BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A AGRICULTURA

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1 Depósito Legal n.º 7919/85 ISSN MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR INSTITUTO DE METEOROLOGIA BOLETIM METEOROLÓGICO PARA A AGRICULTURA Publicação Trimensal PRESIDENTE: Dr. Adérito Vicente Serrão Dia 21 de Junho de 2006 N.º 1971 O estado do tempo no Continente foi influenciado, até dia 18, por depressões ou vales depressionários e a partir de dia 19, por um anticiclone, originando céu por vezes muito nublado, aguaceiros por vezes fortes e acompanhados de trovoada e granizo. A partir de dia 19, o céu esteve em geral pouco nublado e nas regiões do litoral oeste o vento soprou moderado de noroeste. 2.ª década (11-20) de Junho de 2006 INFORMAÇÕES METEOROLÓGICAS INFLUÊNCIA DO TEMPO NAS CULTURAS De 11 a 20 de Junho, os valores da temperatura média do ar foram superiores aos valores normais (61-90) em todo o território. Variaram entre 15.3ºC nas Penhas Douradas e 22.7ºC em Beja. Os desvios, em relação aos valores normais (61-90), variam entre +1.3ºC em Lisboa e +2.2ºC no Porto. Nesta década, os valores de precipitação registados foram bastante superiores aos normais (61-90) para a época em todo o território. Tendo-se verificado o máximo, de 77.8 mm, em Vila Real. Os valores da precipitação acumulada desde 1 de Setembro de 2005 até 20 de Junho de 2006 variaram entre 467 mm em Beja e 1207 mm nas Penhas Douradas. A percentagem da quantidade de precipitação acumulada, em relação aos valores normais, variou entre 72% em Coimbra e 109% em Faro. O desenvolvimento potencial das culturas nesta década foi afectado pelos elevados valores de precipitação registados. Na região do Douro, devido à queda de granizo, muitas culturas foram prejudicadas, em especial a vinha (Estação de Avisos do Douro, Circular N.º 7). Os valores de insolação foram superiores aos normais (61-90) para a época em todo o território. Variaram entre 59 horas em Monte Real e 97 horas em Faro. Nesta década, os valores de evapotranspiração potencial (calculada pelo método de Penman) apresentaram-se inferiores aos normais (61-90) para a época em todo o território, com o menor valor de 36 l/m² verificado nas Penhas Douradas, e o maior, de 58 l/m 2, em Faro. Os valores em percentagem de água no solo, em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, foram inferiores aos normais (61-90) para a época em todo o território, sendo apenas inferiores a 20% em alguns locais a Sul do território. Variaram entre 9% em Faro e 65% em Montalegre. No final da década passada, a percentagem de armazenamento de água nas principais albufeiras situadas a norte do rio Tejo era, em média, de 75%, sendo, em igual data do ano passado, de 59% (segundo informação retirada dos boletins da REN). Propriedade do Instituto de Meteorologia Rua C ao Aeroporto de Lisboa LISBOA PORTUGAL Sai aos dias 1, 11 e 21 de cada mês Assinatura anual: 53 (inclui IVA e portes de correio) Avulso: 2

2 2.ª década, de Junho de 2006 Temperatura do ar (isotérmicas médias) Precipitação (mm) (isoietas) A norte do Tejo: Temperatura média: 20.0 Desvio da normal: +1.5 A sul do Tejo: Temperatura média: 22.3 Desvio da normal: +1.8 A norte do Tejo: Precipitação média: 41.0 Desvio da normal: 28.4 A sul do Tejo: Precipitação média: 31.4 Desvio da normal: ESTAÇÃO VALORES NA DÉCADA E DESVIOS DA NORMAL TEMPERATURA DO AR PRECIPITAÇÃO (mm) Média Desvio da normal Total Desvio da normal Montalegre Mirandela Braga Vila Real Viseu Coimbra Castelo Branco Santarém/Fonte Boa Lisboa Portalegre Elvas Évora Beja Alvalade Faro

3 Evolução provável das condições meteorológicas até 30 de Junho de 2006 Até dia 24, o estado do tempo será predominantemente influenciado por um anticiclone localizado no Atlântico e, a partir de dia 25, por uma depressão Previsão do estado do Tempo no Continente até 30 de Junho de 2006 Prevê-se, até dia 24, céu pouco nublado ou limpo, vento moderado de noroeste no litoral oeste e subida da temperatura nas regiões do interior. A partir de dia 25, há tendência para que se verifique um aumento de nebulosidade com ocorrência de aguaceiros. TEMPERATURAS ACUMULADAS ESTAÇÃO NA DÉCADA TEMPERATURA-BASE DESDE 1 Set 1 Jan 0 C 6 C 10 C 12 C T b = 0 C T b = 6 C BRAGANÇA... VIANA DO CASTELO... VILA REAL... PORTO/PEDRAS RUBRAS... VISEU/CENTRO... COIMBRA/CERNACHE... MONTE REAL... CASTELO BRANCO... PORTALEGRE... FONTE BOA... LISBOA/G.COUTINHO... ÉVORA... BEJA... SINES/MONTE CHÃOS... FARO... SAGRES ESTAÇÃO Valores normais na 3.ª década (21-30) de Junho TEMPERATURA DO AR PRECIPITAÇÃO TOTAL (mm) Montalegre Mirandela Braga Vila Real Viseu... Coimbra... Castelo Branco Santarém/Fonte Boa Lisboa Portalegre Elvas Évora... Beja Alvalade Faro

4 INSTITUTO DE METEOROLOGIA LISBOA PORTUGAL CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS NO CONTINENTE A chuva no semestre de Outubro de 2005 a Março de 2006 A tábua seguinte contém os valores mensais e os valores semestrais da quantidade de precipitação (em milímetros) e o número de dias com precipitação no semestre de Outubro de 2005 a Março de 2006 e os correspondentes valores normais no semestre, relativos a 14 locais do território de Portugal Continental. LOCAL OUT NOV DEZ JAN FEV MAR Semestre Total Normal N.º de dias Normal Viana do Castelo Braga Porto/P. Rubras Montalegre Bragança Mirandela Miranda do Douro Vila Real Viseu Penhas Douradas Coimbra Castelo Branco Alvega Santarém/Fonte Boa Lisboa/G. Coutinho Setúbal Portalegre Elvas Évora Alcácer do Sal Beja Alvalade Sagres Faro Reconhece-se que em relação aos 14 locais no semestre considerado, a quantidade de precipitação foi inferior ao normal em 8 dos locais, tendo-se observado a quantidade de precipitação mais alta em P. Douradas e a mais baixa em Elvas. O número de dias com precipitação foi inferior ao normal em 10 locais, tendo havido mais dias de precipitação em 4 locais e menos em 10. É permitida a reprodução com a indicação da origem

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6 LEGENDA DOS QUADROS QUADRO I CAU...Capacidade de Água Utilizável (mm) T...Temperatura Média do Ar (ºC) HR... Humidade Relativa do Ar Média às 09 UTC (%) V...Velocidade Média do Vento (km/h) I...Insolação (h) R... Precipitação (mm) ETP... Evapotranspiração Potencial Penman Original (mm) % AS... Percentagem de CAU preenchida D... Desvio de cada elemento em relação ao valor médio QUADRO II Notas: 1. O desenvolvimento potencial das culturas é calculado em função da temperatura média na década; 2. A cada espécie e variedade corresponde um zero vegetativo, isto é, uma determinada temperatura a partir da qual a planta se desenvolve. QUADRO III TMIN... Temperatura Mínima do Ar em abrigo (ºC) TMAX... Temperatura Máxima do Ar em abrigo (ºC) TREL... Temperatura Mínima do Ar junto à relva (ºC) T10... Temperatura do Solo à profundidade de 10 cm T20... Temperatura do Solo à profundidade de 20 cm HR... Humidade Relativa do Ar às 09 UTC MIN...Valor Mínimo MÁX... Valor Máximo MED...Valor Médio Notas: Consideram-se os meses divididos em 3 decêndios ou décadas: 1ª década 1 a 10; 2ª década 11 a 20; 3ª década 21 até ao último dia do mês. Os elementos meteorológicos observados nas diferentes estações, que serviram de base aos valores inscritos nos quadros I, II e III chegam ao IM, em tempo real, através de mensagens telegráficas, pelo que se poderão considerar apenas provisórios.