apuramento do preço verificado em Espanha Tratamento das horas de cada trimestre Algoritmo simplificado de aplicação da metodologia... 5
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5 1 ENQUADRAMENTO O Despacho n.º 4694/2014, de 1 de abril, do Secretário de Estado da Energia, veio estabelecer as regras para a definição do preço da banda de regulação secundária, tendo como objetivo estabelecer condições de participação concorrencial e eficiente por parte dos centros eletroprodutores na prestação daquele serviço. A regra geral seguida para valorização das ofertas de regulação secundária é a da indexação ao mercado equivalente em Espanha sendo que o referido Despacho estabelece que o preço de referência a partir do sistema espanhol não deve exceder em 20% o custo marginal estimado de produção de uma central de ciclo combinado a gás natural. A Diretiva n.º 3/2017, de 27 de janeiro veio consagrar no Manual de Procedimentos da Gestão Global do Sistema as regras e os critérios que estão plasmados no Despacho n.º 4694/2014 definindo que sempre que o preço médio trimestral da banda de regulação secundária auferido pelos agentes de mercado da área portuguesa do MIBEL superar o preço médio trimestral do serviço equivalente na área espanhola do MIBEL deve ser apurada uma curva trimestral de preços horários ajustados, para efeitos de liquidação aos agentes de mercado na área portuguesa, que garanta que a aplicação dos preços horários ajustados em Portugal não supere o preço equivalente trimestral de Espanha. A presente nota interpretativa tem por objetivo clarificar os procedimentos a seguir para o apuramento da referida curva. 3
6 2 PROCESSO DE APURAMENTO DA CURVA TRIMESTRAL DE PREÇOS HORÁRIOS AJUSTADOS O processo de apuramento da curva trimestral de preços horários ajustados deve seguir os procedimentos descritos nos pontos seguintes. 2.1 CONDIÇÕES PARA O AJUSTAMENTO DE PREÇOS De acordo com os princípios estabelecidos na Diretiva n.º 3/2017, o apuramento da curva trimestral de preços horários ajustados deve cumprir as seguintes condições: a) Não são sujeitos a qualquer ajustamento os preços horários de períodos horários cujo preço médio trimestral de banda secundária verificado em Portugal seja inferior ao preço médio verificado em Espanha para o serviço equivalente no mesmo período. Para este efeito consideram-se os períodos horários os períodos de vazio e de fora de vazio, definindo-se como período de fora de vazio as horas de mercado compreendidas entre a H9 e a H24, inclusive, de todos os dias úteis e como período de vazio todas as restantes horas. b) Nas situações em que o preço médio trimestral de um período horário em Portugal tenha resultado superior ao preço equivalente apurado para Espanha, ainda assim não são sujeitos a qualquer ajustamento os preços horários de banda de regulação em Portugal nas horas em que o preço verificado em Portugal seja inferior ao preço verificado em Espanha para o serviço equivalente. c) Nas situações em que o preço médio trimestral de um período horário em Portugal tenha resultado superior ao preço equivalente apurado para Espanha, são sujeitos a ajustamento os preços horários de banda de regulação em Portugal nas horas em que o preço verificado em Portugal seja superior ao preço verificado em Espanha para o serviço equivalente. d) Para efeitos do ponto anterior, o preço médio trimestral da banda secundária resultante da aplicação dos preços horários de banda de regulação ajustado em Portugal não deve ser inferior ao preço médio trimestral do serviço equivalente verificado Espanha. 2.2 APURAMENTO DO PREÇO VERIFICADO EM ESPANHA É apurada uma curva trimestral com o preço da banda de regulação secundária em Espanha na qual, em nenhuma hora deve o preço exceder em 20% o custo marginal estimado de produção de uma central de ciclo combinado a gás natural. Para efeitos da presente nota interpretativa os preços obtidos após a aplicação do descrito no parágrafo anterior passam a designar-se como os preços verificados em Espanha. 4
7 A curva trimestral de preços verificados em Espanha deverá observar a mesma desagregação por período horário que a seguida para Portugal, aplicando-se, desta forma, o algoritmo de comparação das respetivas médias trimestrais. Caso o preço médio trimestral da banda de regulação secundária em Portugal seja inferior ao preço médio do serviço equivalente verificado em Espanha, a curva trimestral de preços horários de banda secundária em Portugal não é sujeita a qualquer ajustamento. Caso contrário é apurada uma curva trimestral de preços horários ajustados de acordo com os pontos seguintes. 2.3 TRATAMENTO DAS HORAS DE CADA TRIMESTRE Quando se verifique que em ambos os períodos o preço médio trimestral da banda secundária em Portugal é superior ao verificado em Espanha, proceder-se-á a um ajustamento dos preços horários de banda de regulação em Portugal que garantam que o preço global trimestral é equivalente nos dois países, aplicando-se o ajustamento apenas às horas de cada período horário em que o preço para Portugal excedeu o do serviço equivalente em Espanha (condição de mínimo). O ajustamento efetuado em cada período horário é proporcional ao seu contributo para o desvio entre médias iniciais dos preços trimestrais de Portugal e Espanha. Quando se verifique que em apenas um dos períodos o preço médio trimestral de banda secundária em Portugal é superior ao verificado em Espanha, proceder-se-á a um ajustamento dos preços horários de banda de regulação em Portugal que façam parte desse período, de modo a que a o preço global trimestral é equivalente nos dois países, aplicando-se o ajustamento apenas nas horas em que, nesse período, o preço para Portugal excedeu o do serviço equivalente em Espanha (condição de mínimo). O ajustamento, nestas situações, é apenas efetuado num período horário. 2.4 ALGORITMO SIMPLIFICADO DE APLICAÇÃO DA METODOLOGIA Na figura seguinte é apresentado o algoritmo simplificado de ajustamento da curva de preços, necessário à concretização do disposto na Diretiva n.º 3/
8 Figura 1 Algoritmo de aplicação da metodologia P1 P1.1 P2 P1 Recolha das curvas de preços verificadas (PR PT e PR ES ) P1.1 Cálculo do custo marginal médio trimestral de CCGT (CmgCCGT) P3 SIM P3.s P2 Cálculo das médias aritméticas trimestrais dos preços em PT e em ES, com a restrição que nenhuma das observações horárias em ES pode exceder 120% de CmgCCGT (PRM PT, PRM ES ) NÃO P3.n P4 P3 Valida a condição de comparação de médias trimestrais simples: PRM PT > PRM ES ) P3.n Liquida preço verificado em PT em todas as horas do trimestre (PR PT ) P5 P3.s Calcula o diferencial de médias trimestrais simples (PRM PT - PRM ES ) P4 Especializa as curvas de preços por período horário (vazio e fora de vazio) P6 P5 Calcula as médias aritméticas trimestrais por períodos horários P6 - Valida a condição de comparação de médias trimestrais por período horário no trimestre: PRM PT ph > PRM ES ph ) P7 P8 P7 Identifica as horas em que preço em PT é superior a preço ES ajustado, em todos os períodos horários P8 Ajusta curva(s) de preços do(s) período(s) horário(s) em que se verifica a condição de P6, de modo a repercutir o valor calculado em P3.s pelas horas desse(s) período(s) em que o preço em PT foi superior ao preço em ES ajustado, multiplicando por um escalar constante para todas essas horas em cada período P9 Liquida com a nova curva de preços determinada em P8 P9 No passo 8 do algoritmo atrás descrito, o ajustamento da curva de preços que resultou ser superior em Portugal ao que se verificou para o serviço equivalente em Espanha, resulta da multiplicação de cada preço nessas condições por um escalar constante para todas as horas do período horário correspondente, se abrangido, sendo esse escalar calculado nos seguintes termos: 1, se PRM PT ph PRM ES ph k PH = { 1 ( (PRM PT PRM ES). n TOT sup sup ). ( n sup ph sup ), se PRM PT ph > PRM ES ph. n ph n TOT PRM PT ph 6
9 Em que: k PH é o escalar de ajustamento dos preços horários para o período horário PH do trimestre de aplicação; PRM PT Preço médio trimestral verificado no mercado da banda de regulação em Portugal para o trimestre de aplicação; PRM ES Preço médio trimestral verificado no mercado da banda de regulação em Espanha para o trimestre de aplicação, na condição de que nenhuma das observações exceda 120% do custo marginal estimado de central CCGT; PRM PT ph Preço médio trimestral verificado no mercado da banda de regulação em Portugal para o trimestre de aplicação e para o período horário PH; PRM ES ph Preço médio trimestral verificado no mercado da banda de regulação em Espanha para o trimestre de aplicação, na condição de que nenhuma das observações exceda 120% do custo marginal estimado de central CCGT, para o período horário PH; sup PRM PT ph Preço médio trimestral verificado no mercado da banda de regulação em Portugal para o trimestre de aplicação e para o período horário PH, considerando apenas as observações em que o preço horário em Portugal excedeu o preço horário em Espanha; n TOT Número total de horas do trimestre de aplicação; n sup ph Número de horas para o trimestre de aplicação e para o período horário PH, em que se verificou que o preço médio horário em Portugal excedeu o preço horário em Espanha. n sup TOT Número total de horas para o trimestre de aplicação, que façam parte de um período horário PH que registou uma média trimestral superior à verificada em Espanha no mesmo período e em que se verificou que o preço horário em Portugal excedeu o preço horário em Espanha. 7
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