CADERNO DE AULAS PRÁTICAS DE CITOLOGIA E HISTOLOGIA

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1 UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS MISSÕES - URI CADERNO DE AULAS PRÁTICAS DE CITOLOGIA E HISTOLOGIA Professoras Vera Regina Medeiros Andrade e Vanessa Backes Nascimento Diel Santo Ângelo, 2018

2 2 MICROSCÓPIO O microscópio é um instrumento que permite observar objetos não visíveis a olho nu. Isto se consegue através de um sistema óptico composto por lentes de cristal que aumentam a imagem do objeto, basicamente composto por uma parte mecânica e uma parte óptica. Parte Mecânica - Base ou pé é o suporte do microscópio; - Coluna ou braço é onde se apoiam as restantes estruturas; - Tubo constitui a peça de ligação entre a ocular e o revólver; - Revólver é a peça giratória que contém as lentes objetivas; - Platina suporta a preparação; - Parafuso macrométrico é para movimentos de grande amplitude. - Parafuso micrométrico é para movimentos delicados, destinado a focar. Parte Óptica - Condensador que concentra os raios luminosos sobre o objeto, possui um diafragma de diâmetro modificável, que proporciona uma maior ou menor intensidade luminosa; - Lente objetiva que projeta uma imagem ampliada do objeto em direção a ocular; - Lente ocular que funciona como uma lupa, ampliando a imagem fornecida pela objetiva. OBS: O condensador, geralmente negligenciado por quem utiliza o microscópio, talvez por não influir no aumento da imagem, influencia em sua nitidez e sua riqueza de detalhes, agindo no limite da resolução do sistema óptico, propriedade que depende principalmente da lente objetiva. Limite de resolução É a capacidade de separar detalhes, a lente produz imagens separadas de partículas muito próximas. Mais precisamente é a maior distância que deve existir entre dois pontos para que eles apareçam separados. Medidas Micrômetro = 1 µm = 0,001 mm Nanômetro = 1nm = 0,001µm TIPOS DE MICROSCÓPIOS Microscópio de contraste de fase Estudo de célula e tecidos não corados e células in vivo. Baseia-se na diferença dos índices de refração das diferentes partes de uma célula. Estas diferenças de amplitude são transformadas em diferença de intensidade luminosa para as quais a retina sensível. Microscópio de campo escuro Usado para o estudo de uma célula viva. O condensador é substituído por um condensador de fundo escuro. A preparação é iluminada por raios oblíquos e nenhum raio entra na lente objetiva se não houver alguma estrutura que os desviem. A estrutura fica com uma aparência brilhante contra um fundo escuro. Microscópio de polarização Quando a luz atravessa certas substâncias, sofre uma divisão, resultando em dois raios chamados de polarizados, que passam por filtros para tornar a estrutura luminosa. Empregado para visualizar tecido ósseo, dentes, formações celulósicas, cílios, flagelos e outros. Microscópio de fluorescência Algumas substâncias quando excitadas por certos comprimentos de onda, absorvem energia e emitem luz de maior comprimento de onda, essas substâncias são ditas fluorescentes e este fenômeno chamase fluorescência. Neste microscópio usa-se uma fonte de luz ultravioleta e, são colocados filtros após a lente objetiva, para eliminar a radiação ultravioleta e proteger os olhos do observador.

3 3 Microscópio eletrônico Com a finalidade de obter um limite de resolução maior que o fornecido pelo microscópio óptico (que é 0,2µm) adotou-se o microscópio eletrônico que utiliza o comprimento de onda de um feixe de elétrons (que é 0,005nm). O uso de feixes eletrônicos se dá em apenas alto vácuo, com cortes muito finos, o que impede a observação de material vivo. Há três tipos de microscopia eletrônica: varredura (superfície), transmissão (dentro da célula) e tunelamento. Medidas - m, cm, mm, µm, nn Preparo de Lâmina Permanente

4 Identificação das partes do microscópio óptico 4

5 5 Uso do microscópio óptico a) Antes de colocar a lâmina no microscópio, acomode-se em posição confortável. b) Verifique se a objetiva de MENOR AUMENTO está em posição, caso contrário, coloque-a em posição girando o revólver, c) Verifique se a intensidade de luz está no MÍNIMO, ligue o microscópio e aumente a intensidade de luz. d) Olhe pela ocular e verifique se a luz do condensador está refletindo através da abertura do diafragma e forma um círculo iluminado uniformemente. e) Coloque a preparação de modo que o espécime a ser observado fique no centro da perfuração que existe na platina com a lente objetiva de 4,5X. f) Suba a platina com o MACROMÉTRICO até que a preparação fique a 0,5 cm da lente objetiva. g) Olhe pela lente ocular e movendo lentamente o MICROMÉTRICO focalize a imagem. h) Para observar com a objetiva de maior aumento (10X), gire o revólver trocando a lente objetiva, volte a observar pela lente ocular e usando o micrométrico ajuste o foco da imagem. Faça o mesmo com a objetiva de 40X. i) Para usar a objetiva de imersão é necessária uma gota de óleo sobre a preparação, mas por enquanto resista à tentação de usar a maior ampliação. j) Terminada as observações, gire o revólver para novamente colocar a lente objetiva de menor aumento. k) Diminua a intensidade de luz, desligue o microscópio. l) Retire a preparação limpar o microscópio, principalmente as lentes. Deixar a bancada limpa.

6 PRÁTICA: Preparo de lâmina simples e visualização 6 Material: Microscópio, Jornal (letra a ), Pinça, Lâminas e lamínulas, Conta-gotas e Água. Procedimento: Recortar e pinçar a letra a e fixá-la com uma gota de água e aplicar a lamínula. Levar ao microscópio e proceder a observação e desenhar. OBS: Limpar a parte óptica se o campo, quando focado, parecer nebuloso ou coberto de manchas. Desenho: Aumento: Vermelha Amarela Azul Branca Objetiva Ocular 10x 10x 10x 10c Aumento

7 PRÁTICA: Preparo e visualização da célula da mucosa da boca e da cebola 7 Material: Microscópio, Cebola, Palito de picolé, Pinça ou bisturi, Lâminas e lamínulas, Contagotas, Azul de metileno e Água. Procedimento: Descascar a cebola e pinçar a pele fina, fixá-la com uma gota de água e aplicar a lamínula. Levar ao microscópio e proceder a observação e desenhar. Higienizar a boca com água e em seguida raspar suavemente com o palito de picolé a mucosa da bochecha. Colocar a raspagem na lâmina, aplicar uma gota de água e observar. Fazer a coloração com azul de metileno por 2 minutos e verter a lâmina corada em água para remover o excesso, em seguida colocar a lamínula e levar para observação. OBS: Limpar com algodão e álcool a parte óptica se o campo, quando focado, parecer nebuloso ou coberto de manchas. Desenho: Aumento: Aumento: Identifique as partes das células visualizadas e determine as diferenças entre as duas células visualizadas:

8 8 TECIDO EPITELIAL As células epiteliais se aderem firmemente umas as outras, formando camadas e revestindo todo o corpo externamente e internamente. Está apoiado a uma camada de tecido conjuntivo, ligado pela membrana basal. Os epitélios são classificados de acordo com o número de camadas (simples ou estratificado) e o formato da célula (pavimentosa, cúbica ou cilíndrica). Tecido epitelial pavimentoso simples Possui uma camada de células poligonais baixas, com um núcleo central fazendo relevo em cada célula. Encontrado nos alvéolos pulmonares, alça de Henley e folheto parietal da cápsula de Bowman no rim, revestimento endotelial dos vasos sanguíneos e linfáticos e mesotélio das cavidades pleural, pericárdica e peritoneal. Tecido epitelial simples cúbico Possui uma única camada de células poligonais com forma cúbica, com núcleo central e arredondado. Encontrado no ducto de glândulas do corpo e revestimento dos ovários e de alguns túbulos renais.

9 Tecido epitelial simples cilíndrico 9 Apresenta células altas em forma de retangular e seus núcleos ovóides estão localizados na região basal. Encontrado na maior parte do trato digestivo, na vesícula e nos ductos maiores das glândulas Tecido epitelial pseudo-estratificado Esse tecido parece ser estratificado, mas na realidade é constituído por uma única camada de células. Todas as células estão em contato com a membrana basal, somente alguns chegam à superfície do epitélio. Tecido epitelial pavimentoso estratificado não queratinizado Possui várias camadas de células, sendo que a camada mais profunda está em contato com a lâmina basal

10 10 Tecido epitelial pavimentoso estratificado queratinizado Semelhante ao anterior, exceto pelo fato de as camadas mais superficiais serem constituídas de células mortas, cujo núcleo e citoplasma foram substituídos por queratina. Encontrado na pele, constitui a epiderme. Tecido epitelial de transição É formada de muitas camadas de células, a célula localizada na base pode ser cilíndrica ou cúbicas, acima dessa camada encontramos células poliédricas, as células da superfície são grandes e algumas podem ser binucleadas. Encontrado no sistema urinário.

11 Relatórios de Tecido Epitelial: 11 Lâminas n os :

12 Relatórios de Tecido Epitelial: 12 Lâminas n os :

13 Tecido Conjuntivo 13 Este tecido conecta o tecido epitelial, o muscular e o nervoso. Apresenta diversos tipos de células e possui abundante material extracelular, fibras (colágenas, reticulares e elásticas) e substância amorfa. Origem no mesoderma. Há uma variedade de tecidos conjuntivos, formados pelos variados componentes estruturais do tecido. Existem duas classes de tecidos conjuntivos propriamente ditos: o frouxo (preenche espaços) e o denso (oferece resistência e proteção). No tecido frouxo as células mais numerosas são os fibroblastos e os macrófagos, ele tem uma consistência delicada, é flexível, bem vascularizado e não muito resistente. Já no tecido denso há menos células e uma clara predominância de fibras de colágeno, ele é menos flexível e mais resistente. O tecido conjuntivo denso divide-se em denso modelado e denso não modelado. Há também os tecidos de propriedades especiais que compreendem o tecido adiposo, elástico, reticular ou hemocitopoético e o tecido mucoso. E os tecidos conjuntivos de suporte que compreendem o tecido cartilaginoso e o tecido ósseo. Algumas células do tecido conjuntivo são produzidas localmente e permanecem no tecido, outras, tais como os leucócitos, vêm de outros territórios e podem habitar temporariamente o tecido conjuntivo. As células do tecido conjuntivo são: fibroblastos, macrofágos, mastócitos, plasmócitos, células adiposas e leucócitos.

14 Relatórios de Tecido Conjuntivo: 14 Lâminas n os :

15 Relatórios de Tecido Conjuntivo: 15 Lâminas n os : Estruturas visualizadas:

16 Relatórios de Tecido Conjuntivo: 16 Lâminas n os : Estruturas visualizadas:

17 Tecido Muscular 17 Este tecido é constituído de células alongadas, ricas de filamentos citoplasmáticos e proteínas contráteis, são os mais abundantes nos animais. As células musculares têm origem mesodérmica e são classificadas em três tipos principais conforme a sua morfologia e características funcionais: músculo estriado esquelético (controle voluntário), músculo estriado cardíaco (controle involuntário) e músculo liso (controle involuntário e movimento lento). Músculo estriado esquelético

18 18 Músculo estriado cardíaco Músculo liso

19 Relatórios de Tecido Muscular: 19 Lâminas n os : Estruturas visualizadas:

20 20 TECIDO NERVOSO O tecido nervoso apresenta dois componentes principais: os neurônios e vários tipos de células da glia ou neuroglia que sustentam os neurônios e participam de outras funções importantes. A substância branca contêm copos celulares de neurônios envolvidos pela mielina (axônios). Os neurônios formam os circuitos neuronais e eles têm morfologia complexa, quase todos apresentam 3 componentes: dentritos, corpo celular ou pericárdio e axônio. Cérebro Cerebelo Medula espinhal Nervo

21 Relatórios de Tecido Nervoso: 21 Lâminas n os :

22 Sistema Circulatório O sistema circulatório abrange o sistema vascular sanguíneo e o sistema vascular linfático. O sistema vascular sanguíneo é composto pelo coração, artérias, veias, capilares e o sistema vascular linfático inicia-se nos vasos capilares linfáticos que terminam no sistema sanguíneo. A superfície interna de todos os vasos sanguíneos e linfáticos é revestida por uma única camada de epitélio pavimentoso, originada do mesênquima, denominada endotélio. 22

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24 24 Células do Sangue O sangue é formado pelos glóbulos sanguíneos e pelo plasma. Os glóbulos são os eritrócitos ou hemácias, as plaquetas (fragmentos de megacariócitos) e diversos tipos de leucócitos ou glóbulos brancos. - Material: Sangue periférico Esfregaço do sangue: - Técnica: Leishman O Leishmam é uma mistura de Romanowsky apresentando eosina, azul de metileno e azur de metileno na sua composição. O azur de metileno é o azul de metileno oxidado. - Sequência na preparação da lâmina: 1. Fazer a assepsia do dedo em algodão embebido com álcool; 2. Furar o dedo utilizando uma microlanceta; 3. Colocar a gota de sangue na extremidade de uma lâmina histológica previamente limpa; 4. Utilizando-se de outra lâmina histológica, fazer corretamente o esfregaço deixando uma película de sangue sobre a lâmina: - Segurar a lâmina, contendo a gota de sangue, com os dedos polegar e indicador da mão esquerda; - Inclinar uma outra lâmina histológica a 45 ; - Segurando com os dedos polegar e indicador, da mão direita. Levar a lâmina inclinada até o início da gota de sangue; - Quando a lâmina toca na gota, o sangue escorre em seu bordo. Ai deve-se fazer voltar a lâmina inclinada para trás, formando-se então a película de sangue. 5. Deixar secar ao ar; 6. Colocar a lâmina sobre um suporte na pia;

25 7. Cobrir o esfregaço com Leishman e deixar por 4 minutos; 8. Sem retirar o Leishman, adicionar água destilada e deixar por 7 minutos; 9. Escorrer a lâmina na pia; 10. Lavar a lâmina com água destilada; 11. Deixar secar ao ar; 12. Observar a lâmina com 1000x de aumento, utilizando a objetiva de imersão. Observar as hemácias (também denominados eritrócitos ou glóbulos vermelhos), leucócitos (também denominado glóbulos brancos) e as plaquetas. 25

26 Pele e anexos A pele é um dos maiores órgãos, atingindo 16% do peso corporal é constituída por uma porção epitelial de origem ectodérmica, a epiderme e uma porção conjuntiva de origem mesodérmica, a derme. Abaixo da derme encontra-se a hipoderme (tecido conjuntivo) ou tecido celular subcutâneo, que não faz parte da pele, apenas lhe serve como união com órgãos subjacentes. 26

27 27 Sistema respiratório O aparelho respiratório é constituído pelos pulmões e um sistema de tubos que comunicam o parênquima pulmonar com o meio exterior. A porção condutora é constituída das fossas nasais, nasofaringe, laringe, traqueia, brônquios e bronquíolos e a porção respiratória pelos bronquíolos, ductos alveolares e alvéolos.

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29 29 Sistema Digestório O sistema digestivo consiste no trato digestivo cavidade oral, esôfago, estômago, intestino delgado e grosso e suas glândulas associadas (salivares, fígado e pâncreas).

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31 31 Sistema Urinário É formado pelos rins, dois ureteres, a bexiga e a uretra.

32 32 Sistema Endócrino Hormônios são moléculas que funcionam como sinais químicos e são liberados por células especializadas, chamadas de células endócrinas. A hipófise ou pituitária é um pequeno órgão que é revestida por uma cápsula de tecido conjuntivo.

33 33 Sistema Reprodutor Masculino e Feminino

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