LEVANTAMENTO DAS DOENÇAS NOS INDÍGENAS DA ILHA DO BANANAL, TO NO PERÍODO DE 2003 A 2013.

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1 LEVANTAMENTO DAS DOENÇAS NOS INDÍGENAS DA ILHA DO BANANAL, TO NO PERÍODO DE 2003 A Francilene Francilino Botelho de Souza Francilene Francilino Botelho de Souza¹; Ana Kleiber Pessoa Borges2 Daniele Seipel da Silva Lim Yan 3 1 Aluna do Curso de Enfermagem; Campus de Palmas; francilenebotelho@hotmail.com PIBIC/CNPq 2 Co-orientador(a) do Curso de Enfermagem; Campus de Palmas; anakleiber@mail.uft.edu.br 3 Orientadora do Curso de Enfermagem; Campus de Palmas; daniseipel@mail.uft.edu.br RESUMO O perfil epidemiológico dos povos indígenas no Brasil é muito pouco conhecido, o que decorre da escassez de investigações, da ausência de censos de outros inquéritos regulares e da precariedade dos sistemas de registro de informações sobre morbidade, mortalidade e cobertura vacinal, dentre outros fatores (COIMBRA JR. e SANTOS, 2000). A população indígena do Estado do Tocantins ocupa uma área de hectares. A região da Ilha do Bananal é compreendida pelos indígenas das etnias: Karajá e Javaé, com uma população no Estado do Tocantins de aproximadamente 1800 e 1100 respectivamente. Algumas das doenças que acometem estas populações como a Leishmaniose e a tuberculose são extremamente preocupantes, devido a sua patogênese. O risco de contrair a tuberculose chega a ser três vezes maior que na população em geral (AGÊNCIA BRASIL, 2013). Porém com base nos dados disponíveis, não é possível traçar de forma satisfatória o perfil epidemiológico dos povos indígenas, dado que estão ausentes os elementos quantitativos necessários para embasar análises abrangentes e sofisticadas (COIMBRA JR., CEA.; SANTOS, 2005). Em virtude do exposto acima, este projeto pretende levantar os números de ocorrências das principais doenças que acometem os indígenas e verificar seus padrões epidemiológicos na Ilha do Bananal, Estado do Tocantins no período janeiro de 2003 a dezembro de Palavras-chave: Indígenas; Ilha; Bananal; Doenças, Tocantins INTRODUÇÃO Atualmente no Brasil, vivem 817 mil indígenas, cerca de 0,4% da população brasileira, segundo dados do Censo 2010 (FUNAI, 2013). Página 1

2 Estima-se que existam hoje no mundo pelo menos 5 mil povos indígenas, somando mais de 350 milhões de pessoas (IWGIA, 2009). Mas no Brasil, até meados dos anos 70 acreditava-se que o desaparecimento dos povos indígenas seria algo inevitável. Nos estados da Amazônia Legal brasileira (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão) a população indígena é de cerca de 430 mil (48,3% do total) que pertencem a 63 povos diferentes. A terra indígena com maior população é a Yanomami, localizada no Amazonas e em Roraima, representando 5% do total das áreas indígenas na qual vivem 25,7 mil indígenas. Figura 1. Distribuição da população indígena por região do Brasil, dados IBGE Porém, nos anos 80 verificou-se uma tendência de reversão da curva demográfica e, desde então, a população indígena no país tem crescido de forma constante, indicando uma retomada demográfica por parte da maioria desses povos, embora povos específicos tenham diminuído demograficamente e alguns estejam até ameaçados de extinção. Na listagem de povos indígenas no Brasil elaborada pelo ISA, sete deles têm populações entre 5 e 40 indivíduos (SOCIOAMBIENTAL, 2013) Os Karajás e a Javaé no Estado do Tocantins apresentam respectivamente uma população aproximada de 1800 e E essas tribos estão localizadas na Ilha do Bananal. (RECANTO DAS LETRAS, 2013). A Ilha do Bananal, maior ilha fluvial do mundo, localizada no Tocantins, ocupa um espaço de 20 mil quilômetros quadrados de extensão, considerado um dos santuários ecológicos mais importantes do país, onde convivem os ecossistemas de cerrado e floresta Página 2

3 Amazônica. A maior parte da ilha está dividida em duas áreas de reserva ambiental: ao Norte, o Parque Nacional do Araguaia; ao Sul, o Parque Indígena do Araguaia, que abriga indígenas das etnias Karajá e Javaé. Localizada entre os rios Araguaia e Javaé, a Ilha do Bananal fica com até 80% de sua área inundada no período de chuva, de setembro a março (JALAPÃO, 2013). O perfil epidemiológico dos povos indígenas no Brasil ainda não é conhecido, o que decorre da escassez de investigações, da ausência de censos de outros inquéritos regulares e da precariedade dos sistemas de registro de informações sobre morbidade, mortalidade e cobertura vacinal, dentre outros fatores (COIMBRA JR. e SANTOS, 2000). Estatísticas vitais, tais como coeficiente de mortalidade infantil, expectativa de vida ao nascer e taxas brutas de natalidade e mortalidade, essenciais para monitorar o perfil de saúde/doença e planejar ações de saúde e educação, não são disponíveis para a ampla maioria dos grupos (ESCOBAR, 2001). Com base nos dados disponíveis, não é possível traçar de forma satisfatória o perfil epidemiológico dos povos indígenas, devido a ausência dos elementos quantitativos necessários para embasar análises abrangentes e sofisticadas (COIMBRA JR e ESCOBAR, 2005). MATERIAL E MÉTODOS A pesquisa e o levantamento das ocorrências das doenças infecto-parasitárias e não infecciosas mais frequentes nos indígenas da Ilha do Bananal serão realizados, através de consulta ao banco de dados da SESAI, e será realizado junto ao banco de dados do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI). Os dados de interesse serão tabelados e utilizados para confecção de gráficos por meio do programa Microsoft Office Excel 2007 e analisados estatisticamente para cada atributo avaliado. Os resultados serão submetidos ao Teste de Quiquadrado com nível de significância estatística menor do que 0,05%. JUSTIFICATIVA I A presente pesquisa envolve parcerias entre: UFT e SESAI, com o objetivo de tabular e analisar as ocorrências das principais patologias que acometem os indígenas da Ilha do Bananal/TO, sendo de grande relevância, pois apesar de todas as ações implementadas, o Página 3

4 Tocantins figura em segundo lugar no Brasil em notificações de novos casos de doenças indígenas. Desta forma, poderão ser discutidas ações com intuito de reduzir o número de indígenas acometidos por doenças infecciosas e parasitárias como a tuberculose, leishmaniose toxoplasmose, promovendo acesso a serviços de qualidade no controle de doenças para todos os pacientes afetados, seguindo os princípios de equidade e justiça social. RESULTADOS Em virtude de inúmeros problemas para a liberação do parecer pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFT (CEP-UFT), documento exigido pela SESAI- DSEI para liberar o nosso acesso ao banco de dados, a coleta dos dados somente foi iniciada recentemente (outubro/2014) e os resultados finais serão apresentados em breve, uma vez que o projeto foi prorrogado por mais um ano. Durante este período foram feitas buscas em banco de dados nacionais e internacionais e visitas à aldeias em parceria com os antropólogos da UFT Dra. Reijane Pinheiro e Dr. Héber Gracio, juntamente com a psicóloga da SESAI, Jaqueline Calafate, para nossa inserção na realidade do povo indígena Javaé. LITERATURA CITADA COIMBRA JR., CEA., SANTOS, RV e ESCOBAR, AL., orgs. Epidemiologia e saúde dos povos indígenas no Brasil [online]. Rio de Janeiro: Editora FIOCRUZ; Rio de Janeiro: ABRASCO, p. ISBN: AGÊNCIA BRASIL, mil-novos-casos-de-tuberculose-em-2012 acesso em 23/ abr/2013. AMARANTE, Jorge Meireles; COSTA, Vera Lúcia de Araújo; SILVA, Fátima Aparecida. Sensibilidade tuberculínica e vacina BCG entre os índios do Araguaia - MT/1997. Bol. Pneumol. Sanit., Rio de Janeiro, v. 7, n. 1, jun Disponível em < rm=iso>. acessos em 05 fev BRASIL REPÚBLICA acesso em 23/abr/2013 Página 4

5 COIMBRA JR. e CARLOS E. A. SANTOS, RICARDO VENTURA. Perfil Epidemiológico da População Indígena no Brasil: Considerações Gerais, no. 3 Março CARLOS A. KLINK e RICARDO B. MACHADO. A conservação do Cerrado brasileiro, Departamento de Ecologia. Instituto de Biologia. Universidade de Brasília (UnB) ENCE, acesso em 22/abr/2013 FERRARONI, JOSÉ JOÃO e MARZOCHI, MAURO CELIO DE ALMEIDA; Men. Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 75(1-2) 99: 109, 1980 FUNAI, Fundação Nacional do Índio, acesso em 26/mar/2013 IBAMA, acesso em 22/abr/2013 INSTITUTO SOCIEDADE, POPULAÇÃO E NATUREZA acesso em 23/abr/2013 JALAPÃO, acesso em 12/abr/2013 PORTAL BRASIL, acesso em 23/abr/2013 RECANTO DAS LETRAS, acesso em 04/fev/14 SOCIOAMBIENTAL, acesso em 22/abr/2013. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela sua misericórdia que é infinita e tem cuidado de mim, aos meus pais pela educação e apoio que me concederam para eu conseguir chegar até aqui, aos meus irmãos por sempre me compreenderem e a minha Orientadora Daniele Seipel pela paciência que tem dedicado a mim mesmo em tempos difíceis. O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq Brasil. Página 5