informação climática/outubro 2005

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1 INFORMAÇÃO CLIMÁTICA OUTUBRO 25

2 ÍNDICE Resumo 1. Situação Sinóptica Temperatura do ar Precipitação... 7 Precipitação Acumulada desde 1 de embro de Índice meteorológico de seca (PDSI) Cenários de evolução da situação de seca para embro Teor de água no solo Insolação Anexos Resumo Mensal Figura A: Valores diários da temperatura do ar Figura B: Valores diários da quantidade de precipitação Tabela I Valores acumulados da quantidade de precipitação (1 embro 5-31 ubro 5) Figura C: Valores mensais da quantidade de precipitação e precipitação IM, ubrio 25 1

3 Resumo O mês de ubro caracterizou-se por valores médios da temperatura do ar (média, máxima e mínima) superiores aos respectivos valores normais em quase todo o território. Referência para o período de 1 a 9 com valores altos da temperatura máxima, muito superiores aos respectivos valores médios. O mês de ubro quanto à quantidade de precipitação classificou-se como chuvoso a extremamente chuvoso. Em consequência verificou-se um desagravamento significativo da intensidade de seca em todo o território: ausência de áreas em seca severa e extrema. Em 31 de ubro de % do território permanecia em situação de seca com intensidade fraca a moderada. IM, ubrio 25 2

4 1. Situação Sinóptica O tempo quente que ocorreu até dia 6 deveu-se a uma circulação de sueste associada a um anticiclone que até dia 3 estava localizado no Atlântico e se estendia em crista pelo Golfo da Biscaia e que de 4 a 6 passou a estar localizado na Escandinávia. De 7 a 11, o estado do tempo no Continente foi influenciado por uma massa de ar quente e húmida transportada na circulação de uma depressão que no dia 7 estava centrada na Madeira, e que foi substituída no dia 12 por uma massa de ar mais fria após a passagem de uma superfície frontal. Deste modo, até dia 8 o céu apresentou-se temporariamente muito nublado por nuvens altas. De 9 a 12 ocorreu chuva por vezes em regime de aguaceiros localmente fortes e acompanhados de trovoada. No dia 11, devido à passagem da tempestade Vince a Sul da costa Sul, em fase de dissipação, o vento soprou forte e com rajadas no Algarve. De 13 a 15 ocorreram aguaceiros fracos e pouco frequentes nas regiões do Norte e Centro. A partir do dia 15 o estado do tempo foi condicionado por depressões às quais estiveram associadas superfícies frontais, excepto nos dias 24 a 25 em que predominou a influência de um anticiclone localizado no Mediterrâneo e que se estendia em crista até à Madeira. O céu esteve muito nublado, por nuvens altas nos dias 24 e 25, e o vento predominou do quadrante sul, por vezes moderado ou mesmo forte e com rajadas. Ocorreram períodos de chuva ou aguaceiros, excepto nos dias acima referidos, que localmente foram fortes e acompanhados de trovoada. IM, ubrio 25 3

5 2. Temperatura do ar O mês de ubro de 25 foi caracterizado por valores médios da temperatura média do ar superiores aos valores normais em todo o território. Os valores médios da temperatura média variaram entre C em Penhas Douradas e C em Lisboa e Faro; os desvios em relação à normal variaram entre -.1 C em Castelo Branco e +1.9ºC em Porto/Pedras Rubras. Na Figura 1 apresenta-se a distribuição espacial da temperatura média em ubro de 25 e os respectivos desvios em relação aos valores médios Figura 1 Distribuição espacial da temperatura média e desvios em relação à média Na Figura 2 apresenta-se a distribuição espacial da média da temperatura máxima e mínima do ar em ubro de 25 e os respectivos desvios em relação aos valores médios Os valores da média da temperatura mínima variaram entre +7.2 C em Lamas de Mouro (Minho) e C em Faro; os desvios em relação à normal variaram entre +.3 C em Sagres e +2.6ºC em Porto/Pedras Rubras. IM, ubrio 25 4

6 Os valores da média da temperatura máxima variaram entre C em Penhas Douradas e C em Alvalade/Sado; os desvios em relação à normal variaram entre -.7 C em Castelo Branco e +1.9 C em Sagres. (a) (b) (c) (d) Figura 2 Distribuição espacial da temperatura mínima (a) e máxima (b) e respectivos desvios em relação à média (c) e (d) IM, ubrio 25 5

7 Os primeiros dias de ubro (até dia 9) foram quentes, com valores altos da temperatura máxima do ar, muito superiores aos respectivos valores médios, com desvios superiores a 5 C O maior desvio, +8.5 C, registou-se em Portalegre no dia 1. Também de assinalar que no dia 1 a temperatura máxima em Alvega (35.3 C) foi a mais alta registada neste mês de ubro; ainda no dia 1 a temperatura máxima em Alvalade/Sado foi de 34.8 C e 34.6 C na Amareleja. Neste dia em cerca de 4% das estações da rede meteorológica observaram-se valores da temperatura máxima superiores a 3 C (utilizadas 7 estações). Na Figura 3 apresenta-se a distribuição espacial dos valores da temperatura máxima do ar no dia 1 de ubro. Figura 3 Distribuição espacial da temperatura máxima do ar no dia 1 de ubro de 25 De referir que não foram ultrapassados os maiores valores da temperatura máxima observados no mês de ubro, que para alguns locais da região Sul, se registaram no dia 3 de ubro de 24. Neste ano o maior valor da temperatura máxima observado foi 37.2 C na Amareleja. IM, ubrio 25 6

8 3. Precipitação Os valores da quantidade de precipitação no mês de ubro variaram entre 89 mm em Faro e 337 mm em Ponte da Barca (Figura 4) e foram muito superiores aos respectivos valores médios em quase todo o território, com excepção do litoral Centro, onde foram próximos. Em termos de percentagem (Figura 4), a quantidade de precipitação em relação aos valores normais foi superior a 2% nas regiões do interior Norte e Centro, no Alentejo e sotavento algarvio. Os valores diários da quantidade de precipitação, em particular nos dias 28 e 3 foram muito elevados, muito superiores a 5. mm, num grande número de estações. No entanto não foram ultrapassados os maiores valores da precipitação em 24 horas (das 9 às 9 UTC). Merece particular destaque o número de dias com precipitação igual ou superior a 1. mm (dias muito chuvosos), muito superiores aos valores médios, em particular nas regiões do interior Norte e Centro e nas regiões do Sul. Figura 4 Precipitação total em 31 de ubro (esq) e respectiva percentagem em relação à média (dir) Em anexo apresentam-se, para algumas estações, gráficos com os valores diários da quantidade de precipitação, precipitação e normal mensal. Nota: Para a análise da precipitação foram utilizadas 4 estações do INAG e 6 do IM. IM, ubrio 25 7

9 Precipitação desde 1 de embro 25 Os valores da quantidade de precipitação desde 1 de embro de 25 até 31 de ubro 25 (Figura 5) variaram entre 8 mm em Sagres e 373 mm em Ponte da Barca. A percentagem da quantidade de precipitação, em relação aos valores médios, variou entre 8% em Coimbra (Douro) e valores superiores a 14% nas regiões do Centro- Sul. Figura 5 Precipitação desde 1 de embro 25 (esq.) e percentagem em relação à média (dir.) Na Tabela I em Anexo, apresentam-se para algumas estações os valores acumulados da quantidade de precipitação desde 1 de embro a 31 de ubro 25 e respectiva percentagem em relação ao valor médio. Em anexo apresentam-se gráficos com a precipitação mensal, a precipitação no período de 1 de embro a 31 de ubro 25 e normal neste período. IM, ubrio 25 8

10 4. Índice Meteorológico de Seca (PDSI) Em 31 de ubro de 25, e segundo o índice meteorológico de seca PDSI 1 (Figura 6 e Tabela 1) verifica-se um desagravamento significativo da intensidade de seca em todo o território: ausência de áreas em seca severa e extrema. No entanto 88 % do território permanece em situação de seca com intensidade fraca a moderada. A situação de seca meteorológica terminou em parte das regiões do Norte, interior Centro e região de Évora; de referir que nestas regiões, os valores da quantidade de precipitação do mês de ubro, foram superiores aos valores do decil 8 (valores correspondentes à probabilidade de ocorrência de 2%). Tabela 1_Percentagem de território afectado pela seca PDSI % de território afectado 31 ubro 5 15 ubro 5 Chuva fraca 6 Normal 6 Seca fraca 52 1 Seca moderada Seca severa 57 Seca extrema 21 Figura 6 Distribuição espacial do Índice de Seca em 31 de ubro de 25 1 PDSI - Palmer Drought Severity Index - Índice que se baseia no conceito do balanço da água tendo em conta dados da quantidade de precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo; permite detectar a ocorrência de períodos de seca e classifica-os em termos de intensidade (fraca, moderada, severa e extrema). IM, ubrio 25 9

11 Ainda que tenha havido um desagravamento da situação de seca meteorológica, há no entanto ainda 88 % de área afectada por seca com intensidade fraca a moderada, pelo que se deverá ter em consideração o efeito negativo, nos vários sectores, da situação de déficit acumulado dos meses anteriores (desde Novembro 24). De referir que em 31 de ubro de 24 (Figura 7 e Tabela 2) apenas 26 % do território estava em situação de seca. Tabela 2 Percentagem de território afectado pela seca PDSI 31 ubro 4 Chuva moderada 5 Chuva fraca 47 Normal 22 Seca fraca 2 Seca moderada 5 Seca severa 1 Seca extrema Figura 7 Distribuição espacial do Índice de Seca em 31 ubro Convém neste ponto referir que, no ano hidrológico 24/5 a situação de seca com intensidade severa e extrema permaneceu quase todo o período (1 a 11 meses) no litoral Norte, parte do Alentejo e alguns locais do Centro; no restante território a situação nas classes mais graves de seca permaneceu entre 7 a 9 meses. Figura 8 Representação espacial do n.º de meses consecutivos em seca severa e extrema (ubro 4-embro 5) IM, ubrio 25 1

12 5. Cenários de evolução da situação de seca para o mês de Novembro Para analisar a evolução da situação é possível efectuar cenários utilizando o índice PDSI tendo em conta a ocorrência de determinados valores da quantidade de precipitação. Assim tendo em conta a actual situação em ubro, consideram-se três cenários possíveis da precipitação no mês de Novembro de 25. Cenário 1: A precipitação ser inferior à normal com valores que só são atingidos em 2% dos anos (Decil 2). Cenário 2: A precipitação ser igual ao valor correspondente à probabilidade de ocorrência de 5% (Decil 5). Cenário 3: A precipitação ser superior à normal com valores que só são atingidos em 2% dos anos (Decil 8). No Cenário 1 todo o território passaria a estar em situação de seca fraca a moderada. No Cenário 2 a situação manter-se-ia idêntica a 31 de ubro, com as regiões do Norte e interior Centro numa situação normal a chuva fraca; as restantes regiões permaneceriam em situação de seca fraca a moderada. No Cenário 3 a situação de seca terminaria em quase todo o território, com as regiões do litoral Centro e parte das regiões do Sul em situação de seca fraca. Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Figura 9 Distribuição espacial do Índice de Seca para os três cenários em Novembro IM, ubrio 25 11

13 6. Teor de água no solo A Figura 1 representa os valores em percentagem de água no solo em relação à capacidade de água utilizável pelas plantas, que em 31 de ubro de 25, eram superiores aos respectivos valores médios. Em grande parte do território os valores eram superiores a 8%, verificando-se um aumento significativo em relação a 15 de ubro. 7. Insolação Figura 1 Percentagem de água no solo em 31 de ubro de 25 Os valores da insolação no mês de ubro variaram entre 15 horas em Cabril (Gerês) e 22 horas Sagres. Figura 11 Insolação em 31 de ubro 25 IM, ubrio 25 12

14 ANEXOS IM, ubrio 25 13

15 Resumo Mensal_ubro 25 Estações TX TN TXX D TNN D RR RMAX D Montalegre Bragança Braga Viana do Castelo Mirandela Vila Real Porto/P. Rubras Viseu Anadia Penhas Douradas Coimbra Cernache Castelo Branco Leiria Tomar Fonte Boa/Santarém Portalegre Elvas Lisboa/Geofísico Lisboa/Gago Coutinho úbal Évora/C.C Beja Sines Alvalade Faro TX Média da temperatura máxima (Graus Celsius) TN Média da temperatura mínima (Graus Celsius) TXX/D Temperatura máxima absoluta e dia de ocorrência TNN/D Temperatura mínima absoluta e dia de ocorrência RR Precipitação total (milímetros) RMAX/D Precipitação máxima diária e dia de ocorrência IM, ubrio 25 14

16 Figura A Valores diários da temperatura máxima e mínima do ar e respectivos valores médios ( ) IM, ubrio 25 15

17 Figura B Valores diários da quantidade de precipitação, precipitação e normal mensal IM, ubrio 25 16

18 Tabela I_VALORES ACUMULADOS DA QUANTIDADE DE PRECIPITAÇÃO E % EM RELAÇÃO À MÉDIA (1961-9) Precipitação Acumulada Estação mm % Portelinha Travancas Bragança Pte. da Barca Pte de Lima Viana do Castelo Mirandela Vila Real Porto / P. Rubras Penhas Douradas Coimbra Castelo Branco Vila Velha Ródão Castelo de Vide Portalegre Pragança Magos/Barragem Caia/Barragem Elvas S. Julião do Tojal Lisboa Évora Viana do Alentejo Beja Alvalade Serpa Relíquias Martim Longo B. Bravura S. Brás de Alportel Faro IM, ubrio 25 17

19 Valores mensais da quantidade de precipitação (RR), (ACUM) e normal Valores mensais da quantidade de precipitação (RR), (ACUM) e normal Valores mensais da quantidade de precipitação (RR), (ACUM) e normal 5 Valores mensais da quantidade de precipitação (RR), (ACUM) e normal Valores mensais da quantidade de precipitação (RR), (ACUM) e normal 5 Valores mensais da quantidade de precipitação (RR), (ACUM) e normal Figura C.1 Valores mensais da quantidade de precipitação, e normal (Período: 1 embro 5 31 ubro 5) IM, ubrio 25 18

20 Valores mensais da quantidade de precipitação (RR), (ACUM) e normal Valores mensais da quantidade de precipitação (RR), (ACUM) e normal Valores mensais da quantidade de precipitação (RR), (ACUM) e normal 5 Valores mensais da quantidade de precipitação (RR), (ACUM) e normal ! Valores mensais da quantidade de precipitação (RR), (ACUM) e normal 5 " Valores mensais da quantidade de precipitação (RR), (ACUM) e normal Ago Figura C.2 Valores mensais da quantidade de precipitação, e normal (Período: 1 embro 5 31 ubro 5) IM, ubrio 25 19

21 COORDENAÇÃO Fátima Espírito Santo Departamento de Clima e Ambiente Atmosférico PARTICIPANTES Vanda Cabrinha Pires Álvaro Silva Sofia Moita Luísa Mendes Nuno Moreira IM, ubrio 25 2