ACAROLOGIA 15/04/2015 HISTÓRIA DA ACAROLOGIA - COMO É VISTA A ACAROLOGIA HOJE??? - Acarologia ainda associada a Entomologia
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- Simone Freire Mota
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1 ACAROLOGIA HISTÓRIA DA ACAROLOGIA - Aristóteles em História Animaliumdescreve favos de abelhas colonizados por ácaros; - Primeiro relato -Papyrus de Ebers = relato de febre por carrapatos; 343 a.c primeira referência do termo ácaro Akari sem cabeça (tratado de medicina escrito no antigo Egito) - Em 1758 são incluídos na classificação natural por Lineu, sendo Acarussirocomo espécie tipo; - Homero 850 a.c. menciona carrapatos em Argas (cão de Ulisses); no poema épico A odisséiade Homero - Acarologia como ciência data do final do século XIX e início do século XX, na Europa e EUA (destaque para autores como Nalepa, Berlese, Banks entre outros...); - Publicações: -1970: Manual of Acarology (Krantz) guia para principais famílias importante também na atualidade; - COMO É VISTA A ACAROLOGIA HOJE??? - Acarologia ainda associada a Entomologia NO BRASIL - Destaque para Flechtmann Elementos de acarologia (1975) Manual de Acarologia (2008) Ácaros de importância agrícola (1979); - poucos laboratórios exclusivos, poucos profissionais à nível mundial e nacional. - Cenário atual: IV SIBAC/2013 presença de aproximadamente 350 pessoas. 1
2 ACAROLOGIA COMO COLETAR, EXTRAIR E MONTAR?? 2
3 Ácaros 2 Superordens Ordens * Ordem Mesostigmata (principais ácaros predadores) * Ordem Astigmata(principais ácaros de produtos armazenados, alguns ácaros predadores) * Ordem Prostigmata (ácaros praga) * Ordem Oribatida(ácaros de solo) MORFOLOGIA FISIOLOGIA GERAL ÓRGÃOS SENSORIAIS E SISTEMA NERVOSO SETAS - Setas sensoriais mecanorreceptoras - Setas quimiorreceptoras (tarsos e palpos) = gosto e olfato FISIOLOGIA GERAL ÓRGÃOS SENSORIAIS E SISTEMA NERVOSO - Estruturas fotossensitivas - ocelos - Sensores de pressão lirifissuras 3
4 FISIOLOGIA GERAL FISIOLOGIA GERAL ÓRGÃOS SENSORIAIS E SISTEMA NERVOSO -Sistema nervoso composto de massa nervosa central nervos para várias partes do corpo SISTEMA DIGESTÓRIO - Abertura oral : glândulas especializadas produção de saliva; - Intestino anterior: - Faringe mucosa: bomba de sucção do alimento; - Esôfago: circundado pelo cérebro; - Intestino médio: - epitélio digestivo muito desenvolvido; variável número de cecos gástricos; - Curta ligação entre intestino médio e posterior, com ou sem túbulos de Malpighi; - Intestino posterior: - Cavidade ou bolsa retal ânus. FISIOLOGIA GERAL SISTEMA CIRCULATÓRIO - Lacunar - Sangue (hemolinfa) incolor = transporte de nutrientes, transporte de hormônios, produtos de excreção, suporte de órgãos, equilíbrio da pressão hidrostática. FISIOLOGIA GERAL SISTEMA RESPIRATÓRIO E ESTIGMAS Grande importância taxonômica (estigmas: presença ausência, e posição relativa) - Astigmata desprovidos de estigmas = trocas gasosas pela cutícula; - Mesostigmata Estigmas localizados entre o segundo e terceiro par de pernas. Associados com estrutura tubular chamada peritrema; - Prostigmata Estigmas localizados na parte anterior do idiossoma, nem sempre visíveis. 4
5 FISIOLOGIA GERAL GLANDULAR - Glândulas salivares alimentação; moduladores do fluxo sanguíneo, anticoagulante; - Também podem atuar na excreção, na osmose e acasalamento; - Glândulas sericígenas (Tetranychidae) = teia FISIOLOGIA GERAL FISIOLOGIA GERAL EXCREÇÃO - Restos nitrogenados do metabolismo celular principalmente por guanina; - Através de Túbulos de Malpighi (endodérmico) - Produtos eliminados pela fezes REPRODUÇÃO - Dióicos dimorfismo sexual evidenciado na maioria dos grupos; - Fertilização interna modo de transferência dos espermatóforos variável; - Alguns exclusivamente paternogênicos. Fêmeas Macho 5
6 BIOLOGIA GERAL REPRODUÇÃO/DESENVOLVIMENTO - Fertilização da fêmea (direta ou indireta) = descendências machos e fêmeas; - Maioria ovípara. Pode ocorrer ovoviviparidade, larviparidade, aparidade. - Ovos isolados ácaros plantícolas e de produtos armazenados; - Podem passar por até 6 estágios pós-embrionários: pré-larva larva protoninfa deutoninfa tritoninfa adulto. - Protoninfa = livre, ativa, alimenta-se ou não, apresenta 3 pares de pernas; - Detoninfa = características gerais dos adultos, exceto sexuais. - Ciclo: Ovo Adulto (tempo variável em função da espécie, temperatura, luz, alimento, etc.). =~ 1 semana BIOLOGIA GERAL BIOLOGIA GERAL EFEITO DE FATORES ABIÓTICOS ALIMENTAÇÃO - Amplitude de hábitos com modificações morfológicas e adaptações fisiológicas (relação direta); - Habilidade para ingestão de líquidos e particulados vegetais (fitófagos); - Podem alimentar-se também de polén, fungos, algas, além de grupos parasitas e grupos predadores; Fatores diretos - Temperatura = fator limitante ao desenvolvimento; - Umidade = intensidade de troca de vapor d água entre o corpo do ácaro e atmosfera. - Luz = fator mais significativo em regiões temperadas (determinação da entrada de repouso fisiológico = diapausa); Fatores indiretos - Influência sobre as plantas, outros hospedeiros ou presas. 6
7 BIOLOGIA GERAL BIOLOGIA GERAL DISPERSÃO - Transporte de plantas hospedeiras; ESPECIFICIDADE/ NUTRIÇÃO ÁCAROS FITÓFAGOS - Variação apenas um espécie vegetal, ou muitas espécies vegetais aceitas como hospedeiro. (Características físicas e químicas do vegetal) - Ação do vento longas distâncias; - Caminhamento distâncias curtas; - Forese. - Qualidade nutricional e teor de água = correlação com desenvolvimento de ácaros; FAMÍLIAS DE IMPORTÂNCIA AGRÍCOLA - FITÓFAGOS FITÓFAGOS - Ácaros de teia ou spidermites ; - Estritamente fitófagos; TETRANYCHIDAE - Maioria das espécies atacam grande número de hospedeiros; - Pode ocorrer diapausaem fêmeas de alguns gêneros em regiões temperadas = fêmeas laranjas; - Preferência por folhas já formadas; - Pontuações translúcidas nas folhas = rompimento de células TETRANYCHIDAE Principais características Dimorfismo sexual 7
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9 FITÓFAGOS ERIOPHYIDAE - Considerados microácaros; - Estritamente fitófagos; - Apresentam apenas dois pares de pernas; - Vivem confinados em bainhas, gemas, brotos, eríneos, galhas; - Pode ocorrer diapausa = fêmeas adultas diferentes dos machos = deutogine; - Podem causar deformações, enrolamento, galhas, eríneos; - Importantes transmissores de viroses. ERIOPHYIDAE Principais caraterísticas morfológicas 9
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11 FITÓFAGOS TARSONEMIDAE TARSONEMIDAE Principais características morfológicas - Hábitos alimentares variados; - Espécies de importância são polífagas; - Machos transportam as pupas das fêmeas; - Danos mais significativos na região de crescimento; - Primeiros sintomas: descoloração/bronzeamento = células em colapso; folhas e ramos deformados. 11
12 FITÓFAGOS TENUIPALPIDAE - Conhecidos como ácaros planos; - Estritamente fitófagos; - Importantes vetores de vírus; - Podem ocasionar morte e queda prematura das folhas 12
13 15/04/2015 CONTROLE BIOLÓGICO COM ÁCAROS PREDADORES Diferenças de aparelho bucal fitófago predador Métodos de avaliação - Resposta funcional - Capacidade de consumo diário máximo - Taxa de ataque - Tempo de procura - Interferências no processo biológico 13
14 15/04/2015 DIVERSIDADE DIVERSIDADE Em levantamento realizado por Mineiro & Raga (2003), na região produtora de Lichia no interior de São Paulo foi registrada a ocorrência de 7 famílias de ácaros predadores Phytoseiidae, Stigmaeidae, Bdellidae, Eupalopsellidae, Anystidae, Tuckerellidae, e Tydeidae. A família Phytoseiidae apresentou a maior diversidade, com cinco espécies: Amblyseius herbicolus (Chant), Euseius citrifolius (Denmark & Muma), Euseius concordis (Chant), Iphiseiodes zuluagai (Denmark & Muma) e Phytoseiulus macropilis (Banks). Foram registradas duas espécies de Stigmaeidae, Agistemus sp. e Zetzellia sp. Em morangueiro na Fazenda Canguiri - Pinhais/PR, por Carvalho, 2013/2014 (sem publicação) Registro de Phytoseiidae; Cunaxidae; Erithraeidae; Tydeidae; Acaridae; Laelapidae; Ascidae. Phytoseiidae aproximadamente 6 gêneros PREDADORES FAMÍLIA PHYTOSEIIDAE PHYTOSEIIDAE - Movimentos rápidos; - Hábitos principalmente predatórios; - Divididos por grupos, segundo hábito alimentar: - Grupo I (gênero Phytoseiulus) = predação do gênero Tetranychus; - Grupo II (gêneros Galendromus, Neoseiulus,...) = predação da família Tetranychidae; - Grupo III (gêneros Neoseiulus, Amblyseius,...) = generalistas por ácaros, também insetos e outros alimentos; - Grupo IV (gênero Euseius) = preferem polém, mas podem predar ácaros e insetos. 14
15 O controle biológico com ácaros predadores é bastante empregado na América do Norte e do Sul, na Ásia e na Europa. No Brasil, as espécies da família Phytoseiidae - Phytoseiulus macropilis(banks) e Neoseiulus californicus (McGregor) são as mais estudadas e são consideradas os inimigos naturais mais eficazes no controle biológico de ácaros-praga. Os fitoseídeos são produzidos comercialmente, o que permite sua liberação nos cultivos (SATO et al., 2002; POLETTI et al., 2006). Phytoseiulus macropilis Neoseiulus californicus - Preda exclusivamente - Prefere ácaro rajado Ácaro rajado Tetranychus -Consome outros ácaros e insetos - Presente em altas infestações - Presente mesmo sem rajado de rajado A capacidade de predação de N. californicusé de aproximadamente 15 a 20 ovos de ácaro-rajado/dia, podendo se alimentar de todos os estágios biológicos da presa. Como são generalistas, se alimentam também de outras fontes, como pólen, outros ácaros, tripes e pulgões, sobrevivendo durante dias sem a presença da presa no campo (MORAES ; FLECHTMANN, 2008). - Suscetível a agrotóxicos - Compatível com agrotóxicos - Preferencialmente inundativo -Preferencialmente inoculativo 15
16 Mais de 200 espécies de fitoseídeos registradas em citros, sendo mais de 10 espécies no Brasil (MORAES et al, 2004) Euseius concordis preda em média 351 ovos ou 302 ninfas ou 20,5 adutos de Brevipalpus phoenicis (longevidade é de 35 dias, com ovoposição de 1,6 ovo/fêmea/dia), (KOMATSU, 1988) PREDADORES STIGMAEIDAE - Segundo grupo de predadores mais frequentes; - Alimentam-se de presas alternativas quando ácaros-praga escassos; - Relatos entre a interação com Phytoseiidae: sugerem predação de ambos CONTROLE - Alteração do microclima - Aplicação de acaricidas - Eliminação de áreas infestadas 16
17 ASPECTOS NEGATIVOS DO CONTROLE QUÍMICO EFEITO DE PRODUTOS QUÍMICOS - Aumento de ácaros fitófagos - Diminuição de inimigos naturais; - Hormoligose - Resistência - Estímulo à dispersão. CONTROLE BIOLÓGICO COM FUNGOS - Beauveria bassiana; - Metarhizium anisopliae; - Hirsutella thompsonii; - Paecilomyces sp,; - Triplosporiumsp.; - Neozygites sp. Hirsutella thompsonii 2009 em Aceria litchii Microclima das galhas favorece o crescimento do fungo CONTROLE BIOLÓGICO COM INSETOS Stethorus sp. (Coleoptera: Coccinellidae) Crisopideo (adulto e larva) 17
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