CÂMARAS TÉCNICAS. Conferência Estadual Curitiba, 28 de fevereiro de 2015.

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1 CÂMARAS TÉCNICAS CAU/PR Conferência Estadual Curitiba, 28 de fevereiro de 2015.

2 Sumário CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO PARANÁ CÂMARA TÉCNICA DE ARQUITETURA E URBANISMO HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL LEI ASSISTÊNCIA TÉCNICA PÚBLICA E GRATUITA... 4 CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO PARANÁ CÂMARA TÉCNICA DE ARQUITETURA DE INTERIORES ª Conferência Estadual das Câmaras Técnicas do CAU-PR Texto de referência para a Câmara Técnica de ARQUITETURA PAISAGÍSTICA CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO PARANÁ CÂMARA TÉCNICA DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E ARTÍSTICO ECONOMIA CRIATIVA CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO PARANÁ CÂMARA TÉCNICA DE PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL O ESTATUTO DA METRÓPOLE CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO PARANÁ CÂMARA TÉCNICA DE MEIO AMBIENTE TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO PARANÁ CÂMARA TÉCNICA DE EXECUÇÃO E GESTÃO DO TRABALHO ARQUITETURA NA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

3 CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO PARANÁ CÂMARA TÉCNICA DE ARQUITETURA E URBANISMO HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL LEI ASSISTÊNCIA TÉCNICA PÚBLICA E GRATUITA LEI /2008 Assistência Técnica Pública Gratuita a Famílias de Baixa Renda para Projeto e Construção de Habitação de Interesse Popular Foi promulgada em dezembro a lei /2008, que assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social. Na prática, a lei significa a criação de um sistema de financiamento público para a remuneração do trabalho de arquitetos, urbanistas e engenheiros envolvidos no projeto e administração de habitação de baixa renda. A lei prevê diversas maneiras de se realizar a assistência técnica. O serviço poderá ser prestado tanto diretamente por profissionais servidores públicos, como também por integrantes de equipes de ONGs, profissionais inscritos em programas de residência acadêmica em arquitetura, urbanismo ou engenharia ou em programas de extensão universitária, por meio de escritóriosmodelos ou escritórios públicos com atuação na área, e até mesmo por profissionais autônomos ou integrantes de equipes de pessoas jurídicas, previamente credenciados, selecionados e contratados pelos órgãos públicos. Os recursos federais para a assistência técnica pública deverão ser canalizados através da Caixa Econômica Federal. Os profissionais locais deverão procurar os governos estaduais e prefeituras, que realizarão os convênios e termos de parceria para viabilizar a prestação de serviços. Trata-se de importante iniciativa que pode alterar radicalmente o perfil profissional da arquitetura e engenharia no país. Cabe aos arquitetos e urbanistas agir em organizações e grupos para construir esta nova realidade. MANUAL PARA A IMPLANTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA TÉCNICA Acesse na internet o Manual para a Implantação da Assistência Técnica Pública Gratuita a Famílias de Baixa Renda Para Projeto e Construção de Habitação de Interesse Social 4

4 LEI Nº , DE 24 DE DEZEMBRO DE Assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social e altera a Lei no , de 16 de junho de O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º Esta Lei assegura o direito das famílias de baixa renda à assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social, como parte integrante do direito social à moradia previsto no art. 6o da Constituição Federal, e consoante o especificado na alínea r do inciso V do caput do art. 4oda Lei no , de 10 de julho de 2001, que regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Art. 2º As famílias com renda mensal de até 3 (três) salários mínimos, residentes em áreas urbanas ou rurais, têm o direito à assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social para sua própria moradia. 1º O direito à assistência técnica previsto no caput deste artigo abrange todos os trabalhos de projeto, acompanhamento e execução da obra a cargo dos profissionais das áreas de arquitetura, urbanismo e engenharia necessários para a edificação, reforma, ampliação ou regularização fundiária da habitação. 2 º Além de assegurar o direito à moradia, a assistência técnica de que trata este artigo objetiva: I - otimizar e qualificar o uso e o aproveitamento racional do espaço edificado e de seu entorno, bem como dos recursos humanos, técnicos e econômicos empregados no projeto e na construção da habitação; II - formalizar o processo de edificação, reforma ou ampliação da habitação perante o poder público municipal e outros órgãos públicos; III - evitar a ocupação de áreas de risco e de interesse ambiental; IV - propiciar e qualificar a ocupação do sítio urbano em consonância com a legislação urbanística e ambiental. Art. 3º A garantia do direito previsto no art. 2o desta Lei deve ser efetivada mediante o apoio financeiro da União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios para a execução de serviços permanentes e gratuitos de assistência técnica nas áreas de arquitetura, urbanismo e engenharia. 1 º A assistência técnica pode ser oferecida diretamente às famílias ou a cooperativas, associações de moradores ou outros grupos organizados que as representem. 2º Os serviços de assistência técnica devem priorizar as iniciativas a serem implantadas: I - sob regime de mutirão; 5

5 II - em zonas habitacionais declaradas por lei como de interesse social. 3º As ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para o atendimento do disposto no caput deste artigo devem ser planejadas e implementadas de forma coordenada e sistêmica, a fim de evitar sobreposições e otimizar resultados. 4º A seleção dos beneficiários finais dos serviços de assistência técnica e o atendimento direto a eles devem ocorrer por meio de sistemas de atendimento implantados por órgãos colegiados municipais com composição paritária entre representantes do poder público e da sociedade civil. Art. 4º Os serviços de assistência técnica objeto de convênio ou termo de parceria com União, Estado, Distrito Federal ou Município devem ser prestados por profissionais das áreas de arquitetura, urbanismo e engenharia que atuem como: I - servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios; II - integrantes de equipes de organizações não-governamentais sem fins lucrativos; III - profissionais inscritos em programas de residência acadêmica em arquitetura, urbanismo ou engenharia ou em programas de extensão universitária, por meio de escritórios-modelos ou escritórios públicos com atuação na área; IV - profissionais autônomos ou integrantes de equipes de pessoas jurídicas, previamente credenciados, selecionados e contratados pela União, Estado, Distrito Federal ou Município. 1º Na seleção e contratação dos profissionais na forma do inciso IV do caput deste artigo, deve ser garantida a participação das entidades profissionais de arquitetos e engenheiros, mediante convênio ou termo de parceria com o ente público responsável. 2º Em qualquer das modalidades de atuação previstas no caput deste artigo deve ser assegurada a devida anotação de responsabilidade técnica. Art. 5º Com o objetivo de capacitar os profissionais e a comunidade usuária para a prestação dos serviços de assistência técnica previstos por esta Lei, podem ser firmados convênios ou termos de parceria entre o ente público responsável e as entidades promotoras de programas de capacitação profissional, residência ou extensão universitária nas áreas de arquitetura, urbanismo ou engenharia. Parágrafo único. Os convênios ou termos de parceria previstos no caput deste artigo devem prever a busca de inovação tecnológica, a formulação de metodologias de caráter participativo e a democratização do conhecimento. Art. 6º Os serviços de assistência técnica previstos por esta Lei devem ser custeados por recursos de fundos federais direcionados à habitação de interesse social, por recursos públicos orçamentários ou por recursos privados. Art. 7º O art. 11 da Lei no , de 16 de junho de 2005, que dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social - SNHIS, cria o Fundo Nacional de Habitação de 6

6 Interesse Social - FNHIS e institui o Conselho Gestor do FNHIS, passa a vigorar acrescido do seguinte 3º: Art º Na forma definida pelo Conselho Gestor, será assegurado que os programas de habitação de interesse social beneficiados com recursos do FNHIS envolvam a assistência técnica gratuita nas áreas de arquitetura, urbanismo e engenharia, respeitadas as disponibilidades orçamentárias e financeiras do FNHIS fixadas em cada exercício financeiro para a finalidade a que se refere este parágrafo. (NR) Art. 8º Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e oitenta) dias de sua publicação. Brasília, 24 de dezembro de 2008; 187o da Independência e 120o da República. Acesse esta lei pelo endereço LEI AINDA É DESCONHECIDA. FALTA LEGISLAÇÃO MUNICIPAL. A falta de legislação específica nos municípios, que impossibilita a criação do serviço municipal de assistência técnica, é um dos principais fatores que barram a destinação da verba. Há desconhecimento do processo e falta de gestão adequada de contratos. A maior dificuldade é a estrutura voltada para gestão de contrato e convênios e a falta de conhecimento de toda normatização, já que todo repasse de recursos e financiamentos obedecem a uma legislação específica. Exemplos de leis municipais que instituem programas municipais de Assistência Técnica LEI Nº 8287/2012 Salvador (BA) DISPÕE SOBRE A ASSISTÊNCIA TÉCNICA PÚBLICA E GRATUITA NO ÂMBITO DA ARQUITETURA, URBANISMO E ENGENHARIA PARA HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL, VOLTADA À POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA. O PREFEITO MUNICIPAL DO SALVADOR, CAPITAL DO ESTADO DA BAHIA, Faço saber que a Câmara Municipal decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º Fica assegurado o direito à assistência pública e gratuita no âmbito da arquitetura, urbanismo e engenharia para a habitação de interesse social, voltada à população de baixa renda do Município de Salvador. 1º O direito â assistência técnica prevista no caput deste artigo fundamenta-se nas disposições contidas na Lei Federal nº de 24 de dezembro de 2008, Lei de Assistência Técnica e na 7

7 Política Municipal de Habitação de Interesse Social, prevista no Titulo VI da Lei nº 7.400, de 20 de fevereiro de 2008, Plano Diretor de Desenvolvimento de Salvador. 2º A assistência técnica a que se refere este artigo está voltada para os projetos e execução de construção de habitação de interesse social, envolvendo o planejamento, estudos e pesquisas, e toda e qualquer atividade técnica atribuída a essa área de atuação, inclusive a regularização fundiária, destinada â população de baixa renda do Município de Salvador. Art. 2º O direito à assistência técnica pública e gratuita deverá ser garantido a toda a população do Município de Salvador, considerada de baixa renda. 1º Entende-se como população de baixa renda, as famílias com renda mensal de até 03 (três) salários mínimos. 2º Para efeito de identificação, quantificação e qualificação das demandas do que se trata o caput deste artigo, os critérios de acesso ao benefício serão determinados pelo Conselho Municipal de Habitação, de forma coordenada com a Diretoria de Habitação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, Habitação e Meio Ambiente - SEDHAM. 3º O direito à assistência técnica assegura desde a elaboração do projeto ao acompanhamento e execução da obra, sob a responsabilidade dos profissionais de arquitetura e urbanismo e engenharia necessários para a realização dos serviços referentes à edificação, reforma, ampliação, adequação, recuperação ou regulamentação fundiária da habitação. 4º Além de assegurar o direito à moradia, a assistência técnica pública e gratuita tem por objeto: I - garantir à população de baixa renda o acesso a terra urbanizada, otimizando e qualificando de forma racional o espaço edificado e seu entorno; II - formalizar todo o processo de regularização do Projeto, do Alvará de Licença de Construção, da construção do imóvel, do Habite-se e regularização fundiária, junto aos órgãos municipais e estaduais; III - qualificar a ocupação do sitio urbano, resolvendo as questões de ocupação em áreas de risco e de interesse ambiental; IV - urbanizar as áreas ocupadas precariamente; V - promover e implantar a regularização fundiária e edilícia. Art. 3º A garantia do direito previsto no art. 2º desta Lei deve ser mantida através do apoio técnico e financeiro estabelecido entre a União, Estado e Município mediante convênios. 1º Para garantia dos direitos previstos nesta Lei caberá ao Município, manter efetivado o Conselho Municipal de Habitação e seu respectivo Fundo, criado pelo Decreto nº , de 22 de dezembro de º O Município deverá regulamentar, através de lei específica, as Zonas Especiais de Interesse Social, ZEIS, conforme Capítulo V, do Título VI da Lei nº 7.400/2008 do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do Município de Salvador, e definidas no mapa 03 anexo da Lei. 3º A assistência técnica poderá ser oferecida diretamente às famílias ou às cooperativas, 8

8 associações de moradores ou outros grupos organizados que as representem. Art. 4º Os serviços de assistência técnica pública e gratuita, objeto de convênio ou termo de parceria com a União, Estado e Município de Salvador, deverão ser prestados, exclusivamente, por profissionais das áreas de arquitetura, urbanismo e engenharia devidamente habilitados. Parágrafo Único - Os profissionais referidos no caput deste artigo devem atuar como: I - Servidores públicos da União, do Estado e Município, profissionais autônomos ou integrantes de equipes de pessoas jurídicas, credenciados, selecionados por órgão colegiado independente, composto obrigatoriamente pelos Conselhos (Profissionais), Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, CREA-BA, por seus respectivos sindicatos, associações e entidades acadêmicas e de pesquisas, no âmbito da arquitetura, urbanismo e engenharia. Art. 5º Com o objetivo de atender a demanda criada, para promover o Executivo Municipal de profissionais adequados e necessários ao atendimento dos serviços previstos nesta Lei, a Prefeitura Municipal de Salvador através de sua Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Habitação e Meio Ambiente, SEDHAM, promoverá convênios com os Conselhos (Profissionais) Regionais de Engenharia, Agronomia e Geologia, CREA-BA e com os Sindicatos de profissionais da área de arquitetura e urbanismo e engenharia. 1º Os convênios ou termos de parceria previstos no caput deste artigo devem prever a busca de inovação tecnológica, a formação de metodologia de caráter participativo e a democratização do conhecimento. 2º A regulamentação dos convênios será feita por meio de ato do Executivo Municipal. Art. 6º Os serviços de assistência técnica previstos por esta Lei serão custeados por recursos do Fundo nacional de Habitação de Interesse Social - FNHIS e do Fundo Municipal de Habitação - FMH, além dos recursos públicos previstos no orçamento e recursos privados. Parágrafo Único - O Município poderá aplicar os instrumentos de política urbana definidos na Lei nº de 10 de junho de 2011 e previstos na Lei nº 7.400, de 20 de fevereiro de 2008, que viabilizam construções de habitação de interesse social. Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. GABINETE DO PREFEITO MUNICIPAL DO SALVADOR, em 16 de maio de Data de Publicação no Leis Municipais: 03/10/2013 BELÉM (PA) 9

9 O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE BELÉM, NO USO DE SUAS ATRIBUIÇÕES LEGAIS E, POR FORÇA DO DISPOSTO NO ART. 78, 7º, DA LEI ORGÂNICA DO MUNICÍPIO DE BELÉM, PROMULGA A SEGUINTE LEI. Lei Ordinária N.º 8960, DE 12 DE DEZEMBRO DE DOM nº , de 03/01/2013. Dispõe sobre a Assistência Técnica Pública e Gratuita e institui o Programa Municipal de Assistência Técnica à habitação para o projeto e a construção de habitação de interesse social para as famílias de baixa renda em Belém do Pará, e dá outras providências. A CÂMARA MUNICIPAL DE BELÉM promulga a seguinte Lei: Art. 1º Fica assegurado o direito das famílias de baixa renda à assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social, observando as normas técnicas da ABNT, incluindo a política de acessibilidade como parte integrante do direito social à moradia, previsto pelo Art. 6º, da Constituição Federal e, consoante o especificado pelo Art. 4º, inciso V, alínea r, da Lei nº , de 10 de julho de 2001, que regulamenta os Arts. 182 e 183, da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana, e dá outras providências, e o disposto na Lei Federal nº , de 24 de dezembro de Art. 2º As famílias de baixa renda mensal de até 03 (TRÊS) salários mínimos, residentes em áreas urbanas ou rurais, têm o direito à assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social para sua própria moradia. 1º. O direito à assistência técnica prevista no caput deste artigo abrange todos os trabalhos de projeto, acompanhamento e execução da obra, a cargo dos profissionais das áreas de arquitetura e urbanismo e engenharia, necessários para a edificação, reforma, ampliação ou regularização fundiária da habitação. 2º. Além de assegurar o direito à moradia, à assistência técnica de que trata este artigo, objetiva: I - Otimizar e qualificar o uso e o aproveitamento racional do espaço edificado e de seu entorno, bem como dos recursos humanos, técnicos e econômicos empregados no projeto e na construção da habitação; II - Formalizar o processo de edificação, reforma ou ampliação da habitação junto ao Poder Público Municipal e outros Órgãos Públicos, assim como o CREA; III - Evitar a ocupação de áreas de risco e de interesse ambiental; IV - Propiciar e qualificar a ocupação do sítio urbano em consonância com a legislação urbanística e ambiental. Art. 3º A garantia do direito previsto no artigo 2º, desta Lei, deve ser efetivada mediante o oferecimento do Poder Público Municipal, coordenado pela Secretaria Municipal de Habitação e executado pelas entidades credenciadas junto a esta Secretaria, sendo os serviços permanentes e gratuitos de assistência técnica nas áreas de arquitetura e urbanismo e engenharia. 10

10 1º. A assistência técnica pode ser oferecida às famílias através da Secretaria Municipal de Habitação, em parceria com Cooperativas, Sindicatos, Associações de Moradores, Associações de Classe ou outros grupos organizados que as representem. 2º. Os serviços de assistência técnica devem ser direcionados aos projetos previamente aprovados pelo CREA, sendo priorizados aqueles a serem implantados: I - Sob regime de mutirão; II - Em zonas habitacionais declaradas por Lei, como de interesse social; III - Zonas com déficits habitacionais superiores a 10% do déficit em relação às famílias, incluindo ônus excessivo de aluguel e, IV - Áreas insulares. Art. 4º Os serviços de assistência técnica para habitação de interesse social, previstos por esta Lei devem ser prestados por profissionais das áreas de arquitetura, urbanismo e engenharia credenciados para o projeto e que atuem como: I - Servidores públicos do Município de Belém; II - Integrantes de equipes de organizações não governamentais sem fins lucrativos; III - Profissionais inscritos em programas de residência acadêmica em arquitetura e urbanismo, engenharia ou em programas de extensão universitária, por meio de escritórios-modelos ou escritórios públicos com atuação na área, objeto de convênio ou termo de parceria com o Município; IV - Profissionais autônomos ou integrantes de equipes de pessoas jurídicas previamente credenciados, selecionados e contratados pelo Município. 1º. Na seleção e contratação dos profissionais, na forma do Inciso IV, do caput, deve ser garantida a participação das entidades profissionais de arquitetos e engenheiros, mediante convênio ou termo de parceria com o ente público responsável. 2º. Em qualquer das modalidades de atuação previstas neste artigo, deve ser assegurada a devida anotação de responsabilidade técnica. Art. 5º Com o objetivo de capacitar os profissionais e a comunidade usuária para prestação dos serviços de assistência técnica previstos por esta Lei, podem ser firmados convênios ou termos de parceria entre o ente público responsável e as entidades promotoras de programas de capacitação profissional, residência ou extensão universitária nas áreas de arquitetura e urbanismo ou engenharia. Parágrafo único. Os convênios ou termos de parceria previstos no caput deste artigo devem prever a busca de inovação tecnológica, a formulação de metodologias de caráter participativo e a democratização do conhecimento. Art. 6º Os serviços de assistência técnica previstos por esta Lei devem ser custeados pelo Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social FMHIS, que foram regulamentados através da Lei nº 8.478, de 29 de dezembro de 2005, direcionados à habitação de interesse social, por recursos públicos orçamentários ou por recursos privados tomados em parceria. Art. 7º Fica instituído o Programa Municipal de Assistência Técnica à Habitação Social no âmbito do Município de Belém, junto ao Poder Executivo Municipal e à Secretaria Municipal de 11

11 Habitação, com dotação orçamentária e financeira para o exercício do ano subsequente e, cujos objetivos e finalidades, metas e ações, serão definidos por ato do Poder Executivo, ouvido o Conselho Municipal de Habitação de Interesse Social CMHIS. Art. 8º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 9º Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Lei nº 8.009, de 22 de maio de PALÁCIO ANTONIO LEMOS, 20 DE DEZEMBRO DE 2011 MUNICÍPIO RIBEIRÃO PRETO (SP) Data de publicação 30/12/2009 INSTITUI O PROGRAMA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA À HABITAÇÃO SOCIAL NO MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO, ATRAVÉS DA SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO PÚBLICA E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. Faço saber que a Câmara Municipal aprovou o Projeto de Lei nº 398/2009, de autoria do Executivo Municipal e eu promulgo a seguinte lei: Artigo 1º - Fica instituído o PROGRAMA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA À HABITAÇÃO SOCIAL no Município de Ribeirão Preto, através da Secretaria Municipal de Planejamento e Gestão Pública. Artigo 2º - O PROGRAMA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA À HABITAÇÃO SOCIAL beneficiará famílias de baixa renda, residentes no Município de Ribeirão Preto, com a assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social para moradia própria. 1º - O direito à assistência técnica previsto no caput deste artigo abrange todos os trabalhos de projeto, acompanhamento e execução da obra a cargo dos profissionais das áreas de arquitetura, urbanismo e engenharia necessários para a edificação, reforma, ampliação ou regularização fundiária da habitação. 2º - Além de assegurar o direito à moradia, a assistência técnica de que trata esse dispositivo objetiva: I - otimizar e qualificar o uso e o aproveitamento racional do espaço edificado e de seu entorno, bem como dos recursos humanos, técnicos e econômicos empregados no projeto e na construção da habitação. II - formalizar o processo de edificação, reforma ou ampliação da habitação junto ao Poder Público e outros órgãos públicos; III - evitar ocupação de áreas de risco e de interesse ambiental; IV - propiciar e qualificar a ocupação do sítio urbano em consonância com a legislação urbanística e ambiental. Artigo 3º - A garantia do direito previsto no art. 2º deve ser efetivada mediante o oferecimento pelo Poder Público Municipal, de serviços permanentes e gratuitos de assistência técnica nas áreas de arquitetura e urbanismo e engenharia. 12

12 1º - A assistência técnica pode ser oferecida diretamente às famílias ou a cooperativas, sindicatos ou associações de moradores ou outros grupos organizados que as representem. 2º - Os serviços de assistência técnica devem priorizar as iniciativas a serem implantadas: I - sob regime de mutirão; II - em zonas habitacionais declaradas por lei como de interesse social; Artigo 4º - A ação do Poder Público Municipal para atendimento do disposto no artigo 3º desta lei, deve ser planejada e implementada de forma coordenada e sistêmica, com as políticas habitacionais da União e do Estado, a fim e evitar sobreposições e otimizar resultados. Artigo 5º - O Poder Executivo Municipal consultará o Conselho Municipal de Moradia Popular para a seleção dos beneficiários finais dos serviços de assistência técnica e para a realização do atendimento direto a eles por meio de sistemas de atendimento próprios. Artigo 6º - Os serviços de assistência técnica previstos por esta Lei devem ser prestados por profissionais das áreas de arquitetura e urbanismo e engenharia que atuem como: I - agentes públicos; II - integrantes de equipes de organizações não governamentais sem fins lucrativos; II - profissionais autônomos ou integrantes de equipes de pessoas jurídicas, previamente credenciados, selecionados e contratados pelo Município. 1º - Na seleção e contratação dos profissionais, na forma do inciso IV, do caput, deve ser garantida a participação das entidades profissionais de arquitetos e engenheiros, mediante convênio ou termo de parceria com ente público responsável. 2º - Em qualquer lugar das modalidades de atuação previstas no caput deve ser assegurada à devida anotação de responsabilidade técnica. Artigo 7º - Com o objetivo de capacitar os profissionais e a comunidade usuária para a prestação dos serviços de assistência técnica previstos por esta Lei, podem ser firmados convênios ou termos de parceria entre o ente público responsável e as entidades promotoras de programas de capacitação profissional, residência ou extensão universitária nas áreas de arquitetura e urbanismo ou engenharia. Parágrafo Único - Os convênios ou termos de parceria previstos no caput devem prever a busca de inovação tecnológica, a formulação de metodologias de caráter participativo e a democratização do conhecimento. Artigo 8º - Os serviços de assistência técnica previstos por esta Lei devem ser custeados por: I - recursos do Fundo de Incentivo à Construção de Moradia Popular - FN-MORAR, instituído pela Lei 2350/2009; II - recursos estatais e federais; III - recursos orçamentários próprios, suplementados se necessário; IV - recursos privados oriundos de parcerias. Artigo 9º - O Poder Executivo Municipal regulamentará a presente lei no prazo de 60 (sessenta) dias a contar da data de sua publicação. 13

13 Artigo 10 - Esta lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Palácio Rio Branco DÁRCY VERA Prefeita Municipal HABITAÇÃO SOCIAL PROGRAMAS DO GOVERNO FEDERAL MINISTÉRIO DAS CIDADES Programa Minha Casa, Minha Vida Programa Moradia Digna (Apoio à Melhoria das Condições de Habitabilidade de Assentamentos Precários; Apoio à Provisão Habitacional de Interesse Social) Programa Urbanização, Regularização e Integração de Assentamentos Precários Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social - PSH Programa de Atendimento Habitacional através do Poder Público - Pró-Moradia Programa de Apoio à Produção de Habitações Programa Especial de Crédito Habitacional ao Cotista do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - Pró-cotista Programa de Financiamento de Material de Construção FIMAC Programa de Arrendamento Residencial - PAR Programa Crédito Solidário (Informações sobre cada programa: PROGRAMAS EM DESTAQUE PROGRAMA MINHA CASA, MINHA VIDA Instituído pelo governo Federal para famílias de baixa renda, com rendimento bruto mensal de até R$1.600,00, envolve os seguintes órgãos de governo e empresas no seu desenvolvimento: Ministério das Cidades Responsável por estabelecer diretrizes, fixar regras e condições, definir a distribuição de recursos entre as Unidades da Federação, além de acompanhar e avaliar o desempenho do programa. (Todas as informações sobre este programa: 14

14 Ministério da Fazenda e do Planejamento, Orçamento e Gestão - Em conjunto com o Ministério das Cidades, poderá rever anualmente os limites de renda familiar dos beneficiários e, ainda, fixar a remuneração da Caixa pelas atividades exercidas no âmbito do programa. Caixa Econômica Federal Instituição financeira responsável pela definição dos critérios e expedição dos atos necessários à operacionalização do programa, bem como pela definição dos critérios técnicos. Distrito Federal, Estados e Municípios ou respectivos órgãos das administrações direta ou indireta, que aderirem ao programa - Têm sua participação estabelecida por meio de assinatura de Termo de Adesão com a Caixa. Visa assegurar a sua colaboração nas ações em prol do desenvolvimento de fatores facilitadores à implementação dos projetos, destacando-se a indicação das áreas priorizadas para implantação dos projetos, isenção de tributos, aporte de recursos, indicação da demanda, indicação de solicitantes para a venda dos empreendimentos e execução do Trabalho Técnico Social junto aos beneficiários dos empreendimentos implantados. Empresas do setor de Construção Civil - Participam na apresentação de propostas e execução dos projetos aprovados para aquisição de unidades habitacionais na forma estabelecida pelas normas do programa e realiza a guarda dos imóveis pelo prazo de 60 dias após a conclusão e legalização das unidades habitacionais. PROGRAMA CRÉDITO SOLIDÁRIO O Programa Crédito Solidário tem como objetivo o financiamento habitacional a famílias de baixa renda organizadas em associações, cooperativas, sindicatos ou entidades da sociedade civil organizada. PARTICIPANTES E ATRIBUIÇÕES Ministério das Cidades; Gestor das Aplicações dos recursos do Fundo de Desenvolvimento Social FDS, com a atribuição de implementar, monitorar e avaliar o Programa Crédito Solidário. Caixa Econômica Federal CAIXA; Agente Operador dos recursos do FDS, acompanha, fiscaliza e controla os financiamentos. População; Na qualidade de Beneficiários Finais, contratantes do financiamento junto ao Agente Financeiro e responsáveis pelo cumprimento das responsabilidades inerentes à concessão do crédito. Cooperativas habitacionais ou mistas, Associações e demais entidades privadas sem fins lucrativos; na qualidade de Agentes Proponentes, responsáveis pela formulação e apresentação dos projetos a serem financiados bem como da assistência necessária à realização das obras e serviços decorrentes. BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA As Famílias organizadas de forma associativa com renda bruta mensal de até R$ 1.125,00. Também poderão participar famílias com renda bruta mensal entre R$ 1.125,01 e R$ 1.900,00, limitadas a: 15

15 a) 10% (dez por cento) da composição do grupo associativo ou; b) 35% (trinta e cinco por cento) de composição do grupo associativo, no caso de propostas apresentadas em municípios integrantes de regiões metropolitanas do grupo V de acordo com Quadro II (ver no link: Idosos acima de 60 anos, na cota correspondente em até 5% do número de unidades do empreendimento. Quando o percentual for menor que uma unidade habitacional, poderá ser financiada uma unidade. É vedada a participação de famílias que: a) Sejam titulares de financiamento habitacional ativo obtido com recursos do Fundo de Desenvolvimento Social - FDS ou nas condições do Sistema Financeiro da Habitação - SFH; b) Tenham sido beneficiadas pelo Programa de Subsídio à Habitação de Interesse Social - PSH, ou quaisquer programas de subsídio habitacional de caráter federal, exceto quando houver composição de subsídio federal, através de programas habitacionais, inclusive o PSH, com recursos liberados pelo Programa Crédito Solidário para as famílias beneficiadas pelo Programa e; c) Sejam proprietários ou promitentes compradores de imóvel residencial, ressalvada a modalidade conclusão, ampliação ou reforma de unidade habitacional. As operações contratadas no âmbito do Programa Crédito Solidário serão incluídas no Cadastro Nacional de Mutuários CADMUT, com vistas a não concessão de mais de um financiamento/subsídio ao mesmo adquirente. AQUISIÇÃO DE TERRENO E CONSTRUÇÃO: Financiamento para aquisição de terreno e material de construção com respectivas despesas de legalização, obras e serviços que resultem em unidade habitacional. CONSTRUÇÃO EM TERRENO PRÓPRIO: Financiamento de material de construção, obras e serviços de edificação para construção em terreno próprio do beneficiário final, que resulte em unidade habitacional. CONSTRUÇÃO EM TERRENO DE TERCEIROS: Financiamento de material de construção, obras e serviços de edificação da unidade habitacional do beneficiário final em terreno de terceiros. CONCLUSÃO, AMPLIAÇÃO OU REFORMA DE UNIDADE HABITACIONAL: Financiamento de material de construção, obras e serviços, com vistas a sanar problemas de salubridade, segurança, habitabilidade ou problema de adensamento excessivo. AQUISIÇÃO DE UNIDADE CONSTRUÍDA: Financiamento para aquisição de unidade construída com Habite-se expedido em até 180 dias. Também poderão ser financiadas por essa modalidade, unidades habitacionais com Habite-se expedido a mais de 6 e menos de 24 meses, desde que não tenham sido alienadas ou habitadas. 16

16 AQUISIÇÃO DE IMÓVEIS PARA REABILITAÇÃO URBANA COM FINS HABITACIONAIS: Financiamento para aquisição de imóvel para reabilitação urbana com aquisição de material de construção, obras e serviços para conclusão ou reforma, que resulte em unidades habitacionais de interesse social. OUTRAS MODALIDADES A SEREM AUTORIZADAS PELO GESTOR DAS APLICAÇÕES: Poderão ser autorizadas pelo Gestor das Aplicações, após parecer do Agente Financeiro e Operador sobre a viabilidade do empreendimento proposto. COMO SERÁ FEITA A CONSTRUÇÃO a) autoconstrução; b) Sistema de auto-ajuda ou mutirão; c) Administração direta e autogestão pelas cooperativas, associações e demais entidades da sociedade civil, com contratação de profissionais ou empresas para execução parcial dos serviços necessários à conclusão do empreendimento, sob gestão do agente proponente e; d) Empreitada Global, com contratação de empresas especializadas para execução total dos serviços necessários à conclusão do empreendimento, sob gestão do agente proponente. CARACTERÍSTICAS DO FINANCIAMENTO a) taxa de juros: dispensada a cobrança de juros. b) prazo de carência: o previsto para execução das obras, limitado a no mínimo 6 (seis) meses e no máximo de 24 (vinte e quatro) meses, podendo ser prorrogado até o máximo de 32 (trinta e dois) meses. c) prazo para pagamento: Até 240 (duzentos e quarenta) meses. d) comprometimento de renda: até 25% da renda familiar bruta apurada. e) critério de atualização do saldo devedor: atualizado mensalmente pela mesma variação dos depósitos de poupança. f) prestação: parcela devida de amortização de acordo com o saldo devedor atualizado da operação e o prazo de amortização. g) seguro de danos físicos do imóvel: contratação a critério do Agente Financeiro em Apólice fornecida pelo Agente Financeiro ou Apólice de mercado fora do Agente Financeiro, podendo ser individual ou em grupo. h) pontualidade no pagamento: As parcelas pagas até a data de vencimento terão um desconto mínimo de 10% sobre seu valor. No mês em que todo o grupo associativo pagar pontualmente as prestações, a entidade associativa receberá uma remuneração de 5% sobre o total do valor recebido. NÚMERO DE UNIDADES HABITACIONAIS POR ENTIDADE: 17

17 A entidade proponente fica limitada a operar no máximo 3 (três) projetos ou 600 (seiscentas) unidades habitacionais simultâneas, por unidade federativa, sendo computadas as selecionadas e as contratadas. Um novo projeto na mesma unidade Federativa, somente será selecionado quando do cancelamento ou da conclusão de um projeto anterior, sendo observados os limites acima definidos. (Mais informações: AÇÕES DA CÂMARA DE ARQUITETURA E URBANISMO - Divulgação e implementação da Lei / Levantamento da situação dos projetos de Habitação de Interesse Social nos municípios CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO PARANÁ CÂMARA TÉCNICA DE ARQUITETURA DE INTERIORES A Câmara Técnica de Arquitetura de Interiores do CAU/PR Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná, terá como foco inicial de trabalho o esclarecimento e orientação dos profissionais de Arquitetura e Urbanismo em relação a duas normas técnicas que entraram em vigor recentemente, a Norma Brasileira ABNT NBR 15575:2013 Edificações Habitacionais - Desempenho, e a Norma Brasileira ABNT NBR : Reforma em edificações Sistema de gestão de reformas Requisitos. Tais normas têm atraído grande atenção por parte de arquitetos entretanto seu conhecimento bem como o atendimento aos requisitos impostos não ocorre no exercício da atividade pela maioria dos profissionais do estado, apesar de já estarem em vigor. Através dos agentes distribuídos por todo o estado do Paraná em torno dos escritórios regionais do CAU/PR a Câmara Técnica de Arquitetura e Interiores priorizará a sensibilização, esclarecimento e orientação dos arquitetos sobre as implicações das normas, bem como buscará soluções de forma a viabilizar sua aplicação nas atividades profissionais. Objetivos Os objetivos da Câmara de Arquitetura de Interiores serão de: 18

18 Compreender os requisitos, implicações técnicas e legais, e abrangência de ambas as normas brasileiras nas atividades profissionais e projetos de Arquitetura e Interiores; Sensibilizar e orientar os profissionais das responsabilidades lhes atribuída pelas normas; Discutir alternativas para o atendimento às normas e outros encaminhamentos necessários para viabilizar o cumprimento das condições impostas; Propor instrumentos que auxiliem na verificação das condições de atendimento às normas como por exemplo check-lists de verificação de memoriais descritivos e projetos executivos; Estabelecer diretrizes para o envolvimento de fornecedores, clientes, projetistas, construtoras e usuários atribuindo e demandando as responsabilidades de cada interveniente. Metodologia de trabalho Para a discussão e desenvolvimento das atividades da câmara, propõe-se que sejam formados grupos de trabalho (GTs) em cada escritório regional do CAU/PR, organizados e conduzidos pelos agentes, titular e suplente, que foram nomeados pela regional para a Câmara de Arquitetura de Interiores. Tais grupos de trabalho seguirão cronograma de discussões sobre aspectos importantes das normas, que seguirão via agente regional para reuniões regulares da Câmara para a discussão entre os demais agentes regionais e coordenador da Câmara. 1. NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 15575:2013 Edificações Habitacionais Desempenho A Norma NBR 15575, também chamada de Norma de Desempenho trata-se de um conjunto de normas técnicas que abrangem os principais itens da construção civil de uma edificação habitacional. Após anos de elaboração e estudos, e a suspensão do inicio de sua vigência entre novembro de 2010 e fevereiro de 2013, a partir de julho de 2013 passou a vigorar para todos os projetos de novas construções residenciais, ou seja, não se aplica a reformas. Desta forma aplica-se a edificações habitacionais unifamiliares e multifamiliares, e não se aplica a: Obras já concluídas Obras em andamento na data do início da vigência da norma Projetos protocolados nas prefeituras antes do início de vigência da norma Obras de reforma Obras de retrofit de edificações Edificações provisórias A norma segue modelos internacionais de normalização de desempenho, constando dos requisitos de desempenho, critérios de desempenho e respectivos métodos de avaliação. 19

19 As partes constituintes da norma foram divididos em elementos da construção, tendo que atender a uma série de exigências em relação à: Segurança Desempenho mecânico Segurança contra incêndio Segurança no uso e operação Habitabilidade Estanqueidade Desempenho térmico e acústico Desempenho lumínico Saúde, higiene e qualidade do ar, Funcionalidade e acessibilidade Conforto tátil Sustentabilidade Durabilidade Manutenibilidade Adequação ambiental A NBR trata-se de uma norma abrangente cujo atendimento e compreensão requer também o conhecimento de todas as outras normas específicas dos materiais, componentes e sistemas de uma obra de construção civil. Estabelece também critérios para a indicação de Vida Útil do Projeto (VUP), termos de garantia e gestão da manutenção predial requeridos para a referida edificação. A respeito da VUP, a norma descreve como: período de tempo em que um edifício e/ou seus sistemas prestam às atividades para as quais foram projetados e construídos, com atendimento dos níveis de desempenho previstos nesta Norma, considerando a periodicidade e a correta execução dos processos de manutenção especificados no respectivo manual de uso, operação e manutenção. As seis partes que constituem a Norma de Desempenho são (resumos segundo o Guia Orientativo para atendimento à Norma ABNT NBR 15575/2013): Parte 1: Requisitos gerais Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais 20

20 Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas Parte 5: Requisitos para os sistemas de cobertura Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários Aos projetistas, em especial aos arquitetos será necessário o conhecimento do desempenho dos materiais, sistemas e componentes especificados em seus projetos, tendo eles a estarem de acordo com o desempenho mínimo requerido conforma a NBR Além disso, a indicação das VUPs no projeto executivo será obrigatória bem como a indicação das atividades e processos de manutenção, uso e operação do edifício e seus sistemas que forem propostos em projeto para atingirem a VUP indicada. Em caso de desconhecimento das características técnicas, vida útil, condições de operação e manutenção será necessária a solicitação da empresa fornecedora do material, componente ou sistema proposto de forma a assegurar o cumprimento da norma na especificação em projeto. Plano de Trabalho O atendimento aos requisitos impostos pela NBR Norma de Desempenho aos arquitetos é tarefa complexa e desafiadora, tanto pela profundidade técnica necessária para as especificações de projeto quanto como a quantidade de itens que compõem as especificações em projeto. O conhecimento da Norma de Desempenho como um todo é parte da solução necessário para tal atendimento, entretanto como a NBR remete a outras normas específicas será necessário no mínimo o conhecimento de quais são estas normas e quem deve conhecê-las para pleno atendimento, como arquitetos, outros projetistas, fornecedores, construtoras e clientes. Como a Norma já está em vigência, propõe-se uma discussão em torno de grupos de trabalho, cada um focado em determinada parte da norma, para que o conteúdo e exigências requeridas sejam mais rapidamente compreendidas e seu atendimento seja mais prontamente proposto através de ações e instrumentos que facilitem tais especificações. Propõe-se, desta forma, que as seguintes etapas sejam seguidas para o melhor e mais ágil atendimento em projeto da Norma de Desempenho: Formação de Grupos de Trabalho (GTs) em torno das partes da Norma, organizadas nos escritórios regionais do CAU, sendo os trabalhos conduzidos pelo(s) agente(s) da Câmara de Arquitetura e Urbanismo designados e seu(s) suplente(s) Compreensão dos requisitos, implicações técnicas e legais, e abrangência da Norma de Desempenho nas atividades profissionais e projetos de Arquitetura e Interiores; Sensibilização e orientação dos profissionais das responsabilidades lhes atribuída pelas normas; 21

21 Discussão de alternativas para o atendimento às normas e outros encaminhamentos necessários para viabilizar o cumprimento das condições impostas como ações, processos, cursos, etc. Proposição de instrumentos que auxiliem na verificação das condições de atendimento às normas como por exemplo check-lists de verificação de memoriais descritivos e projetos executivos; Elaboração de Manual Orientativo para arquitetos pertencentes ao CAU/PR; Divulgação do Manual Orientativo a todos os arquitetos através de palestras nas regionais do CAU/PR; Estabelecimento de diretrizes para o envolvimento de fornecedores, clientes, projetistas, construtoras e usuários atribuindo e demandando as responsabilidades de cada interveniente; Estabelecimento de parcerias estratégicas com empresas, associações e entidades, públicas e privadas que possam auxiliar no esclarecimento e obtenção das informações técnicas, como Senai, Sebrae, Sinduscon, Associações de fabricantes de materiais de construção civil. Como modelo proposto para a condução dos grupos de trabalho (GTs) da Câmara de Arquitetura e Interiores do CAU/PR, sugere-se que cada uma das seis partes da NBR seja estudada por um grupo, este referente a uma regional do CAU/PR. Envolvendo os profissionais da regional, o(s) agente(s) e suplente(s) conduzirão a análise dos requisitos demandados na parte lhes cabida, entendendo os requisitos necessários aplicáveis de forma a possibilitar a proposição de diretrizes de projeto e de memorial descritivo, bem como de ações necessárias para a execução das diretrizes propostas, conforme tabela sugerida abaixo. Após o prazo determinado para que tais reuniões nas regionais ocorram, serão propostas reuniões com a participação dos agentes das regionais bem como convidados conforme interesse do CAU/PR para participarem da validação dos encaminhamentos propostos pelos agentes, que sirva de base para a elaboração de um Manual que sirva de guia e referencia para a confecção de projetos de arquitetura. Desta forma, além do conhecimento mais ágil e aprofundado da norma, da sensibilização e envolvimento dos profissionais nas regionais sobre o tema, e colaboração de profissionais e agentes de todo o estado, será obtido um documento útil e de uso prático para ser disponibilizado aos arquitetos, como contribuição do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná. Além disso, pontos relevantes e muitas vezes distante do alcance de pequenos escritórios e profissionais autônomos, como acesso a informações técnicas, laudos e ensaios podem ser viabilizados pelo CAU através do levantamento de quais são estas informações e especificações, por vezes desconhecidas pelos próprios fabricantes e até mesmo talvez que não tenham sido testados e ensaiados. 22

22 CAU-PR CÂMARA TÉCNICA DE ARQUITETURA DE INTERIORES ABNT NBR NORMA DE DESEMPENHO Diretrizes para Projeto e Memorial Descritivo Desempenho estrutural Segurança contra incêndio Segurança no uso e operação Funcionalidade e acessibilidade Conforto tátil e antropodinâmico Desempenho térmico Desempenho acústico Desempenho lumínico Estanqueidade à água Durabilidade Manutenibilidade / gestão da manutenção predial 1 Requisitos Gerais GT-CAI-01 2 Requisitos para os Sistemas Estruturais 1 Requisitos Gerais GT-CAI-02 GT- CAI-03 3 Requisitos para os Sistemas de Pisos 1 Requisitos Gerais 23

23 4 Requisitos para os Sistemas de Vedações verticais internas e externas 1 Requisitos Gerais GT-CAI-04 5 Requisitos para os Sistemas de Cobertura 1 Requisitos Gerais GT-CAI-05 6 Requisitos para os Sitemas Hidrossanitários 24

24 Grupos de trabalho tabela sugerida para tema Norma de Desempenho 2. NORMA BRASILEIRA ABNT NBR 16280:2014 Reforma em edificações Sistema de gestão de reformas Requisitos A Norma NBR que vem sendo chamada de Norma de Reforma entrou em vigor em 18 de abril de 2014 e estabelece as condições para as atividades técnicas de reformas em edificações. Entendendo que as edificações construídas sofrem com a ação do tempo perdendo função ou qualidade, estas podem necessitar renovação, mudança de uso ou função, ajustes, adequações e recuperação de suas propriedades técnicas, sendo que as intervenções técnicas devem seguir processos orientados pelo fator Segurança, que é uma das maiores preocupações desta norma. Mudanças econômicas e culturais trazem necessidades que podem levar a processos de alteração das construções. Contudo, estas transformações devem preservar a segurança das edificações, seus usuários e o entorno por ela impactados. Obviamente, em toda atividade existe a presença do elemento risco que, nas análises de gestão, deve ser tratado adequadamente (ABNT NBR 16280:2014, Introdução) A norma estabelece que qualquer alteração nos sistemas, materiais ou componentes da edificação, seja em sua área privativa ou área comum, deverá ser analisada por equipe técnica e autorizada pelo responsável legal pela edificação, com o conhecimento e anuência do proprietário da unidade a ser reformada. No website do CAU/BR foram esclarecidos os objetivos da norma bem como sua aplicação: A norma estabelece que toda reforma de imóvel que altere ou comprometa a segurança da edificação ou de seu entorno precisará ser submetida à análise da construtora/incorporadora e do projetista, dentro do prazo decadencial (a partir do qual vence a garantia). Após este prazo, exigirá laudo técnico assinado por engenheiro ou arquiteto. E o síndico ou a administradora, com base em parecer de especialista, poderão autorizar, autorizar com ressalvas ou proibir a reforma, caso entendam que ela irá colocar em risco a edificação. A NBR incorporou meios para prevenção de perda de desempenho incluindo métodos para: planejamento, projetos e análises técnicas e implicações de reformas nas edificações; alteração das características originais da edificação ou de suas funções; descrição das características da execução das obras de reforma; segurança da edificação do entorno e dos usuários; Registro documental da situação da edificação, antes da reforma, dos procedimentos utilizados e do pós-obra de reforma e supervisão técnica dos processos e das obras. (CAU/PR, ABNT%20%20norma%20das%20reformas%20entra%20em%20vigor%20dia%2018%20de%20 abril%20%20%20cau%20br.htm) Escopo O escopo abrangido pela norma aplica-se exclusivamente às reformas de edificações, e estabelece os requisitos para os sistemas de gestão de controle de processos, projetos, execução e segurança, e meios para: 25

25 Prevenções de perda de desempenho decorrente das ações de intervenções gerais ou pontuais nos sistemas, elementos ou componentes da edificação; Planejamento, projetos e análises técnicas de implicações da reforma na edificação; Alteração das características originais da edificação ou de suas funções; Descrição das características da execução das obras de reforma; Segurança da edificação, do entorno e de seus usuários; Registro documental da situação da edificação, antes da reforma, dos procedimentos utilizados e do pós-obra de reforma; Registro documental da situação da edificação, antes da reforma, dos procedimentos utilizados e do pós-obra de reforma Supervisão técnica dos processos e das obras (fonte: ABNT NBR 16280:2014, Item 1 Escopo) Requisitos para a gestão da reforma - Organização das diretrizes A NBR define que os serviços de reforma devem estar apresentados em um plano de reforma, que garanta a preservação dos sistemas de segurança da edificação e que não afete os serviços de manutenção após o término da obra. Obriga a apresentação de toda e qualquer modificação que altere ou comprometa a segurança da edificação ou seu entorno para a análise da construtora e do projetista, e que sejam previstos os meios que protegerão os usuários da edificação e vizinhança de eventuais danos ou prejuízos decorrentes dos serviços de reforma. Neste plano de diretrizes deverão ainda ser descritos todos os processos para a realização da obra da reforma bem como a forma de comunicação com o responsável pela edificação, além de informar responsáveis e atribuições em todas as fases da obra. Os registros de aprovações necessárias para a realização da obra, e a previsão dos recursos materiais, técnicos, financeiros e humanos também deverão constar deste plano de reforma. Requisitos para realização da reforma O plano de reforma deve ser elaborado por profissional habilitado por apresentar a descrição de impactos nos sistemas, subsistemas e afins da edificação, e por encaminhar o plano ao responsável legal da edificação em comunicado formal para análise do início da obra de reforma (ABNT NBR 16280:2014, Item 5 Requisitos para realização de reformas em edificações) Este plano deverá contemplar os seguintes itens, considerando as áreas privativas e áreas sociais impactadas: Atendimento às legislações e normas técnicas Garantia da segurança da edificação e dos usuários, durante e após a obra; Autorização para circulação dentro da edificação dos insumos e funcionários nos horários permitidos; Apresentação de projetos, memoriais, desenhos e referências técnicas; 26

26 Escopo dos serviços; Identificação das atividades que gerem ruídos com a previsão dos níveis de pressão sonora máxima; Identificação de materiais tóxicos, combustíveis e inflamáveis; Localização e implicações no entorno da reforma; Cronograma da reforma; Dados das empresas, profissionais e funcionários envolvidos com a reforma; Responsabilidade técnica pelo projeto, execução e supervisão apresentada de forma legal; Planejamento de descarte de resíduos gerados; Estabelecimento de local de armazenagem de insumos e resíduos gerados; Implicações sobre o manual de uso, operação e manutenção de edificações (NBR 14037) e gestão da manutenção (NBR 5674). Incumbências ou encargos A NBR define as atribuições e obrigações para as fases de antes do início da obra, durante as obras e após a reforma para os intervenientes responsáveis pela edificação, que são o Responsável legal da edificação e o Proprietário da unidade autônoma (em caso de condomínio). Requisitos para a documentação das obras de reforma A norma obriga o arquivamento de toda a documentação referente à obra de reforma como parte integrante do manual de uso, operação e manutenção da edificação, sob guarda do responsável pela edificação, bem como todos os registros gerados durante a execução da reforma. Plano de Trabalho Para a Norma de Reforma os trabalhos a serem desenvolvidos pela Câmara envolverão não somente os arquitetos e construtores, mas também os clientes e administradores de condomínio. Desta forma as etapas a serem seguidas pelos agentes da Câmara de Arquitetura de Interiores envolverão: Compreensão dos requisitos e implicações da Norma NBR 16280; Discussão nas regionais dos impactos, bem como dos documentos e processos necessários para o atendimento da norma; Elaboração de Manual Orientativo para arquitetos pertencentes ao CAU/PR Elaboração de Manual para clientes e administradores de condomínios ou similares esclarecendo principais aspectos e implicações técnicas e legais da norma. Divulgação do Manual Orientativo a todos os arquitetos através de palestras nas regionais do CAU-Pr. 27

27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - Norma Brasileira ABNT NBR 15575:2013 Edificações Habitacionais - Desempenho. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro Norma Brasileira ABNT NBR 16280:2014 Reforma em edificações Sistema de gestão de reformas Requisitos. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro Desempenho de edificações habitacionais: guia orientativo para atendimento à norma ABNT NBR 15575/2013. Câmara Brasileira da Indústria da Construção CBIC. Brasília AÇÕES DA CÂMARA TÉCNICA - Divulgação da Norma de Desempenho e da Norma da Reforma. - Promoção de cursos/treinamentos sobre as Normas. 28

28 1ª Conferência Estadual das Câmaras Técnicas do CAU-PR Texto de referência para a Câmara Técnica de ARQUITETURA PAISAGÍSTICA Introdução: As Áreas de Preservação Permanente (APPs) situadas em Áreas Urbanas, é o tema que a Câmara Técnica de Arquitetura Paisagística traz para o debate dos colegas arquitetos e urbanistas nessa 1ª Conferência Estadual do CAU-PR. O assunto é, sem dúvida, atual e relevante; uma vez que o debate nacional sobre a sustentabilidade das cidades envolve diretamente a questão das políticas públicas e ações privadas relacionadas à crescente urbanização do território brasileiro e seus impactos sobre as Paisagens e o Território. Esse tema se reporta às discussões sobre as políticas de desenvolvimento social e econômico e a sua consideração pelas políticas e práticas de planejamento urbano e regional vigentes em nosso País. Ele também se situa no centro da discussão sobre a paisagem e a arquitetura paisagística, na medida que por definição as APP são áreas tanto frágeis como complexas, cuja importância é vital para a manutenção dos processos físicos e biológicos que asseguram os Serviços Ambientais ou Serviços da Natureza. Destaca-se dessa conjuntura e cenário dinâmico o debate relevante sobre o Estatuto das Cidades e o Código Florestal Brasileiro, tendo em vista que as Áreas de Preservação Permanente (APP) situam-se perfeitamente neles, seja de forma conflitante ou como um valor cultural a ser incorporado na expectativa de se construir um ambiente saudável do ponto de vista social e ambiental. Principalmente, no que se refere a incorporar novos paradigmas e posturas relacionadas à justiça social e o equilíbrio ambiental sustentável no tempo através das teorias e métodos, programas e projetos, ações e práticas dos agentes públicos e privados que, em última instância, são os responsáveis diretos e indiretos pelas transformações do ambiente onde vivem milhões de brasileiros. Justifica-se esse recorte pelo fato de que cabe ao Plano Diretor de uma cidade legislar não somente sobre os espaços urbanos, mas sobre a totalidade do território municipal. Por outro lado, justifica-se também ampliar nossos esforços de reflexão para além das áreas ou regiões urbanizadas pelo reconhecimento da realidade agrária que caracteriza o Estado do Paraná, e atinge parcela significativa de sua rede de cidades, população e economia. Por outro lado, a recente revisão do Código Florestal Brasileiro expôs ainda mais a situação conflitante entre as caracterizações das APP situadas em áreas urbanas e áreas rurais, ao delegar autonomia e competência dos municípios para legislar em relação a essa matéria uma decisão que, como se verá mais adiante, não extinguiu as divergências e promete se estender pelos tribunais e foros do País. Situação desse debate na atualidade: áreas urbanas Em recente evento organizado em São Paulo, Nabil Bonduki afirmou que: grande parte dos problemas da cidade têm a ver com a ocupação de áreas que não deveriam ter sido ocupadas, enquanto há outros lugares melhores onde as pessoas não estão [...] a questão mais complexa diz respeito às áreas que já estão ocupadas, a exemplo da urbanização de favelas, que em muitos casos localizam-se nas margens dos córregos. Preservar essas áreas também depende de comprar terrenos para a construção de moradias adequadas para a população de baixa renda, o que exige planejar o desenvolvimento urbano e regional. 29

29 Esse caso se reporta à realidade da cidade de São Paulo, porém pode servir de referência para a realidade urbana nacional e paranaense. Os participantes do evento pontuaram ainda alguns aspectos da questão que estariam relacionados a alguns dos principais problemas urbanos e ambientais daquela metrópole, a exemplo de: extensas áreas caracterizadas como de moradia precária, agravamento da situação das enchentes em períodos de maior precipitação pluviométrica e contaminação dos corpos hídricos. A escassez de água potável para o abastecimento verificada nos últimos meses naquela região do País, à sua vez, também está fortemente correlacionada a aspectos climáticos exógenos e à intensa modificação das paisagens naturais na metrópole paulista e no seu hinterland. O grupo mencionou também que a sobreposição de legislações, a falta de clareza sobre quem deve analisar os empreendimentos e a insuficiência de políticas específicas para as Áreas de Proteção Permanente (APPs) situadas em regiões urbanizadas contribui para o atual estado de ausência de diretrizes de ações objetivas para uma definitiva solução desses problemas. Para Nabil Bonduk, a reforma mais recente do Código Florestal sobre esse tema acabou por centralizar o debate no meio rural e no agronegócio, marginalizando os problemas das áreas de proteção urbanas [...] e, que caberia ao Plano Diretor de cada município restringir ou regularizar as APP que já foram tomadas pelo urbano afim de viabilizar as intervenções dos municípios mediante cooperação com os governos estadual e federal. Por outro lado, o grupo observou ainda que os impactos ambientais da urbanização não se restringem às áreas de urbanização precária. Por exemplo, em áreas de urbanização consolidada não há instrumentos legais que impeçam o rebaixamento do lençol freático a partir da construção de subsolos ou da construção de garagens em edifícios uma solução frequentemente adotada e preconizada pelos profissionais de projeto, empreendedores imobiliários e pelas legislações municipais. O evento anteriormente relatado foi organizado logo após serem encerrados os debates e encaminhamentos adotados pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do parlamento brasileiro, que discutiu as alterações propostas para o Código Florestal Brasileiro. Uma das teses defendidas nessa Comissão propunha garantir a autonomia municipal para se determinar a largura da Área de Preservação Permanente (APP) no entorno de cursos d água em espaços urbanos (PLS 368/2012). A matéria avançou para a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e seguiu para decisão definitiva da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA). Na prática esse projeto propôs mudar o Código Florestal (Lei /2012) para determinar que o tamanho mínimo da área de vegetação ao longo de rios ou no entorno de lagoas, nas áreas urbanas, seja estabelecido através dos planos diretores dos municípios e em leis sobre uso e ocupação do solo. No seu bojo, propõe ainda que a delimitação da APP leve em conta as determinações da Defesa Civil e que seja submetida aos Conselhos Estaduais e Municipais de Meio Ambiente. É preciso observar que as regras para manutenção de vegetação nativa em APP estabelecidas pelo Código Florestal Brasileiro são aplicáveis quer para áreas rurais como para urbanas, o que na visão de alguns parlamentares representa uma enorme dificuldade para municípios de todos os portes e regiões do País, impedindo o ordenamento territorial de muitas cidades brasileiras (sic) em especial aquelas que se caracterizam por uma economia agrária. Aprovadas essas teses, o relator na CRA, senador Acir Gurgacz (PDT-RO), concordando com a proposta, apresentou emenda para substituir por faixas de APP marginais a corpos d água a expressão área de faixa de inundação utilizada no texto original. Acir Gurgacz concorda que a matéria é 30

30 polêmica, mas considera que as faixas de mata nativa exigidas pela lei em vigor são excessivas para espaços urbanos. Dispositivo semelhante ao proposto, constava do projeto de novo Código Florestal aprovado no Congresso, mas foi vetado pela presidente Dilma Rousseff quando sancionou a nova lei. O código estabelece faixas de vegetação que variam de 30 metros a 500 metros de largura, conforme a largura dos rios, valendo para área rural e urbana. Para lagoas em área urbana devem ser mantidas faixas com no mínimo 30 metros de largura. Áreas rurais: o que mudou no Código Florestal Após quase dois anos da edição do novo Código Florestal (Lei /2012), publicou-se o Decreto 8.235, de 5 de maio de 2014, estabelecendo as regras para a regularização de imóveis rurais sem o percentual da cobertura vegetal exigidos, ou que ainda não têm suas reservas legais (RL) averbadas, ou não delimitaram suas áreas de preservação permanente (APP). O referido decreto estabelece normas gerais complementares para regularização das Áreas de Preservação Permanente (APP), de Reserva Legal (RL) e de Uso Restrito (UR) mediante recuperação, recomposição, regeneração ou compensação. Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais deverão realizar um Plano de Recuperação Ambiental em seus imóveis (PRA) após preencherem o Cadastro Ambiental Rural (CAR). Entende-se por Área de Preservação Permanente (APP) área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Por Reserva Legal (RL), uma área localizada no interior de uma propriedade rural, que não seja a APP, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas. E, por fim, Área de Uso Restrito (UR) são aquelas áreas com inclinação entre 25 e 45. A inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR) será realizada por meio do Sistema de Cadastro Ambiental Rural (Sicar), que emitirá um recibo nos mesmos moldes da declaração do Imposto de Renda. O Decreto diz que, depois de realizada a inscrição no CAR, os proprietários ou os possuidores de imóveis rurais com passivo ambiental relativo às Áreas de Preservação Permanente (APP), de Reserva Legal (RL) e de uso restrito (UR) poderão proceder à regularização ambiental mediante adesão aos Programas de Regularização Ambiental dos Estados e do Distrito Federal (PRA), com base nas normas estabelecidas pelo Capítulo II deste Decreto e pelo Capítulo III do Decreto 7.830, de Enquanto estiver sendo cumprido o termo de compromisso pelos proprietários ou possuidores de imóveis rurais, ficará suspensa a aplicação de sanções administrativas, associadas aos fatos que deram causa à celebração do termo de compromisso. À sua vez, os termos de compromissos ou instrumentos similares em andamento para a regularização ambiental do imóvel rural referentes às Áreas de Preservação Permanente, de Reserva Legal e de Uso Restrito, firmados sob a vigência da legislação anterior, a pedido do proprietário, poderão ser revistos para se adequarem ao disposto na Lei Espera-se um acirramento das discussões sobre esse tema em âmbito judicial, uma vez que ela desconsidera o ato jurídico perfeito e traz enorme insegurança aos acordos anteriormente firmados (no jargão jurídico, compromete o Estado Democrático de Direito e contraria o princípio do não retrocesso). 31

31 O decreto estabeleceu ainda os Programas de Regularização Ambiental dos Estados e instituiu o Programa Mais Ambiente Brasil, com o objetivo de apoiar, articular e integrar referidos Programas de Regularização Ambiental. Esse programa será composto de ações de apoio à regularização ambiental de imóveis rurais, em especial: (i) educação ambiental; (ii) assistência técnica e extensão rural; (iii) produção e distribuição de sementes e mudas; e (IV) capacitação de gestores públicos envolvidos no processo de regularização ambiental dos imóveis rurais nos estados e no Distrito Federal. Por outro lado, o Ministério do Meio Ambiente publicou a Instrução Normativa MMA 2, de 5 de maio de 2014, apresentando de forma detalhada os procedimentos para a integração, execução e compatibilização do Sistema de Cadastro Ambiental Rural (Sicar), definindo os procedimentos gerais do Cadastro Ambiental Rural- CAR. Os possuidores e proprietários de cerca de 5,6 milhões de propriedades rurais hoje existentes no País têm prazo de um ano para inscrever seus imóveis no CAR, que consolidará as informações sobre as condições de suas terras (área utilizada para plantio, quanto existe de reserva legal, APP, quanto foi desmatado etc.). No caso de existência de qualquer irregularidade referente às Áreas de Preservação Permanente, Reservas Legais e de Uso Restrito, o proprietário ou possuidor poderá, por meio de celebração de um Termo de Compromisso, aderir aos Programas de Regularização Ambiental dos Estados. O registro do imóvel rural no CAR é nacional, único e permanente. O acesso para, consultas, revisões e alterações de informações declaradas poderá ser feito utilizando-se do Cadastro de Pessoa Física-CPF ou o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica-CNPJ ou número de inscrição no CAR e senha pessoal, gerada pelo SICAR, disponível no sítio eletrônico No processo de análise das informações declaradas no CAR, o órgão competente poderá realizar vistorias no imóvel rural, bem como solicitar do proprietário ou possuidor rural a revisão das informações declaradas e os respectivos documentos comprobatórios. Muito embora a legislação não permita, atividades industriais podem estar instaladas em áreas rurais e, portanto, obrigadas ao cumprimento das disposições acima. Referida obrigação é válida também para as atividades agroindustriais, independentemente de estarem localizadas em áreas rurais ou não. Finalmente, a não realização do CAR poderá restringir o acesso do proprietário ou possuidor a linhas de crédito federal ou programas de fomento oferecidos pelos governos federal e estadual. Caso o proprietário/possuidor não faça o cadastro e tenha em sua área Reserva Legal e/ou APP a recuperar, ele estará sujeito às penalidades impostas pela legislação vigente. A edição dessas normas é importante, pois regulamenta o Código Florestal estabelecendo as regras para a regularização de imóveis rurais sem o percentual da cobertura vegetal exigidos, ou que ainda não têm suas reservas legais averbadas, ou não delimitaram suas áreas de preservação permanente. Entretanto, flexibiliza a discussão de acordos anteriormente firmados, contrariando o princípio do não retrocesso, tão debatido e defendido pelo Ministério Público na atualidade. (Texto editado pelo articulista a partir do original de Renata Franco de Paula Gonçalves Moreno e matérias colhidas na Internet). O cenário nacional e estadual Nos últimos cinquenta anos assistimos a mudanças significativas no padrão de uso e ocupação de extensas áreas rurais ou naturais por todo Brasil. Enormes porções do território nacional 32

32 foram convertidas em regiões urbanizadas, com diferentes padrões de desenho e qualidade de vida e impacto devastador sobre os biomas naturais remanescentes próximos às áreas urbanas (Floresta Atlântica, Campos Naturais, Orla Marítima, Manguezais, Restingas e Várzeas de Rios urbanos). Por outro viés, expandiu-se a Fronteira Agrícola Brasileira e intensificou-se a exploração de enormes extensões de terra antes não agriculturáveis, com impacto significativo nos Biomas do Cerrado, da Floresta Amazônica, Floresta de Araucárias e Campos Naturais. Simultaneamente, enormes contingentes populacionais se deslocaram de uma região para outra, estabelecendo vigorosos fluxos migratórios que moldaram a atual rede de cidades brasileira e paranaense, caracterizada pela concentração populacional em metrópoles ou regiões metropolitanas, em grandes e médias cidades, articuladas a inúmeras pequenas cidades, vilas e assentamentos humanos de caráter mais rural que urbano. Um aspecto importante desse cenário é o fato de que a maioria dessa população assentou-se na periferia dos núcleos metropolitanos e urbanos, seja de forma espontânea ou planejada, sobre áreas geralmente desassistidas de infraestrutura, equipamentos e serviços públicos capazes de suportar o impacto desse processo sobre o Território e a Natureza. Independente da centralidade dessas áreas em relação às regiões de mais antiga urbanização, a maioria dessa população assentou-se sobre áreas frágeis e inadequadas à urbanização evidenciando ou recrudescendo os fatores que comumente são apontados como causadores dos graves desastres ambientais que se manifestam tanto nos ambientes urbanos como rurais, a exemplo de: supressão da cobertura vegetal primitiva; assoreamento, poluição e degradação dos rios e mananciais de água potável; crescente impermeabilização do solo e agravamento dos impactos das enchentes; erosão e desmonte das estruturas geológicas, causando perdas incalculáveis de vidas e patrimônio público e privado; destruição do patrimônio ambiental e cultural, comprometendo a biodiversidade e a herança cultural a nós delegada; entre outros. Diante desse quadro, é importante também registrar que multidões de brasileiros e paranaenses que têm na sua origem uma forte relação com os padrões rurais ou florestais de sobrevivência estão se adaptando rapidamente para viver nesses novos locais e ambientes de caráter e modo de vida urbano. Ou seja, as novas gerações terão um enorme desafio diante de si para recuperar, planejar, projetar, construir e preservar as cidades e suas estruturas e infraestruturas que dão suporte aos seus lares e ambientes de trabalho e convívio. Entre esses, é importante destacar o relevante papel dos arquitetos e urbanistas para assistir e cooperar com o Estado e a Sociedade para uma mudança significativa dessas tendências e a consolidação de uma nova cultura de vida. Sobretudo, os jovens estudantes de arquitetura e urbanismo que cotidianamente são formados pelos 28 ou 29 cursos existentes e distribuídos pelo Paraná. Ou seja, espera-se dos arquitetos e urbanistas uma postura tanto realista como compromissada em relação ao exercício profissional em suas diversas áreas atuação. APP em Áreas Urbanas As Áreas de Preservação Permanente foram instituídas pelo Código Florestal Brasileiro (Lei n , de 25 de Maio de 2012) e consistem em espaços territoriais legalmente protegidos, ambientalmente frágeis e vulneráveis, podendo ser públicas ou privadas, urbanas ou rurais, cobertas ou não por vegetação nativa. Entre as diversas funções ou serviços ambientais 33

33 prestados pelas APP em meio urbano, vale mencionar: a) a proteção do solo prevenindo a ocorrência de desastres associados ao uso e ocupação inadequados de encostas e topos de morro; b) a proteção dos corpos d'água, evitando enchentes, poluição das águas e assoreamento dos rios; c) a manutenção da permeabilidade do solo e do regime hídrico, prevenindo contra inundações e enxurradas, colaborando com a recarga de aquíferos e evitando o comprometimento do abastecimento público de água em qualidade e em quantidade; d) a função ecológica de refúgio para a fauna e de corredores ecológicos que facilitam o fluxo gênico de fauna e flora, especialmente entre áreas verdes situadas no perímetro urbano e nas suas proximidades, a atenuação de desequilíbrios climáticos intra urbanos, tais como o excesso de aridez, o desconforto térmico e ambiental e o efeito "ilha de calor. A manutenção das APP em meio urbano possibilita a valorização da paisagem e do patrimônio natural e construído (de valor ecológico, histórico, cultural, paisagístico e turístico). Esses espaços exercem, do mesmo modo, funções sociais e educativas relacionadas com a oferta de campos esportivos, áreas de lazer e recreação, oportunidades de encontro, contato com os elementos da natureza e educação ambiental (voltada para a sua conservação), proporcionando uma maior qualidade de vida às populações urbanas, que representam 84,4% da população do país. Os efeitos indesejáveis do processo de urbanização sem planejamento, como a ocupação irregular e o uso indevido dessas áreas, tende a reduzi-las e degradá-las cada vez mais. Isso causa graves problemas nas cidades e exige um forte empenho no incremento e aperfeiçoamento de políticas ambientais urbanas voltadas à recuperação, manutenção, monitoramento e fiscalização das APP nas cidades, tais como: a) articulação de estados e municípios para a criação de um sistema integrado de gestão de Áreas de Preservação Permanente urbanas, incluindo seu mapeamento, fiscalização, recuperação e monitoramento; b) apoio a novos modelos de gestão de APP urbanas, com participação das comunidades e parcerias com entidades da sociedade civil; c) definição de normas para a instalação de atividades de esporte, lazer, cultura e convívio da população, compatíveis com a função ambiental dessas áreas. A Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (MMA) contratou a Universidade de Brasília para levantar em 700 municípios brasileiros o percentual de áreas verdes e dos corpos d'água existentes nas áreas efetivamente urbanizadas e no seu entorno imediato, onde são exercidas as maiores pressões do processo de expansão urbana. O estudo visa conhecer a proporção de área urbanizada coberta por vegetação e o estado de conservação das APP em suas faixas marginais. A partir do conhecimento dessa realidade espera-se ser possível subsidiar: a formulação de normas e parâmetros legais sobre o tema; o monitoramento e a definição de ações e estratégias da política ambiental urbana; os processos de decisão a fim de preservar as APP e evitar a sua ocupação inadequada; o apoio aos programas de prevenção de desastres; a avaliação de potencialidades e necessidades na recuperação e preservação das APP situadas em áreas efetivamente urbanizadas e de expansão urbana. Parque urbano é uma área verde com função ecológica, estética e de lazer, no entanto, com uma extensão maior que as praças e jardins públicos. De acordo com o Art. 8º, 1º, da Resolução CONAMA Nº 369/2006, considera-se área verde de domínio público "o espaço de domínio público que desempenhe função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres de impermeabilização". 34

34 As áreas verdes urbanas são consideradas como o conjunto de áreas intra urbanas que apresentam cobertura vegetal, arbórea (nativa e introduzida), arbustiva ou rasteira (gramíneas) e que contribuem de modo significativo para a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental nas cidades. Essas áreas verdes estão presentes numa enorme variedade de situações: em áreas públicas; em áreas de preservação permanente (APP); nos canteiros centrais; nas praças, parques, florestas e unidades de conservação (UC) urbanas; nos jardins institucionais; e nos terrenos públicos não edificados. Exemplos de áreas verdes urbanas: praças; parques urbanos; parques fluviais; parque balneário e esportivo; jardim botânico; jardim zoológico; alguns tipos de cemitérios; faixas de ligação entre áreas verdes. Enquanto espaços privilegiados do encontro, da comunicação, dos intercâmbios e da concentração de informações, as cidades têm, historicamente, contribuído para impulsionar descobertas, avanços científicos e transformações progressistas das relações sociais. Ao mesmo tempo, enquanto produtos e expressão dessas mesmas relações, elas expõem sintomas de problemas não resolvidos. No Brasil e em muitas cidades latino-americanas, as marcas da forte exclusão social que comandou nossa história se revelam nos assentamentos habitacionais da população de baixa renda. Grandes contingentes vivem em moradias precárias, carentes de infraestrutura urbana e localizadas em áreas ambientalmente frágeis. Na maioria dos casos, tratam-se de comunidades em situação de extrema vulnerabilidade a desastres que decorrem de inundações, enxurradas, ou deslizamentos de terra, e colocam em risco a vida humana, de forma cada vez mais frequente em função das mudanças climáticas. O Programa de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres, dirigido ao fortalecimento do Sistema Nacional de Defesa Civil (SINDEC), por meio de um conjunto articulado de ações que incluem desenvolvimento institucional e intervenções estruturais, corretivas e preventivas, conta com crescente destinação de recursos orçamentários, que aumentaram de R$ 130 milhões em 2004 para R$ 3 bilhões em Entre os fatores que justificaram esse aumento de recursos, há também a maior frequência e intensidade de eventos climáticos extremos. Segundo dados da Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional, que coordena grande parte das ações do Programa, o Executivo Federal emitiu, entre 2003 e 2009, um total de Portarias de reconhecimento de situações de emergência ou estado de calamidade pública em municípios brasileiros. A média anual de cerca de Portarias emitidas foi superada em 2010 com a emissão de Portarias. A distribuição geográfica dessas ocorrências denota sua grande concentração nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, que são justamente as mais urbanizadas do país. O sucesso desse Programa, especialmente em áreas urbanas, depende diretamente de iniciativas da instância de poder municipal, tanto nas ações de resposta aos desastres alerta, socorro, assistência às vítimas e reconstrução de áreas atingidas - quanto nas ações preventivas diretamente relacionadas às competências municipais sobre o planejamento e gestão do desenvolvimento urbano. Para dar apoio aos municípios nessas questões, o Programa de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres prevê o mapeamento das áreas ambientalmente frágeis geralmente áreas de preservação permanente definidas pelo Código Florestal e o seu monitoramento, de forma a tornar efetivos o controle e fiscalização sobre as ocupações inadequadas de áreas de risco e a implementação das leis ambientais e 35

35 urbanísticas. No que se refere aos investimentos em intervenções estruturais de caráter preventivo, cabe destacar: o manejo adequado das águas pluviais mediante novos parâmetros para os projetos de drenagem; a implantação rápida de usos adequados em áreas onde ocorreu remoção de moradias em situação de risco, evitando-se novas ocupações; e a criação de parques e áreas de esporte e lazer em APP de margens de rios. É importante a participação das comunidades na elaboração dos projetos e acompanhamento das intervenções para a sua valorização e sustentabilidade. O Plano Diretor e as Áreas de Preservação Permanente O planejamento das cidades no Brasil é prerrogativa constitucional da gestão municipal que responde, inclusive, pela delimitação oficial da zona urbana, rural e demais territórios para onde são direcionados os instrumentos de planejamento ambiental. No âmbito do meio ambiente urbano, os principais instrumentos de planejamento ambiental são o Zoneamento EcológicoEconômico (ZEE), o Plano Diretor Municipal, o Plano de Bacia Hidrográfica, o Plano Ambiental Municipal, a Agenda 21 Local, e o Plano de Gestão Integrada da Orla. No entanto, todos os planos setoriais ligados à qualidade de vida no processo de urbanização, como saneamento básico, moradia, transporte e mobilidade, também constituem instrumentos de planejamento ambiental. O fundamental é que esses instrumentos sejam compostos por ações preventivas e normativas que permitam controlar os impactos territoriais negativos dos investimentos públicoprivados sobre os recursos naturais componentes das cidades. Com isso, almeja-se evitar a subutilização dos espaços já infraestruturados e a degradação urbana e imprimir uma maior eficiência das dinâmicas socioambientais de conservação do patrimônio ambiental urbano. A SRHU articula junto à Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental (SAIC) e Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural e Sustentável (SEDR) do MMA, Secretaria Nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades (SNPU/MCid) e Secretaria do Patrimônio da União (SPU/MPOG) o financiamento do projeto "Estratégias de Articulação entre Instrumentos de Gestão Territorial Ambiental e Urbana" com recursos do Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA). A Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU) atua na definição de normas e instrumentos para a gestão sustentável das águas no meio urbano, com base no conceito de desenvolvimento urbano de baixo impacto. Esse conceito busca a preservação do ciclo hidrológico natural, a partir da redução do escoamento superficial adicional gerado pelas alterações da superfície do solo (decorrentes do desenvolvimento urbano), e da indução à infiltração da água no solo e conservação e reúso da água em edificações urbanas. Desse modo, privilegia-se o planejamento e formas de uso e ocupação que contemplem o controle da erosão, permeabilidade do solo, reservação, infiltração e utilização das águas pluviais nos próprios lotes, com formas de pavimentação permeável. 36

36 É importante compreender que as enchentes dos rios são fenômenos naturais, que ocorrem com frequência variável e muitas vezes inesperada. Em muitas situações, o leito maior do rio é ocupado (principalmente em locais onde as enchentes demoram a acontecer novamente), fazendo com que a enchente do rio se transforme em inundação, com perdas humanas e patrimoniais. A enchente é um fenômeno natural, ao passo que a inundação é o resultado da ocupação de áreas que pertencem ao rio e desrespeito aos ciclos naturais dos ambientes aquáticos, mesmo que a inundação se dê de forma pouco frequente e esporádica. Sem detrimento das ações de resposta, enfatiza-se a prevenção de inundações como medida prioritária no trato com as águas urbanas, de maneira a evitar a perda de vidas e patrimônio na ocorrência desses desastres naturais. Assim, é importante aperfeiçoar soluções de projeto para a drenagem urbana, com valorização e fomento a formas inovadoras de estruturas de drenagem, bem como a renaturalização de rios e córregos e a criação de Parques Fluviais para conter a ocupação das Áreas de Preservação Permanente (APP) ripárias e várzeas. Desta forma, poderá ser garantido o espaço necessário para a contenção de cheias sem ocasionar graves danos pessoais e materiais, juntamente com a preservação e valorização das características naturais dessas áreas. Na busca do ordenamento da ocupação e usos das áreas ribeirinhas, a SRHU atua também na gestão integrada da orla marítima, estuarina e fluvial em áreas urbanas, participando do Projeto Orla (marítima e fluvial), além de induzir e assessorar a elaboração de normas, nas três esferas de governo, visando à proteção e fiscalização de corpos hídricos urbanos e mananciais utilizados no abastecimento público. Concluindo: a Arquitetura Paisagística e sua contribuição para esse debate A Arquitetura Paisagística pode oferecer, através do trabalho dos arquitetos e urbanistas, enormes contribuições para o enfretamento desses desafios sócio-ambientais e profissionais. No Brasil, a profissão de arquiteto e urbanista é de caráter generalista, regulada por lei federal e agrupa as atividades e áreas de estudo e exercício profissional referentes ao planejamento e desenho do espaço. Seja ele o espaço edificado e do interior dos edifícios, sejam os espaços externos em quaisquer escalas de abrangência desde um jardim até os espaços livres públicos e privados na escala da cidade. O planejamento do território, urbanizado ou não, inclui-se no campo profissional do Arquiteto e Urbanista mediante o que se conhece em nosso País por planejamento regional e urbano. A regulamentação da profissão de Arquiteto e Urbanista em nosso País existe desde 1933 (Decreto Federal n de 11 de dezembro de 1933). O exercício profissional da Arquitetura Paisagística está nele especificado em seu Artigo 30, item d compondo, portanto, juntamente com outras atividades concernentes a arquitetura e urbanismo, o quadro das atribuições dos Arquitetos e Urbanistas. Mais recentemente, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU/BR) criado pela Lei Federal n em 2010, no Inciso III do Artigo 2º, especifica a Arquitetura Paisagística como uma das atribuições profissionais do Arquiteto e Urbanista em nosso País. A resolução n.21, de do CAU-BR, também dispôs sobre as atividades e atribuições profissionais do arquiteto e urbanista, sendo essa a mais recente legislação em vigor que trata desse assunto. O título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo concedido oficialmente pelas Instituições de Ensino Superior Brasileiras, à sua vez, é o único que confere 37

37 competências e atribuições profissionais para atuar no planejamento e desenho de espaços para a sociedade. Os currículos acadêmicos nessa área seguem parâmetros e diretrizes curriculares nacionais, definidos pelo Ministério de Educação e, desde a Portaria n. 1770/94 do CNE-MEC, incluem como obrigatório o ensino e o aprendizado do Paisagismo ou da Arquitetura Paisagística para os estudantes dessa carreira. No Brasil, nenhum outro curso superior possui essa obrigatoriedade curricular. Por outro lado, desde a década de 1990 já foram realizados doze Encontros Nacionais de Ensino de Paisagismo em Escolas de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (ENEPEAs). Neste ano de 2014, ocorreu o XII ENEPEA, entre 25 e 30 de agosto em Vitória no Espírito Santo. Esses encontros são, a rigor, o principal evento acadêmico envolvendo ensino, pesquisa e extensão sobre o assunto em nosso País. Os ENEPEAs contribuíram dessa maneira tanto para a formulação das políticas e métodos de ensino e aprendizado como para a difusão e consolidação da Arquitetura Paisagística no cotidiano das escolas de Arquitetura e Urbanismo. Ou seja, como um campo disciplinar relevante e essencialmente ligado à nossa profissão na luta por uma sociedade melhor, mais justa e sustentável. Essas áreas ou campos de atividade profissional historicamente vem sendo debatidas, estudadas, ensinadas, construídas, legisladas e fiscalizadas no Brasil há mais de oito décadas. Esse intenso trabalho atingiu agora um novo patamar, com novas perspectivas e desafios para a regulação da profissão a partir da criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU-BR). A Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP), membro do Colégio Brasileiro de Arquitetos (CBA), é a entidade brasileira que reúne arquitetos e urbanistas que atuam nesse campo de atividades e está desde 1976 filiada à International Federation of Landscape Architects (IFLA). A ABAP organiza-se em âmbito nacional e o Estado do Paraná tem a sua seção regional (ABAP-PR), atuante na difusão e defesa do trabalho dos Arquitetos e Urbanistas que se dedicam ao campo específico da Arquitetura Paisagística. Nesse sentido, entende-se que a Câmara Técnica de Arquitetura Paisagística a ser criada como uma estrutura de apoio consultivo, de assessoramento técnico e político-institucional do CAUPR representa um importante passo para a consolidação dos espaços de participação e articulação dos Arquitetos e Urbanistas paranaenses. Principalmente, ela é um ambiente promissor de estudos e debates com vistas à formulação de políticas incidentes sobre esse campo profissional ainda sob ameaças de invasão por outros profissionais haja visto as recentes tentativas parlamentares de aprovar o Projeto de Lei (PL 2043/2011) que pretende escancarar essa competência profissional em favor de engenheiros florestais e agrônomos, biólogos e botânicos, designers ou mesmo de floristas ou floricultores que diariamente aviltam nosso campo profissional. Por isso, entende-se como necessário, desde já, sugerir pautas para a Câmara Técnica de Arquitetura Paisagística do CAU-PR, ampliando o escopo dos temas e assuntos a serem tratados por ela. Entende-se que as Câmaras Técnicas como novas estruturas de participação do CAU-PR podem desempenhar um relevante papel para sensibilizar e capacitar os arquitetos e urbanistas em relação às oportunidades e potencialidades do exercício profissional da Arquitetura Paisagística. Seja para o adequado tratamento das APPs Urbanas ou de inúmeros outros assuntos que interessam à essa categoria e à Sociedade de modo geral. 38

38 Uma agenda para a Câmara Técnica de Arquitetura Paisagística A discussão do conceito de Paisagem e seus desdobramentos, tais como Paisagismo, Arquitetura Paisagística, Planejamento e Projeto das Paisagens, nos seus vários níveis e escalas, constituem o campo teórico e técnico de nossos esforços e reflexões. As tipologias que podemos identificar como campo profissional seja de estudos ou intervenções é ampla e não menos complexa. Estamos aqui nos referindo aos seguintes tipos de espaços ávidos por um melhor desenho: os lugares naturais, sejam eles patrimoniais ou não; os lugares de caráter histórico e monumental; os lugares onde se desenvolve a vida das pessoas no cotidiano, sejam eles públicos ou privados; os lugares de encontro, de lazer e contemplação na reeducação do homem para uma vida mais sensível e sustentável no tempo. Esses locais se desdobram, à sua vez, nas formas clássicas de contratação dos serviços dos Arquitetos e Urbanistas que atuam no campo da Arquitetura Paisagística, a exemplo de: o projeto dos espaços livres intralote ou dos jardins de uma edificação; o projeto da rua, das calçadas e das praças e parques que estruturam as cidades, vilas e assentamentos humanos; o projeto e o planejamento da paisagem articulados aos processos de planejamento urbano e regional. Enfim, todas essas ações exigem dos Arquitetos e Urbanistas um novo olhar e sensibilidade integrados ao projeto dos espaços edificados e seus interiores. Cabe ainda ressalvar que a maioria dos municípios brasileiros e paranaenses, bem como dos órgãos oficiais de Planejamento Urbano e Regional nas diversas esferas de poder, carecem de profissionais arquitetos e urbanistas, e mais ainda desses profissionais com sensibilidade e capacitação em Arquitetura Paisagística. Portanto, a defesa de concursos públicos para a contratação de novos profissionais, a elaboração de Planos Setoriais, a revisão dos Planos Diretores, e a formação continuada desses profissionais são todas ações importantes para ampliar e consolidar o mercado de trabalho profissional e valorizar a profissão nessa área específica de suas competências e habilitações. Paralelo a isso, o CAU-PR deve sim atuar juntos às Instituições de Ensino Superior, através da Comissão de Ensino Superior e do Fórum de Coordenadores de Cursos de Arquitetura e Urbanismo, a fim de zelar pela melhoria do ensino de paisagismo no currículo dessas entidades de ensino. Nesse aspecto, ações como a criação de programas tutoriais, realização de eventos, seminários e cursos de formação e aperfeiçoamento profissional, viagens de estudo, escritórios modelos, etc. são algumas alternativas em curso que merecem ser estudadas e fortalecidas através de investimentos e parcerias institucionais. Uma sugestão de temas a compor uma agenda de estudos e discussões a serem desenvolvidos no âmbito da Câmara Técnica de Arquitetura Paisagística do CAU-PR, envolvendo a implantação e consolidação de suas estruturas regionais, poderia abranger os seguintes assuntos sem excluir a necessidade de abordar outros tópicos de caráter geral ou específico decorrentes da conjuntura em cada região e no Estado do Paraná: a) Arquitetura Paisagística no Brasil e no Paraná: histórico e marco legal; b) Campos de estudos e exercício profissional: tipologias e especificidades; c) O exercício profissional da Arquitetura Paisagística na esfera privada e pública; d) O papel do Arquiteto e Urbanista com sensibilidade paisagística no planejamento e projeto de espaços livres da sociedade; e) Teorias, métodos e técnicas de planejamento e projeto da Paisagem; f) Planejamento ambiental e infraestrutura verde como recursos técnicos à disposição dos Arquitetos e Urbanistas; g) Os Instrumentos Urbanísticos (Estatuto das Cidades) e sua relação com a construção das paisagens urbanas brasileiras. 39

39 Referências: Lei n , de 10 de Julho de 2001, que regulamentou os artigos 182 e 183 da Constituição Federal, estabelecendo diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. Lei n , de 25 de Maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; alterou as Leis n , de , de , e de ; revogou as Leis n de , e de 14.04,1989, e a Medida Provisória n de e dá outras providências. acessado em , às 09h52. %C3%A1reasverdes, acessado em , às 09h56. em , às 09h57. acessado acessado em , às 09h58. acessado em , às 10h02. APP em área urbana será determinada pelos municípios, acessado em , às 10h56. acessado em , às 10h58. sobre áreas de preservação permanente urbanas prejudica a cidade, acessado em , às 11h06. Finalmente, sugere-se ainda a criação de um site/blog de informação e comunicação das Câmaras Técnicas do CAU-PR, cuja estrutura preliminar poderia ser a que segue: Estrutura para site: 1. O que são as Câmaras Técnicas do CAU/PR; 2. A Câmara Técnica de Arquitetura Paisagística (escopo, agenda e cronograma de reuniões); 3. Quem somos (composição, coordenação e contatos); 40

40 4. Regimento Interno (estrato da deliberação No 018 de sobre as atividades e regulamentação que disciplina as Câmaras Técnicas do CAU-PR); 5. Últimas notícias e atividades (agenda, relatos e depositório de textos ou mensagens); 6. Legislação (atinente às áreas de atuação e de interesse profissional); 7. Contato (Página web, s de contato) e links (CAU, ABAP, IFLA, IAB, ABEA, ASBEA, FNA, etc.). Curitiba, 24 de outubro de Arquiteto Paulo Chiesa CAU-BR No A (41) paulochiesa@gmail.com 41

41 CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO PARANÁ CÂMARA TÉCNICA DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E ARTÍSTICO ECONOMIA CRIATIVA De acordo com o estudo do Instituto de Estudo Econômico Aplicado (Ipea), Panorama da Economia Criativa no Brasil, o conceito de economia criativa e seu estabelecimento como uma disciplina de estudo ganhou expressão e relevância a partir da década de O estudo do Ipea mostra a ideia de que a economia criativa se assenta sobre a relação entre a criatividade, o simbólico e a economia. Assim, economia criativa é o conjunto de atividades econômicas que dependem do conteúdo simbólico nele incluído a criatividade como fator mais expressivo para a produção de bens e serviços. Esta forma permite caracterizar economia criativa como uma disciplina distinta da economia da cultura, que guarda grande relação com aspectos econômicos, culturais e sociais que interagem com a tecnologia e propriedade intelectual numa mesma dimensão, e tem relações de transbordamento muito próximo com o turismo e o esporte. CONCEITO Sob o ponto de vista econômico, a economia criativa é um conjunto de segmentos dinâmico, cujo comércio mundial cresce a taxas mais elevadas do que o resto da economia, independentemente da forma de mensuração. Produtos e serviços baseados em criatividade e conhecimento têm elasticidade-renda elevada, e mesmo durante a crise seu comércio mundial não foi tão negativamente. A REVITALIZAÇÃO DE ÁREAS URBANAS A economia criativa promove a diversificação econômica, de receitas, de comércio e inovação, e pode se relacionar, de forma simbiótica, com as novas tecnologias, notadamente as tecnologias de informação e comunicação. Iniciativas baseadas na abordagem de economia criativa podem promover a revitalização de áreas urbanas degradadas, ou mesmo o desenvolvimento de áreas rurais com herança de patrimônio cultural. (Acesse o estudo completo do Ipea, em PDF, sobre Economia Criativa pelo link: SECRETARIA DA ECONOMIA CRIATIVA Criada pelo Decreto 7743, de 1º de junho de 2012, a Secretaria da Economia Criativa (SEC), que atua junto com o Ministério da Cultura (MinC), tem como missão conduzir a formulação, a implementação e o monitoramento de políticas públicas para o desenvolvimento local e regional, priorizando o apoio e o fomento aos profissionais e aos micro e pequenos empreendimentos criativos brasileiros. O objetivo é contribuir para que a cultura se torne um eixo estratégico nas políticas públicas de desenvolvimento do Estado brasileiro. 42

42 Dentre os seis setores criativos considerados pela Ministério da Cultura Patrimônio natural e cultura; Espetáculos e celebrações; Artes visuais e artesanato; Livros e periódicos; Audiovisual e mídias interativas; e Design e serviços criativos a Arquitetura integra este último. No Conselho Nacional de Política Cultural (CNPC), a SEC coordena quatro setoriais: Artesanato, Arquitetura, Design e Moda. (Acesse o link - ou ainda, as informações: ENTREVISTA TRANSFORMAR PESSOAS CRIATIVAS EM EMPREENDEDORAS Gina Paladino, presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento S/A, aponta como ponto crucial no desenvolvimento das cidades o incentivo à economia criativa, no propósito de fazê-la contribuir de maneira mais forte com o Produto Interno Bruno (PIB) do país. A economia criativa existe, mas ainda não é tratada como um recorte da economia tradicional. Ela é um pedaço do setor de serviços e consegue estabelecer o mais alto valor agregado ao seu produto ou serviço dentro da economia, explicou a economista. Uma das nossas maiores dificuldades é transformar pessoas criativas em empreendedoras. Os empreendimentos podem existir, mas se forem pequenos, se não alteram o PIB, não têm o poder de desenvolver e reter talentos na cidade, que é o maior patrimônio da economia criativa. A Economia Criativa é uma resposta à crise industrial do final do século XX? Gina Paladino De certa maneira, sim. Quem descobriu tudo isso de uma forma tão espetacular e que o mundo inteiro agora está correndo atrás desse prejuízo? Os ingleses, na década de oitenta. A economia inglesa estava numa derrocada total. A desindustrialização da Inglaterra era algo escandaloso, o número de empresas e de fábricas que fechavam naquele país, porque estavam sendo transferidas para Ásia e outros territórios em desenvolvimento numa velocidade total. E o governo inglês, à época, contratou uma equipe de sábios, isso eles fazem frequentemente, especialistas, para fazer um diagnóstico profundo sobre o que aconteceria com a economia inglesa. A China vinha a todo vapor, com outras plantas industriais do mundo com salários muito mais baixos, com produtividade muito mais alta, e com eficiência também mais alta. E uma das coisas que essa comissão identificou é que a indústria inglesa estava condenada a desaparecer. Caso se observe, hoje, as estatísticas, encontra-se exatamente isso, a proporção do setor industrial no PIB da Inglaterra é mínimo. Quais os princípios básicos da Economia Criativa? Gina Paladino Descobriu-se que a Inglaterra poderia sim avançar rapidamente na agregação de valor, naquilo que ela tinha de mais essencial, e essa agregação de valor poderia capturar valores do mundo inteiro, e ela poderia recuperar a sua economia. E não só fizeram um levantamento das áreas de serviço daquele país que mais geravam valor agregado, mas sugeriram como isso poderia ser potencializado, e como que a Inglaterra poderia rapidamente 43

43 recuperar uma posição econômica diferente daquela que ela tinha trilhado no pós-revolução industrial. Portanto, foram os ingleses que definiram que a economia criativa é um pedacinho do setor de serviços. São onze setores econômicos, segundo a definição inglesa, nem mais e nem menos. E quais seriam os pilares da Economia Criativa? Gina Paladino É a fatia dos serviços com o mais alto valor agregado da economia. Por exemplo, software, computação e telecom, entram na economia criativa. Arquitetura, engenharia, publicidade, design, toda área do audiovisual, o mercado editorial, de uma forma ampla, moda. E essas áreas são trabalhadas no mundo inteiro, nessa nova visão de economia das cidades? Gina Paladino A UNCTAD (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) aproveitou esse estudo inglês e transformou isso num trabalho global com as definições realizadas pela Inglaterra, e o mundo inteiro hoje acompanha as definições, as regras e as normas da UNCTAD. Assim, quando falamos da economia criativa, não estamos falando de qualquer coisa, tem setores econômicos especificamente definidos. Os indicadores obedecem também essa ordem e hoje medem, por exemplo, o posicionamento de um país, de uma região e de uma cidade no seu ranking de criatividade. No caso brasileiro, a Fecomércio (São Paulo) já há alguns anos, felizmente, se dedicou a esse tema e foi a primeira entidade no Brasil que começou a medir o índice de criatividade das cidades brasileiras utilizando os mesmos critérios de definição e os mesmos critérios que o mundo define, porque temos que fazer as coisas iguais para poder comparar. Quais são as leituras que podem ser feitas desses indicadores da Fecomércio? Gina Paladino A Fecomércio calcula o indicador de criatividade das cidades. No caso do Brasil, ele é composto por três índices. Por exemplo, no caso de Curitiba, ela está na décima segunda posição (a última medida que temos é de 2012). Por que não é quinta, por que não é a sexta; onde estão as fortalezas e onde estão as fragilidades desse território dessa economia chamada Curitiba em relação a esse indicador? Por esse indicador nós aprendemos que Curitiba tem uma capacidade criativa alta, em compensação uma baixa capacidade de transformar a criatividade em PIB. Ora, ora! Se isso é verdade, o nosso problema não é criatividade, o nosso problema é como transformar pessoas criativas e/ou seus parceiros e/ou os seus sócios em negócios, business, em empreendedores. Então, o problema não é a falta de criativos ou criatividade, mas reunir e direcionar essa criatividade dentro de uma perspectiva econômica sustentável no contexto da cidade? Gina Paladino Para fazer o PIB se mexer positivamente. É preciso aumentar a escala desses negócios. Então, pode ser que os empreendimentos existam, mas eles são pequeninhos, são belos bonsais e bonsais não mexem o PIB. Se não se mexer o PIB, não vai dar para competir com outras cidades. Para se turbinar mais rapidamente a economia criativa da cidade, não se pode esperar que as universidades formem pessoas adequadas para tal, isso é importante, mas não dá tempo. Então, tenho que ter capacidade de importar mais e reter os meus talentos. Neste quesito nós estamos muito bem. Curitiba está conseguindo atrair mais do que exportar talentos. Isso é muito importante para a economia criativa. Existe também um indicador que mede a 44

44 migração de talentos entre cidades brasileiras. Talentos que entendo como pessoas que têm mais de dezoito anos, que têm formação superior completa ou mais. Este é o manancial da economia criativa. É uma economia de serviço. Ou seja, a qualidade dos recursos humanos determina uma boa economia baseada em serviços? Gina Paladino Na economia de serviços, o que mexe na produtividade efetiva são os recursos humanos qualificados. Essa qualidade eleva rapidamente a produtividade das unidades, dos empreendimentos, dos negócios na área de serviço. É muito diferente do setor industrial onde eu posso dar um salto na produtividade, da noite para o dia, simplesmente porque eu troquei uma máquina obsoleta por uma máquina tecnologicamente avançada. A indústria tem essa vantagem, por isso que ela é poderosa do ponto de vista da produtividade. Na área de serviço, nós temos que contar com pessoas capacitadas, com pessoas muito capacitadas e pessoas muito mais ainda capacitadas. Essa é a área de serviço. O pessoal de software sabe exatamente do que eu estou falando, porque o computador, os programas e as metodologias são commodities, tudo commodities. Não vale nada. Quem agrega valor naquele negócio ali são pessoas qualificadas, altamente qualificadas e isso vale para todos esses onze setores. O que diferem os negócios dessa nova economia do século XXI, em comparação com as velhas práticas de produção? Gina Paladino Esse tipo de negócio, de empreendimento, não precisa de grandes áreas físicas para se instalar. Aliás, a bem da verdade, sequer precisa de áreas. Ninguém quer ser proprietário desse prédio, desse tijolo e dessa coisa toda que se chama ativo material. Não precisa disso, isso é muito custo, eu preciso de flexibilidade porque hoje estou aqui, amanhã tenho que estar em outro lugar, se puder alugar um estabelecimento seria melhor. São outros requisitos dessa economia criativa que não estamos acostumados a lidar. O paradigma da Cidade Industrial de Curitiba da década de setenta, está adaptado naquela história. Agora temos 80% do seu PIB que é oriundo da prestação de serviços. As perspectivas e os estudos prospectivos informam que isso logo chegará a 90%. Eu estou falando só da nossa cidade, por favor, não confundam com Região Metropolitana de Curitiba. Temos 80% em serviços e essa proporção vai aumentar ainda mais. A solução, portanto, é uma nova abordagem dos serviços, em que o valor agregado deve ser elevado ao máximo possível? Gina Paladino Tenho que usar toda a nossa competência, o nosso apoio, para estressar ao máximo essa área de serviço para o seu mais alto valor agregado. Eu preciso fugir das commodities e como é que eu fujo das commodities na área de serviço? Com gente mais qualificada, com gente mais criativa e mais empreendedora. Não temos outra solução! Com muito mais tecnologia e muito mais infraestrutura, principalmente tecnológica. Hoje para essa nova economia vale muito mais uma infraestrutura de cabeamento ótico de primeiro mundo com velocidade, qualidade, segurança garantido do que um espaço físico, um bairro, um terreno, um prédio. Isso é da velha economia! 45

45 Qual é a tarefa das prefeituras, no caso específico da Prefeitura de Curitiba, no desenvolvimento da Economia Criativa? Gina Paladino Nós precisamos identificar dentro desse universo quais são os potenciais mais de curto prazo; onde tenho um diferencial competitivo um pouco mais evidente. De algumas áreas de software já sabemos. Agora temos que fortalecer alguns seguimentos específicos. Por exemplo, descobrimos que temos mais de vinte e dois mil profissionais, hoje, atuando na área de economia criativa na nossa cidade, considerando somente empreendimentos formalizados esse segmento tem um número informal muito grande, e isso não é nenhum demérito. Mas, nós já descobrimos, por exemplo, e estamos trabalhando nesta direção dentro da econômica criativa, um segmento econômico muito importante que vale a pena a gente se debruçar, é o audiovisual. Não é por acaso que nós estamos juntos com o Sebrae, entidades empresarias do setor construindo plano estratégico para lidar com a questão do audiovisual na nossa cidade, com o foco econômico para que as empresas, os empreendimentos, os negócios, os produtos sejam gerados aqui na nossa cidade, no nosso território. Qual a relação cultura, território e arquitetura dentro dos conceitos da Economia criativa? Gina Paladino No que se refere à questão do território versus cultura, versus economia criativa, os recortes não são ortodoxos. Graças a Deus a cultura não obedece a geografia física e a geopolítica. O conceito de economia criativa vinha sendo discutido até a década de 1980 por meio da Economia da Cultura. O que os ingleses fizeram foi uma conceituação mais sofisticada sobre isso. Dizendo que não estavam falando só da cultura, falavam de segmentos econômicos (arquitetura, audiovisual...) que precisam dos conceitos da cultura neste mundo globalizado. Daí aparece a iconografia de um determinado território. A iconografia tem a tudo a ver com a questão da cultura, com o patrimônio histórico e com a arquitetura do território. Um dos maiores desafios é você conseguir captura a iconografia de sua cultura. Dizer: isso é a minha base cultural profunda; isso me traz uma montanha de significados, minha história, identidade, etc. Os ícones locais, que são patrimônios culturais e históricos, determinam uma marca territorial para o desenvolvimento da Economia Criativa? Gina Paladino Os especialistas trabalham junto aos arquitetos e antropólogos, entre outros profissionais, para identificar essas iconografias locais. Criam-se bases iconográficas sofisticadas e se colocam essas bases nos produtos e serviços. De tal modo que, eu possa enxergar ali uma marca, com origem definida e que se paga por ela. Essa coisa do patrimônio histórico, no sentido amplo, concentra um conjunto de significados. Na abstração desses ícones, temos que fazer um exercício monstruoso para transformá-la em produção econômica, em PIB, etc. A formação do arquiteto tem um ingrediente muito importante para isso. Uma formação baseada no pensamento abstrato, poder da síntese e poder de comunicação com o desenho. Essa sabedoria é um ativo fundamental da economia criativa. Curitiba tem um potencial enorme de desenvolvimento da economia criativa, porque conta uma quantidade de arquitetos que estão desenvolvendo um trabalho interessante. Um patrimônio histórico significativo no território, um conjunto de profissionais acima da média para esse território, são janelas muito importantes para o desenvolvimento da economia criativa. 46

46 O SEBRAE COMO IMPORTANTE PARCEIRO NO DESENVOLVIMENTO DA ECONOMIA CRIATIVA No documento Termo de Referência Atuação do Sebrae na Economia Criativa é destacado que o avanço das tecnologias, sobremodo pela internet, possibilitou a criação de novos produtos, novas formas de comunicação e compartilhamento de conteúdos. Dessa revolução, inicialmente compreendida como economia digital, surgiram novos modelos de negócios e novas formas de competição por mercados, impulsionando a economia criativa hoje, um assunto estratégico na pauta dos programas de modernização e desenvolvimento de muitos países. No Brasil, o tema passou a contar com atenção especial de uma secretaria de Estado vinculada ao Ministério da Cultura MinC, denominada Secretaria de Economia Criativa. Na era do conhecimento, o talento e a criatividade constituem ativos intangíveis cada vez mais importantes no âmbito das empresas. TORNAR OS NEGÓCIOS SUSTENTÁVEIS Entretanto, produtores e empreendedores que atuam no mercado dos negócios criativos no Brasil ainda precisam desenvolver a sustentabilidade de seus empreendimentos, adquirir independência dos recursos do estado, profissionalizar a gestão e buscar a longevidade de seus negócios. Há que se desenvolver competências para gerir o empreendimento de um modo que gere um fluxo de receitas constante e autônomo, visando à sustentação a médio e longo prazo. É preciso transformar a habilidade criativa natural em ativo econômico e recurso para o desenvolvimento de negócios duradouros. Torna-se imperioso, portanto, estimular modelos inovadores para o desenvolvimento da economia criativa brasileira. CURSO DO SEBRAE O Sebrae, por isso, oferece um curso a distância para quem quer criar empreendimentos viáveis e sustentáveis. Para conhecê-lo, basta clicar acessar o link: Para o Ministério da Cultura, a economia criativa compreende o ciclo de criação, produção, distribuição/difusão e consumo/fruição de bens e serviços caracterizados pela prevalência de sua dimensão simbólica. Segundo a UNCTAD, economia criativa é um conceito em evolução, baseado no potencial dos recursos criativos para gerar crescimento econômico e desenvolvimento. Esses recursos podem estimular a geração de renda, criação de empregos e receitas de exportação enquanto promovem a inclusão social, diversidade cultural e o desenvolvimento humano. Abrangem os ciclos de criação, produção e distribuição de bens e serviços que usam criatividade, cultura e capital intelectual como insumos primários. 47

47 O resultado do trabalho realizado em Brasília com a presença de representantes dos Sebrae Estaduais, em maio de 2012, definiu economia criativa como o conjunto de negócios intensivos em conhecimento e baseados no capital intelectual, cultural e na criatividade, gerando valor econômico. É neste contexto que o Sebrae propôs o termo de referência para direcionar a sua atuação nesta economia. EIXOS ESTRATÉGICOS De forma a respeitar a diversidade e a potencialidade desta economia, o Sistema Sebrae tem o papel estratégico de fomentar iniciativas que estimulem: o desenvolvimento setorial das atividades que compõem os segmentos da economia criativa; o desenvolvimento territorial estimulando a valorização das redes, dos costumes, da tradição e a vocação do local; o desenvolvimento transversal, levando componentes da economia criativa a todos os segmentos e setores da economia, de forma a gerar valor, diferenciais e estimular a competitividade das empresas. ÁREAS DE ABRANGÊNCIA Em relação às áreas de abrangência da economia criativa, existem várias abordagens propondo diferentes agrupamentos e tipologias. O Sebrae entende a organização da economia criativa de forma alinhada à proposta pela Unesco, e adotada também pelo Ministério da Cultura. PRIORIDADES PARA O SISTEMA SEBRAE: Arquitetura. Expressões culturais: artesanato, arte popular e festa popular. Artes visuais. Audiovisual: cinema, televisão e publicidade. Design. Digital: games, aplicativos e startups. Editoração. Moda. Música. Comunicação: TV e rádio. 48

48 AÇÕES DA CÂMARA TÉCNICA - Difundir o conceito de Economia Criativa entre os arquitetos e urbanista através da organização de cursos e seminários. - Valorizar a Arquitetura enquanto atividade da Economia Criativa. 49

49 CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO PARANÁ CÂMARA TÉCNICA DE PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL O ESTATUTO DA METRÓPOLE Juntar forças para implantar o Estatuto da Metrópole Jeferson Dantas Navolar O ano de 2015 começou com pautas semelhantes para algumas das maiores cidades brasileiras. Problemas de integração de transporte, destinação e tratamento do lixo, gestão da água e energia estão em evidência na grande imprensa. Neste contexto, poucos são os que já sabem que parte das soluções está no Estatuto da Metrópole, sancionado em 13 de janeiro pela Presidência da República (Lei 13089/2015). A ausência de tal Estatuto, regulando as políticas públicas de cidades interdependentes em determinado território, provocava um vácuo legal na inter-relação dos nossos municípios. Este vazio da legislação permitia e permite as mais variadas distorções político/administrativas, nas quais prevalece, quase sempre, a vontade do mais forte. Na maioria das vezes, o município polo acaba sendo privilegiado, em detrimento dos demais. A propósito, as recentes greves do transporte coletivo em Curitiba bem ilustram as limitações da atual legislação sobre as responsabilidades dos gestores públicos quando envolvem dois ou mais entes institucionais. O Estatuto da Metrópole é uma base legal que explicita de forma clara o modus operandis dos entes federativos, além das empresas prestadoras de serviços. Com o Estatuto aprovado, passa a existir a necessidade da figura da Governança Interfederativa, que deve compartilhar responsabilidades entre os entes, no que diz respeito à organização, planejamento e execução das políticas públicas. Essa Governança dar-se-á, ainda, com o estabelecimento de meios compartilhados de gestão e a criação de um sistema integrado de alocação de recursos e prestação de contas, em sintonia com os planos plurianuais de todos os municípios integrantes. A lamentar na aprovação do Estatuto, o veto ao estabelecimento do Fundo Nacional de Desenvolvimento Urbano Integrado, que seria criado para que as regiões metropolitanas pudessem coordenar suas políticas públicas comuns. Permaneceram apenas os mecanismos tradicionais de obtenção de financiamentos e recursos, como os orçamentos da União, estados e municípios. Para fazer o Estatuto avançar de fato, defendemos uma revisão deste ponto por meio do Congresso Nacional, pois a prática demonstra que a urgência para a implantação dos projetos metropolitanos exige fontes mais ágeis de financiamento. Pela complexidade e abrangência desse Estatuto, é óbvio que o tema não se esgota nesta nossa abordagem, entretanto, é mais do que necessário a abertura de uma ampla discussão em torno da nova legislação, envolvendo todos os níveis de governo e a sociedade. Esse processo é imposto pelo próprio Estatuto ao prever a elaboração de um Plano de Desenvolvimento Integrado. Este deverá ser acompanhado pelo Ministério Público, respeitando os Planos Diretores dos municípios envolvidos, e terá que ter aprovação da Assembleia Legislativa, com 50

50 previsão de renovação a cada 10 anos. Para sancionar esse plano, os governadores dos estados têm um prazo de três anos, sob pena de incorrer em improbidade administrativa. No atual estágio das instituições democráticas, não cabem mais decisões de gabinetes determinando se esse ou aquele município pertence a tal Região Metropolitana. Há que se estabelecer critérios abrangentes e depois trazer o assunto para a discussão. Nas RM, recentemente criadas em nosso Estado, observa-se de imediato que os critérios do Estatuto não foram obedecidos, como a própria definição de Região Metropolitana, em contraste com o que se define por Aglomeração Urbana. É evidente que sem estes estudos e a necessária discussão, começou de forma equivocada a implantação das novas Regiões Metropolitanas no Paraná. Observado na origem, todavia, este equívoco pode ser corrigido. Para isso basta reunirmos forças para preparar de fato nossas cidades para as futuras gerações. Devemos estar atentos, porque temos o instrumento para melhorar nossas vidas e é tarefa de todos fazê-lo funcionar em benefício da maioria dos cidadãos. Jeferson Dantas Navolar é arquiteto e urbanista, presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná CAU/PR). O ESTATUTO DA METRÓPOLE Sancionado no dia 12 de janeiro, o Estatuto da Metrópole tem como objetivo promover a integração de ações entre os municípios que formam uma metrópole, em parceria com os governos estadual e federal. Essas ações teriam funções públicas de interesse comum, ou seja, que seja inviável para um município realizar sozinho ou que cause impacto em municípios vizinhos. São exemplos: transporte público, saneamento básico, habitação e destinação final de lixo. HISTÓRICO As primeiras nove regiões metropolitanas do país São Paulo, Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e Salvador foram definidas de forma arbitrária pelo governo militar. O tema só mereceu previsão constitucional específica na Constituição de 1988, que atribuiu aos estados a competência para criação de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas. Atualmente, estão definidas 60 regiões metropolitanas e cinco aglomerações urbanas. Essas áreas, que abrigam mais de 100 milhões de brasileiros, enfrentam lacunas legais, como a falta de regras para situações que envolvem municípios de diferentes estados, o que será resolvido com o Estatuto da Metrópole. O texto complementa o Estatuto da Cidade (Lei No , de 10/07/2001). O projeto original do Estatuto da Metrópole foi proposto em maio de 2004 pelo então deputado federal Walter Feldman (na época no PSDB-SP). A proposta recebeu 48 emendas e foi objeto de quatro audiências públicas, realizadas na Câmara dos Deputados, mais quatro fóruns regionais de debates (em São Paulo, Goiânia, Salvador e Florianópolis). Em sequência, houve 51

51 ainda duas rodadas de reuniões técnicas. Desse processo participativo resultou o projeto substitutivo, proposto em novembro de 2013 pelo relator Zezéu Ribeiro, relator da comissão especial que tratou do assunto. GOVERNANÇA E FUNÇÃO PÚBLICA Vejamos quais são as novidades do Estatuto da Metrópole e suas implicações, caso seja sancionado como aprovado pelo Congresso. O Estatuto define metrópole como o espaço urbano com continuidade territorial que, em razão de sua população e relevância política e socioeconômica, têm influência nacional ou sobre uma região que configure, no mínimo, a área de influência de uma capital regional. Aglomeração urbana é a unidade territorial urbana constituída pelo agrupamento de dois ou mais municípios limítrofes, caracterizada por complementariedade funcional e integração das dinâmicas geográficas, ambientais, políticas e socioeconômicas. A instituição de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas continua como prerrogativa dos governos estaduais, com aprovação pelas assembleias legislativas, como previsto na Constituição. O Estatuto da Metrópole, contudo, inova ao fixar a necessidade de uma governança interfederativa a ser promovida por estados (e pelo DF) e pelos municípios agrupados, com o objetivo de integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. O Estatuto define tais funções como políticas públicas ou ações cuja realização por parte de um Município, isoladamente, seja inviável ou cause impacto em Municípios limítrofes. Esse conceito é importante pois abarca serviços como transporte público, saneamento básico, habitação e destinação final de lixo. E ao mesmo tempo poderá ensejar uma revisão das regiões já existentes, pois muitas delas não se adequam a ele. Algumas foram criadas apenas para terem um mesmo prefixo telefônico, o que poderia ser resolvido de outra maneira, diz Zezéu Ribeiro. Poderão ser criadas também regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas que envolvam cidades pertencentes a mais de um Estado, o que exigirá a aprovação de leis complementares pelas assembleias legislativas de cada um dos Estados envolvidos. Como a Constituição foi omissa a respeito, para contornar o problema, a União criou as Regiões Integradas de Desenvolvimento (RIDES), enquadramento dado a Brasília e cidades de seu entorno, Juazeiro (Bahia)-Petrolina (Pernambuco) e Teresina (Piauí)-Timor (Maranhão), porém sem a mesma amplitude de relacionamento em termos de planejamento que os demais tipos de agrupamentos. PRINCÍPIOS E DIRETRIZES A governança interfederativa de regiões metropolitanas deverá observar princípios como prevalência do interesse comum sobre o local; compartilhamento de responsabilidade; autonomia dos entes federativos; observância das peculiaridades regionais e locais; e gestão democrática da cidade. A autonomia dos entes federativos, explica Zezéu Ribeiro, é um item fundamental, pois preserva a independência dos Municípios garantida pela Constituição de Nesse contexto, 52

52 poderemos ter não apenas uma governança interfederativa em cada região, mas uma para cada tipo de serviço e conjunto de Municípios envolvidos, esclarece o arquiteto. Uma das diretrizes da governança interfederativa será a implantação de um processo permanente e compartilhado de planejamento e tomada de decisão quanto ao desenvolvimento urbano e as políticas setoriais afetas às funções públicas de interesse comum. Haverá um sistema integrado de alocação de recursos e prestação de conta para sustentar a execução compartilhada de funções públicas de interesse comum, mediante rateio de custos previamente pactuado no âmbito da estrutura de governança interfederativa. Outra diretriz é a participação de representantes da sociedade civil nos processos de planejamento e tomada de decisão, no acompanhamento da prestação de serviços e na realização de obras afetas às funções públicas de interesse comum. Deverá haver a compatibilização dos planos plurianuais, leis de diretrizes orçamentárias e orçamentos anuais dos entes envolvidos na governança interfederativa. Deverá haver compensação por serviços ambientais e outros prestados por um Município à unidade territorial urbana. Um exemplo é a destinação final do lixo, explica o autor do projeto substitutivo. A governança interfederativa das regiões metropolitanas e das aglomerações urbanas compreenderá em sua estrutura básica: Instância executiva, composta por representantes do Poder Executivo dos entes federativos integrantes das unidades territoriais urbanas (Estados, DF e Municípios) Instância colegiada deliberativa com representação da sociedade civil Organização pública com funções técnico-consultivas e Sistema integrado de alocação de recursos e de prestação de contas. PLANEJAMENTO O Estatuto da Metrópole exige que as regiões metropolitanas e aglomerações urbanas contem com um plano de desenvolvimento urbano integrado, englobando inclusive as áreas rurais dos municípios conjugados. O plano deve ser aprovado mediante lei estadual a ser revista no máximo a cada dez anos. A exigência não eximirá os Municípios de possuírem seus respectivos planos diretores, a serem compatibilizados com o plano integrado. O plano de desenvolvimento urbano integrado incluirá as diretrizes para as funções públicas de interesse comum, incluindo projetos estratégicos e ações prioritárias para investimentos; macrozoneamento; diretrizes quanto à articulação dos Municípios no parcelamento, uso e ocupação do solo urbano e normas para a articulação das políticas intersetoriais. A delimitação das áreas com restrições à urbanização visando à proteção do patrimônio ambiental ou cultural, bem como das áreas sujeitas a controle especial pelo risco de desastres naturais, se existirem, igualmente deverá fazer parte do plano. 53

53 O processo de elaboração do plano e a fiscalização de sua aplicação deverá envolver a promoção de audiências públicas e debates com participação de representantes da sociedade em todos os Municípios integrantes da unidade territorial urbana. Da mesma forma, deverá haver a publicidade quanto aos documentos e informações produzidas e o acompanhamento do Ministério Público. Para execução dos planos, são previstas ferramentas como fundos públicos, consórcios, convênios de cooperação, parceria público-privada, operações urbanas consorciadas e contratos de gestão. A União apoiará as ações voltadas à governança interfederativa, desde que adequadas à política nacional de desenvolvimento urbano e à existência de gestão plena da unidade territorial objeto da ajuda. O Estatuto defina como gestão plena a formalização e delimitação da região, existência de estrutura de governança interfederativa própria e plano de desenvolvimento integrado aprovado por lei estadual. FUNDO NACIONAL Outra inovação do Estatuto da Metrópole é a criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento Urbano Integrado, com a finalidade de captar recursos financeiros e apoiar ações de governança interfederativa. Da mesma forma, poderão se valer do Fundo os consórcios públicos constituídos para atuação em funções públicas de interesse comum no campo do desenvolvimento urbano, cuja existência o Estatuto não invalida. Os recursos do Fundo poderão advir não só da União. Haverá ainda o rateio de custos com Estados e Municípios, referentes à prestação de serviços e realização de obras, ou também contribuições e doações de pessoas físicas ou jurídicas, entidades e organismos de cooperação nacionais e internacionais. A aplicação dos recursos do FNDUI será supervisionada por um conselho deliberativo, com a participação da União, dos Estados e dos Municípios, bem como representantes da sociedade civil. É vedada utilização de recursos do FNDUI para o pagamento de dívidas e coberturas de déficits fiscais de órgãos e entidades de qualquer esfera de governo. Um sistema de planejamento e informações metropolitanas, coordenado pela União e com a participação dos governos estaduais e municipais, reunirá dados estatísticos, cartográficos, ambientais, geológicos e outros relevantes para o planejamento, a gestão e a execução das funções públicas de interesse comum em regiões metropolitanas e em aglomerações urbanas. Incorrerá em improbidade administrativa o governador ou agente público que atue na estrutura de governança interfederativa que deixar de tomar providências para garantir, no prazo de três anos da instituição da região metropolitana ou aglomeração urbana, o plano de desenvolvimento urbano integrado, ou o prefeito que deixar de cumprir o disposto no plano. Na aprovação do Projeto, o FNDUI foi vetado pela Presidente da República. PONTOS MAIS IMPORTANTES DO ESTATUTO: 54

54 1. GOVERNANÇA INTERFEDERATIVA A instituição de regiões metropolitanas e aglomerações urbanas continua como prerrogativa dos governos estaduais, com aprovação pelas assembleias legislativas, como previsto na Constituição. O Estatuto da Metrópole, contudo, inova ao fixar a necessidade de uma governança interfederativa, promovida por estados e pelo Distrito Federal e pelos municípios agrupados, com o objetivo de integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. A governança interfederativa de regiões metropolitanas deverá observar princípios como prevalência do interesse comum sobre o local, compartilhamento de responsabilidade, autonomia dos entes federativos, observância das peculiaridades regionais e locais e gestão democrática da cidade. 2. FUNÇÕES PÚBLICAS DE INTERESSE COMUM O Estatuto define como funções públicas de interesse comum as políticas públicas ou ações cuja realização por parte de um município, isoladamente, seja inviável ou cause impacto em municípios limítrofes. Esse conceito é importante, pois abarca serviços como transporte público, saneamento básico, habitação e destinação final de lixo. E, ao mesmo tempo, pode ensejar uma revisão das regiões já existentes, pois muitas delas não se adequam a ele. Algumas foram criadas apenas para terem um mesmo prefixo telefônico, o que poderia ser resolvido de outra maneira. 3. PLANEJAMENTO E GESTÃO INTEGRADA - Uma das diretrizes da governança interfederativa é a implantação de um processo permanente e compartilhado de planejamento e tomada de decisão quanto ao desenvolvimento urbano e as políticas setoriais relacionadas às funções públicas de interesse comum. 4. PARTICIPAÇÃO POPULAR - Outra diretriz é a participação de representantes da sociedade civil nos processos de planejamento e tomada de decisão, no acompanhamento da prestação de serviços e na realização de obras relacionadas ao interesse comum da metrópole. 5. NOVOS INSTRUMENTOS O Estatuto da Metrópole prevê dez instrumentos para a gestão compartilhada, a começar pela elaboração de planos de desenvolvimento urbano integrado (PNDI), passando por consórcios públicos, convênios de cooperação, parcerias público-privadas e a possibilidade de compensação por serviços ambientais. 6. COMPENSAÇÃO AMBIENTAL - Deverá haver compensação por serviços ambientais e outros prestados por um município à unidade territorial urbana. Um exemplo é a destinação final do lixo e a delimitação das áreas com restrições à urbanização, visando a proteção do patrimônio ambiental ou cultural. As áreas sujeitas a controle especial pelo risco de desastres naturais, se existirem, igualmente deverão fazer parte do planejamento integrado. Acesse pela internet: Estatuto da Metrópole: LEI , DE 12 DE JANEIRO DE Institui o Estatuto da Metrópole, altera a Lei no , de 10 de julho de 2001, e dá outras providências. Estatuto da Cidade: LEI , DE 10 DE JULHO DE Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. 55

55 CONHEÇA OS SETE CONCEITOS PRINCIPAIS DO ESTATUTO DA METRÓPOLE 1. O que é o Estatuto da Metrópole? É uma lei federal, sancionada no dia 12 de janeiro, que tem o objetivo de criar regras para a governança compartilhada de grandes aglomerados urbanos que envolvam mais de um município, como já acontece nas principais capitais do Brasil. Ela fixa diretrizes gerais para o planejamento, a gestão e a execução de políticas públicas em regiões metropolitanas e aglomerações urbanas instituídas pelos estados. 2. O que é metrópole? É o espaço urbano com continuidade territorial que, em razão de sua população e relevância política e socioeconômica, tem influência nacional ou sobre uma região. È considerada aglomeração urbana a unidade territorial constituída pelo agrupamento de dois ou mais municípios vizinhos, caracterizada por complementaridade funcional e integração das dinâmicas geográficas, ambientais, políticas e socioeconômicas. 3. Como se institui oficialmente uma região metropolitana? Os Estados poderão instituir regiões metropolitanas de forma a integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. O Estado e os municípios inclusos em região metropolitana deverão promover a governança interfederativa, sendo que a instituição de região metropolitana que envolva Municípios pertencentes a mais de um Estado será formalizada mediante a aprovação de leis complementares pelas assembleias legislativa do Estados envolvidos. As mencionadas leis complementares definirão os Municípios integrantes da unidade territorial urbana, as funções públicas de interesse comum que justificam a instituição da unidade territorial, a conformação da estrutura de governança interfederativa e os meios de controle social da organização, planejamento e da execução das funções públicas de interesse comum. 4. Como funciona a governança interfederativa? Segundo o Estatuto da Metrópole, a governança interfederativa deve respeitar os seguintes princípios: prevalência do interesse comum, compartilhamento de responsabilidades; autonomia dos entes da Federação; observância das peculiaridades regionais e locais; gestão democrática da cidade; efetividade no uso de recursos públicos; e busca de desenvolvimento sustentável. Ainda deverão ser observadas diretrizes como: implantação de processo permanente e compartilhado de planejamento quanto ao desenvolvimento urbano; sistema integrado de alocação de recursos e prestação de contas; execução compartilhada das funções públicas; participação de representantes da sociedade civil nos processos de planejamento e tomada de decisão; compatibilização das leis orçamentárias dos entes da governança interfederativa; e compensação por serviços ambientais. O Estatuto prevê ainda que essa governança se dê com a participação da população, com órgãos colegiados de política urbana; debates, audiências e consultas públicas; conferências sobre assuntos de interesse urbano e 56

56 iniciativa popular de projeto de lei e de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano. 5. O que significam os conceitos de desenvolvimento sustentável e compensação ambiental, dispostos no Estatuto? A busca do desenvolvimento sustentável é um dos princípios da governança interfederativa das regiões metropolitanas e das aglomerações urbanas. Já a compensação ambiental é um instrumento do desenvolvimento urbano integrado, feita a partir de serviços ambientais e outros prestados por um município à metrópole. Por exemplo, um município que possui um aterro sanitário que recebe dejetos de outras cidades deve ser compensada pelas outras prefeituras. 6. Quais serão os instrumentos para implementar o Estatuto? São previstos dez instrumentos para a gestão compartilhada, constando dentre eles consórcios públicos, convênios de cooperação, contratos de gestão, parcerias público-privadas interfederativas e a possibilidade de compensação por serviços ambientais. 7. O que era o Fundo Nacional de Desenvolvimento Urbano Integrado, vetado pela presidente da República? O Fundo teria a finalidade de captar recursos financeiros e apoiar ações de governança interfederativa. Os recursos do fundo poderiam vir da União, dos Estados e Municípios nas obras de funções públicas de interesse comum, ou ainda de contribuições e doações de pessoas físicas ou jurídicas, entidades e organismos de cooperação nacionais ou internacionais. REGIÕES METROPOLITANAS AVANÇAM NO DESENVOLVIMENTO HUMANO Estudo do PNUD, Ipea e Fundação João Pinheiro mostra avanços nas regiões metropolitanas, mas também revela a disparidade remanescente dentro dos municípios Entre 2000 e 2010, as 16 Regiões Metropolitanas (RMs) pesquisadas registraram avanços no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e em todos os outros 200 indicadores socioeconômicos levantados. Atualmente, todas as regiões metropolitanas pesquisadas se encontram na faixa de Alto Desenvolvimento Humano, com IDHM acima de 0,700. São elas: Belém, Belo Horizonte, Cuiabá, Curitiba, Distrito Federal, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Luis, São Paulo e Vitória. Mesmo com o avanço generalizado, o ritmo de crescimento entre elas não foi o mesmo. As RMs que possuíam os menores indicadores tiveram um ritmo de crescimento mais acelerado do que as que já estavam em patamares mais altos de desenvolvimento humano, o que contribuiu para a redução do hiato entre elas. 57

57 Entre 2000 e 2010, a diferença entre a RM de IDHM mais elevado (São Paulo) e a RM de IDHM mais baixo (Manaus) caiu de 22,1% para 10,3%. Em termos de IDHM, portanto, as regiões metropolitanas estão menos desiguais em 2010 do que estavam em Apesar da reconhecida melhora e da redução das disparidades, a desigualdade dentro dos municípios ainda é um fator marcante. Em casos extremos, na mesma região metropolitana há Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs) áreas menores que bairros nos territórios mais populosos e heterogêneos, mas iguais a municípios inteiros quando estes têm população insuficiente para desagregações estatísticas com renda domiciliar per capita mensal de quase R$ 7,9 mil, enquanto em outras UDHs esse valor não chega a R$ 170, uma diferença de 45 vezes entre a UDH mais abastada e a mais carente. A esperança de vida ao nascer varia, em média, 12 anos dentro das RMs. Se consideradas todas as mais de 9 mil UDHs pesquisadas, das 16 RMs analisadas, o melhor dado corresponde a 82 anos, enquanto o mais baixo é de 67 anos. São 15 anos de diferença em termos de expectativa de vida ao nascer. Apesar de a dimensão educação ter sido a que mais avançou, em comparação com longevidade e renda, as disparidades também se repetem aqui, como no caso da escolaridade da população adulta. Nas UDHs com melhor desempenho entre todas as 16 regiões metropolitanas, o percentual de pessoas de 18 anos ou mais de idade com ensino fundamental completo varia de 91% a 96%. Já nas UDHs com pior desempenho, a variação fica entre 21% e 37%. As desigualdades em cada região metropolitana são, muitas vezes, mascaradas pelas médias, dando a falsa impressão de que os municípios são homogêneos. A partir da análise dos dados é possível concluir que mesmo nas regiões metropolitanas mais carentes, como Manaus e Belém, há bolsões com muito alto desenvolvimento humano. O mesmo vale para as RMs com maior IDHM, como São Paulo e a RIDE do Distrito Federal, por exemplo, em que há várias UDHs com baixos níveis de renda e educação. Troca de posições entre os mais altos A diferença no ritmo de evolução do IDHM nas regiões metropolitanas acarretou uma troca nas primeiras posições. Em comparação ao ano 2000, as Regiões Metropolitanas do Rio de Janeiro e de Porto Alegre deixaram de figurar entre as cinco com maior Índice de Desenvolvimento Humano. Com um ritmo de crescimento mais acelerado, entraram em seus lugares a RIDE do Distrito Federal a Região Metropolitana da Grande Vitória. Em situação oposta estão as Regiões Metropolitanas de Recife, Natal, Fortaleza, Belém e, em último lugar, Manaus, que apresenta o menor IDHM entre as Regiões Metropolitanas pesquisadas. (fonte: AS REGIÕES METROPOLITANAS DO PARANÁ Em 14 de janeiro de 2015, apenas dois dias depois da sanção do Estatuto da Metrópole, o governo do Paraná quatro novas regiões metropolitanas, com sede em Apucarana, Campo 58

58 Mourão, Cascavel e Toledo. Agora, são oito as regiões metropolitanas no Estado. As quatro novas se juntam às de Curitiba, Umuarama, Londrina e Maringá. De acordo com a legislação estadual, cada região metropolitana será gerida por um conselho com cinco membros indicados pelo Estado e pela Prefeitura da cidade-sede, além de um conselho consultivo formado por representantes de todos os municípios participantes. Ambos os conselhos devem elaborar planos de desenvolvimento integrado e executar programas e projetos comuns. Região Metropolitana de Apucarana (2015) é formada por 23 municípios: Apucarana, Arapuã, Ariranha do Ivaí, Borrazópolis, Califórnia, Cruzmaltina, Faxinal, Godoy Moreira, Grandes Rios, Ivaiporã, Jardim Alegre, Kaloré, Lidianópolis, Lunardelli, Marilândia do Sul, Marumbi, Mauá da Serra, Novo Itacolomi, Rio Bom, Rio Branco do Ivaí, Rosário do Ivaí, São João do Ivaí e São Pedro do Ivaí. Região Metropolitana de Campo Mourão (2015) é composta por 24 municípios: Campo Mourão, Altamira do Paraná, Araruna, Barbosa Ferraz, Boa Esperança, Campina da Lagoa, Corumbataí do Sul, Engenheiro Beltrão, Farol, Fênix, Goioerê, Iretama, Janiópolis, Juranda, Luiziana, Mamborê, Moreira Sales, Nova Cantu, Peabiru, Quarto Centenário, Quinta do Sol, Rancho Alegre d Oeste, Roncador, Terra Boa e Ubiratã. Região Metropolitana de Cascavel (2015) conta com 23 cidades: Cascavel, Boa Vista da Aparecida, Braganey, Jesuítas, Iracema do Oeste, Nova Aurora, Anahy, Iguatu, Cafelândia, Campo Bonito, Catanduvas, Céu Azul, Ibema, Guaraniaçu, Diamante do Sul, Corbélia, Lindoeste, Santa Lúcia, Santa Tereza do Oeste, Matelândia, Capitão Leônidas Marques, Três Barras do Paraná e Vera Cruz do Oeste. Região Metropolitana de Curitiba (1973) é composta por 29 municípios: Adrianópolis, Almirante Tamandaré, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Campo Magro, Cerro Azul, Colombo, Dr. Ulysses, Itaperuçu, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, Rio Branco do Sul e Tunas do Paraná, Agudos do Sul, Araucária, Balsa Nova, Campo do Tenente, Campo Largo, Contenda, Fazenda Rio Grande, Lapa, Mandirituba, Piên, Quitandinha, Rio Negro, São José dos Pinhais e Tijucas do Sul. Consulte o perfil sócio-econômico da RM de Curitiba na página do Ipardes: Região Metropolitana de Londrina (1998) é formada por 25 municípios: Londrina, Pitangueiras, Ibiporã, Cambé, Bela Vista do Paraíso, Primeiro de Maio, Rolândia, Sabáudia, Sertanópolis, Tamarana, Porecatu, Assaí, Jataizinho, Alvorada do Sul, Jaguapitã, Florestópolis e Arapongas, Centenário do Sul, Guaraci, Lupionópolis, Prado Ferreira, Miraselva, Rancho Alegre, Sertaneja e Uraí. Consulte o perfil sócio-econômico da RM de Londrina na página do Ipardes: Região Metropolitana de Maringá (1998) é constituída por 26 municípios: Maringá, Sarandi, Marialva, Mandaguari, Paiçandu, Ângulo, Iguaraçu, Mandaguaçu, Floresta, Doutor Camargo, Itambé, Astorga, Ivatuba, Bom Sucesso, Jandaia do Sul, Cambira, Presidente Castelo Branco, 59

59 Flórida, Santa Fé, Lobato, Munhoz de Mello, Floraí, Atalaia, São Jorge do Ivaí, Ourizona e Nova Esperança. Consulte o perfil sócio-econômico da RM de Maringá na ágina do Ipardes: Região Metropolitana de Toledo (2015) é composta por 18 municípios: Toledo, Assis Chateaubriand, Diamante do Oeste, Entre Rios do Oeste, Guaíra, Marechal Cândido Rondon, Maripá, Mercedes, Nova Santa Rosa, Ouro Verde do Oeste, Palotina, Pato Bragado, Quatro Pontes, Santa Helena, São José das Palmeiras, São Pedro do Iguaçu, Terra Roxa e Tupãssi. Região Metropolitana de Umuarama (2012) é composta por 24 municípios: Umuarama, Alto Paraíso, Cruzeiro do Oeste, Ivaté, Perobal, Maria Helena, Xambrê, Altônia, Alto Piquiri, Brasilândia do Sul, Esperança Nova, Cafezal do Sul, Cidade Gaúcha, Douradina, Francisco Alves, Icaraíma, Iporã, Mariluz, Nova Olímpia, Pérola, São Jorge do Patrocínio, Tapejara, Tapira e Tuneiras do Oeste. Consulte o perfil sócio-econômico da RM de Umuarama na página do Ipardes: AÇÕES DA CÂMARA TÉCNICA - Levantar a situação das revisões dos Planos Diretores - Participar de conselhos/comissões municipais - Verificar situação da implantação das Regiões Metropolitanas no Estado 60

60 CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO PARANÁ CÂMARA TÉCNICA DE MEIO AMBIENTE TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS Os primeiros movimentos ambientalistas começaram a surgir, de forma mais ativa, após a revolução industrial, quando a natureza foi tratada como objeto e passou a ser vista como produto agrícola e econômico. Porém, só depois da segunda guerra mundial, após a criação da ONU, o movimento ambientalista ganhou força em todo o mundo. Com a crise energética, nas décadas de 70 e 80, o movimento fortaleceu-se politicamente. Em 1972, em Estocolmo na Suécia, foi elaborado um plano de ação para tratar dos recursos naturais, diretos humanos, desenvolvimento sustentável e normas ambientais. Em 1984, em Genebra, aconteceu a conferência responsável pela formação da comissão de Brundtland, responsável por produzir um dos relatórios mais importantes sobre desenvolvimento sustentável, intitulado Nosso Futuro Comum, publicado em Mas a conferência que mais se destaca aconteceu no Rio de Janeiro em 1992, denominada a Cúpula da Terra. Este evento produziu cinco relatórios: A Declaração do Rio: documento que contém 26 princípios dentre os quais se destaca a implementação do Princípio da Precaução para o desenvolvimento sustentável; A Agenda 21: que estabelece objetivos, planos de ação e estratégias para a sustentabilidade ambiental; A Declaração dos Princípios Florestais: primeiro acordo a tratar de práticas florestais sustentáveis em escala internacional; A Convenção sobre Diversidade Biológica; A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Dez anos depois, na Cúpula da Terra de Johanesburgo em 2002, destacou-se a importância do desenvolvimento sustentável e da construção sustentável para os países em desenvolvimento. Assim, o Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP) produziu a Agenda 21 para a Construção Sustentável em Países em Desenvolvimento. Em suma, a Agenda 21 abordou a necessidade de aprimorar o processo de construção nos países em desenvolvimento, formulando novas tecnologias da construção para a preservação de recursos, operações com consumo de energia eficiente, conservação de água e práticas responsáveis de gestão de recursos hídricos. Além disso, foram abordados os problemas da habitação sustentável e da justiça social tanto rural como urbana. Tudo isso contribuiu para melhores práticas internacionais em termos de construção sustentável (Keeler e Burke, 2010). Afinal, o que é uma construção sustentável? A sociedade hoje enfrenta uma grande crise devido às mudanças climáticas e aos seus impactos associados, e é necessário tentar equilibrar a energia, as emissões e recursos hídricos. Ao longo dos últimos cem anos, com a grande oferta de energia a baixo custo, evidenciou-se uma mudança no forma de projetar as edificações. Questões ligadas ao conforto térmico, por exemplo, virou atribuição de engenheiro, assim como a própria iluminação, que em função do crescimento da iluminação artificial, ofuscou a preferência por espaços melhores iluminados 61

61 naturalmente. Paradoxalmente, o interesse e a necessidade em buscar edificações mais sustentáveis decorre das cada vez mais constantes crises energéticas no Brasil e no mundo. A resposta mais comum sobre construção sustentável seria a que gera o menor impacto ambiental possível. Entretanto é necessário avaliar sobre quais aspectos reduz-se o impacto ambiental, abordando desde a geração de resíduos, um dos pontos mais discutidos, até energia utilizada, extração de recursos naturais... Muitas vezes o conceito de menor impacto ambiental está ligado com a geração de resíduo dentro de um canteiro de obras, reduzindo muitas vezes este debate a uma mera discussão quantitativa de resíduos na construção civil. Porém, este raciocínio pode levar a conclusões precipitadas e equivocadas, pois sem considerar todos os insumos e energia utilizada desde a extração dos recursos naturais, manufatura e transporte dos materiais já beneficiados, incluindo toda o período de utilização da edificação até o período final de operação, é difícil determinar a sustentabilidade real de um material ou sistema construtivo. Por isso a importância da análise do ciclo de vida (ACV), de toda a cadeia produtiva de um determinado elemento construtivo, pois consegue-se determinar parâmetros de comparação entre si, e só assim, ter uma resposta clara sobre a sustentabilidade de um material. Os projetos legais têm como premissa, em sua maioria, parâmetros e requisitos mínimos para obtenção de alvarás de construção. Assim, as decisões de projeto simplesmente são ditadas por cálculos de custos iniciais e cronogramas de projeto. Desta forma, os governos devem desenvolver políticas para construções verdes, fomentando o uso de tecnologias, materiais e sistemas construtivos que atendam padrões mínimos de sustentabilidade, como eficiência energética, racionalização do uso de recursos naturais e saudabilidade dos ambientes internos. É fundamental que uma construção sustentável leve em consideração o aproveitamento da água e do solo, a preservação da paisagem, o aproveitamento dos recursos minerais e extrativismo. Segundo Corbella (2003), o objetivo da Arquitetura Sustentável é criar edifícios que promovam o aumento da qualidade de vida do ser humano no ambiente construído e no seu entorno, integrando com as características da vida e do clima locais, consumindo a menor quantidade de energia compatível com o conforto ambiental. Para Keeler e Burke (2010), a edificação sustentável deve: Tratar das questões de demolição no terreno e de resíduos da construção, bem como dos resíduos gerados pelos seus usuários; Buscar a eficiência da utilização de recursos; Buscar a conservação de energia e projetar visando ao consumo eficiente de energia na alimentação de sistemas de condicionamento de ar, iluminação e força; Oferecer um ambiente interno saudável. O cenário atual no Brasil, em relação à sustentabilidade das edificações, está longe de ser o ideal nas médias e grandes cidades, quando analisa-se a uniformidade dos sistemas construtivos em todo o país e a geração de resíduos. Segundo Keeler e Burke (2010), poucas são as edificações capazes de garantir um bom desempenho térmico, sem ser dependentes de sistemas mecânicos 62

62 de condicionamento de ar. Falar em construções sustentáveis sem reconhecer a importância e necessidade de uma arquitetura bioclimática é reduzir a discussão a etiquetagem de alguns materiais ou sistemas construtivos, podendo levar muitas vezes a erros grosseiros de conceituação. Projetar para um determinado local demanda conhecer parâmetros climáticos da região, como a carta psicrométrica de Givoni, por exemplo. Deve ainda prover um ambiente construído com conforto físico, sadio e agradável, adaptado ao clima local, que minimize o consumo de energia durante todo o ciclo de vida e atenue a produção de poluição e resíduos (Corbelle, 2003). Ainda segundo o autor, são estratégias para um projeto bioclimático em um país como o Brasil: Controlar os ganhos de calor; Dissipar a energia térmica do interior do edifício; Remover a umidade em excesso e promover o movimento do ar; Promover o uso da iluminação natural; Controlar o ruído. Para Corbella (2003), o arquiteto é o criador da modificação do espaço, e o faz pensando na satisfação dos desejos do usuário, baseado nos conhecimentos oferecidos pela tecnologia da construção e na sua cultura sobre a estética, a ética e a história. Por mais que pareça intrínseco à etapa de projeto, alguns profissionais não se atentam à especificação dos materiais que serão utilizados na obra, deixando muitas vezes a critério do cliente a escolha destes. A NBR /2003, por exemplo, apresenta o desempenho térmico de vários sistemas construtivos. Informações como esta são essenciais para a elaboração de um projeto arquitetônico, pois o profissional deve estar ciente do desempenho de cada um e assim, especificar conforme a necessidade do local e dos futuros usos. Destaca-se ainda a NBR /2012, conhecida como Norma de Desempenho, que responsabiliza o profissional pela especificação e desempenho de vários materiais e sistemas construtivos. Keeler e Burke (2010), afirmam que projetar de maneira sustentável requer um projeto integrado de edificações, que orienta a tomada de decisões referentes ao consumo de energia, aos recursos naturais e à qualidade ambiental, exigindo que todos os profissionais encarem o projeto de uma maneira holística, em vez de concentrar-se exclusivamente em uma parte individual. Os autores sugerem o uso de metas de desempenho para atestar a sustentabilidade de uma edificação, de forma a poder mensurar e compreender a atendimento às metas préestabelecidas. Em relação ao consumo de energia, a geração de energia elétrica no Brasil é predominantemente hidráulica, correspondendo a 89% da geração de energia (Ministério das Cidades, 2005). Segundo dados do PROCEL, o potencial de conservação de energia elétrica em edificações já construídas chega a 30%, enquanto que em fase de projeto, os recursos técnicos a serem utilizados podem garantir um consumo de até 50% comparativamente a edificações semelhantes, que não adotem as mesmas premissas arquitetônicas. 63

63 É importante incorporar as especificidades climáticas regionais nos projetos, cujas premissas já estão consolidadas em documentos como a Agenda 21, por exemplo. Segundo Ministério das Cidades (2005), a interface que uma edificação e seu entorno fazem com o microclima externo e as condições internas da habitação possam ser divididas, do ponto de vista da eficiência energética em: Fonte de aquecimento ou resfriamento; Fonte de umidificação; Fonte de incremento/redução da renovação do ar; Fonte de aproveitamento da radiação solar existente para fins de aquecimento de água; Fonte de iluminação natural; Fonte de ruído. Assim, utilizando estratégias da arquitetura bioclimática, identificando os recursos ambientais externos e, conhecendo as necessidades do indivíduo daquela região, é possível propor soluções que otimizem as condições ambientais externas com os requisitos necessários de desempenho ambiental interno, reduzindo assim o consumo de energia e a demanda por equipamentos eletromecânicos. Uma das ferramentas disponíveis para definir estratégias bioclimática é o diagrama bioclimático de Givoni (1992), que define 12 zonas estratégicas. Este diagrama é a base conceitual do Zoneamento Bioclimático Brasileiro (ABNT, NBR /2005). São ao todo 08 zonas bioclimáticas no Brasil. Não obstante, deve-se considerar ainda, além deste macrozoneamento, os microzoneamentos climáticos de uma determinada região. Esta leitura da realidade local é fundamental para responder estratégias distintas na concepção do projeto e assim, aproveitar todas as potencialidades microclimáticas garantindo o melhor desempenho energético. Questões como intensidade e direção dos ventos, umidade e orientação solar devem ser consideradas, além da análise da temperatura do local ao longo do ano. Algumas estratégias sugeridas são: Ventilação permanente; Ventilação controlada; Resfriamento evaporativo; Massa térmica para resfriamento; Resfriamento ativo; Umidificação; Massa térmica para aquecimento; Aquecimento solar passivo; 64

64 Iluminação natural; Sombreamento. Todos estes temas abordados até o momento buscam, além de uma edificação eficiente energeticamente, uma construção que propicie conforto e bem-estar aos seus usuários. Mas será uma construção sustentável é garantia de uma construção saudável? Os seres humanos passam em média 90% do seu tempo em ambientes internos, e estão suscetíveis a exposição de diversas substâncias perigosas à saúde humana, principalmente em edificações hermeticamente fechadas por razões acústicas e/ou de conservação de energia, pois a renovação do ar é prejudicada. Exemplos destes tipos de construção são os edifícios coorporativos das grandes cidades. Em uma sociedade repleta de oferta de produtos sintéticos que estão disponíveis para facilitar o dia a dia das pessoas, deve-se questionar o perigo destes para a saúde dos seres vivos. Os profissionais, além de suas responsabilidades técnicas quanto à segurança e estabilidade da edificação, por exemplo, devem ter uma postura crítica quanto aos materiais que são especificados dentro de uma edificação, verificando os potenciais riscos ao meio ambiente e à saúde dos seus ocupantes. Edificações ecologicamente sustentáveis devem também produzir ambientes saudáveis, por isso os arquitetos devem ter conhecimento básico dos principais componentes perigosos à saúde humana, encontrados em materiais e sistemas construtivos. Assim, observa-se cada vez mais uma preocupação na arquitetura em garantir a saudabilidade dos ambientes construídos. Para Keeler e Burke (2010), a qualidade do ar interno (QAI) deve ser uma das principais preocupações dos arquitetos e urbanistas na hora de elaborar um projeto na qual as pessoas venham a usufruir ambientes por longos períodos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que 30% de toda edificação nova no mundo apresenta o Síndrome do Edifício Enfermo, onde as edificações são responsáveis em causar enfermidades em pessoas. Outros fenômenos conhecidos são as Doenças relacionadas à Edificação (DRE) e a Sensibilidade Química Múltipla (SQM). Muito destas enfermidades são causadas pela exposição de produtos químicos presentes em materiais de construção e acabamento. São vários os exemplos de produtos cancerígenos e tóxicos que são encontrados no mercado. Segundo Keeler e Burke (2010), um ambiente que garanta uma boa QAI deve considerar: O controle da fonte; O controle da ventilação; A avaliação da edificação e da qualidade do ar interno; A manutenção da edificação. Segundo Keeler e Burke (2010), os danos causados pelas substancias químicas podem ser divididos em 04 categorias principais: Carcinogênicos (também chamados de cancerígenos); 65

65 Teratogênicos (que causam doenças de nascença); Agentes toxicantes da reprodução e desenvolvimento e; Disruptores endócrinos (que interferem no funcionamento normal dos hormônios). Muitos destes materiais liberam os chamados Compostos Orgânicos Voláteis (COVs), substâncias que podem ser tóxicas quando inaladas ou em contato. Exemplos destas substâncias são o benzeno e o tolueno. Existem ainda os Compostos Orgânicos Semivoláteis, que são liberados lentamente no ambiente e por períodos mais longos. Neste grupo, encontram-se os ftalatos, os amaciantes usados na fabricação do PVC e os retardantes de chamas halogenados. Desta forma, profissionais em busca de edificações sustentáveis devem estar cientes das toxinas persistentes e bioacumulativas (Ex.: chumbo e mercúrio) e poluentes orgânicos persistentes (Ex.: dioxinas) encontrados me materiais da construção civil, tais como: Os produtos derivados e os precursores de materiais como PVC e outros plásticos; O metal, o chumbo e os compostos de cromo em tintas e vernizes; O bisfenol A em tintas e películas; O arsênico. A substituição dos materiais de construção que contém substâncias tóxicas por alternativas mais sustentáveis e menos comprometedoras para a saúde é orientada pelos princípios da química sustentável. Abaixo, segue uma lista dos principais materiais de construção que emitem substâncias: Tintas; Painéis de forro; Produtos de madeira compostos (Ex.: OSB); Materiais de piso (Ex.: pisos laminados, pisos flexíveis, carpete); Materiais de isolamento; Móveis de escritórios modulados (Ex.: MDF). Como mencionado anteriormente, a ventilação pode ser uma das principais ferramentas para se garantir uma boa QAI, pois irá diluir e remover os contaminantes internos. A ventilação insuficiente pode causar uma variedade de impactos sensoriais e na saúde, enquanto a boa ventilação consegue aumentar a produtividade e a sensação de bem-estar. Contudo, sistemas de condicionamento de ar podem muitas vezes funcionar como contaminantes por falta de manutenção, entre outros. Deve-se atentar com eventuais infiltrações de instalações hidrossanitárias nas paredes para evitar o aparecimento de mofo. A ventilação ainda é a principal forma de se evitar o acúmulo de gás radônio no interior das edificações. Existem ainda os perigos da contaminação por outras matérias particuladas (Ex. Alérgenos), monóxido e dióxido de carbono e ozônio. 66

66 Outro elemento que merece destaque para garantir edificações sustentáveis e saudáveis é utilizar a iluminação natural, visto que seus efeitos positivos na saúde das pessoas é bem conhecido. Ela é um componente específico da qualidade do ambiente interno. O uso inteligente da iluminação natural está diretamente ligado à redução do consumo energético. Na etapa de projeto, a iluminação natural deve ser definida durante a fase de implantação, dos elementos de vedação externos e internos, além dos materiais de revestimento internos. As janelas devem ser dimensionadas conforme a profundidade do compartimento na qual elas estão inseridas. Todavia, deve-se estudar como esta iluminação entrará nos ambientes e estes barrarão, quando assim for a opção do arquiteto, a entrada de radiação solar. Um dos elementos arquitetônicos mais conhecidos são os brises. Estes oferecem um controle mais dinâmico, pois conseguem, inclusive, acompanhar o movimento do sol. Mas todo este estudo exige um conhecimento da leitura das cartas solares, durante as estações do ano. A fim de otimizar ainda mais o uso da iluminação natural, deve-se considerar também a quantidade e as localizações de controles da iluminação natural. Porém, existem certas tarefas ou certos períodos em que a luz diurna não é suficiente ou desejável. Para isto, o profissional deve combinar os controles de iluminação natural com a iluminação artificial. Um projeto luminotécnico combinado com estes parâmetros podem garantir iluminação de qualidade e de forma eficiente, evitando consumo desnecessário. Existem sistemas de dimerização, de desligamento automático e sensores fotocelulares que podem ser integrados ao projeto. Mas cabe ao profissional estar ciente de qual lâmpada será usada em cada um dos ambientes. Dentro do estudo de edificações ecologicamente sustentáveis, outro ponto que merece destaque é a acústica. A acústica está associada à ideia de conforto e atualmente os materiais e sistemas construtivos devem disponibilizar o desempenho acústico para serem especificados devido a NBR /2012. Níveis de ruído excessivos podem apresentar perdas significativas da audição, além do aumento do nível de estresse e redução da produtividade. Aa relações entre o desempenho, sustentabilidade e efeitos dos materiais nos seres vivos são estudadas pela Biologia das Construções. A Biologia das construções (Baubiologie) é uma ciência que tem como premissa o estudo dos efeitos da edificação sobre as pessoas. Ela é estruturada em 25 princípios, divididos em 5 grupos: Materiais de construção; Ambiente interno; Meio ambiente, energia e água; Interiorismo; Influências cósmicas e telúricas. Para a Biologia das Construções, existem 3 fatores de risco referente a potencialidade de uma edificação causar enfermidades nos seres vivos: Químicos: os quais já foram vistos acima; 67

67 Biológicos: os quais destacam-se os ácaros, fungos, mofo, partículas em suspensão. Físicos: dentre os quais estão a radioatividade, gás radônio e campos eletromagnéticos Estudos envolvendo poluição eletromagnética estão cada vez mais comuns nos meios científicos, principalmente estudos epidemiológicos correlacionado enfermidades com a exposição a ondas eletromagnéticas de alta frequência, com potencial de se tornar um problema de saúde pública em virtude do uso crescente de sistemas de comunicação por radiofrequência. No Brasil já é possível encontrar esta preocupação, além das regulamentações existentes, em referenciais técnicos de certificação sustentável como o AQUA (Alta Qualidade Ambiental) e o Selo Azul da Caixa Econômica Federal, por exemplo. Estes referenciais, contudo, procuram atender a questões básicas de saudabilidade no conceito de edifícios sustentáveis. Estudos na área da saúde afirmam que os níveis de exposição regulamentados por órgãos internacionais, os quais o Brasil é um seguidor, não contemplam os efeitos biológicos das radiações de alta frequência e assim, permitem níveis que do ponto de vista biológico podem ser inclusive genotóxicos. O aperfeiçoamento e o desenvolvimento de novas tecnologias, principalmente na área das comunicações por via móvel tem levado a opinião pública, o meio científico e a comunidade médica a debates referentes aos riscos à saúde e das incertezas científicas decorrentes da poluição eletromagnética, sendo considerada ainda como uma forma de poluição ambiental na qual pode afetar a fauna e a flora. Atualmente, essas comodidades e facilidades decorrentes das novas tecnologias e do avanço dos meios de comunicação à distância trouxeram custos à saúde, à vida humana, ao meio ambiente, ao patrimônio urbanístico, ao consumidor e à cidadania. Segundo estudos, evidências epidemiológicas acumuladas sugerem a existência de efeitos diversos à saúde em decorrência de exposições ocupacionais ou não a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos, nos atuais níveis de exposição. Um destes estudos, denominado projeto REFLEX (UE, 2004), financiado pela União Europeia e acompanhada pelo Organização Mundial da Saúde, envolveu 7 países da Europa e 12 dos melhores laboratórios e mostrou que os campos eletromagnéticos de baixa frequência têm efeitos genotóxicos sob exposições em níveis abaixo dos preconizados pela ICNIRP (Comissão Internacional em Proteção contra Radiação Não-Ionizante). Já para a Resolução de Benevento (ICEMS, 2006), organizada pela Comissão Internacional de Segurança Eletromagnética, são várias as evidências a respeito de efeitos nocivos à saúde em decorrência da exposição a campos eletromagnéticos nos níveis atuais e reforça a necessidade de um exame abrangente, independente e transparente da evidência que aponta para este tema emergente e potencial de saúde pública. Os cientistas que participaram da elaboração e assinaram esta resolução afirmam ainda que os efeitos biológicos podem manifestar-se em decorrência de exposições tanto aos campos eletromagnéticos de frequências extremamente baixas quanto aos de radiofrequências. Embora este assunto comece a ser mais recorrente, muito em função do uso excessivo e dependente da comunicação sem fio nos dias atuais, um dos primeiros relatos sobre correlação entre CEM e saúde humana ocorreu em 1979 quando Wertheimer e Leeper apresentaram um estudo de correlação entre cabos de distribuição de energia próximos a escolas e aumento de casos de leucemia infantil. 68

68 Em virtude das evidências e pesquisas, a Organização Mundial da Saúde em conjunto com a Agência Internacional de Pesquisas sobre o Câncer (IARC) concluiu que campos eletromagnéticos de radiofrequência são possíveis carcinogênicos para humanos (grupo 2b). O grande risco que a população dos grandes centros estão sujeitas atualmente vem das antenas de telefonia celular. A população que frequenta e convive próxima a estas antenas está mais suscetível a enfermidades de várias naturezas, conforme observado em pesquisas. Algumas cidades têm criado instrumentos legais de controle do uso da tecnologia sem fio. Muitas se valem do Princípio da Precaução, criado em 1992 na Declaração do Rio, que tem como diretriz sempre que uma atividade ameaça o meio ambiente ou a saúde humana, é necessário adotar medidas preventivas mesmo que algumas relações causa e efeito ainda careçam de fundamentação científica definitiva (SEHN, 1998). Por isso, a preocupação com a poluição eletromagnética deve fazer parte do projeto arquitetônico de uma edificação, além de estar presente nas discussões de interesse público. Importante destacar a necessidade de integrar o conceito de construções sustentáveis nas demais escalas de atuação do arquiteto e urbanista. As politicas públicas devem fomentar não apenas a construção de edificações sustentáveis e saudáveis, mas também de bairros, cidades e metrópoles sustentáveis e saudáveis. Cidades inteligentes devem orientar o crescimento econômico sustentável e a prosperidade da população. Segundo Leite e Awad (2010), a população mundial está vivendo mais em áreas urbanas do que em áreas rurais, sendo que 10% da população mundial já se concentram nas megacidades com mais de 10 milhões de habitantes. E a tendência é cada vez mais a intensificação deste êxodo. A grande discussão hoje em dia é como as cidades irão abrigar todo este contingente de pessoas, projetando um cenário futuro desolador, principalmente em países em desenvolvimento. Uma das causas desta imigração é a grande desigualdade na distribuição de renda e de oportunidades econômicas. Conforme a Agência ONU HABITAT, as cidades são descritas como os novos locais de pobreza. Segundo essa lógica, Leite e Awad (2010) citam que em cada três pessoas vive em uma favela nas cidades de países em desenvolvimento, locais longe de garantirem bem-estar aos seus ocupantes. As médias e grandes cidades no Brasil enfrentam problemas comuns contrários a um desenvolvimento sustentável. As cidades cada vez mais priorizam os carros, em detrimento do transporte coletivo e não motorizado e da escala humana. Os espaços públicos encontram-se degradados e entregues à marginalidade, afastando as famílias do convívio social. É comum a aprovação de loteamentos para habitação de interesse social afastados da infraestrutura urbana, em unidades habitacionais desprovidas de qualquer personalização e identidade do novo proprietário. Intervenções urbanísticas como estas costumam criar zonas de conflito, pois estes novos proprietários tem o direito à cidade de maneira restrita (DHESCA, 2010). Em resposta a este cenário, urbanistas vem estudando modelos de estudo das cidades, como forma de devolver as cidades e os espaços públicos à sociedade e ao seu uso democrático. Na literatura, pode-se observar pontos de vistas novos no urbanismo, como as cidades sustentáveis, as cidades para as pessoas, e as smart cities (cidades inteligentes). Segundo Leite e Awad (2012), atualmente existe um movimento muito forte em incentivar que as cidades 69

69 sejam compactas, diminuindo as distâncias entre a residência, local de trabalho e lazer. Os bairros devem ser orientados para pedestres e estimulados a possuírem um forte senso de lugar/identidade. Cidades compactas incentivam os deslocamentos de pedestres e veículos não motorizados, garantida a acessibilidade universal. As cidades devem incentivar o uso do solo misto, misturando funções urbanas. Devem ser planejadas e geridas com um plano de mobilidade que priorize o transporte público e que o mesmo seja, de fato, competitivo com o automóvel. Os espaços abertos devem ser preservados, assim como demais elementos de interesse da paisagem urbana. Boa parte de todos estes conceitos também podem ser vistos em modelos como o smart growth (crescimento inteligente) e o Novo Urbanismo, que destaca três escalas de desenvolvimento: a região (regiões e cidades), o bairro (bairros, distritos e corredores urbanos) e a edificação (que inclui ainda os quarteirões e as ruas). Contudo, a compactação pode levar a problemas de salubridade das edificações, em virtude do excesso de sombreamento e a geração das ilhas de calor. Esta equação é muito difícil de ser resolvida, pois os parâmetros urbanísticos em sua maioria ainda não atendem a esta questão. Cidades inteligentes devem ainda garantir a implementação de infraestrutura verde em todo o tecido urbano. Para que soluções sustentáveis tenham um efeito sobre a cidade, e não só diretamente sobre os ocupantes de uma edificação, várias soluções tecnológicas em infraestrutura devem ser incentivadas e implementadas em regiões de grande adensamento. Sistemas como coberturas verdes, paredes verdes, captação e armazenamento de água de chuva, sistemas de drenagem como os jardins de chuva, revestimentos de piso drenantes, arborização, agricultura urbana entre outros, devem ser previstos a atuarem de forma integrada. Destaca-se como benefício para a população o controle da poluição do ar e a redução das ilhas de calor. Uma cidade saudável deve garantir e transmitir segurança a todos os cidadãos. A cidade deve garantir que os espaços públicos sejam ocupados pela população, como espaço de fruição coletiva. Para isto, o poder público deve garantir segurança para esta ocupação. Cidades inteligentes devem estar aptas a monitorar todas as relações e conflitos existentes no tecido urbano, a fim de promover sua equalização de forma harmônica, sempre que possível. Segundo Britto, (2015), existe ainda o conceito criado por Timothy Beatley, autor do livro Biophilic Cities: Integrating Natureinto Urban Design and Planning, onde é aplicado o termo biofilia às cidades que apresentam um desenho urbano que permite aos habitantes desenvolverem atividades e um estilo de vida que os deixa aprender com a natureza e comprometer-se com seu cuidado. O autor apresenta sete características de cidades biofílicas: Natureza abundante nas proximidades das cidades com grande número de habitantes. Afinidade entre cidadãos, flora e fauna nativa Oportunidades para estar ao ar livre e desfrutar da natureza Ambientes multissensoriais As cidades biofílicas concedem um papel importante à educação no campo da natureza 70

70 Investimento em infraestrutura social que ajude a população urbana a compreender a natureza As cidades biofílicas tomam medidas para apoiar ativamente a conservação da natureza O Arquiteto dinamarquês defende que as cidades devem ser projetadas para as pessoas, onde a escala humana deve prevalecer sobre a escala dos grandes edifícios. Gehl e outros arquitetos estabeleceram 12 critérios para um bom espaço público, sendo: Proteção contra o tráfego; Segurança nos espaços públicos; Proteção contra experiências sensoriais desagradáveis; Espaços para caminhar; Espaços de permanência; Ter onde sentar; Possibilidade de observar; Oportunidade de conversar; Locais para se exercitar; Escala humana; Possibilidade de aproveitar o clima; Boa experiência sensorial. Outro modelo para obtenção de comunidades sustentáveis se chama Disco Egan, desenvolvido em 2004, no qual apresenta oito componentes vitais para atuar, que são: governança, conectividade, disponibilidade de serviço, responsabilidade ambiental, justiça/qualidade, prosperidade, projeto e construção e, vivacidade, inclusão e segurança. De acordo com o autor, comunidades sustentáveis buscam prover espaços para as pessoas viverem, de modo que considerem, respeitem e protejam o ambiente agora e no futuro, sempre em busca de espaços seguros e saudáveis. Sob o foco mais da infraestrutura urbana, destaca-se a infraestrutura verde como fundamental para se alcançar cidades sustentáveis. Segundo Herzog (2010), a infraestrutura verde visa mitigar os efeitos da urbanização em diversas escalas e com equipes multidisciplinares, para que os aspectos abióticos, bióticos e sócio-culturais sejam balizadores de planejamentos e projetos integrados de médio e longo prazo. É bom ressaltar que as mudanças climáticas, que já estão ocorrendo devem ser consideradas de modo a adaptar as cidades para que seus efeitos sejam minorados ou mesmo evitados. A infraestrutura verde pode contribuir significativamente nessa adaptação, pois restabelece os serviços ecológicos eliminados durante a urbanização tradicional. 71

71 O urbanismo convencional é baseado na infraestrutura monofuncional, focado: no automóvel onde as ruas visam a circulação de veículos; em sistemas de esgotamento sanitário e drenagem que objetivam se livrar da água e do esgoto o mais rápido possível; em telhados que servem apenas para proteger edificações e estacionamentos asfaltados. A infraestrutura cinza monofuncional interfere e bloqueia as dinâmicas naturais, além de proporcionar consequências como inundações/deslizamentos e supressão de áreas naturais alagadas/alagáveis e florestadas que prestam serviços ecológicos insubstituíveis em áreas urbanas. Assim, a infraestrutura verde procura restabelecer as conexões naturais perdidas, assegurando a qualidade de vida urbana. Uma das premissas da infraestrutura verde é garantir que todos estes espaços estejam conectados. Parques arborizados podem estar integrados com ruas verdes e áreas de agricultura urbana, e estas conectadas com fluxos d água naturais e sistemas de drenagem urbano, degradados em virtude do rápido crescimento população urbana e da industrialização que acarretaram graves pressões nos recursos hídricos retirando do lençol freático mais água do que o ciclo hidrológico consegue repor. Desta forma a discussão quanto a preservação, conservação e reaproveitamento da água se faz necessária e imediata. A escassez de água no Brasil já é uma realidade em diferentes estados brasileiros. Diante desse cenário a busca por soluções que aproveitem a água da chuva e que tratem as águas residuais das edificações passa a ser fundamental. Segundo Fiori et al. (2006) a grande vantagem da utilização da água de reuso é a de preservar a água potável, reservando-a exclusivamente para o atendimento das necessidades que exijam a sua potabilidade para o abastecimento humano. Segundo projeções da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2025, dois terços da população mundial ou 5,5 bilhões de pessoas viverão em locais que sofrem com algum tipo de problema relacionado à água. O reuso de água contribui não apenas para a redução do consumo e conservação da água, mas, também para reduzir enchentes e alagamentos, para auxiliar no desafogamento dos sistemas de drenagem urbana e na restauração do ciclo hidrológico em áreas urbanas. Köhler et al. (2002) destaca ainda que a redução de escoamento de água pluvial reduz a poluição causada pelo escoamento das águas da chuva combinado com transbordo do esgoto devido à saturação do sistema. Essa água pode ser aproveitada para uso de irrigação de jardins, lavagem de calçadas, máquinas, veículos entre outros, lavagem de roupa, uso em vasos sanitários, em sistemas de ar-condicionado e sistemas de controle de incêndio. De acordo com CEF (2010), a gestão da água em edifícios é indispensável para um uso mais sustentável deste insumo, devendo contemplar: O suprimento de água potável; A gestão de águas pluviais; O esgotamento sanitário. De acordo com Tomaz (2003), 30% da água consumida nas residências é utilizada em descargas dos vasos sanitários e 20% em máquinas de lavar roupas. A primeira solução, e mais simples que pode ser adotada é a captação e aproveitamento da água de chuva. A captação pode ser feita utilizando as calhas e condutores dos telhados que encaminharam a água para cisternas, durante o processo deve-se tirar as impurezas maiores, como galhos, folhas através de um filtro, 72

72 com o objetivo de garantir maior qualidade desta água. Recomenda-se descartar o primeiro fluxo de água pois alguns pesquisadores afirmam que são as primeiras águas que carregam a maior parte dos ácidos, microorganismos e outros poluentes atmosféricos. É possível ainda potabilizar a água da chuva para consumo humano, entretanto essa deverá passar por processo de filtragem através de cloração, filtro UV entre outros sistemas. Várias cidades do Brasil já possuem leis específicas para reuso da água da chuva. Em Curitiba o Decreto 293/2006 que regulamenta a lei do PURAE (Programa de conservação e Uso Racional da Água nas Edificações Lei nº /2003), institui a coleta e reaproveitamento de água da chuva nas novas edificações. Outra solução que poderá ser adotada nas edificações é o tratamento de águas residuais, principalmente as águas cinzas, aquelas provenientes dos lavatórios, chuveiros, tanques e máquinas de lavar roupa e louça. Um sistema para a utilização de águas cinzas seria composto pela coleta da água, pela condução dessa, unidade de tratamento, que pode ser: gradeamento, decantação, filtro e desinfecção e do reservatório de acumulação. Já o uso das águas negras, ou seja, dos efluentes provenientes dos vasos sanitários deverão ter tratamento específico para o seu reuso. Alguns cuidados devem ser tomados para o uso de água não potável, primeiramente garantir que a água não potável não será misturada com a água potável em nenhum momento do processo e sinalizar os pontos que utilizam água não potável para evitar o consumo acidental dessa água. E por fim destaca-se a questão dos resíduos da construção civil. A construção civil é uma das maiores atividades econômicas impactantes ao meio ambiente do planeta. Seja através da extração de recursos naturais e sua manufatura, seja os resíduos resultantes de sistemas construtivos pouco inteligentes e mão de obra desqualificada. A geração de resíduos se destaca mais à população pela sua proximidade com o problema, visto que é difícil percorrer pequenas distâncias sem ver uma obra em andamento. Na execução de uma obra, a geração de resíduos da construção civil ocorre de duas formas distintas, sendo a primeira os resíduos que são descartados e o segundo na forma de desperdício incorporado à construção. Segundo CEF (2010), o desenvolvimento sustentável requer as seguintes ações: Uma desmaterialização da economia e da construção construir mais usando menos; A substituição das matérias primas naturais pelos resíduos reduzindo a pressão sobre a natureza e o volume de materiais em aterros. Neste ponto, discute-se se no país existe uma política de gestão de resíduos capaz de absorver ou atenuar estes impactos. Sabe-se que falta uma legislação específica sobre os resíduos da construção civil, assim como baixo ou nenhum reaproveitamento do entulho gerado dentro do canteiro, além da questão do transporte e destino destes materiais. Segundo estudos, os materiais mais desperdiçados em canteiros de obra são o aço, a cal, a areia e os tijolos e muito da destinação destes resíduos encontra-se em locais inadequados em todas as grandes cidades e sem o seu reaproveitamento ou reciclagem. Em países mais industrializados, a questão dos resíduos é vista com mais seriedade e observam-se políticas que valorizam a reciclagem destes materiais. Pode-se citar como politica que incentiva a reciclagem 73

73 destes resíduos a adoção de materiais reciclados para certificação com selos verdes em novas obras. Em 2002 o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) estabeleceu diretrizes para um gerenciamento municipal eficiente através da Resolução nº 307. Esta resolução, atualizada posteriormente classificou os resíduos da construção e demolição, que são: Classe A: resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados; Classe B: resíduos recicláveis para outras destinações; Classe C: resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias para sua reciclagem; Classe D: resíduos perigosos oriundos de processos de construção. Esta Resolução responsabiliza o gerador para realizar a coleta, o transporte e a disposição final adequada e a proibição do encaminhamento a aterros sanitários. Torna obrigatório ainda a elaboração de um Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil para todos os municípios. Segundo Alves (2013), a gestão dos RCC no Brasil dá-se de forma corretiva, visto que não são incentivadas e exigidas atividades preventivas. Seu custo engloba serviços de mão de obra para coleta, veículos e máquinas para coleta, manejo em aterro, fiscalização e combate a vetores e doenças. Dados comprovam que os municípios pouco investem na destinação dos resíduos da construção civil, favorecendo a deposição irregular do RCC, mesmo em Curitiba, a capital ecológica, degradando o ambiente e a paisagem urbana. Para confrontar este problema, vários países criaram incentivos que valorizassem os resíduos, a fim de estimular seu reaproveitamento. No Brasil, a reciclagem dos RCC está muito vinculada ainda à utilização como base e sub-base para pavimentação. Contrapondo a gestão corretiva, a adoção de um modelo composto por um conjunto de ações que desenvolva um novo serviço público, chamado de gestão diferenciada por exemplo, visa atingir a qualidade no serviço de limpeza urbana. São suas diretrizes a facilitação total da disposição dos RCC e outros resíduos sólidos que comumente com ele transitam, diferenciação integral dos resíduos captados, pela adoção da reciclagem e a alteração da destinação dos resíduos captados pela adoção da reciclagem. Dentro da fase de projeto, a concepção do projeto arquitetônico deve considerar algumas estratégicas como a modulação, escolha do sistema construtivo, tipo e dimensionamento dos materiais a serem utilizados. É fundamental ainda a elaboração de um projeto executivo compatibilizado com os demais projetos complementares, incluindo o detalhamento de todas as etapas construtivas. Assim, conforme Lima e Lima (2011) deve-se priorizar: Compatibilidade entre os vários projetos; Exatidão em relação a cotas, níveis e alturas; Especificação inexata ou falta de especificações de materiais e componentes; Falta ou detalhamento inadequado de projeto. 74

74 Os autores sugerem ainda um roteiro que deve fazer parte do planejamento de qualquer obra. Deve-se iniciar com a caracterização prévia dos resíduos que serão gerados, seguindo a resolução 307/2002 do CONAMA. Ainda seguindo as recomendações desta resolução, deve-se proceder com a triagem dos RCC gerados, para serem acondicionados em locais adequados. Importante incentivar a reutilização e reciclagem dos resíduos no próprio canteiro de obras, conforme recomendação da Agenda 21. Por último, quando a reutilização e reciclagem não forem possíveis, procede-se com a remoção e destinação dos resíduos, seguindo a classificação do CONAMA. Enfim, a discussão sobre a sustentabilidade, seja ela nas cidades ou nas construções, é muito rica e envolve uma série de conceitos, estudos e trabalhos a respeito. O objetivo deste documento é fornecer algumas diretrizes para discussão futura dentro da câmara temática de Meio Ambiente, do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná. 75

75 Alves, Fabio. Avaliação da gestão de resíduos sólidos em Curitiba/PR. Trabalho apresentado como requisito parcial à obtenção do grau de Engenheiro Civil. Universidade Federal do Paraná, Boiteux, E. A. (2008). Poluição eletromagnética e meio ambiente: o princípio da precaução. Porto Alegre, RS: Sergio Antonio Fabris. Bueno, Mariano. O Grande livro da casa saudável. São Paulo: Roca, CEF Caixa Econômica Federal. Boas práticas para habitação mais sustentável. São Paulo: Páginas e Letras, Corbella, Oscar. Em busca de uma arquitetura sustentável para os trópicos conforto ambiental. Rio de Janeiro: Revan, DHESCA Brail, Plataforma. Direito Humano à Cidade. Coleção Cartilhas de Direitos Humanos Volume VI. Curitiba, Dode, A. C. (2010). Mortalidade por neoplasias e a Telefonia Celular no Município de Belo Horizonte Minas Gerais. Tese de Doutorado. Belo Horizonte: Escola de Engenharia da UFMG. Fernanda Britto. "O que é uma cidade biofílica?" 16 Maio ArchDaily Brasil. Acessado 20 Fevereiro < Fiori, S., Fernandes, V. M. C., Pizzo H. Avaliação qualitativa e quantitativa do reuso de águas cinzas em edificações. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 6, n. 1, p , Herzog, Cecília. Infraestrutura verde para cidades sustentáveis. Teoria e Prática em Construções Sustentáveis no Brasiil Projeto CCPS ICEMS, C. I. (2006). Resolução de Benevento. Conferência internacional: Cidade de Benevento, Itália, O Enfoque Precaucionário dos CEM: Base Lógica, Legislação e Implementação. Benevento. Keller, Marian; Burke, Bill. Fundamentos de projeto de edificações sustentáveis. Porto Alegre: Bookman, Köhler, M., Schmidt, M., Grimme, F. W., Laar, M., Paiva, V. L., & Tavares, s. Green roofs in temperate climates and in the hot-humid tropics far beyond the aesthetics. Environmental and Management, , Leite, Carlos; Awad, Juliana. Cidades Sustentáveis, Cidades Inteligentes: Desenvolvimento sustentável num planeta urbano. Porto Alegre: Bookman, Lima, Rosimeire; Lima, Ruy. Resíduos sólidos. Série de Cadernos Técnicos da Agenda Parlamentar CREA/PR: Ministério das Cidades. Política Nacional de Habitação. Brasília, Ministério das Cidades. Eficiência Energética em Habitação de Interesse Social. Brasília,

76 Miranda, Leonardo. Contribuição ao desenvolvimento da produção e controle de argamassas de revestimento com Areia reciclada lavada de resíduos classe a da construção civil. Tese de doutorado. Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, SEHN Science and Environmental Health Network. Wingspread Statement on the Precautionary Principle Silva, E. (2003). Poluição Eletromganética (Vol. 6). (C. J. Paulo, Ed.) São Paulo: Biblioteca da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. Tomaz, P. Aproveitamento da Água de Chuva. Editora Navegar. São Paulo, 2003, 180 p. UE, U. (2004). Risk Evaluation of Potential Environmental Hazards From Low Frequency Electromagnetic Field Exposure Using Sensitive in vitro Methods. Programme: Quality of Life and Management of Living Resources. AÇÕES DA CÂMARA TÉCNICA - Organizar e apoiar cursos de formação. 77

77 CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO DO PARANÁ CÂMARA TÉCNICA DE EXECUÇÃO E GESTÃO DO TRABALHO ARQUITETURA NA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO RESUMO Este artigo apresenta uma abordagem sobre a análise que deve ser efetuada pelo arquiteto quando do desenvolvimento de um projeto de arquitetura especificamente sobre aspectos relacionados à segurança contra incêndio, traçando paralelos entre as exigências normativas e os fundamentos do fogo visando o entendimento conceitual do risco e das diferentes formas de minimizá-lo. Palavras-chaves: arquitetura e segurança contra incêndio, acesso de viaturas nas edificações, isolamento de risco, controle de materiais acabamento e revestimento, compartimentação de áreas. INTRODUÇÃO No Brasil, nas últimas décadas, o nível de proteção contra incêndio das edificações tem aumentado significativamente, esse aumento pode ser atribuído ao desenvolvimento e aplicação das normas de segurança, que ganharam corpo principalmente após os grandes incêndios ocorridos nos edifícios Andraus em fevereiro de 1972 e Joelma em fevereiro de 1974, ambos registrados na cidade de São Paulo. Devido à gravidade desses dois incidentes e ao elevado número de vítimas fatais por eles produzidos, a sociedade civil organizada e o poder público da época sentiram a necessidade da criação de normas de segurança contra incêndio mais efetivas. O temor em relação à fragilidade dos edifícios de grande altura, frente a uma situação de sinistro, deu origem então às normas e regulamentos mais rígidos, principalmente em relação aos meios de abandono e aos sistemas de proteção contra incêndio a serem instalados nessas edificações. Atualmente, verifica-se que o nível de exigências de proteção contra incêndio contidas nessas normas são diretamente proporcionais ao porte, ao risco de incêndio e ao tipo de ocupação destas edificações. Contudo, embora as normas de segurança tenham incorporado avanços tecnológicos significativos em relação à proteção contra incêndio, em destaque a proteção passiva, representada pela exigência de elementos aplicados na edificação com o objetivo de reduzir a possibilidade de propagação do fogo, a simples aplicação dessas normas não garantem por si só a integridade de pessoas e edificações frente a uma situação de sinistro. No processo de proteção de uma edificação há vários fatores que devem ser observados, que vão desde a concepção do projeto até a sua utilização, sendo de fundamental importância o envolvimento de todos os atores em cada uma das diversas fases do ciclo de vida de um edifício. Assim sendo, cabe ao arquiteto, uma das fases mais importantes no aspecto de segurança contra incêndio, a partir da concepção do projeto arquitetônico, esse profissional tem a 78

78 possibilidade de inserir elementos construtivos que irão reduzir significativamente a possibilidade de ocorrência de um incêndio e ainda minimizar seus efeitos caso esse não tenha sido evitado. Como dito anteriormente a simples aplicação de regras pré-estabelecidas não garantem a segurança da edificação, cabe portanto ao profissional da área de arquitetura um conhecimento prévio da dinâmica de um incêndio; como ele pode ser iniciado, como ele pode se propagar pelos diversos elementos construtivos, quais são os efeitos do calor e da fumaça na edificação e qual será a reação das pessoas em situação de incêndio e pânico. Com base na assertiva anterior será apresentado nesse artigo as principais características que devem ser observadas quando da concepção de um projeto arquitetônico, trazendo não somente as exigências normativas, mas principalmente procurando esclarecer os cuidados que devem ser observados com base nos conceitos básicos de segurança contra incêndio, para que além da beleza, forma, volume, funcionalidade, conforto térmico e acústico, a edificação possa ser pensada e projetada para um possível cenário de incêndio. EVOLUÇÃO DO INCÊNDIO - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA O incêndio pode ser considerado como um fogo indesejável, qualquer que seja a sua dimensão ou área de atuação, podendo ficar confinado somente em um compartimento ou se propagar para toda a edificação (ARAÚJO, 2004). Compartimento, pode ser entendido como uma determinada área da edificação (cômodo) onde o incêndio e seus efeitos ficam retidos e não se propagam para outros cômodos da mesma edificação ou para as edificações adjacentes (GOUVÊIA, 2006). Considera-se que um incêndio seja composto essencialmente de três fases: ignição, aquecimento e resfriamento. O período de maior crescimento da temperatura num incêndio compartimentado ocorre no momento seguinte ao flashover, ponto onde todo material orgânico entra em combustão espontânea (SILVA e FAKURY, 2002). A esse respeito, Gouvêia (2006), apresenta uma descrição dos incêndios por meio de uma curva tempo-temperatura, θ (t), segundo o autor, admitindo que um incêndio desde o seu início até a sua extinção tenha uma distribuição uniforme de temperatura, este poderá ser representado por uma curva, conforme mostrado na Figura 1. 79

79 Figura 1 Curva de desenvolvimento de um incêndio A fase inicial da curva denominada de ignição, possui um crescimento relativamente linear da temperatura ambiente, atingindo no período de 2 a 5 minutos entre 250 a 350 C. Nesta fase o incêndio ainda não envolveu todo o compartimento, porém, ao final dela, o volume de fumaça produzido é grande e há uma redução significativa da visibilidade, comprometendo as condições de sustentação da vida para os seres humanos. A fase seguinte, que é a inflamação generalizada, se caracteriza pela elevação acentuada da temperatura, pela presença de grandes volumes de fumaça e pela rápida propagação do fogo. A duração desta fase depende de diversos parâmetros, entre eles a densidade da carga de incêndio e o fator de ventilação, mas em geral, é de 20 a 40 minutos ou até que cerca de 60% a 80% da carga combustível seja consumida. A fase de extinção pode durar de 1 a 3 horas, nela ocorre o resfriamento gradativo do ambiente incendiado, podendo haver o reinício do incêndio caso todo o material combustível não tenha sido consumido, ou ainda o colapso de elementos estruturais e de vedação. Liang e Chow (2002), enfatizam que dentre os processos físicos e químicos que envolvem um incêndio num compartimento, o flashover é de grande interesse. Para esses autores quando ocorre o flashover o incêndio salta de um regime de crescimento linear, para uma inflamação generalizada ocasionando grandes danos à estrutura da edificação. A Figura 2, apresenta esquematicamente a fase anterior ao flashover, onde ocorre grande desenvolvimento de fumaça e gases quentes, e caso não hajam abertura suficientes na parte superior do compartimento, se acumulam no nível do teto. 80

80 Figura 2 Fase anterior ao flashover Embora os fenômenos físicos e químicos que regem o desenvolvimento e propagação do fogo sejam amplamente conhecidos, torna-se difícil em função das inúmeras varáveis existentes, prever a sucessão de eventos que fazem com que um foco de incêndio, inicialmente confinado a uma área, propague-se por corredores e salas vizinhas e por vezes locais muito distantes do local de origem. (ROMANI E YANAGIHARA, 1995). A complexidade do desenvolvimento de um incêndio é consequência do forte acoplamento dos fenômenos físicos elementares que o compõe e da dependência de um grande número de parâmetros, tais como: volume e geometria do compartimento, tamanho e situação das fontes de ignição, natureza e quantidade dos materiais combustíveis presentes no local, existência ou não de entradas e saídas de ar, ventilação, etc. A esse respeito, Tavares (2003), conclui que as aberturas existentes em uma edificação inserem uma variável antrópica no incêndio: o fator ventilação. Segundo ainda o autor a ventilação determinará a quantidade de comburente que estará entrando no ambiente, o que é crucial em relação à propagação ou a extinção de um incêndio. Romani e Yanagihara (1995), discorrendo sobre algumas hipóteses da propagação do fogo em um ambiente, relatam que caso haja uma abertura no teto ou nas paredes, os gases quentes não ficarão acumulados no compartimento e o incêndio poderá ficar confinado à sua área de origem. Da mesma maneira, se houver no local um sistema de proteção contra incêndio ativado, este poderá retardar ou impedir a propagação das chamas. Por outro lado, do ponto de vista da segurança das pessoas, observa-se que associado ao incêndio e acompanhando o fenômeno da combustão, aparecem em geral, quatro causas determinantes de uma situação perigosa: calor, chamas, fumaça e insuficiência de oxigênio. Do ponto de vista de segurança das pessoas, entre os quatro fatores considerados, a fumaça é a que causa danos mais graves, e, portanto deve ser um dos fatores mais importantes a ser considerado (SECCO, 1982). 81

81 Haddad e Guenther (2002), ratificam a assertiva anterior, afirmando que do ponto de vista do usuário da edificação, a fumaça é muito mais preocupante no desenvolvimento de incêndio que o fogo propriamente dito, nela estão contidos gases tóxicos ou asfixiantes como CO e CO 2 e sua produção mesmo em pequenos focos de incêndio pode dificultar ou impedir a visão dos ocupantes para as rotas de fuga e saídas de emergência. Desta forma, o conhecimento ou a predição da movimentação da fumaça e o comportamento humano em situação de incêndio, são também variáveis de grande importância na avaliação e definição do projeto arquitetônico e devem ser cuidadosamente estudadas para que as soluções adotadas sejam compatíveis com as características dos ocupantes das edificações. A esse respeito, Ono (2002), afirma que a efetividade das medidas de segurança contra incêndio, depende, essencialmente, da conscientização e do conhecimento dos usuários e responsáveis pelas edificações, porém, pouco se conhece do perfil desses importantes personagens, nem de seu nível de conscientização quanto ao tema segurança contra incêndio. Para Watts (1998), as pesquisas desenvolvidas na área de segurança contra incêndio estão focalizadas na dinâmica e o comportamento do fogo, porém pouco foi desenvolvido em relação ao comportamento humano em situação de incêndio. De acordo ainda com o autor os aspectos ergonômicos como por exemplo, a força máxima necessária para abrir uma saída de emergência, e também a forma de sinalização de saída devem ser melhor avaliadas considerando o comportamento das pessoas em uma situação real de incêndio. Pires (2005), relata que os modelos de simulação do comportamento humano em situações de incêndio existentes não avaliam o comportamento cognitivo. Segundo ele, se os aspectos cognitivos não forem corretamente considerados, os resultados fornecidos por tais modelos ficam muito longe da realidade. Comportamento cognitivo pode ser definido como um processo de conhecimento, que tem como material a informação do meio em que em se vive e o que já está registrado na memória. Convém salientar no entanto, que as algumas normas de segurança contra incêndio, em especial as que tratam do abandono de edificações, mesmo que timidamente, já consideram alguns parâmetros em relação ao comportamento humano em situação de incêndio, contudo, observase que essa análise ocorre de maneira mecanicista sem considerar a multidisciplinaridade da matéria, pois envolve conhecimentos nas áreas de psicologia, ergonomia, medicina entre outros. Em suma, observa-se, portanto, que vários são os fatores que influenciam na evolução de um incêndio e no comportamento humano frente a uma situação de emergência o que ratifica em termos absolutos a unicidade de um projeto arquitetônico, não sendo prudente restringir-se quando da elaboração do mesmo, apenas na aplicação pura e simples dos códigos de segurança, que em razão de seu caráter normativo não tem como prever todas as especificidades de cada edificação. Dessa maneira, as normas de proteção devem ser utilizadas como um guia a ser seguido na concepção de projetos de arquitetura, considerando que os aspectos por elas contemplados refletem os requisitos mínimos de segurança, cabendo ao responsável técnico realizar uma 82

82 análise de risco com o objetivo de identificar todas as hipóteses possíveis de serem encontradas em uma situação real de incêndio. FATORES A SEREM AVALIADOS NA ARQUITETURA DE UMA EDIFICAÇÃO EM RELAÇÃO À PROTEÇÃO CONTRA O INCÊNDIO A segurança de uma edificação deve ser pensada a partir da definição de sua arquitetura, considerando principalmente entre outras ações: a aplicação das normas de proteção contra incêndio, os conceitos fundamentais da dinâmica do fogo e o comportamento humano em situações de emergência. Nesse sentido, cabe ao arquiteto avaliar cuidadosamente qual o potencial de risco da edificação que está projetando, para que possa analisar e prever medidas de proteção contra incêndio mais adequadas as características construtivas do empreendimento, visando atender as exigências legais e procurando proporcionar ainda o maior nível de segurança com o menor custo. Medidas de proteção são mecanismos que objetivam dificultar a propagação do incêndio e assegurar a estabilidade da edificação, normalmente dividem-se em ativas e passivas, e são classificadas conforme sua forma de atuação, reagindo ou não em uma situação de incêndio. Exemplos de proteção ativa: extintores, hidrantes, chuveiros automáticos, controle de fumaça. Exemplos de proteção passiva: separação entre edificações, compartimentação, controle de materiais de acabamento e de revestimento, proteção estrutural. Embora a definição da arquitetura influencie na implantação de ambas as medidas de proteção, as medidas passivas devem receber uma atenção especial pois fazem parte da estrutura da edificação e caso não sejam bem resolvidas podem inviabilizar uma obra ou elevar significativamente o seu custo. Desse modo será apresentado a seguir alguns dos principais cuidados a serem tomados quando da elaboração de um projeto arquitetônico, analisando essencialmente os aspectos relacionados à proteção passiva das seguintes medidas de segurança: Acesso de viaturas nas edificações e áreas de risco; Separação entre edificações Isolamento de risco; Compartimentação horizontal e vertical; Controle de materiais de acabamento e de revestimento. Acesso de viaturas nas edificações e áreas de risco A elaboração de um projeto arquitetônico passa por diversas fases, entre elas a implantação da obra no terreno, nessa fase cabe ao arquiteto analisar várias alternativas visando atender, entre outras exigências: as necessidades do cliente, a topografia do terreno, os aspectos climáticos do local, as características físicas das edificações do entorno local, o ambiente sonoro gerado pelo tráfego urbano e as características do projeto arquitetônico da edificação a ser implantada. Entretanto raras são vezes que durante o processo de análise de implantação de uma obra os aspectos de segurança contra incêndio são considerados, geralmente procura-se atender as 83

83 exigências mínimas constantes nas legislações pertinentes sem avaliar o potencial de risco da edificação a ser implantada e o seu entorno. Nesse sentido, dois aspectos fundamentais devem ser avaliados na implantação de uma obra em um determinado terreno: o acesso de viatura na edificação e áreas de risco e o afastamento entre as construções. Em relação ao acesso de viaturas na edificação e área de risco, basicamente devem ser observados os seguintes fatores: o portão de acesso deve ter no mínimo 4,0m de largura e 4,5m de altura livre; a via de circulação interna deve ter uma largura mínima 6,0m e a capacidade para suportar viaturas com peso de 25 toneladas distribuídas em dois eixos (Figura 3). Segundo a norma de procedimento técnico do Corpo de Bombeiros do Paraná, que trata desse assunto, a NPT 006 Acesso de viaturas nas edificações e áreas de risco, essas exigências são obrigatórias somente para edificações cuja ocupação se enquadre como centros esportivos, de exibição, e eventos temporários com população superior a pessoas, e locais de produção, armazenamento e/ou distribuição de gases e líquidos combustíveis e inflamáveis. Para as demais ocupações essas exigências são apenas recomendadas, com exceção do portão de entrada, que, quando existir, deve atender as dimensões mínimas especificadas anteriormente, independentemente do tipo de ocupação (Figura 4). Figura 3 Condições mínimas para acesso de viaturas em edificações e áreas de risco 84

84 Figura 4 Largura e altura mínimas do portão de acesso a edificação ou área de risco A adoção desses cuidados permite que numa situação de emergência, o caminhão do Corpo de Bombeiros possa acessar a edificação para atuar em ações de resgate e combate a incêndio, evitando tragédias como a ocorrida no ano de 2004 em um edifício residencial na cidade de Foz do Iguaçu, onde um casal de idosos morreu sem que pudessem ser resgatados pela janela do apartamento em razão da impossibilidade de aproximação da plataforma mecânica à fachada do edifício (Figuras 5, 6 e 7) Figura 5 Vítimas do incêndio do edifício residencial em Foz do Iguaçu aguardando resgate 85

85 Figura 6 Plataforma de resgate do Corpo de Bombeiros sem possibilidade de aproximação Figura 7 Fachada do prédio sem acesso à plataforma de resgate do Corpo de Bombeiros Observando essas imagens, podemos verificar o quanto é importante prever vias de acesso para os caminhões de resgate e combate a incêndio do Corpo de Bombeiros, mas o que fazer quando não há possibilidade de atender esses requisitos mínimos? Nos casos em que não haja condições técnicas para a previsão de acesso de veículos de resgate junto à fachada, deve-se introduzir na edificação medidas mitigadoras do risco de incêndio, com o objetivo de minimizar a possibilidade de propagação do fogo e fumaça pelos compartimentos, possibilitando que o ocupante da edificação possa acessar a escada de segurança interna com sua integridade física preservada. Sobre esse aspecto, a norma brasileira de saídas de emergência, a NBR 9077, estabelece que se a edificação tiver altura superior a 12,0m e for dotada de pavimentos recuados em relação aos pavimentos inferiores, de tal forma que as escadas dos bombeiros não possam atingí-los, ou situadas em locais onde é impossível o acesso de viaturas de bombeiros, a classificação segundo 86

86 a altura passar a ser Edificação Alta e a escada da edificação deve ser do tipo à prova de fumaça (PF). Da mesma forma, a norma de procedimento técnico nº 011, do Corpo de Bombeiros do Paraná, que trata das saídas de emergência, estabelece a obrigatoriedade de escada enclausurada a prova de fumaça (PF), para edificações com altura superior a 23,0m e que não possuam acesso à fachada. Conceitualmente, pode-se admitir que se não houver possibilidade de acessar os compartimentos por meio da fachada, o abandono da edificação só poderá ocorrer por meio das vias internas (acessos, portas e escadas), sendo necessário portanto assegurar que esses elementos sejam completamente seguros. Separação entre edificações Isolamento de risco Outra análise importante a ser efetuada ainda no processo de implantação da obra, é a verificação da possibilidade de se obter o isolamento de risco por meio de distâncias de segurança entre fachadas de edificações adjacentes ou pela instalação de paredes corta fogo entre duas construções. Nos dois casos o objetivo é evitar que o incêndio proveniente de uma edificação em chamas (expositora) se propague para uma edificação vizinha (em exposição), ver figura 8. As normas de segurança que tratam do assunto, em especial a norma de procedimento técnico nº 007 Isolamento de risco, estabelece procedimentos de cálculo para a obtenção de uma distância mínima de segurança entre edificações e leva em conta a carga de incêndio, o percentual de abertura das fachadas e as dimensões do painel radiante. A determinação dessa distância pelo método de cálculo apontado pela norma é baseada em estudos nos quais materiais combustíveis podem inflamar-se quando submetidos a uma energia térmica de 12,5 kw/m 2. Expositora Em exposição 87

87 Figura 8 Edificação expositora e em exposição Conforme anteriormente relatado, o objetivo desse trabalho não é aplicação pura e simples da norma, e sim buscar relacionar os fenômenos da dinâmica do incêndio com os requisitos normativos. Assim sendo não será apresentado aqui nenhum roteiro de cálculo, apenas os conceitos que deram origem a modelação matemática e os principais fatores a serem observados pelos projetistas na determinação do isolamento de risco. Observe, portanto, a figura 9 a seguir, nela se pode constatar o fenômeno associado as formas de propagação do calor, embora nos três casos a carga de incêndio seja a mesma (palito de fósforo) a forma como o material combustível queima é diferente em cada uma das situações: em (1) a condução do calor é preponderante, a radiação de energia contribui e a convecção praticamente não contribui; em (2) a radiação de energia e a condução do calor são preponderantes, a convecção do calor pouco participa; em (3) a condução do calor, convecção e a radiação de energia contribuem proporcionalmente. Figura 9 Formas de propagação de calor O mesmo conceito apresentado no exemplo anterior deve ser aplicado na verificação das distâncias mínimas de segurança para consideração de isolamento de risco, ou seja, dependendo do arranjo físico adotado na implantação da obra este poderá favorecer ou não na propagação do incêndio entre edificações. Sobre esse assunto, a NPT 007, em seu item 5, estabelece que o tipo de propagação e o consequente tipo de isolamento a ser adotado dependem do arranjo físico das edificações e podem ser das seguintes formas: Entre as fachadas das edificações adjacentes, por radiação térmica (figura 10); Entre a cobertura de uma edificação de menor altura e a fachada da outra edificação, por radiação térmica (figura 11); Entre duas edificações geminadas, pelas aberturas localizadas em suas fachadas e/ou pelas coberturas das mesmas, pelas três formas de transferência de energia (figura 12). 88

88 Entre edificações geminadas, por meio da cobertura de uma edificação de menor altura e a fachada de outra edificação, pelas três formas de transferência de energia (figura 13). Figura 11 Propagação entre fachadas Figura 12 Propagação entre cobertura e fachada Figura 13 Propagação entre duas edificações edificações geminadas com a mesma altura Figura 14 Propagação entre duas geminadas com alturas diferentes Como se pode observar o isolamento de risco está associado à forma de propagação de calor entre os diversos tipos de arranjo físico das edificações e as características construtivas das mesmas, em destaque a carga de incêndio e o percentual de aberturas da fachada, esses são os principais fatores que deram origem a modelação matemática para a determinação da distância mínima de afastamento. Cabe ressaltar ainda que o isolamento de risco não é uma medida de proteção compulsória, ou seja, não há obrigatoriedade de atendê-la, porém deve sempre ser avaliado a possibilidade de se obter as distâncias mínimas afastamento entre edificações, tanto no mesmo lote como em lotes distintos, evitando dessa forma a propagação de incêndios entre construções vizinhas. Compartimentação horizontal e compartimentação vertical 89

89 A compartimentação de áreas é uma das principais medidas de proteção passiva de segurança contra incêndio, é a técnica que consiste na interposição de elementos de construção resistentes ao fogo, destinadas a separar um ou mais ambientes do restante da edificação, com o objetivo de minimizar os efeitos da propagação do fogo, podendo ser obtida nos planos horizontal e vertical. Embora pareça ser uma medida de proteção de difícil aplicação, seu conceito é extremamente fácil de ser entendido e de vital importância para o controle de um incêndio em uma edificação. O objetivo principal é vedar qualquer possibilidade de passagem de fogo, fumaça e gases quentes para o compartimento ou pavimento vizinho. Essa vedação é obtida por meio de elementos compartimentadores que devem garantir a estabilidade, a estanqueidade e o isolamento térmico pelo tempo requerido de resistência ao fogo TRRF, mínimo estabelecido pela norma. O TRRF, ao contrário que sua denominação possa induzir, não está relacionado ao tempo que uma estrutura resistirá ao incêndio sem que esta entre em colapso. Esse tempo está associado à curva de incêndio padrão e refere-se à temperatura de ensaio em que os materiais podem ser submetidos sem que comprometam os requisitos mínimos de compartimentação (Figura 15). Figura 15 Requisitos mínimos de compartimentação Busca-se com a aplicação dessa medida de proteção evitar tragédias como os incêndios ocorridos nos edifícios Andraus e Joelma, onde toda a edificação foi tomada pelo fogo em razão da facilidade de propagação principalmente no sentido vertical (Figura 18). Hoje a norma não mais permite que edifícios verticais possuam aberturas desprotegidas em toda a sua extensão, interna ou externamente, reduzindo significativamente a probabilidade de incêndios generalizados. 90

90 Figura 18 Incêndio nos edifícios Andraus e Joelma A compartimentação horizontal destina-se a confinar o incêndio no pavimento atingido e evitar a sua propagação para os demais ambientes dentro do mesmo pavimento, pode ser obtida com a criação de barreiras verticais tais como: paredes de compartimentação de áreas, portas e vedadores corta-fogo, selagens corta fogo, registros ou dampers corta-fogo nas tubulações de ventilação e ar condicionado (Figura 16). Figura 16 Compartimentação horizontal O principal elemento compartimentador horizontal é a própria parede de alvenaria de separação de ambientes, que de modo geral já possui o TRRF mínimo exigido para a maioria das edificações térreas com baixa a moderada carga de incêndio, entretanto, qualquer abertura existente nessa parede deve ser protegida e quando dividirem compartimentos cujo telhado é de material combustível, essa deverá ultrapassar no mínimo 1,0m acima do ponto mais alto da cobertura da edificação. 91

91 Embora a norma estabeleça critérios em relação as áreas máximas a serem compartimentadas, não há uma regra específica de onde e como realizar essa compartimentação, cabe portanto ao arquiteto definir na concepção de seu projeto a melhor forma de dividir os ambientes atendendo as exigências legais e os conceitos de segurança sem que a edificação perca a sua funcionalidade. Por se tratar de uma medida de proteção que restringe a possibilidade de criação de grandes espaços abertos, o que inviabilizaria por exemplo a funcionalidade de um shopping center, a norma permite em um número significativo de casos a substituição da compartimentação por um sistema de proteção contra incêndio por chuveiros automáticos. A compartimentação vertical tornou-se a medida de proteção mais importante e eficaz no controle de um incêndio em edifícios de grande altura, ela destina-se a confinar o incêndio no pavimento atingido e evitar a sua propagação para os demais pavimentos, internamente, pode ser obtida com a criação de barreiras horizontais tais como: entre pisos corta-fogo, enclausuramento de escadas e elevadores, selos corta-fogo, registros e dampers corta-fogo. Externamente, a compartimentação vertical pode ser obtida por meio de distanciamento mínimo de 1,20m entre vergas e peitoris nas fachadas da edificação ou com a criação de aba horizontal, com dimensão mínima de 0,90m (Figura 17 e 18). Figura 17 Compartimentação vertical espaçamento entre verga e peitoril 92

92 Figura 18 Compartimentação vertical aba horizontal A norma de procedimento técnico nº 009 Compartimentação horizontal e compartimentação vertical, estabelece limites de áreas máximas a serem compartimentadas em cada edificação, observa-se que esses limites estão diretamente relacionados à carga de incêndio e a altura do edifício a ser compartimentado. A norma estabelece também que independentemente da área máxima a ser compartimentada, admite-se a interligação de até três pavimentos consecutivos por intermédio de átrios, escadas, rampas de circulação ou escadas rolantes, desde que o somatório de áreas desses pavimentos não ultrapasse os valores máximos estabelecidos para a edificação, contudo essa condição especial não se aplica às compartimentações das fachadas, selagens dos shafts e dutos de instalações. Verifica-se na prática que a compartimentação vertical dos edifícios altos em geral já é desempenhada internamente pelas lajes e externamente pelo espaçamento mínimo entre vergas e peitoris, porém algumas dúvidas têm surgido principalmente em relação às edificações com fachadas totalmente envidraçadas e aquelas com grande átrios e vãos abertos. Em relação as esses assuntos, existe várias soluções disponíveis no mercado e já contempladas na própria NPT 009, o importante é lembrar sempre do princípio fundamental que é de prever vedação que garanta a estabilidade, a estanqueidade e o isolamento térmico dos elementos compartimentadores pelo TRRF, mínimo estabelecido pela norma respeitando sempre os limites máximos de áreas e de interligação de pavimentos consecutivos. Controle de material de acabamento e de revestimento - CMAR Os materiais de acabamento e de revestimento utilizados em pisos, paredes e tetos desempenham um papel muito importante na propagação de um incêndio e na produção de fumaça, por isso há necessidade de se efetuar um controle adequado na aplicação desses materiais nos diversos ambientes de uma edificação. Para entender melhor o que está por trás das normas que regulamentam esse assunto, é importante relembrar os conceitos básicos da dinâmica do fogo apresentado no início desse 93

93 trabalho. Voltando à figura 2, observa-se que na fase anterior ao flashover, ocorre um grande desenvolvimento de fumaça e gases quentes que se acumulam junto ao teto. Em seguida a temperatura no ambiente vai se elevando de forma linear até que ocorra a inflamação generalizada, que se caracteriza pela elevação acentuada da temperatura e pela rápida propagação do fogo por todo os materiais combustíveis presentes no compartimento. Com o objetivo de minimizar os efeitos da propagação do fogo por todo o compartimento, a norma de procedimento técnico nº Controle de materiais de acabamento e de revestimento, estabelece alguns critérios para a aplicação desses materiais utilizando como base os conceitos apresentados e a classificação da edificação segundo sua ocupação. Observe na tabela 1 apresentada a seguir, que a classificação mais restritiva em relação à aplicação de materiais de acabamento e revestimento se dá justamente no teto. Também podese observar que as edificações que possuem maior carga de incêndio e/ou se caracterizem como local de reunião de público possuem restrições mais severas quanto a aplicação desses materiais. A NPT 010, estabelece ainda que independentemente do tipo de ocupação, as circulações (corredores) das edificações que dão acesso as saídas de emergência enclausuradas devem possuir materiais de acabamento e de revestimento Classe I ou II-A e todas as saídas de emergência (escadas, rampas, etc) devem possuir materiais do tipo Classe I ou Classe II A, com Dm 100. Tabela 1 Utilização dos materiais conforme classificação das ocupações A indicação da classe do material a ser utilizada é relativamente fácil, depende apenas da classificação da edificação quanto à sua ocupação e finalidade do material, contudo existe ainda entre os projetistas muitas dúvidas em relação aos parâmetros para a determinação da classe de cada material. Frequentemente surgem perguntas do tipo: posso usar uma placa mineral como forro em uma sala de aula? Para responder essa questão, é necessário ter em mãos os relatórios de ensaio dessa placa mineral, neles estarão contidos os parâmetros e os resultados que irão definir a classificação do material de acordo com os limites estabelecidos pela norma. 94

94 Os materiais de acabamento e de revestimento especificados na tabela 1, deverão oferecer desempenho em teste laboratorial que irá analisar seu comportamento em relação a sua combustibilidade, reação ao fogo e produção de fumaça. O primeiro teste em que o material é submetido é a avaliação de sua combustibilidade e é dado por meio do ensaio proposto pela ISO 1182 Fire tests Building materials: non-combustibility test, nele é possível conhecer quais materiais não irão contribuir para os riscos de crescimento e propagação do incêndio. Foi desenvolvido para selecionar materiais que produzem reduzida quantidade de calor e não se ignizam, quando submetidos a temperaturas próximas a 750ºC. Caso o material analisado apresente desempenho satisfatório nesse teste, ele é considerado incombustível e recebe a denominação de material Classe I. Se o material for considerado combustível, ele deverá passar por novos testes para determinação do seu grau de combustibilidade e produção de fumaça. A NPT 010 apresenta como referência para os testes de verificação do grau de combustibilidade a NBR Revestimento de Piso Determinação da densidade crítica de fluxo de energia térmica e a NBR 9442 Determinação do índice de propagação superficial de chama pelo método do painel radiante. Em ambos os testes os materiais serão avaliados e classificados conforme seu comportamento em relação à propagação do fogo, obtendo classificações que variam de II a VI, sendo os materiais de Classe II que apresentam melhores desempenho em situação de incêndio. Após a determinação do índice de propagação do fogo o material deverá ser analisado em relação a produção de fumaça, para esse teste a NPT 010 apresenta como referência a ASTM E 662 Specific optical density of smoke generated by solid materials, através do qual se determina o índice de densidade ótica de fumaça produzida por um material durante processos padronizados de combustão. O teste busca aferir a capacidade do material de gerar fumaça que afete a visibilidade do ambiente em que o mesmo está contido. O valor de referência desse teste é dado pela densidade ótica específica máxima corrigida (Dm), sendo os materiais com Dm 450 classificados como Classe A e o materiais com Dm > 450 classificados como Classe B. Portanto, a não ser que os materiais utilizados sejam claramente classificados como incombustíveis (Classe I), como por exemplo: revestimentos de pisos cerâmicos, paredes em alvenaria e lajes de concreto armado, não há como definir a classificação de qualquer tipo de material sem que os testes tenham sido realizados, assim sendo, é de suma importância quando da especificação desses materiais que o projetista exija do fornecedor a apresentação dos relatórios de ensaio. 95

95 Figura 18 Restrição da visibilidade em um ambiente com fumaça CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento de um projeto de arquitetura exige dos profissionais envolvidos um conhecimento prévio sobre os fundamentos do fogo e o comportamento humano em situações de incêndio, pois não basta ao projetista apenas cumprir normas e regulamentos, é necessário acima de tudo antever possíveis situações que coloquem em risco a vida de pessoas e/ou a estabilidade da edificação. Tenha sempre em mente que as soluções adotadas no projeto arquitetônico sem levar em conta a segurança global da edificação podem inviabilizar ou onerar em muito o empreendimento quando da previsão das medidas de proteção contra incêndio. Por fim, procure assegurar acima de tudo, que o projeto foi desenvolvido seguindo a premissa fundamental, de que em caso incêndio, todos ocupantes da edificação terão a possibilidade de chegar a um lugar seguro com a sua integridade física preservada. AÇÕES DA CÂMARA TÉCNICA - Organizar e apoiar a realização de cursos de treinamento. 96

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